A anatomia dos templos
maçônicos foi derivada de diversas correntes místicas e filosóficas diferentes
como a astrologia, alquimia, caballah hebraica e o rosacrucianismo, que,
acrescentaram decoração preliminar a símbolos medievais esotéricos de antigas
civilizações.
A influência marcante da mística egípcia, por exemplo, referente ao culto solar e a astrologia, se destaca com a decoração do teto do templo com constelações, planetas, Sol e Lua, lembrando o teto do Templo de Luxor, que apresentava o firmamento todo estrelado – era a chamada ABÓBADA CELESTE.
O templo maçônico representa a oficina de nosso interior, com seus pontos cardiais e seu firmamento que se estende de norte a sul e, do oriente ao ocidente. É o macrocosmo igual ao microcosmo. O que está encima é igual ao que está embaixo. As duas colunas J:. e B:. situadas na entrada do templo, segundo CASTELLANI, parecem simbolizar a representação dos trópicos de Câncer e Capricórnio, sendo a linha imaginária entre elas o Equador de nosso Planeta, cortando o quadrilongo.
Não se olvidando das doze colunas zodiacais, que além
de representar as doze constelações pelas quais o Sol atravessa em sua passagem
anual, representam também, em sua origem egípcia, as hastes dos papiros
crescendo em direção ao céu.
A presença do Sol
resplandecente na parte oriental da abóbada celeste, e a Lua em quarto
crescente, entre as nuvens e as trevas do ocidente, obriga o adepto meditar no
início de seu caminho iniciático das trevas em direção à Luz que vem do Leste.
Quando o neófito penetra no templo para ser iniciado, o faz pelo ocidente, onde
simbolicamente não há luz (representado no teto pelas nuvens escuras). Em sua
caminhada mística, purificar-se-á pelas viagens (ar, água, fogo e terra) e irá
passar pela parte menos atingida pelos raios solares (hemisfério norte –
aprendizes) e, posteriormente, receberá mais luz (hemisfério sul –
companheiros) até chegar ao Oriente. A matéria ainda prevalece na loja de
aprendiz, daí a razão do esquadro estar sempre sobreposto ao compasso, símbolo
da espiritualidade ainda latente.
O teto dos templos
maçônicos, representando simbolicamente o firmamento, apresenta além de várias
constelações, os sete “planetas” conhecidos da antiguidade. Os principais
cargos das dignidades da loja maçônica, também, estão ligados de forma geral
[1] ao misticismo greco-romano através da representação dos astros, a saber:
- Venerável Mestre – representa o maior dos planetas: Júpiter
(romano), ou Zeus (grego), principal deus pagão soberano do mundo e que reinava
no Monte Olimpo. Era o senhor do Universo e dos fenômenos atmosféricos.
Representa a figura do pai, do patriarca e por isso, simboliza e dirige a
coluna da sabedoria (Oriente);
- 1o. Vigilante – representa Marte, deus romano da agricultura e da guerra. O planeta da força, da energia edificante, da força criadora do espírito. Simboliza e dirige a Coluna da Força (Norte). Representa também o lado masculino;
- 1o. Vigilante – representa Marte, deus romano da agricultura e da guerra. O planeta da força, da energia edificante, da força criadora do espírito. Simboliza e dirige a Coluna da Força (Norte). Representa também o lado masculino;
- 2o. Vigilante – representa Vênus, deusa romana do amor e da
beleza. Simboliza e dirige a Coluna da Beleza (Sul). Representa o lado
feminino;
- Orador – representa Apolo, deus do sol. Simboliza a
luz do Direito, da Lei e da Justiça, sendo ela a luz que esclarece e orienta os
obreiros. Responsável pela guarda da lei e pelas peças de oratória;
- Secretário – corresponde à deusa Artemis, deusa da lua.
O oficial reflete nas atas, a Luz que vem do Orador;
- Mestre de Cerimônias – corresponde ao planeta Mercúrio, deus veloz
e astuto. O oficial circula rapidamente pelo templo como elemento de ligação,
recepção e condução, pois, imita o planeta que mais rapidamente circula em
torno do sol (venerável);
- Tesoureiro – corresponde ao planeta Saturno que com seus inúmeros anéis, simboliza a riqueza;
- Hospitaleiro – simbolizado por Vênus, e representando o amor ao próximo, ajudando e assistindo os irmãos necessitados;
Com relação às estrelas, devemos considerar a presença do grande triângulo da verdade cósmica representado no céu do templo pela estrela Régulus (constelação de Leão), pela estrela Spica (constelação de Virgem) pela estrela Arcturus (constelação de Bootes – pastor de ovelhas). Este triângulo caracteriza a divina eternidade da Virgem Maria, escolhida por Deus para gerir Yeshua – o filho de Deus, simbolizada pela pureza da lâ branca das ovelhas, no sincretismo católico, apostólico romano.
Acredita-se que
a disposição estelar na abóbada represente o céu do dia 21 de março quando o
Sol cruza o equador celeste no chamado equinócio da primavera no hemisfério
norte. É também o dia em que começa o calendário religioso hebraico.
Os trabalhos de uma Loja, simbolicamente, se iniciam ao meio-dia e se encerram à meia-noite. Meio-dia é a hora simbólica quando o Sol está culminante e os objetos não fazem sombra, portanto, é o momento da mais pura igualdade, pois, ninguém faz sombra a ninguém, concretizando um dos pilares da Maçonaria, a Igualdade. Doze horas existem entre o meio-dia e meia-noite representados pelos doze signos zodiacais nas doze colunas do templo, cada um com sua simbologia e que, representam o caminhar dos aprendizes em direção ao desbaste da pedra bruta, das trevas da ignorância para a luz da sabedoria que vem do oriente.
A influência das fases lunares que se renovam a cada sete dias nos recordam que a cada sessão maçônica semanal recebemos a energia necessária para vencer mais uma fase lunar, recarregando nossas baterias de forma esotérica, saindo ainda mais fortalecidos através da Egrégora que potencializa nossa reintegração à Consciência Cósmica Universal.
Neste Universo recriado no templo maçônico, e, no qual participamos da marcha divina do Sol, da passagem noturna das estrelas, dos períodos da Lua, dos equinócios e dos solstícios, onde estabelecemos uma reunião harmônica mágica entre esta pequena parcela terrestre e a imensidão celeste, interpenetrando o microcosmo com o macrocosmo, o aprendiz despoja-se das ilusões da personalidade, busca na Fé, na Esperança e na Caridade para com seus semelhantes o combustível da vida. Encontra na reflexão a vida da alma, fortificando o ressurgimento espiritual, fugindo ao passo escorregadio da vida sensitiva, afasta o mal, do eixo de sua existência, e como uma larva, que para chegar ao seu completo desenvolvimento, passa por sucessivas transformações, o aprendiz aguarda sereno no setentrião o discernimento de espírito para continuar sua marcha.
Que a Paz Profunda a todos invada.
E Que assim
Seja.
Marcelo Moreira
Bibliografia Consultada
A Maçonaria e sua Herança Hebraica O Templo do Rei Salomão na Tradição Maçônica - José Castellani – Editora A Trolha Alex Horne – Editora Pensamento
Maçonaria e Astrologia A Herança Espiritual do Egito Antigo
José Castellani – Editora Madras Christian Larré – Ed. Biblioteca Rosacruz
Origens do
Misticismo na Maçonaria Ministério do Homem-Espírito
José Castellani – Traço Editora Louis Claude Saint Martin - Ed. Biblioteca Rosacruz
José Castellani – Traço Editora Louis Claude Saint Martin - Ed. Biblioteca Rosacruz
O Esoterismo na
Ritualística Maçônica - Eduardo Carvalho Monteiro – Editora Madras
A Corrente da Fraternidade - Rizzardo Da Camino – Ícone Editora
[1] Há variações na
interpretação astrológica envolvendo os sete planetas e os cargos em loja.
Fonte: Amphitheatrum Sapientiae Aeternae
TFA,aos irmãos, criador deste blogs,q é de bom proveito e mim ajudor muito no entendimento e mim tirou muito dúvidas na interpretação simbolica da abordada do templo maçônico.paz profunda.
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