O SENTIDO DA VIDA


 

Todo o ser humano, mais tarde ou mais cedo, mais ou menos frequentemente, se interroga sobre o sentido da vida. As religiões resultam, em última análise, dessa primordial interrogação, procurando cada uma delas dar resposta à mesma.

Confrontado com a crença religiosa que a sua cultura lhe disponibiliza, o indivíduo tem, basicamente, uma de três reações. Ou aceita essa doutrina, ou a rejeita ou aceita elementos, ainda que modificando-os, dessa tradição, mas busca ir mais além e mais fundo.

Se o indivíduo aceita a doutrina da crença religiosa que a sua cultura lhe disponibiliza, o seu problema está resolvido: o sentido da sua vida contém-se nos princípios dessa doutrina, cumpre, ou procura cumprir, os preceitos dessa religião e busca a Salvação ou a Evolução que a doutrina da sua religião preconiza. Sabe qual é o seu lugar e a sua função no mundo e na vida. Não precisa de se questionar mais.

Se o indivíduo rejeita a crença religiosa que a sua cultura lhe disponibiliza, das duas, uma: ou fá-lo porque se identifica com outra doutrina religiosa, a que se converte, ou, pura e simplesmente não crê. Na primeira hipótese, o seu problema de responder à interrogação primordial sobre o sentido da vida fica resolvido, em termos semelhantes à situação anterior.

Se a rejeição da crença religiosa ocorre porque, pura e simplesmente, não crê, o seu problema fica também resolvido, mas com outra resposta: não existe qualquer sentido na vida, a vida, como o Universo, resulta de uma combinação de fatores físicos e químicos, tudo se resume ao mundo material, onde se nasce, vive-se o melhor que se pode e um belo dia morre-se e nada de nada resta, para além do que se enterra ou é cremado, para dar lugar a outros que, sucessivamente, nascerão, viverão e morrerão, sem que deles nada reste também, para além do que se enterra ou é cremado, até que um dia uma qualquer combinação de fatores físicos e químicos a tudo ponha fim – do começo ao final nada faz sentido, tudo sucede, sucedeu e sucederá por acaso, por mecânica combinação de uma miríade de fatores físicos e químicos.

Se o indivíduo, confrontado com a crença religiosa da sua cultura, aceita, ainda que modificando-os, elementos dessa tradição, mas busca ir mais além e mais fundo, esse é o que mais longa e persistentemente se debate com a interrogação sobre o sentido da vida.

A resposta institucional não o satisfaz, a opção no ateísmo materialista também não. Esse rejeita que tudo sucedeu por acaso, por mera consequência de fatores físicos e químicos e que a vida não tenha sentido.

Esse considera que existe, sim, um sentido na vida, ainda que ele o desconheça, mas entende que existe um Propósito, um Objetivo, na existência do Universo e, principalmente, da Vida. O que materialmente vê e sente é apenas uma parte do quadro da Vida. Acredita que outros planos de existência ocorrem, que a passagem por este plano material tem um propósito, simplesmente não se satisfaz plenamente com as respostas dadas pela religião da sua cultura – nem com as respostas dadas pelas demais religiões.

Esse, ou se conforma com o desconhecimento e vive segundo os preceitos da sociedade em que se insere, ainda que porventura os não aceitando plenamente, ou busca, por si, com a sua Razão, resposta ou caminhos para resposta suscetível de o satisfazer. É crente, mas não se identifica com nenhuma religião em concreto. É crente porque a sua Razão o conduz a que o seja, mas, por isso mesmo, procura as respostas por si mesmo. É o que se denomina de deísta.

Há ainda os que – talvez a maioria – vão evoluindo ao longo da sua vida, em resultado do seu crescimento, das suas experiências, dos seus encontros e desencontros com pessoas, ideias e ideais. O mesmo indivíduo pode, ao longo da sua vida, passar por mais do que um – no limite, até por todos – dos estádios acima referidos.

Cada um é como cada qual. A pergunta – qual o sentido da vida? – é a mesma, impõe-se a todos, mas cada um dá-lhe a resposta que entende ou que pode dar e, se muda os termos dessa resposta, uma ou várias vezes, é porque a sua natureza o impele a assim fazer.

Muitos, a maioria, interrogam-se sobre o sentido da vida na solidão do diálogo consigo próprio ou podem apenas obter as respostas institucionalizadas da sua tradição religiosa. Outros confrontam a sua interrogação com as similares interrogações de outrem, e daí resultam apostasias, conversões, mas também lutas, por vezes ferozes, ou indiferenças perante as diferenças.

Há uns quantos, porém, que têm a possibilidade de colocar essa interrogação em conjunto com outros, sem confrontos, com aceitação das respostas de cada um, com partilha de pontos de vista e de experiências, pondo todos em comum o que cada um tem, de forma a que cada um retire do todo posto em comum o que necessite para ir mais além e mais fundo, na sua busca pessoal de resposta à interrogação primordial que o venha a satisfazer.

Esses são os maçons!

Rui Bandeira
Publicado no Blog “A partir pedra”

 


AS VIRTUDES CARDEAIS


 

“Vencer minhas paixões levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao vício, eis o que viemos aqui fazer”.

Quando da nossa iniciação nesta Loja, nos foi perguntado pelo VM - Sr Fulano de Tal, que entendeis por virtude? Prontamente respondemos com nossas respostas até então profanas.

Então o 2º Vig complementou: É a disposição da alma que nos induz a praticar o bem. Isto posto, VM também nos questionou sobre o que pensávamos ser o vício; e após nossas respostas ele completara: É o oposto da virtude. É o hábito desgraçado que nos arrasta para o mal. É para nos elevarmos acima dos vis interesses que atormentam o vulgo profano e “acalmarmos o ardor das paixões” que nos reunimos neste Templo.

Templo este que possui quatro cantos e lembram as quatro virtudes cardeais: a Prudência a Coragem, a Temperança e a Justiça.

Estas virtudes foram inicialmente derivadas do modelo de Platão (que inclui a piedade) e adaptadas por São Ambrósio, Agostinho de Hippo e Tomás de Aquino. O termo “cardeal” vem do latim cardo ou suportes pivotados, sendo assim chamadas por serem as dobradiças sobre as quais a porta da moral se apoia e se movimenta.

Estas virtudes podem também ter sido adquiridas da cultura judaica. No Livro da Sabedoria de Salomão, ou Livro da Sabedoria ou simplesmente Sabedoria (que é um dos livros que compõem os livros sete Livros deteurocanônicos da Bíblia, juntamente com os Livros de Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares de Salomão e Eclesiástico) no Capítulo 8, verso 7, se lê: “Ela (sabedoria) ensina temperança, e prudência, e justiça e perseverança que são as coisas que os homens podem ter como as mais valiosas em suas vidas.”

SABEDORIA OU PRUDÊNCIA (1ª VIRTUDE CARDEAL)

A Sabedoria ou Prudência é a virtude que dispõe a razão prática para discernir – em todas as circunstâncias – nosso verdadeiro bem, escolhendo os meios justos para realizá-lo.

Prudência é a virtude que nos ajuda a escolher. Não se trata de escolher coisas fúteis e bobas. A Prudência nos ajuda a escolher os meios adequados para realizar o bem e vencer o mal. Mas, como o contrário da virtude é o vício, podemos pecar contra a Prudência de dois modos:  Por falta de prudência - é o vício da imprudência, que pode ser por: precipitação -· agimos sem refletir ou descuido - refletimos no que vamos fazer, mas fazemos malfeito.  Por excesso de Prudência – astúcia: ser prudente no mal, nas coisas erradas, – cuidados· excessivos com a vida material: dinheiro, vaidade, comprar muitas coisas, etc.

FORTALEZA OU CORAGEM (2ª VIRTUDE CARDEAL)

A Fortaleza ou Coragem é a virtude que no meio das dificuldades assegura a firmeza e a constância para praticar o bem. Trata-se de uma habilidade ímpar para enfrentar, com serenidade e domínio do medo, os perigos que se apresentam do decurso da vida.

Ela proporciona ao indivíduo a aptidão de avaliar uma gama de possibilidades para vencer as adversidades. A coragem inspira o indivíduo a agir com perseverança e determinação em face de todas as situações e circunstâncias. A coragem é a virtude que dá à nossa vontade a energia necessária para vencer os obstáculos que nos atrapalham na prática do bem.

Devemos agir; ter coragem é manifestar espírito de iniciativa, alegria na realização do dever de estado, perseverança no combate contra nossas paixões: o orgulho, o egoísmo, a raiva, a sensualidade, etc. Praticando os atos da virtude da coragem, conseguiremos vencer as paixões, fugir dos vícios e das ocasiões de vício que nos chamam com tanta força para o mal.

TEMPERANÇA (3ª VIRTUDE CARDEAL)

A Temperança significa equilibrar, colocar sob limites, moderar a atração dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e proporcionar no uso de bens criados. A virtude da Temperança vem completar o quadro das quatro virtudes cardeais. Ela é o freio da nossa alma.

A temperança é a virtude pela qual usamos com moderação dos bens temporais, quer eles sejam: comida, bebida, sono, diversão, conforto, etc. Ela nos ensina a usar essas coisas na hora certa, no tempo certo, na quantidade adequada. Ela nos ensina que certos atos são reservados a certas situações.

Também o conforto da vida moderna pode nos levar a pecar contra a Temperança. Reclamamos do calor, reclamamos do frio, não queremos nos levantar da cadeira nem para pegar um copo d'água, sempre achamos algo que nos desagrada nas coisas e nas pessoas.

A virtude da Temperança nos ajuda a esquecer um pouco tudo isso e pensar mais em ajudar, em trabalhar, em vencer seus próprios defeitos.

JUSTIÇA (4ª VIRTUDE CARDEAL)

A Justiça é a virtude que nos inclina a dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido, tanto individual como socialmente. Porém, não basta que os homens tenham entre si um relacionamento de justiça.

A vida na sociedade é muito complicada e foi preciso se organizar um governo que ajudasse os homens a viverem juntos numa mesma cidade, num mesmo país. Por isso, a virtude da justiça vai também atuar no relacionamento dos homens com o governo, quer ele seja um prefeito, um guarda de trânsito, o presidente ou um rei.

Os homens devem obedecer às leis estabelecidas pelas autoridades, enquanto a autoridade deve atuar de forma igual para com todos, ajudando os bons e castigando os maus.

Devemos também considerar que quando cometemos um pecado contra a virtude da justiça, em certos casos, não basta o arrependimento e a confissão. Nós lesamos o próximo tirando dele um bem material que lhe pertence.

Devemos, então, fazer o possível para devolver aquele bem, de modo a restabelecer a justiça ferida pelo nosso ato. É o que se chama de restituição.

Hoje, as virtudes cardeais estão esquecidas e têm apenas um valor fiduciário. Este esquecimento é a origem de muitas desordens, tanto na vida pública como na vida privada. Reflitamos sobre elas e solidifiquemos o seu sentido original, que era o da reta razão e o do crescimento espiritual do ser humano.

Por último, mas não menos importante, tenho a certeza de que a próxima batalha mundial a ser travada nas próximas décadas será a Revolução Virtuosa, o resgate das virtudes, da ética, da moral. E a cada batida do malho que desferramos nas nossas pedras tenho a sensação de que nem tudo está perdido.

Ir ANTONIO JORGE DOS SANTOS RAMOS, MM

A R L SFRATERNIDADE SERGIPENSE N°11

Referencias Ritual de Aprendiz – Rito Escocês Antigo e Aceito – GLMSE - Fev-2018. Santos, Sebastião Dodel – Dicionário Ilustrado de Maçonaria – Ed. Essinger. Sponville, André C. (1999) - Pequeno Tratado das Grandes Virtudes - Ed. Martins Fontes.

 

MAÇONARIA: PAZ, HARMONIA E CONCÓRDIA


 

O que viemos aqui fazer?

A competição humana desenfreada (justificada ou não) em busca de poder, ganhos pessoais e riqueza (sem limites), é a desfaçatez insensata e desmedida que com a passagem do tempo, está comprometendo a Humanidade.

A ambição excessiva arruína nações, países, culturas, famílias e os seres individualmente, provocando desarmonias e desestabilizando instituições ou grupos. O direito “sagrado” de estar neste planeta é responsabilidade de todos, somos seres em busca de nosso lugar no Universo.

A evolução é pessoal e coletiva enquanto grupos e nações. Estamos em processo evolucionário e somos responsáveis (direta ou indiretamente) pela evolução de nossos semelhantes, quer disso tenhamos consciência ou não, nos agrade ou não.

Nossa Ordem enquanto seletiva propõe que “morremos” para a vida profana, uma morte para os desejos, paixões, vaidades, orgulho, arrogância, prepotência, que sem consciência são alimentados ao longo do tempo.

Não “brincamos” de querer parecer homens retos e de bons costumes, procuramos e temos oportunidade de sermos livres e trilhar um a caráter evolutivo. Se refletirmos sobre:

a dinâmica de nosso trabalho: que é em sua base sistema e ordem;

o ritual: um processo que procura reproduzir o trabalho da Natureza cíclica;

o avental: advertindo e lembrando o trabalho ininterrupto do maçom;

os toques: um reconhecimento de pessoas com as mesmas motivações;

a marcha: um caminhar com determinação;

a bateria: que mostra entusiasmo para um trabalho;

a aclamação: uma expressão de vigor e estímulo;

as ferramentas: simbolicamente mostradas como utensílios úteis com significado de uso universal;

os cargos: que mostram uma escala hierárquica necessária para manter o sistema e a ordem;

os graus: que determinam a necessidade do esforço pessoal para atingir um estágio em que a Instituição se mantém na confiança que depositou no Irmão;

começamos a perceber o início do processo maçônico unificador para um mundo melhor e mais evoluído, justo e perfeito, procurando harmonizar os contrários.

Não estamos unidos por mero acaso, fomos direcionados para a Maçonaria por termos sido considerados limpos e puros, não escolhemos entrar para a Ordem, fomos escolhidos, convidados e recebidos. Isso é resultado de um comportamento social que culminou em um convite e ingresso.

O que viemos aqui fazer?

A resposta é clara e sem evasivas, vencer minhas paixões e submeter minha vontade. 

A dificuldade em controlar nossas paixões e não querer prevalecer nossa vontade é difícil e extenuante parecendo ser uma batalha hostil e sem fim.

Todo começo é difícil e trabalhoso, e diariamente estamos sempre começando; por mais conhecimento e habilidade na execução de qualquer atividade, estamos sempre acumulando conhecimento e experiência, não há fim.

O perigo é desistirmos e estacionarmos achando que a sabedoria já está instalada e estarmos de posse da verdade. Não há fim, apenas começo.

Nossa personalidade formada durante a infância e adolescência submetida a cultura familiar e escolar, da tecnologia que avança transformando e que nos aproxima das facilidades oferecidas, pode dificultar uma reflexão mais profunda sobre nosso papel como seres humanos em processo evolutivo.

Estamos empenhados na investigação da verdade (o que é verdade?), em entender a moral (o que significa moral?) e praticar a virtude (como praticar sem favorecer interesses pessoais, familiares, corporativos?). Podemos conciliar? Nossos deveres como Maçons é assim resumido: “Respeito a Deus, amor ao próximo e dedicação à família.”

Somos tolerantes, primamos pela liberdade de consciência, não somos submissos nem reproduzimos opiniões sem reflexão interior ou vergada por interesses pessoais, que podem culminar em desagregação da Instituição. 

Temos que nos vigiar constantemente, pois, o egoísmo, a inveja e o próprio interesse separam os homens, que acabam isolando-se dos restantes, e essa separação pode conduzir a um desequilíbrio maior em qualquer estrutura.

Nossos princípios sempre foram Liberdade, Igualdade, Fraternidade, ligados ao Grande Arquiteto do Universo (ou Princípio Único, o Criador) que nos impulsiona e nos mantém homens livres e de bons costumes, irmanados no bem universal.

Deixamos aqui para reflexão um texto que pode auxiliar nosso caminho na Ordem:

“Vossas conquistas passadas nada representam diante do futuro que vos espera. De que valem as pedras que pavimentam o caminho que deixastes para trás? Servirão, sim, para os que vos seguem, e também por isso é importante avançar. Como o espírito constrói sua senda no invisível, o caminhante dá seus passos sobre o vazio. O inédito não pode ser percebido até que chegue o momento da sua manifestação.”

José Trigueirinho Netto

O que vindes aqui fazer?

Ir.’. José Eduardo Stamato – MI
ARLS Horus nº 3811 – REAA
Santo André – SP
Jurisdicionada ao Grande Oriente do Brasil – São Paulo, Brasil


IRMÃO VISITANTE EM LOJA DE RITO DIFERENTE


 

Um irmão pertencente a um determinado Rito, ao visitar uma Loja que pratica outro Rito, em Sessão Ordinária, terá que seguir o Ritual da Loja visitada e, naquela Sessão, abandonará o seu Rito, para não destoar dos demais obreiros.

Deverá, o Maçom visitante, submeter-se à disciplina interna da Loja que o admite em seus Trabalhos, conforme “parágrafo Único do artigo 217 do Regulamento Geral”: “Dos Visitantes, Do Protocolo,... Art. 217. Parágrafo Único: o visitante está sujeito à disciplina interna da Loja que o admite em seus trabalhos e é recebido no momento determinado pelo Ritual respectivo.

Desse modo, conforme relatado onde esta pesquisa foi realizada; “um Irmão pertencente a um Rito onde se usa Luva e Chapéu, visitando uma Loja onde não se usa tais ornamentos simbólicos, deverá abrir mão do uso dos mesmos”.

Para ressaltar bem a importância deste assunto, pesquisa foi feita em um dos artigos do Mestre Castellani, Ed. Trolha: “Na realidade, qualquer Obreiro visitante deverá se submeter à disciplina, aos costumes e à prática do Rito adotado pela Loja visitada. 

Se não fosse assim – só para exemplificar – seria realmente cômico no momento da aclamação, com presença de muitos visitantes: uns diriam Huzzé, Huzzé, Huzzé, ou Glória, Glória, Glória, outros diriam Vivat, Vivat, Vivat e outros bradariam Liberdade, Igualdade, Fraternidade”.

No complexo Barão de Mauá, ao qual pertencemos, aparentemente, sem entrar em detalhes, esse artigo (217) não é levado a sério. 

Por Alfério Di Giaimo Neto/MI

O VERDADEIRO SIMBOLISMO DA BANDEIRA DO BRASIL E SUA RELAÇÃO COM A MAÇONARIA


 

O Maior símbolo nacional Brasileiro, a bandeira da República Federativa do Brasil, uma das bandeiras mais exuberantes segundo muitos, é um dever cívico de todo brasileiro conhecer o maior símbolo nacional, seu significado e sua origem.

O que é ensinado aos brasileirinhos nas salas de aulas do país por professores devidamente "catequizados" é um romantismo ingênuo que é tomado por verdade indubitável mais que não condiz com a realidade dos fatos.

Nossos queridos professores se esforçaram para nos ensinar no nosso primeiro grau o simbolismo da nossa bandeira, que é passado assim:

O Verde: Simboliza as florestas brasileiras

O Amarelo: Simboliza o ouro brasileiro

O Azul: O azul do céu

As Estrelas: Representam os estados a união

Muito romântico, mas esse não é o real significado da bandeira brasileira, o real significado é bem mais complexo e faz referências a corte portuguesa e suas origens. A bandeira brasileira nem sempre foi como é agora, no primeiro e segundo império ela tinha em seu centro o brasão das armas portuguesa ao invés do globo azul com a faixa branca e a inscrição "Ordem e Progresso".

Vamos agora ao real significado da nossa bandeira, que faz uma referência a D. Pedro I sua esposa D. Maria Leopoldina, e ao positivismo de Auguste Comte.

O Verde:

O verde em nossa bandeira não faz referência as florestas como ingenuamente se pensam, o verde simboliza a Casa de Bragança, fundada em 1442 por D. Afonso I, da qual fazia parte D. Pedro I, o verde faz referência ao Brasão pessoal de Pedro II Rei de Portugal.

O Amarelo:

O Losango amarelo não tem nada a ver com o ouro brasileiro, o losango faz referência a mulher, esposa, irmã, o amarelo foi uma homenagem a Casa de Habsburgo - Lorena na Áustria, da qual D. Maria Leopoldina fazia parte, D. Maria Leopoldina era filha de Francisco I da Áustria.

O Azul:

O Globo azul com estrelas só foi incorporado em 1889 depois da Proclamação da República, as estrelas simbolizam os estados e sua posição corresponde a data da Proclamação da República, o lema "Ordem e Progresso" em letras verdes foi retirado da famosa máxima positivista "O AMOR POR PRINCÍPIO. A ORDEM POR BASE E O PROGRESSO POR FIM".

Essa legenda é do famoso filosofo e matemático francês Augusto Conte, o criador do positivismo.

Ligação do D. Pedro I com a maçonaria:

D. Pedro I foi iniciado na maçonaria na nona sessão do Grande Oriente do Brasil, datada de 02 de agosto de 1822 e foi proposto pelo Grão-Mestre José Bonifácio de Andrada e Silva. (Referência: Maçonaria, sociabilidade ilustrada & independência do Brasil, 1790-1822 Por Alexandre Mansur Barata, página 232)

Como podem ver a bandeira brasileira faz referência uma grande loja de maçons, a casa de Habsburgo, e também a própria casa de Bragança que passou a ter membros maçons com a entrada de D. Pedro I para a maçonaria em 1822.

Esse é o verdadeiro simbolismo da bandeira brasileira, pesquisem mais sobre o assunto, informem-se e libertem-se!

 

Fabio Cardoso


MAÇONARIA OPERATIVA: ORIGEM DA ARTE REAL


 

A Maçonaria Operativa, ou dos Construtores foi um período em que a Ordem Maçônica estava diretamente ligada à arte da construção e que teve o seu apogeu no século XIII. Também conhecida por Maçonaria de Ofício, resplandeceu na Idade Média, sob a influência espiritual da Igreja.

 

A Europa vivenciou, no período, efervescente demanda por construções de catedrais, igrejas, abadias, mosteiros, conventos, palácios, basílicas, torres, casas nobres, mercados e paços municipais. Pode-se afirmar que o continente possuía grande abundância de monumentos e construções arquitetadas e executadas por Maçons Operativos.

 

As principais obras da época incluem, dentre outras, a famosa Notre Dame de Paris, as Catedrais de Reims, de Estrasburgo, de São Pedro em Roma, de Sevilha, de Toledo, a Abadia de Westminster, o convento de Monte Cassino e o Mosteiro da Batalha.

 

Os primeiros documentos de grande importância para a Maçonaria – não por coincidência – surgiram nessa época. A Constituição de York, o Manuscrito Régius, o Manuscrito de Cooke, os Estatutos e Regulamentos da Confraria dos Talhadores de Pedra de Estrasburgo, o Regulamento de 1663 ou Leis de Santo Albano, o Manuscrito Harley, o Manuscrito de Schaw, o Manuscrito de Kilwinning, constituindo-se documentos que viriam compor a Maçonaria Moderna e que ficaram conhecidos como as “Old Charges”, denominação inglesa das Constituições Antigas.

 

As Old Charges ou Antigas Obrigações ou Antigos Deveres são escritos que se referem às Lojas e aos Regulamentos Gerais. Tais manuscritos ilustram os deveres, os segredos, os usos e os costumes dos Maçons Operativos e se constituem base da jurisprudência para a Maçonaria Moderna.

 

Credita-se o surgimento das Old Charges ao século XIV, á Inglaterra, porém é da Escócia que descendem as publicações dos primeiros documentos, a partir de 1600. O número dos manuscritos, conhecidos e reconhecidos como autênticos, ultrapassa 130.

 

A importância histórica das Old Charges reside no fato de terem sido fundamentais para o florescimento de uma Maçonaria organizada, principalmente na Inglaterra. Tal evento histórico ocorreu antes da fundação de um Sistema Obediencial e concorreu de modo marcante para a estruturação da Maçonaria Especulativa.

 

Alguns estudiosos apontam a Carta de Bolonha como o documento mais antigo dentre as Old Charges, entretanto, a esmagadora maioria dos pesquisadores afirma ser o Manuscrito Régius, também conhecido como Manuscrito Halliwell, grafado em inglês arcaico, com letras góticas sobre pele de carneiro, verdadeiramente o mais antigo. 

 

O Halliwell compõe-se de 64 páginas, com 794 versos. Sua produção data da década de 1390, e teria sido cópia de um documento anterior. O autor é desconhecido, mas seu local de origem é Worcester/Inglaterra, fundada em 407 DC, segundo o historiador maçônico Wilhem Begemann.   

 

Durante muito tempo o Manuscrito Régius foi considerado um poema sobre obrigações morais. Em 1840, todavia, estudos realizados por James Orchard Halliwell Phillips – antiquário inglês não maçom – comprovaram tratar-se verdadeiramente de um documento relativo à Maçonaria Operativa.

 

O trajeto percorrido pelo manuscrito, até ser descoberto como documento maçônico, é um tanto incerto. Especula-se que ele teria sido propriedade de vários antiquários e colecionadores. Adquirido pelo Rei Carlos II, integrou o acervo da Biblioteca Real. Em 1757, foi doado pelo Rei George II ao Museu Britânico e hoje se encontra na Biblioteca Britânica, fazendo parte da Coleção Real de Manuscritos – Royal Manuscript Collection.

 

O estudo das Antigas Obrigações propicia ao Maçom o conhecimento de suas origens e uma melhor visão de conjunto da instituição, revelando o que até então parecia obscuro sobre questões relacionadas à Ordem Maçônica.

 

Os Antigos Deveres compreendem a regulamentação da conduta moral dos maçons; os juramentos e compromissos; o amparo para casos de doença ou desemprego; os recursos à instância superior; o devotamento exigido para a obra a ser edificada; as bases do Conselho de Família; e a transformação das Lojas em grupos familiares maçônicos como instrumento racional de solução de problemas.

 

As Old Charges também tratam da implantação de uma saudável organização familiar como elemento básico para a aquisição de um bom e futuro obreiro; da prática do Tronco de Beneficência ou de Solidariedade; do socorro aos maçons nos seus problemas, inclusive com a Justiça; da polêmica questão sobre o “Livro da Lei”, não aceito naquela época como um “Livro Sagrado”, mas tão somente como o “Livro da Corporação”, ou seja, o Regimento da Oficina.

 

Tais documentos antigos expressam grande religiosidade. Temia-se, naquele tempo, o inferno e é por essa razão que a Maçonaria teve vários padroeiros, como Severo, Severiano, Carpóforo, Vitorino (os Quatro Coroados), São Thomaz, São Luís, São Braz, Santa Bárbara e São João, que permanece em alguns Ritos Maçônicos até os dias de hoje. É importante salientar que ainda não havia citações sobre as Antigas Civilizações, como a egípcia e a grega. Essa influência mística só viria incorporar-se à Maçonaria no Renascimento.

 

No decorrer do tempo, a arquitetura sofreu transformações e as corporações de ofício perderam o monopólio do poder sobre artistas e construtores. No século XVII, quando os segredos da arte de construir grandes obras chegaram ao domínio público, ocorreu a desestruturação da Maçonaria Operativa. O seu declínio, contudo, teve início no final do século XIII, quando a demanda por construção de catedrais e outras obras de porte acursou arrefecimento considerável.

 

Outras forças que concorreram para o enfraquecimento da Maçonaria Operativa: 1) a Guerra dos Cem Anos (1337/1453) que marcou o fim do período construtivo, o nascimento do estado nacional francês e a extinção do sistema feudal; 2) a endêmica peste negra, responsável pela morte de um terço da população da Europa, que acarretou elevação dos impostos, obrigando os Maçons a buscar, literalmente, aumento de salário; 3) a redução do poder espiritual da Igreja Católica Romana.

 

A perda de vitalidade da Maçonaria Operativa, contudo não provocou sua extinção. A maioria dos estudiosos indica ter havido um período de ligação entre a Maçonaria Operativa e Especulativa, porém, essa tese é contestada por alguns historiadores.

 

No início do século XVII, elementos estranhos às profissões manuais começaram a ser admitidos nas Corporações. Um dos primeiros “Maçom Aceito” foi John Boswell, Lord de Auschileck, que ingressou na Loja da Capela de Santa Maria, em Edimburgo, no ano de 1600. Evidentemente as Corporações tiveram de modificar seus estatutos e objetivos para que pudessem conviver, lado a lado, Maçons “Antigos” (construtores) e Maçons “Aceitos” (nobres, professores, naturalistas, eclesiásticos, etc.

 

Desse convívio entre Maçons Operativos e Maçons Aceitos surgiu a Maçonaria Especulativa, dando início à outra fase da Arte Real, que é praticada até os dias atuais.

 

A Maçonaria Operativa deixou importantes contribuições à instituição Maçônica Especulativa, tais como:

 

1) Aprendizagem por meio de símbolos, lendas, mitos e alegorias;

2) Reconhecimento interpessoal com uso de sinais, toques e palavras;

3) Reunião dos Maçons em “Loja”, que, durante o período operativo, era uma construção precária anexa à edificação na qual o Maçom trabalhava ao abrigo do tempo e onde se guardavam as ferramentas. Algumas lojas acabavam se transformando    em alojamento de operários;

4) Utilização simbólica dos instrumentos de trabalho dos Maçons Operativos, como o Esquadro, o Compasso, o Nível, o Prumo, a Alavanca, a Régua, o Cinzel, o Martelo e a Trolha;

5) Uso do Livro da Lei;

6) Emprego do Tronco de Beneficência ou de Solidariedade;

7) A Cadeia de União;

8) A regulamentação da conduta moral dos Maçons;

9) O Conselho de Família;

10)  Auxílio entre os membros da Ordem;

11)  Reconhecimento da existência de Deus;

12)  As Batidas ou Baterias.

13)  A Expressão “Tudo está Justo e Perfeito”;

 

• Na Maçonaria de Ofício ou Operativa, os Vigilantes tinham o nome de ZELADORES. 

 

• Eles é que cuidavam da segurança e da perfeição das obras.

 

• Sempre que um grupo de Obreiros ia reiniciar os trabalhos, o Mestre de Obras – Venerável de hoje – ordenava que ambos (quando havia dois ou um só quando fosse o caso) munidos de Nível e Prumo, fossem fazer um levantamento do que havia sido construído no dia anterior. Após percorrerem a obra, esquadrinhando, nivelando-a, eles retornavam ao Mestre e diziam que tudo estava “justo e perfeito”, se fosse o caso. Da mesma maneira, antes do encerramento dos trabalhos do dia, ambos executavam a mesma tarefa inicial e retornavam dizendo que tudo estava “justo e perfeito”, se fosse também o caso e fechavam o canteiro de obras.

 

• Hoje, simbolicamente, os Vigilantes deixam os seus altares, empunhando seus Malhetes - na posição de Rigor - isto é; segurando com a mão direita e encostando-o no ombro esquerdo formando assim uma esquadria com o braço, e, com o Malhete formando uma outra esquadria.

 

• Nessa posição, ambos, percorrem suas Colunas verificando se todos os presentes na Coluna do Sul e do Norte são Maçons prestando atenção na posição de cada Obreiro. Podendo, assim, corrigir a posição de um pé, de um braço ou de um sinal incorreto.

 

• Depois retornam a seus altares e dizem ao Venerável Mestre que “Tudo está Justo e Perfeito” em suas Colunas.

 

Com o estudo da Maçonaria Operativa, o Maçom Moderno, irá entender melhor essa grande engrenagem que move a Ordem Maçônica. Tomará consciência de que recebeu uma herança de grande valia e passará a dar maior importância ao trabalho do Maçom Operário. Ademais, naquela época, o Maçom já tinha o seu valor reconhecido pelo patrão ou pelo mestre da obra. Vejamos o exemplo, nas Guildas:

 

As guildas eram associações municipais com finalidade de auxílio mútuo surgidas na Idade Média, formadas por operários, negociantes, artistas, artesões, marceneiros, tecelões, sapateiros, vidraceiros, ferreiros, padeiros, maçons (construtores), dentre outros.

 

O Maçom era um dos profissionais mais bem pagos na Idade Média, chegando a ganhar até três vezes mais que outros.  Apesar de bem remunerado, ele era analfabeto e detinha pouco conhecimento sobre o mundo que o cercava. Por isso, a catequese empreendida pela Igreja era baseada em símbolos e os vitrais das grandes catedrais o comprovam.

 

O estudo da Maçonaria Operativa lança luz às origens da Ordem Maçônica, ou seja, de que, em realidade, a Maçonaria Moderna procede dos antigos construtores de igrejas e catedrais, corporações formadas sob a influência da Igreja na Idade Média. Essa assertiva, não invalida, contudo, a tese de que outras agremiações também contribuíram na composição de sua estrutura filosófica e simbólica.

 

O entendimento de que a origem da Maçonaria “se perde na noite do tempo” é destituída de senso e não encontra respaldo em estudos históricos de comprovação científica.

 

A seguir o exemplo dos Maçons Operativos, que construíram as grandes catedrais, os Maçons atuais devem seguir construindo Grandes Catedrais Internas para o seu próprio benefício e Glória ao Grande Arquiteto do Universo. Enquanto o Maçom Operativo construía os grandes templos na dimensão espaço, o Maçom atual deve construir na dimensão tempo, por meio da simbologia e dos conceitos herdados, o Grande Templo Ideal que é o homem integrado e em harmonia com a sociedade.

 

pelo Poderoso Irmão Lucas Francisco GALDEANO

Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente do Distrito Federal (2007-2015)
Presidente do Conselho Maçônico Distrital (2007-2015)
Venerável Mestre da Loja “Universitária-Verdade e Evolução” nº.3492 do Rito Moderno (2003-2007)
ex-Venerável da Loja Miguel Archanjo Tolosa nº.2131 do R.E.A.A. (1991-1993)
ex-Grande Secretário Geral de Educação e Cultura do Grande Oriente do Brasil (1993-2001)
Presidente do Conselho Editorial do Jornal Egrégora - Órgão Oficial de Divulgação do Grande Oriente do Distrito Federal.

 

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