SIMBOLISMO DO TEMPLO MAÇÔNICO



Antes de estudarmos sobre o Simbolismo do Templo Maçônico, temos que incialmente fazermos uma distinção entre o que são Loja e o que é Templo, propriamente dito.

  Uma explicação singela seria de que a Loja seria a parte física onde se situaria o Templo. Ou seja, uma seria a parte externa e outra a parte interna.

A Loja seria então, a organização conjunta dos irmãos, onde se reuniriam em um recinto mais restrito, mais sagrado, o Templo.

Existe uma palavra de origem grega – arquétipo – onde arkhe (princípio) e typos (tipo), significa um primeiro modelo de alguma coisa, de algo, um protótipo. 

O termo archetypos  é usado pelos chamados filósofos neoplatônicos, e principalmente segundo a concepção de Platão, indica as ideias como modelos originários de todas as coisas existentes.

Então, sintetizando, Templo Maçônico é um arquétipo, onde habita ou reside o Grande Arquiteto, Ele simboliza o Universo e todas as maravilhas e perfeições da criação, sendo que o homem representaria o Microcosmo, e o Universo, o Macrocosmo. Tem um provérbio sufi que afirma que “o homem é um pequeno universo e o universo é um grande homem”

Como todos os irmãos reconhecem, o Templo maçônico é a representação simbólica do Templo de Salomão, devendo ter medidas exatas ou canônicas, pois sobre ele está formulado todo o simbolismo maçônico.

Não nos devemos esquecer que o simbolismo é a vida e a alma da Maçonaria, sendo aquilo que nos nutre e une.

 O nosso Templo reproduz simbolicamente o Templo de Salomão em Jerusalém, sendo que ele serve de modelo para os Templos Maçônicos, principalmente do REAA.

Adotando o Templo de Salomão como modelo de nossos templos, ele então tenta reproduzir o estilo arquitetônico daquele.

Como o Templo de Salomão, os nossos templos, também se dividem em três partes:
§       Vestíbulo (atrium), que liga o Templo à Sala dos Passos Perdidos,    Hekal ou Ocidente (lugar santo) e   Debir ou Oriente (o Santo dos Santos).

O Templo do rei Salomão tinha: 60 (sessenta) côvados de cumprimento e 20 (vinte) côvados de largura, conforme descrito em no Livro de Reis 6-2. A medida côvado foi uma das medidas usadas na época, sendo que um côvado tinha medidas variadas, mas sua equivalência seria que ela teria entre 0,45cm a 0,65cm, o que na prática equivale à distância do cotovelo até a ponta do dedo.

As dimensões do Templo Maçônico também não são fixas, tendo internamente, a forma de um quadrilongo devendo este ser dividido em três quadrados iguais, e que sua largura, seja no mínimo um terço de seu cumprimento.

Assim, se um Templo, tiver 60 metros de cumprimento, sua largura deverá ser de 20 metros e sua subdivisão será de 40 metros no Ocidente e 20 metros no Oriente.

O seu eixo maior está na direção leste/oeste como longitude e norte/sul como latitude; as suas dimensões abrangem do centro da Terra ao infinito. Essa orientação, que é Astronômica, tem como base a orientação do Tabernáculo e do Templo de Salomão.
Outros autores afirmam que a proporção de nossos Templos, devem ter a Proporção Áurea, que é aproximadamente 1x1,618, e que foi utilizada na construção do Parthenon (templo dedicado a Pallas Athenas) e erigido em Atenas, Grécia.

Proporção áurea ou razão áurea consiste numa constante real algébrica irracional. É representada pela divisão de uma reta em dois segmentos (a e b), sendo que quando a soma desses segmentos é dividida pela parte mais longa, o resultado obtido é de aproximadamente 1.61803398875. Este valor é chamado de "número de Ouro".


           
      
           Retângulo de Ouro - Golden rectangle - YouTube


No Oriente, o Sol figura como símbolo logo atrás do trono do Venerável e na abóbada sobre o trono do Venerável., pois de acordo com nossas tradições o Oriente, é o ponto do qual vem a Luz, simboliza o Mundo Espiritual , já no Ocidente, sendo o local para o qual a Luz se dirige e onde o Sol se põe, simboliza o Mundo Material.
Tendo essa forma retangular o Templo é como um caminho que nos leva do Ocidente para o Oriente, significando uma caminhada das trevas para a Luz.
Desta maneira, o Templo Maçônico é um espaço esotérico, onde existe e se realizada a união de maçons, para se lapidar nossa pedra bruta, onde devemos receber a Luz do aperfeiçoamento espiritual, nossa e da humanidade
E para encerrarmos podemos considerar a importância de se realizar o RITUAL MAÇÔNICO, em nosso Templo, havendo a criação de uma Egrégora, que já se inicia pelo fato dos irmãos já terem a intenção de se reunir, tomando ela força e vigor quando do início de nossos trabalhos.

DERMIVALDO COLLIENTT
M.M. ARLS RUI BARBOSA 46 – GLMG – OR. DE SÃO LOURENÇO/MG 
Referências bibliográficas:

RIZZARDO DA CAMINO, Introdução à Maçonaria, v.3, 2ª Ed., Aurora, Rio de Janeiro, RJ.
EDUARDO CARVALHO MONTEIRO, Templo Maçônico: Morada do Sagrado. A Trolha, Londrina, Paraná, 1996.



QUAL É A FUNÇÃO DA MAÇONARIA NA SOCIEDADE?


Dia destes um amigo me perguntou: Qual é a função da Maçonaria na sociedade?

Inicialmente não é muito fácil explicar para alguém que não pertence à Ordem Maçônica, qual a razão de um grupo de homens, alguns com grande cultura, como Goethe, Voltaire, Rui Barbosa, Quintino Bocaiúva (para não estender em demasia a lista), iniciaram na Ordem e não mais saíram, aliás, poucas pessoas, após iniciarem, deixam de frequentar nossos templos e, não querendo ser ufano, não existe, para nós, ex-maçom (conta-se nos dedos os casos de maçons que por qualquer motivo abandonaram os templos e saíram dizendo impropérios sobre nossos rituais e nossos costumes).

Para tentar responder ao questionamento do meu amigo, preciso voltar ao passado e viajar de braços dados com a história, não somente a que está registrada pela escrita, mas também, pelo que foi transmitido pela oralidade e que chegou até nossos tempos pelo posterior registro literal nos livros.

Antes de nada preciso dizer que é impossível, para qualquer pessoa que frequenta os templos das lojas maçônicas, por mais tempo que seja conhecer todos os nossos “segredos”, ou seja, toda a história da maçonaria, toda a sua filosofia, pois esta remonta se quisermos estender nossos olhos para 3.000 anos atrás, para o tempo do Rei Salomão (Bíblia Sagrada – Capítulo III, Crônicas II) que pediu ao Rei de Tiro que lhe enviasse um homem que soubesse trabalhar com o ouro, madeira, prata, ferro, latão e a pedra, para ajudá-lo a erigir um Templo em Jerusalém e este lhe enviou o artista de nome Hiram Abiff que sabia os segredos para manusear todos estes artefatos.

Como supervisor de obra de tamanha envergadura (enormes pedras, unidas entre si com argamassa de terra, com profundas fundações, que resistiriam à força dos tempos), Hiram, na sua sabedoria, decidia quando um determinado homem poderia ter acesso a determinado “mistério” da construção e por isto ele os dividiu em três categorias: “aprendizes”, “companheiros artesões” e “grandes mestres”, de modo que os primeiros não sabiam os “segredos profissionais” do mais graduado, obrigando-os, com isto, a se interessarem pelo aprendizado; em outras palavras, cabia aos “aprendizes” desbastar a pedra bruta e torná-la polida o suficiente para serem colocadas, umas sobre as outras, na construção, tarefa que cabia aos “companheiros artesões”, supervisionados pelos “grandes mestres”.

Deve ser esta uma das razões para que um individuo que foi iniciado na Ordem, dificilmente a abandona, pois o simbolismo dos nossos rituais, por conterem ensinamentos colhidos em eras tão remotas da nossa civilização, sempre despertará curiosidade para se descobrir “novos segredos”.

Para facilitar o diálogo com meu amigo, gostaria de me reportar a acontecimentos mais recentes, quando, realmente, a nossa história está registrada em documentos acessíveis ao público, ou seja, nos primeiros decênios do século XVIII, quando apareceu em Londres uma sociedade, presumivelmente já existente antes, da qual ninguém sabe dizer de onde vinha, o que era e o que procurava.

Esta sociedade se expandiu e se difundiu pela França, Alemanha e por todos os Estados da Europa Cristã, chegando até a América; homens de todas as classes sociais, regentes, príncipes, nobres, eruditos, comerciantes, fizeram-se iniciar e nominavam-se, mutuamente, de irmãos.

Esta sociedade chamava-se, sem que saibamos a razão, de Associação de Pedreiros Livres e chamou a atenção dos governos, foi perseguida na maior parte dos Estados onde foi difundida, foi excomungada por dois pontífices, sofreu acusações caluniosas, no entanto ela resistiu a todas estas tempestades e passou das capitais para as cidades do interior.

Assim ela chegou até nossos dias e nossos membros aos se reunirem nos templos, se perguntam, uns aos outros, de onde viemos? O que somos e o que procuramos? Nenhum dos presentes é capaz de responder a estas intrigantes perguntas. Então o que eles fazem? Retornam às suas casas, deixam de lado os compromissos que assumiram “por engano” com a Ordem e abandonam os templos?

Nada disto, a Ordem perdura e se expande, do mesmo modo que antes, portanto cabem as perguntas – Qual seria então a função da maçonaria? Por que tantos homens se unem a esta confraria?

Analisando os perfis destes homens que a frequentam, podemos, se quisermos ser cruéis conosco mesmos, dizer que se tratam de fanáticos, hipócritas e ou ambiciosos; é possível que homens fanáticos possam se unir a hipócritas é possível que o ambicioso atraia o fanático no afã de descobrir mistérios que ele esconde e pode ser, também, que este homem ambicioso atraia o homem de classe social superior a sua, para colocá-lo à sua mercê.

Não! Isto não acontece, pois em todas as épocas, encontraram-se sob o mesmo teto dos templos da Ordem, homens de cultura, os mais respeitáveis na sociedade pelo talento, saber e caráter e penso que há vários entre os maçons que meu amigo conhece – pelo menos um – que ele poderia ter plena confiança para discutir aspectos particulares da sua vida.

Sei que poderia ser refutado nesta afirmativa, ao ouvir do meu amigo a afirmação de que fora da Ordem ele também encontraria pessoas deste jaez e que este homem virtuoso poderia ter entrado na Ordem, que ele não conhecia em essência, por um mero capricho de juventude e depois de descobrir que ela nada valia, não pode voltar atrás porque não quer ser tido como presa fácil da ilusão.

Na verdade não é isto o que acontece, pois os homens sábios e virtuosos (alguns dos quais citei acima) persistiram na Ordem e dela se ocuparam seriamente, dedicaram-se a estudá-la e a transmitir o que aprenderam para outros “fratelis” membros e, também, para os que desejarem ouvi-lo fora dos nossos templos.

Para finalizar gostaria de dizer ao meu amigo, o que “ouvi” lendo (um pequeno trecho) o que escreveu (Filosofia da Maçonaria, 1802-1803, Berlim) o maçom e filósofo Alemão Johan Gottlieb Fichte (1762-1814), iniciado na Ordem em 1793 em Zurique, provavelmente influenciado por Goethe, de quem era amigo:

“Aquilo que o homem sábio e virtuoso quer, vem a ser a finalidade última da humanidade. O único fim da existência humana sobre a terra não é nem o Céu nem o Inferno, mas apenas a humanidade, da qual fazemos parte e que desejamos elevar ao máximo da perfeição possível”.

Concluo dizendo: – A maçonaria se insere neste contexto, pois ela procura, incessantemente, cavar masmorras ao vício e construir catedrais à virtude.

Hélio Moreira, membro da Academia Goiana de Letras, Academia Goiana de Medicina, Instituto Histórico e Geográfico de Goiás


PARA OS QUE VIVEM PEDINDO PARA SER MAÇOM!



1- A Maçonaria não tem nenhuma associação com o 'Diabo', não possui rituais de sangue e não obriga seus membros a nenhum 'Pacto' maligno. Portanto, se você deseja um pacto com o 'satânico', desista!

2- Embora as Lojas Maçônicas tenha sido o berço do poder político-social no Império e nos primórdios da nossa república, bem como desempenhado relevante papel nos acontecimentos mundiais; ela não é a 'cabeça oculta' do planeta, e não tem voz absoluta e definitiva na política mundial. Portanto, se deseja entrar pela janela nos corredores do poder, desista!

3- A Maçonaria é uma Ordem de Conhecimento Simbólico, isto significa que o Maçom deve de fato compreender aquilo que perpetua: deve ser capaz de penetrar no sentido interno, na mensagem velada contida nos Rituais. Portanto, se você deseja os 'Conhecimentos Gnósticos' claros e prontos, desista!

4- A Maçonaria é uma organização Discreta, e não Secreta. As Lojas possuem CNPJ, endereço e telefone; Portanto, se você deseja sentir-se especial por participar de um 'clube secreto', desista!

5- É verdade! Os Irmãos Maçons, na maioria dos casos, gozam de abundante Prosperidade; mas isso se deve a três fatores:
- Apenas indivíduos livres, de bons costumes e financeiramente estabelecidos são convidados.
- Geralmente eles desenvolvem uma especial capacidade de comunicação e associação, o que lhes abre muitas portas.
- Consciente ou inconscientemente colocam em movimento certos Princípios Cósmicos que regem a Lei da Prosperidade. Portanto, se você acha que ao ingressar vai sair do buraco, da inércia e da falência, desista!

6- A Maçonaria é uma Fraternidade Iniciática dedicada a elevação do gênero humano, a filantropia e a perpetuação dos Mistérios antigos em seus Ritos. Se você imagina que adentrar seus Portais é uma forma de aliviar o trabalho de auto-descoberta e auto-domínio; permita-me um conselho: DESISTA!


OS MAÇONS PARARAM NO MEIO DO CAMINHO



A Maçonaria moderna foi inventada pelos grandes pensadores dos séculos XVII e XVIII para reunir todos os homens de qualidade, “isto é, homens que são verdadeiros e bons, ou homens de honra e honestidade, não importam por que nome ou convicção eles podem ser extintos".

Eles deveriam se tornar o "centro da união" independente de suas diferenças, nem as negando nem as apagando. (O fato de as mulheres terem sido excluídas é unicamente devido ao contexto social da época; as mulheres foram posteriormente autorizadas a participar).

A Constituição de Anderson - e Désagueliers também - não afirmam claramente o objetivo dessa “união”, mas, logicamente, deve se esforçar para a coexistência pacífica de toda a humanidade.

Para tornar possível reunir esses “homens que são verdadeiros e bons” que, de outra forma, certamente teriam “mantido distância um do outro”, os fundadores da primeira obediência maçônica moderna afastaram as religiões e igrejas de suas oficinas. Cerca de dez anos depois, a religião foi reintroduzida como parte dos valores trazidos pelos maçons escoceses tradicionais que viviam em Londres, que eram católicos devotos.

Foi sob essa influência que a ideia de uma "união" entre "homens de honra e honestidade" se transformou em uma "irmandade universal"?

Talvez porque os cristãos se considerem "irmãos". Felizmente, a influência da Igreja Católica não impediu o ideal de tolerância da Maçonaria.

Os cristãos são "irmãos" porque acreditam que compartilham o mesmo "pai". Eles pertencem à mesma "família" e somente aqueles que adotam essa visão de mundo podem fazer parte dela.

Os maçons escolheram serem irmãos livremente, além de qualquer vínculo preestabelecido.

Os cristãos geralmente acreditam que fraternidade é sinônimo de amor. Pode ser esse é o ideal, mas, acima de tudo, fraternidade significa interdependência visceral. 

Todo mundo que tem irmãos e / ou irmãs sabe o quanto eles estão ligados, apesar de uma variedade infinita de personalidades, comportamentos e interesses que podem ser completamente opostos.

É possível que as descobertas científicas compostas desde os dias do Renascimento permitissem aos membros da Royal Academy of Sciences de Londres ter consciência da interdependência dos seres humanos e de todas as outras formas de vida. Nesse caso, o centro da união pode ser considerado como o de todo o mundo vivo. Essa crença está alinhada com as idéias atuais de ecologia humanística.

A formidável "mecânica" da Maçonaria moderna conseguiu criar um sentimento de fraternidade, simpatia e amor entre os membros das lojas, mesmo sendo muito diferentes entre si. Esse sentimento pode se estender a todos em sua obediência, às vezes se espalhando para incluir várias obediências. Mas nunca abrangem todos eles, apesar das repetidas e onipresentes proclamações de pertencer à irmandade universal.

A construção do centro de união ainda não foi concluída. Sem terminar este trabalho, a Maçonaria não está em posição de construir o “templo de um mundo fraterno”, que é sua razão de ser final. Isso explica, pelo menos em parte, por que a Maçonaria perdeu mais da metade de seus membros no século 20 (especialmente nos Estados Unidos, mas não apenas lá)?

Os maçons pararam no meio de um rio, tomados pela indecisão.

Nota: O entusiasmo pelas "redes sociais" Face book, Twitter, Whats App etc. mostra que as novas gerações - maçons ou não – ampliam seus horizontes em direção ao universalismo.

Fonte: http://www.call-of-bratislava.com

O TRATAMENTO POR “IRMÃO”



A origem do cordial tratamento por “Irmão” é atribuída, pela maioria dos autores, a Euclides (“pai da Geometria”), sendo este tratamento adotado e nunca mais esquecido pelos maçons.

Euclides tornou-se mestre das sete ciências (Retórica, Gramática, Lógica, Aritmética, Música, Geometria e Astronomia), e a partir das suas aulas, estabeleceu regras de conduta para os seus discípulos: em primeiro lugar, cada um deveria ser fiel ao Rei e ao país de nascimento; em segundo, cumpria-lhes amarem-se uns aos outros, serem leais e dedicados mutuamente. Além disso, para que os seus alunos não descuidassem estes últimos deveres, ele sugeriu aos mesmos que se dessem, reciprocamente, o tratamento de “irmãos” ou “companheiros”.

Assim, podemos dizer que, este grande personagem (nascido no século III a.C.) foi quem deu origem ao mencionado tratamento fraterno, que os maçons, por tradição, até hoje, mantém e preservam essa boa prática, que inclusive se encontra ratificada nos dispositivos legais da nossa Ordem.

Aprovando inteiramente este costume saudável, oriundo das escolas de Euclides, a Maçonaria resolveu sugeri-lo aos seus iniciados, que o receberam com todo agrado e sem nenhuma restrição, passando a ser uma norma obrigatória nos diversos Corpos dessa Sublime Instituição, para não mais ser apagado da lembrança dos seus obreiros.

Este tratamento, de fato, traduz uma maneira de proceder muito afetiva e agradável a todos os corações dos que trabalham nos seus Augustos Templos. Assim, passaram os iniciados, na nossa Sublime Ordem, ao uso desse tratamento em todas as horas, quer no mundo maçônico, quer no profano.

É importante destacar que, “Irmão “era o tratamento que se davam entre si os Maçons operativos, mantendo-se até os dias de hoje esse costume, seja o Maçom de qualquer grau. Este título, acrescentado a vários qualificativos, incorporou-se a muitos graus e cargos maçônicos, além de vincular-se a outras instituições mais ou menos ligadas à nossa Ordem.

Vale lembrar que, na antiguidade, só eram considerados parentes os que tivessem os mesmos deuses e praticassem o mesmo culto. Observamos ainda que, Irmão é o título que, em geral, se atribuem, mutuamente, os religiosos de uma mesma Ordem e os membros de um mesmo convento, ou de uma mesma associação religiosa. Era também como se tratavam os soberanos da cristandade quando se correspondiam entre si. Portanto, em geral, Irmão é um tratamento comum na Maçonaria e nas várias religiões.

Este tratamento existe em todas as sociedades iniciáticas e nas confrarias, nas quais o seu significado representa a condição adquirida como participante de um mesmo ideal, baseado na amizade.

O vocábulo “Irmão” é um substantivo masculino (do latim: germanus), que segundo os principais Dicionários, pode designar, dentre outros significados, o homem que, em relação à outra pessoa, tem os mesmos pais, ou somente o mesmo pai ou a mesma mãe. Fisiologicamente, os irmãos provindos dos mesmos pais são denominados de “germanos”, que, em latim, significa “do mesmo germe”.

Embora não haja, na Maçonaria, esse aspecto fisiológico, existe a fraternidade (frater, em latim, irmão), que harmoniza os seres na parte espiritual. Diz-se que, os maçons são irmãos porque provêm da mesma Iniciação, na qual morrem simbolicamente, enterrando a vida mundana para renascer do germe filosófico que transforma integralmente a criatura humana, refletindo no seu comportamento posterior.

Ainda de acordo com os Dicionários, o termo “Irmão” pode significar amigo inseparável. Este sentido, na Maçonaria representa que, (além da amizade fraternal que nos deve unir) nós, maçons consideramo-nos irmãos por sermos, simbolicamente, filhos da mesma mãe, a Mãe-Terra, simbolizada pela deusa egípcia Ísis (a Lua ou a Natureza), viúva de Osíris (o Sol ou a Luz). Por isso, os maçons são também, simbolicamente, considerados irmãos de Hórus (filho de Ísis e Osíris).

É sabido que, os irmãos possuem, através da sua origem sanguínea, características comuns e afeto sólido, dentro e fora do âmbito familiar. Por isso, acreditamos não existir tratamento mais afetuoso do que “Irmão”.

Vale destacar que, já no Poema Regius do ano 1390, um dos mais antigos documentos maçônico conhecido, recomendava-se o tratamento de “caro irmão” entre os maçons.

Grande parte da história da Maçonaria pode ser encontrada nas Constituições Manuscritas ou Manuscritos Regius, os quais tradicionam e nos deixam como legado que: “Sendo os maçons do mesmo ofício não podem ser tratados por súbditos ou servos, mas, sim como ‘meu caro irmão’. Todavia, os mais avançados no ofício, deveriam receber o tratamento de mestre”, independentemente de posição social.

Lembramos que, o grande sábio Euclides exigia que os seus discípulos devessem ser leais ao rei e ao senhor que serviam. Deviam amar-se entre si e serem leais uns com os outros. Deviam tratar-se por Companheiro ou Irmão. Deviam designar o mais sábio como o Mestre da Obra, e nem afeição, ou linhagem, ou riqueza deveria influir na escolha do Mestre, pois o senhor poderia ser mal servido e eles seriam desonrados. E deviam chamar de “Mestre”, o dirigente dos trabalhos. E, atribuiu-lhes mais deveres. E sobre tais deveres, os fez prestar o grande juramento usado naquele tempo.

Além disso, estabeleceu que, eles se reunissem em assembleia para encontrar um meio de melhor trabalhar em proveito do senhor e em sua própria honra, corrigindo-se, caso necessário. De acordo com essas premissas, foi fundado o Ofício, ao qual esse grande sábio denominou de Geometria; e que, agora, nós a chamamos de Maçonaria.

Ressaltamos que, a essência da fraternidade é o “amor”. Por essa razão é que devemos dedicar muito amor uns aos outros; é essa prática que “une o espírito” para que haja, na Maçonaria, “um só homem” num só espírito.

Finalmente, concluímos observando que, não podemos esquecer-nos de que, não cabe a nós escolhermos os nossos Irmãos de sangue, todavia, é nosso dever escolhermos bem os nossos Irmãos de Maçonaria. Lembremo-nos disto!

Aildo Virginio Carolino
Grão Mestre do GOB-RJ


ALFABETO MAÇÔNICO E PRANCHA DA LOJA



O Alfabeto Maçônico é um instrumento utilizado para criptografar as mensagens enviadas entre IIr, criado por HEINRICH CORNEILLE AGRIPPA VON NETTESHEIM, com o fim de deixar as informações sigilosas Entr CCol. Inspirado nos quadrados mágicos e no Alfabeto Templário, este alfabeto também utilizava como norte a criptografia chamada ATBASH, muito utilizada pelos Hebraicos.

Teve seu inicio ao ser utilizado em 1745, por Louis Travenol, mas sua origem vem da obra de AGRIPPA “A Filosofia Oculta ou a Magia de Henri Corneille Agrippa”, onde o mesmo utilizando das heranças supra, organizou o atual sistema.

A Cifra maçônica ou cifra PIGPEN é uma cifra utilizada pela maçonaria que consiste na simples substituição de símbolos por letras, de acordo com um determinado esquema.

Este instrumento, se traduz em um quadrado sem margens, composto por duas linhas Vert Paral e simétricas, e duas linhas Horiz Paral e simétricas, formando nove cubos; desenho semelhante ao conhecido “jogo da velha”.

Neste quadrilátero há o alfabeto comum, que separado acomoda duas letras por cubo, da letra A até a letra R, sendo utilizado o ponto para identificar a segunda letra de cada cubo. Há de salientar que somente após algum tempo, ante a necessidade, fora estabelecida a Cruz de St. Andrew, que finalizou a inserção do alfabeto comum no sistema citado, estabelecendo duas retas diagonais perpendiculares, formando um X, criando quatro triângulos onde se encaixam as letras, também em dupla, de S até a letra Z.

A escrita é feita de forma silábica, onde o utilizador organiza os cubos e nichos, com ou sem ponto para montar as PP que deseja.

A Estrutura acima descrita pode ser visualizada na Prancheta da Loja, que é uma das três joias fixas da loja, e pode ser visualizada no Pain do Grau de Apr, também conhecida como prancha de traçar, ela esta ligada ao grau de M, assim como a pedra cubica ao C e a pedra bruta ao Apr, lembrando ao Maç que ele sempre deve traduzir seus pensamentos de forma maçônica.

No REAA a prancheta contém a chave para o alfabeto maçônico, à medida que em outros ritos pode conter os planos e ensinamento a serem transmitidos aos AApre CC.

Além de conter a chave para o alfabeto, a prancheta é o símbolo que marca a função dos MM de guiar os AApr e CC na caminhada maçônica, traçando os trajetos necessários para a evolução.

O sistema de Alfabetos possui variações, quais sejam:
A cifra da Ordem Franco Maçônica ou Maçons Livres é composta por dois quadriláteros, totalizando dezoito cubos, e duas formas em X, totalizando oito nichos. Em cada cubo e nicho é inserida uma letra, sendo do À ao I, cubos vazios (sem pontos), do J ao R cubos pontuados, S ao V nichos vazios (sem pontos), e W ao Z nichos pontuados. Neste sistema os pontos sempre se encontram próximos ao cubo central, no que tange ao quadrilátero, e próximos ao ponto perpendicular na forma em X.

Aqui insta salientar que nas formas em X as letras não são organizadas utilizando do sentido horário, e sim de pontos cardeais no seguinte sentido: “Norte, Ocidente, Oriente, Sul”.

Há ainda o Alfabeto Inglês Moderno, que possui mesma forma a cifra Fraco Maçônica, entretanto sendo composta por apenas um quadrilátero e um forma e X, sendo diferente apenas na ordem de disposição das letras que preenchem a Forma em X, duas por nicho e em sentido horário, iniciado no Norte e terminando no Ocidente. A pontuação é sempre central.

Há ainda de observar o Alfabeto Alemão Moderno que utiliza sistema idêntico ao Alfabeto Inglês, entretanto por não possuir as letras J, K, V e W, possui em sua Forma em X apenas uma letra por nicho.

Existem ainda os Alfabetos Inglês Medieval que organiza as letras em pequenos triângulos dentro do quadrilátero, e o Alfabeto Alemão Medieval que organizas as letras em sequência de linear, entretanto de 9 em 9, repetindo o primeiro cubo após a nona letra, criando combinações como “ALU”, “BMV” e assim por diante.

Cabe salientar que nestes Alfabetos não existem as letras “J,K,V,W”.

No REAA se utiliza como regra o Alfabeto Maçônico Inglês, entretanto o mesmo perdeu parte de sua utilizando devido à evolução da sociedade, sendo mais utilizado na transmissão da Pal Sem, qual inserida em ritual próprio se mantém Entr CCol.

Por fim cabe observação, onde suspeita este Apr Maç existir influencia do Alfabeto Maçônico, ou pelo menos da chave de codificação no mundo profano, vez que considerando os anos de aparecimento, muito se aproximam em sua estrutura.

Ao olhar com atenção ao sistema utilizado nas teclas já nos primeiro Telefones Celulares é possível identificar um quadrilátero, separado por cubos, contendo letras e números, na mesma forma e ordem da chave do Alfabeto Maçônico.

A diferença aparece quando o sistema de celular expande a utilização para a utilização de pontuação, asterisco e o famoso “jogo da velha”, acrescendo uma terceira linha horizontal.

Isto, acrescido da conhecida historia da atuação dos MMaç no mundo gera a suspeita desta grande influencia da Ordem Maçônica no mundo profano.

A VIRTUDE SERVE OS DETERMINADOS

Cifra a dos franco maçons
Or de Ilha Comprida, 27 de Fevereiro de 2020 - EV
Trabalho do Ir Guilherme Aires Rocha de Souza – Apr Maç da
ARLS Retidão e Prudência, nº 2143.

Solicitado pelo Ir Douglas Antônio Baptista – 2º Vig
Bibliografia: https://pt.scribd.com/presentation/389322106/o-Alfabeto-Maçônico-Através-do-Tempo



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