segunda-feira, 7 de julho de 2025

NÃO FALEM MAL DA MAÇONARIA PERTO DE MIM

 

O imortal compositor brasileiro Herivelto Martins, numa das suas mais belas criações musicais (Cabelos brancos), ao usar a frase “… Não falem dessa mulher perto de mim!”, certamente queria dizer que se sentiria indignado se alguém se arvorasse ao direito de falar mal de certa mulher pela qual era apaixonado.

Parafraseando o grande compositor brasileiro, quero dizer com a mesma indignação: Não falem mal da Maçonaria perto de mim…

Muitos oradores e escribas são contumazes em falar e escrever as mais variadas queixas contra a instituição maçônica. Estas atitudes nada constroem e exercem um efeito negativo devastador, principalmente sobre os Irmãos Aprendizes, ainda na tenra idade de formação maçônica.

As críticas são as mais variadas:

  • “… Ela está inerte”;
  • “… Não é mais como antigamente”;
  • “… Não tem mais discurso”;
  • “… Não tem mais representação política”;
  • etc…

Ouvi, ainda como Aprendiz, do grande mestre Ambrósio Peters, que a instituição maçônica sempre permaneceu fiel aos seus princípios. Os maçons é que, provavelmente, não cumprem os seus desígnios.

A Maçonaria tem sido coerente com as necessidades dos povos na busca das suas realizações. Além disto, os seus feitos são silenciosos e duradouros. Muitas das suas ações, nos níveis comunitário, regional, nacional ou mundial, apresentam resultados de longo prazo.

Podemos fazer muitas autocríticas quanto a diversos procedimentos das nossas Instituições, mas nunca olvidar que a Maçonaria somos nós mesmos e que a sua grandeza dependerá única e exclusivamente das nossas ações.

Hoje, não temos mais Independência nacional por fazer nem República a proclamar. Os problemas da pátria, no entanto, são outros e muito graves, dentre eles, a luta pela cidadania plena do nosso povo, se é que queremos falar de participação social e política.

A prática maçônica no Brasil abrange, pelo menos, três grandes áreas. A primeira é a prática da fraternidade e da benemerência; a segunda é o estudo e a prática do esoterismo e a terceira é a participação social e política nos processos de transformação do mundo profano.

Dificilmente encontraremos estes três perfis reunidos em cada Maçom. A maioria deles se dedica prioritariamente às práticas inerentes à fraternidade, à benemerência e ao aperfeiçoamento individual sempre de forma discreta, como convém.

Dado o exposto e abstraindo as incorreções e/ou equívocos, proclamamos a todos os Irmãos a assumirem a postura de indignação contra os discursos meramente reclamatórios sobre a nossa sagrada Instituição. Deixemos para os nossos tradicionais e desinformados detratores o papel de críticos da nossa existência.

Ao invés de críticas, vamos sugerir projetos de atuação.

A compreensão da verdadeira Filosofia Maçônica, por exemplo, exige previamente um ferramental esotérico capaz de abrir as nossas mentes à compreensão. Por que não lutar por isto?

A organização e a disciplina da Ordem Maçônica, com núcleos espalhados por todo o território nacional, são qualificações inéditas entre as organizações não governamentais do nosso país. É evidente que a Maçonaria poderia fazer um trabalho bem maior em prol do crescimento da qualidade de vida do nosso povo e da modernização do país.

Irmãos de diversas lojas e potências têm encontros marcados nas inúmeras instituições públicas, governamentais ou não, para influir com espírito maçônico no processo da verdadeira evolução do nosso povo, em direção à liberdade, fraternidade e igualdade.

Nas democracias modernas, faz-se necessário que a nossa instituição adopte um padrão ideológico para situar as propostas de ação da Maçonaria. Não é necessário receber um rótulo como os aplicados aos partidos políticos. O inadmissível é que ela seja ideologicamente conservadora.

Nos momentos históricos em que a Ordem foi mais visível, no auge do iluminismo, os maçons assumiram a ideologia liberal. Guardadas as diferenças históricas, aquela insurgência foi mais radical do que uma opção ao Marxismo no tempo atual.

Sem tecer julgamento de valor e sem apresentar qualquer crítica, é bom lembrar que a Maçonaria brasileira sempre foi frequentada maioritariamente pelas elites da pequena burguesia, com perfil político conservador, com nuances de liberalismo.

Alguém poderá dizer que a Maçonaria não precisa de ideologia, que ela admite a liberdade de todos os credos religiosos, políticos e muito mais.

Como já dissemos, não estamos falando de ideologia política stricto sensu, mas de uma linha de pensamento político-filosófico que abrigue o nosso discurso que é essencialmente de mudanças e progressista.

Concluindo, poderíamos dizer que a Maçonaria brasileira atual vai bem, obrigado, na sua tradicional prática da fraternidade e da benemerência. Como não há mais Independência nem República para proclamar, aqueles irmãos com ânsias de participação sociopolítica devem olhar para frente. O momento brasileiro é fertilíssimo e carente de grandes brasileiros que desejem, efetivamente, salvar o nosso país do desmando, da corrupção e do atraso a que nós temos submetido.

Alguém me disse que esse sonho começa com uma revolução na educação, para proporcionar condição de igualdade na busca da plena cidadania. Educação com igualdade, somente será possível por meio do ensino público, laico e de qualidade – há bem pouco tempo atrás, esta era uma bandeira de luta dogmática da Maçonaria. Esta bandeira de lutas continua atual. Vamos retomá-la?

Santo Zacarias Gomes, ARLS Acácia da Ilha nº 31- Florianópolis – SC – Grande Oriente de Santa Catarina (GOSC)

 


sexta-feira, 4 de julho de 2025

ESPELHO E REFLEXO – DO SÍMBOLO AO SIGNIFICADO

Os Símbolos e Ritos só fazem sentido se forem vividos e percebidos duma forma interiorizada, portanto contida e Reflexiva:

 Os Símbolos, indiciam significados, agitam e aguçam a mente, prometem metáforas e revelações;

 Os Ritos, servem e canonizam os símbolos, fazem perceber uma Ordem e nessa ordem adivinham-se princípios e virtudes, disciplinas e etapas e, mais importante, uma via, quase um trilho, para o conhecimento, sabedoria e, em alguns casos, para a sacralização do homem.

É pela Iniciação que se divisa e compreende a premência deste Universo, que se preconizam alguns significados, que se antegozam revelações e sentimos uma Obediência.

É no silêncio do Aprendiz que os Ritos lhe zelam pela observância dos sentidos, explanam virtudes e prefiguram Símbolos.

Refletindo, isto, foi o que me foi dado ver.

No ritual da minha Iniciação, depois de me ter sida concedida a Luz, fui confrontado com o meu pior inimigo, eu, obviamente, ali denunciado, pelo reflexo da minha imagem no espelho.

Por detrás dele, para minha alegria e contentamento, estava um Amigo, oferecido Padrinho, hoje um Irmão.

É sobre este reflexo que quero refletir e concentrar a minha atenção

O conceito de espelho aplica-se, genericamente, a qualquer superfície ou objeto polido, reconhecidamente capaz de reproduzir e, ou, refletir a Imagem de objetos visíveis e confrontáveis que se lhes apresentem.

Assim, quando comummente falamos de espelhos, ou de um frontispício (espelho) de um templo, falamos de matérias com propriedades refletoras e reflexivas, respectivamente.

De ambos se imaterializa a centelha, a luz e a sombra,

O Reflexo, o único que parece ainda emprestar e revelar ao espelho o agente do seu significado; já não existem espelhos, morreram pela essência do reflexo, que agora liberto, entrecruza-se e confronta-se com o real.

Este real já não cabe no profano, mudou-se, está em evolução, segue uma senda, tenta projetar-se nas virtudes e na fraternidade humana.

É então, agora, urgente, melhorar o Reflexo, o meu profano inimigo, aprender a refrear a sua soberba, domá-lo, vencê-lo, virtualizá-lo, atento aos caminhos do EU Real.

Intuitivamente, este EU Real, será o Espírito, uma partícula da Chama Sagrada, A Alma da Alma, a forma suprema porque Deus se revela ao Homem.

Dizem que a Alma é o Reflexo do Espírito.

Seria possível engrandecer este Reflexo, esta Alma, se não fosse Mente Espiritual?  

Desta forma, sei que as minhas reflexões de hoje, irão certamente sucumbir a uma sabedoria, que nos tempos, se perpetuará a Oriente.

José Sousa M.'.M.'.

 

 

 

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