sábado, 13 de dezembro de 2025

A MAÇONARIA ATRAVESSA UM DOS SEUS PERÍODOS MAIS SOMBRIOS

Uma Ordem construída para elevar consciências e formar homens livres está se deixando arrastar para o pântano da politicagem, das manobras de bastidor e dos arranjos profanos que nada têm de iniciáticos.

O Templo que deveria ecoar sabedoria e silêncio hoje se contamina com disputas mesquinhas por cargos, vaidades infladas e projetos pessoais travestidos de “interesse da Ordem”.

Há irmãos que esqueceram completamente que a Maçonaria não é carreira.

Não é trampolim.

Não é máquina eleitoral.

É caminho filosófico.

É ética.

É trabalho interior.

Mas alguns transformaram a instituição em praça pública de barganhas, como se nossos rituais fossem meras formalidades e nossas leis internas fossem peças maleáveis ao sabor de conveniências momentâneas.

O mais grave é ver que essa prática não apenas desvirtua a essência da Ordem — ela a profana.

Profana quando ignora a Constituição Maçônica.

Profana quando atropela regimentos.

Profana quando usa o avental para proteger interesses particulares.

Profana quando irmãos são tratados como peças descartáveis em jogos de poder.

E enquanto isso cresce, cresce também a sensação de que estamos nos afastando do verdadeiro propósito:

"Lapidar nossa pedra bruta, não disputar território político".

A Maçonaria não nasceu para ser um teatro de vaidades.

Não nasceu para ser um comitê de eleição permanente.

Nasceu para ser um farol moral.

Uma escola de virtudes.

Um espaço onde o homem comum se torna melhor do que era ontem.

Por isso, é preciso levantar a voz.

 É preciso confrontar os vícios internos com firmeza.

Não há como combater a corrupção profana quando toleramos pequenas corrupções dentro de casa.

Não há como falar de fraternidade quando há perseguição, favoritismo e coronelismo administrativo.

Não há como falar de liberdade quando o pensamento crítico é abafado pelos donos do poder.

Se a Ordem quiser sobreviver com dignidade, precisa retomar sua essência.

Precisa expulsar a mentalidade politiqueira que se infiltra sorrateira.

Precisa lembrar que um irmão sem valores nunca poderá ocupar um cargo com legitimidade.

E que nenhum avental — por mais adornado — tem valor quando quem lhe veste esquece que a Maçonaria é escola da alma, não palanque.

A reconstrução começa com coragem.

Com posicionamento.

Com a recusa em aceitar a decadência como normal.

A Maçonaria não é lugar para ambições profanas — e quem as cultiva deve ser chamado pelo nome: "desviou-se do caminho".

É hora de recuperar a Ordem — ou ela afundará sob o peso dos próprios vícios.

Ir Ricardo Martinez

 

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

O HOMEM E A RENOVAÇÃO MAÇÔNICA


 

“Um eterno aprendiz, nunca cessará o seu processo de aprendizagem”

A vida é uma escola continuada que temos ao nosso dispor desde o dia em que nascemos e até que exalemos o último suspiro estaremos sempre numa contínua aprendizagem.

Este processo passa talvez sem ser percebido pela maioria dos indivíduos que apenas transitam pela vida e não abstraem nenhuma lição útil para dar mais brilho aos seus espíritos.

Entretanto, ainda que não cheguemos a frequentar escolas regulares temos ao nosso dispor os costumes, as tradições, as normas de conduta transmitidas pelos mais velhos, as experiências e os conceitos de ética e moral que nos são disponibilizados.

Alguns indivíduos têm a chance de frequentar escolas, cursos profissionalizantes, universidades e expandir esses conhecimentos para além da maioria das pessoas, como pós-graduações, mestrados, doutorados e muito o que há ao seu dispor para os colocar acima da média no campo do conhecimento.

Tudo isto serve para aprimorar os espíritos que servirão para ficar em melhor comunhão consigo mesmo e com o universo que os rodeia, aí incluídos o resto da humanidade. De nada adianta tanta aprendizagem se ele não tiver como propósito o engrandecimento do indivíduo provido de alma que se relaciona com os seus iguais.

E há uma possibilidade disposta para o homem de bem que ama a liberdade e se habilita a conviver em harmonia com os seus irmãos a ajudar o Grande Arquiteto Do Universo na árdua tarefa de edificar um mundo melhor e mais justo.

A maçonaria universal possibilita a quem nela ingressa a união desses dois elos edificantes: o aprendiz e a aprendizagem, com a observância estrita de que o homem é um eterno aprendiz e que nunca cessará o seu processo de escolaridade. Na maçonaria o lema de aprender sempre precisa ser compreendido como a busca incessante pela verdade e pela evolução do espírito.

Esta é uma escola que se apresenta como uma faculdade da vida e que induz os seus integrantes a estarem em constante contato com as lições que servem para renovar o homem em todos os seus quesitos, como moral, espiritual, familiar, profissional e humano.

Um Maçom é um diligente e dedicado aprendiz, que cultua a virtude e combate os vícios que o desviam do rumo da perfeição. Nas nossas lojas buscamos aprender com os nossos irmãos a melhoria dos nossos edifícios interiores através da prática desses princípios: o exercício do amor, da tolerância, da humildade e da harmonia que deve reinar nas relações de todos os homens.

Cada Maçom é um aprendiz que tem ao seu lado um mestre pronto a ajudá-lo a rever a lição e aprimorar o ensinamento que lhe foi ministrado. Para que o aprendiz consiga abstrair em toda a sua essência o ensinamento a ele ministrado é preciso despir-se de capas e indumentárias que impedem essa evolução, por isto dizemos que um bom aprendiz consegue vencer as suas paixões e superar as suas vontades para crescer.

Somente com espírito aberto e sem vontades que nos prendem aos vícios e máculas trazidos pelas más experiências conseguimos elevar as nossas mentes à boa aprendizagem e à evolução que buscamos.

Para ingressar nas nossas fileiras o indivíduo precisa acreditar na existência de um princípio criador a quem chamamos de Deus, o Grande Arquiteto Do Universo. Isto engrandece o homem porque o coloca na senda da supremacia do amor, da concórdia, da paz e da retidão de caráter.

Assim, é imprescindível que cada irmão admitido na maçonaria seja um homem plenamente renovado na sua forma de encarar o mundo e se relacionar com os demais indivíduos que convivam ao seu redor.

Se não nos tornamos melhores quando ingressamos na nossa sublime ordem de nada adiantou o legado de lições que os nossos mestres nos transmitiram e terá sido em vão todo o tempo que dedicamos às nossas reflexões e todo o esforço que empreendemos na busca da verdade e da evolução dos nossos espíritos.

Se não conseguimos desbastar a pedra bruta que há em nós e não nos tornamos pedra polida ou cúbica o erro terá sido nosso por não sermos férteis em virtude e não nos despimos das nossas vontades e as imperfeições das nossas almas terão vencido.

O escritor francês Saint-Exupéry legou-nos ensinamentos primorosos sobre o sentido da renovação que cada indivíduo precisa ter em consonância para crescer e evoluir.

Renovar significa ser melhor a cada dia, abandonando os vícios da sociedade contemporânea como imediatismo, egoísmo, intolerância, concorrência desleal e hipocrisia.

Todos temos a oportunidade de nos reinventarmos a cada dia. Somente quem tem vontade e disciplina consegue se renovar com a aprendizagem que a vida nos possibilita.

Adolfo Ribeiro Valadares

 

domingo, 7 de dezembro de 2025

A FÁBULA DO PROFANO, ZOMBETEIRO E SEM RUMO


 

A Busca Vazia

Era uma vez um homem, um eterno profano, cujo único propósito parecia ser perturbar. Munido de uma curiosidade superficial e um falso brilho nos olhos, ele começou sua jornada: colecionar mestres da Maçonaria. Seu jogo era simples: preenchia formulários, marcava encontros e consumia o tempo precioso dos Mestres com perguntas vazias, fingindo um interesse que jamais se concretizaria.

Em menos de três anos, ele já tinha no currículo mais de trinta formulários de iniciação e conversas com igual número de Mestres. Suas promessas eram como fumaça: sumia na hora do compromisso, ignorando e desrespeitando o tempo e a boa-fé dos Obreiros.

O Zombo e a Ruptura

Um dia, reencontrou o primeiro Mestre, aquele que mais havia confiado nele. Com o coração ainda inclinado à esperança, o Mestre tentou uma última vez, explicando o processo iniciático com paciência. O Profano, porém, nem sequer esperou o final.

Ele explodiu em uma gargalhada de escárnio, apontando o dedo para o Mestre. "Maçonaria é isso? Tenho mais de trinta amigos maçons! Isso que o senhor fala não é nada!", vociferou. Zombou abertamente da Ordem, virou as costas e se retirou, convicto de que, por ter falado com muitos, sabia de tudo.

 A Queda e a Ilusão

Meses depois, navegando pelas redes sociais, a vaidade do Profano encontrou um espelho. Um indivíduo chamado Mister Willians, que se dizia "Illuminati", prometeu o que o Profano mais desejava: fama, riqueza e poder, tudo a troco de apenas 10 mil reais.

O Profano, sempre cético com a sabedoria, mas crédulo diante da ganância, não hesitou. Vendeu seu único bem, o carro, e depositou a quantia. Naquele instante, Mister Willians lhe deu a única verdade que ele ouviria: caiu na gargalhada e o bloqueou. O golpe estava consumado.

 O Preço da Arrogância

Desesperado, o Profano tentou reverter o erro. Buscou um por um os trinta Mestres, mas descobriu que a paciência tem limite: o desrespeito e a zombaria haviam custado seu acesso a qualquer ajuda. Ele estava bloqueado por todos.

Hoje, passados mais de dez anos, dizem que o Profano ajunta migalhas para tentar comprar um veículo muito inferior àquele que ele vendeu por uma ilusão. Sua vida segue sem rumo, uma prova viva de que a arrogância tem um preço caro.

 O Peso da Soberba

A humildade é a porta de entrada para a verdadeira elevação. Aquele que zomba da sabedoria e desrespeita o tempo dos Sábios se torna um alvo fácil para a ilusão e a fraude. O Profano que perdeu seu bem material não perdeu apenas dinheiro; perdeu a chance de evoluir, pois trocou a disciplina pelo escárnio e a verdade por uma mentira que lhe agradava.

Conclusão:

Não desperdice o tempo de quem quer te ensinar. A verdadeira riqueza não se compra, se conquista com esforço e respeito.

ÁTRIO DO SABER - MAÇONARIA & AMORC/CIÊNCIAS & FILOSOFIAS

 

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

ERA VULGAR E ERA DA VERDADEIRA LUZ


 

Era – do latim aera, substantivo feminino, designa, dentre outros, o ponto determinado no tempo, que se toma por base ou referência para a contagem dos anos. Exemplo: a Era Cristã.

Sob esse aspecto o termo também representa o número de anos provindos a partir de algum acontecimento notável, cuja expressão época sugere o momento primordial desse episódio. É o caso bastante apropriado, por exemplo, no que se refere ao próprio começo dos tempos, ou o princípio do mundo.

Embora essa concepção seja ainda hoje especulativa, é graças a ela que muitas civilizações e religiões adotaram a sua própria “Era” relacionada com a criação do mundo. Dentre outros, os Judeus, por exemplo, concebem-na a partir do Pentateuco no primeiro livro de Gênesis, enquanto os Cristãos a idealizam a partir do nascimento de “Jesus Cristo”.

Vulgar – do adjetivo latino vulgare, menciona dente outros o que é relativo ou pertencente ao vulgo; comum, trivial, usual.

O termo “vulgar” relacionado à “era” (tempo) está presente, segundo alguns autores, embora ainda discutível, desde que os judeus estabeleceram o título “Era Vulgar” em substituição ao “antes e depois de Cristo”, fato que viria servir de parâmetro para designar o mundialmente conhecido Calendário Gregoriano, já que a Era Cristã e a Era Vulgar por força das circunstâncias se tornariam análogas.

Em se tratando de Maçonaria e o seu particular calendário, neste, o primeiro ano rotulado que aparece em antigos documentos do século XVIII é o Ano da Verdadeira Luz, em latim Anno Lucis, tido como a “idade dos cortadores de pedra” (Age of Stonecutters).

Buscando dar uma classificação independente de religião, bem como também dar um caráter de universalidade à Ordem, James Anderson, autor da Constituição de 1.723, baseado nos cálculos do bispo irlandês anglicano James Usher que houvera desenvolvido um estudo relativo à criação do mundo conforme o Livro de Gênesis e nos comentários críticos da massorat, segundo os quais a criação do mundo teria ocorrido em 4.004 antes de Cristo, Anderson então cogitou no texto constitucional que o início da Era Maçônica havia se dado 4.000 anos antes da Era Vulgar ou Era Comum (antes de Cristo).

Embora se perceba um pequeno arredondamento de quatro anos entre o resultado proposto por Usher e o adotado por Anderson prevaleceria maçônicamente o acréscimo da constante de 4.000 anos somada à Era Vulgar, cujo ano teria a mesma duração do Gregoriano, com a diferença de que o ano maçônico começaria no dia 1º de março, tendo os títulos dos meses designados conforme o seu número ordinal correspondente. Exemplos: segundo Anderson, o dia 1º de março de 2.014 da Era Vulgar (EV) corresponde ao dia 01 do mês 01 do ano de 6.014 da VL; o dia 10 de Junho de 2.014 da EV corresponde ao dia 10 do mês 04 do ano de 6.014 da VL.

À bem da verdade essa inserção de Anderson não pode ser considerada como uma regra geral e única adotada pela Moderna Maçonaria (a partir de 1.717), até porque com a evolução e a proliferação de ritos e sistemas maçônicos, particularidades nesse sentido devem ser criteriosamente observadas, sobretudo sobre o ponto de vista cultural e até mesmo religioso que possa envolver o costume.

Assim é o caso, por exemplo, de uma grande parcela dos trabalhos inerentes ao franco-maçônico básico da Maçonaria anglo-saxônica, bem como o Rito Moderno, ou Francês que adotam o calendário da Verdadeira Luz conforme o anteriormente mencionado, enquanto que o Rito Adonhiramita (origem francesa) adota um calendário equinocial que, embora também mantenha a mesma constante de 4.000 acrescida à Era Vulgar, tem o ano maçônico iniciado – ao invés do dia 1º – em 21 (vinte e um) de Março que corresponde ao primeiro dia do primeiro mês.

Já no caso do simbolismo do Rito Escocês Antigo e Aceito (também filho espiritual de França), provavelmente pela forte influência hebraica exercida sobre ele, adota para a Verdadeira Luz a constante de 3.760 [4] somada à Era Vulgar (gregoriana) entre os dias 1º de janeiro até 20 de setembro e 3.761 entre 21 de setembro e 31 de dezembro.

Nesse caso o ano maçônico tem início em 21 de março no equinócio de Primavera no hemisfério Norte o que por certo aspecto até se confunde com o calendário religioso hebraico (judaico) que é lunar e geralmente começa também no ponto vernal que ocorre na meia-esfera boreal do Planeta, cujo primeiro mês tem o nome de Nissan. Assim no simbolismo do Rito Escocês o dia 21 de março de 2.014, por exemplo, corresponde ao 1º dia do 1º mês Nissan do ano de 5.774 da Verdadeira Luz (2.014 + 3.760 = 5.774), enquanto o dia 21 de setembro de 2.014 corresponde ao 1º dia do 7º mês Tishrei ou Tishri do ano de 5.775 da VL (2.014 + 3.761 = 5.775).

A explicação para a diferença de constantes (3.760 ou 3.761) é porque o ano civil hebraico (judaico) geralmente quase coincide no seu princípio com o início da estação do Outono no hemisfério Norte (21 de setembro). Assim o calendário hebraico (judaico) se constitui pelo ano religioso e pelo ano civil, cujos respectivos inícios se dão muito próximos aos equinócios de Primavera e Outono no Norte. O religioso no mês Nissan próximo a 21 de março e o civil no mês Tishrei ou Tishri conexo a 21 de setembro.

Vale a pena mencionar que é no sétimo mês (Tishrei) que ocorre o Rosh Hashaná, o Yon Kippur e o Sucot.

A título de ilustração, em se tratando de Rito Escocês Antigo e Aceito e citando como exemplo os seus Supremos Conselhos norte-americanos, em linhas gerais eles adotam o termo Ano do Mundo (Anno Mundi) em lugar do título Verdadeira Luz e usam também a constante de 3.760 somada à Era Vulgar, porém a partir de 1º de janeiro até 31 de agosto e 3.761 a partir de 1º de setembro até 31 de dezembro. Nesse particular o ano se inicia em primeiro de setembro do ano em curso e se encerra em trinta e um de agosto do ano seguinte. Os meses são designados por numeração ordinal, assim setembro é o primeiro mês, enquanto Agosto, por exemplo, é o décimo segundo e último mês.

Também na Maçonaria e conforme os costumes e práticas ainda pede-se encontrar outros cálculos inerentes ao calendário, todavia os até aqui mencionados são os principais e os que mais aparecem dentro do franco-maçônico básico.

Em resumo a Era da Verdadeira Luz pode ser encontrada nos conceitos maçônicos adicionando-se as constantes de 4.000, 3.760 ou 3.761, conforme o caso, ao ano da Era Vulgar (calendário Gregoriano).

Antes de dar por concluídas as considerações, vale a pena aqui mencionar que o ideário relacionado aos calendários maçônicos e a sua afinidade com fatos históricos e lendas religiosas do passado é apenas e tão somente simbólica, não incentivando ninguém a imaginar a existência da Maçonaria junto ao princípio do mundo. O conceito provavelmente foi idealizado no intuito de simbolizar uma antiguidade para pragmática maçônica, e não a idade da Sublime Instituição que verdadeiramente possui aproximados oitocentos anos de história.

Graças ao ufanismo de alguns somados às falsas interpretações do calendário por outros é que no Brasil arrumaram uma data equivocada para a independência do Brasil dentro da Loja Comércio e Artes como sendo no dia 20 de agosto e ainda por cima sacramentaram mais tarde o erro histórico constituindo para falsa data o Dia do Maçom. Pelo calendário equinocial usado pela Maçonaria na época da Independência, 20º dia do 6º mês (início do sexto mês em 21 de agosto) correspondia no calendário gregoriano dia 09 de setembro da EV (Boletim do GOB datado no ano 1.874 da EV). No dia 20 de agosto da EV nem mesmo houve sessão no GOB, fato que pode ser verificado nas suas próprias atas de ouro concernentes à época.

Pedro Juk

 

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

O PORQUÊ O MAÇOM LEVA O PSEUDÔNIMO DE BODE


 

Essa é, sem dúvida, a pergunta campeã entre os curiosos e uma das lendas mais difundidas sobre a nossa Ordem. Mas de onde vem essa associação?

Primeiro, a verdade nua e crua:

Dentro da ritualística, da filosofia e da simbologia maçônica, NÃO EXISTE nenhuma alegoria, ferramenta ou símbolo ligado à figura do bode. Você não encontrará bodes em nossos templos, nem em nossos rituais. O Bode não é um símbolo maçônico.

Então, qual a origem histórica desse apelido?

Existem diversas vertentes históricas que explicam como esse pseudônimo colou na imagem do maçom:

Herança Templária: A teoria mais forte remonta à perseguição dos Cavaleiros Templários no século XIV. A Inquisição acusava a Ordem de idolatrar uma figura chamada "Baphomet". Séculos depois, ocultistas desenharam essa figura com cabeça de bode. Como a Maçonaria herdou tradições templárias, os detratores transferiram a acusação (e a imagem) para nós.

O Bode Expiatório: Na tradição bíblica (Levítico), o bode era enviado ao deserto carregando os pecados do povo. O maçom, por ser um homem de segredos, discreto e que muitas vezes "pagava o pato" por defender a liberdade contra tiranos, acabou sendo associado à figura daquele que aguenta o fardo em silêncio.

Propaganda Antimaçônica: No século XIX, fraudes literárias (como as de Léo Taxil) inventaram rituais demoníacos envolvendo bodes para difamar a Ordem perante a sociedade e a Igreja. Embora desmentidas, as imagens ficaram no imaginário popular.

Hoje, o termo "Bode" foi ressignificado pelos Irmãos. O que era para ser um insulto, virou um apelido carinhoso e uma gíria interna de reconhecimento, sinônimo de um Irmão que sabe guardar segredos e é resiliente.

 

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