QUEM É O FILHO DA VIÚVA?


 

Talvez seja mais conhecido como uma organização de motoqueiros, mas, a origem do termo Filho da Viúva, é realmente muito antiga e profunda no conhecimento maçônico.

Qual o significado deste termo? Por que cada Maçom é considerado o filho de uma viúva? Como em muitos outros aspectos da Maçonaria, o mistério do Filho da Viúva faz parte de uma tapeçaria viva de várias camadas do mito que é investigada, descoberta, transmitida e reconstruída ao longo do tempo por cada Maçom individualmente e todos os Maçons coletivamente.

Linhagem da Bíblia?

Como até mesmo os não-maçons devem saber, a Maçonaria toma como a sua principal estrutura mitológica vários aspectos da história bíblica, particularmente do rei Salomão e, é claro, a figura  central do arquiteto que ele escolheu para construir o Templo de Deus durante o seu reinado, Hiram Abiff.

Uma linha de pesquisa sobre o termo Filhos da Viúva especula que o título se refere a uma linhagem genealógica literal, uma videira cujos frutos incluem Jesus, Salomão, Davi, até Enoque e Adão, o primeiro ser humano bíblico. Como pode imaginar, os teóricos da linhagem do Graal Maçônico estão em pleno andamento com esta interpretação.

A razão pela qual esta linhagem é conhecida como Filho da Viúva é porque um dos seus primeiros ancestrais maternos é o caráter bíblico de Rute.

Ela era moabita, uma cidade  descendente  do episódio incestuoso com Ló e suas filhas depois que Sodoma e Gomorra foram destruídas. No entanto, Moabe também era sobrinho de Abraão. Portanto, Rute era membro deste ramo um tanto “poluído”, mas ainda real da família israelita, e era particularmente justo por causa da sua lealdade ao marido (de Judá), mesmo após a sua morte. Por isso, ela foi finalmente abençoada por se tornar a esposa de outro judeu, Boaz, e, por fim, três vezes maior… (30 gerações anteriores),  avó de Jesus.

Ser filho de uma viúva, no sentido de ser um Maçom, tem alguma conexão com a genealogia bíblica?

Como não há uma análise genealógica ou genética específica quando alguém se torna um Maçom, isto é duvidoso, embora não possamos dizer que não há como isso seja relevante. Não podemos sequer começar qualquer tipo de pesquisa exaustiva sobre este tópico no período deste breve artigo, mas os links acima e algumas pesquisas relacionadas no Google certamente podem levá-lo a uma toca mais profunda, se o seu coração desejar.

Por outro lado, provavelmente é mais provável que o significado seja mais simbólico, talvez tenha a ver com trazer os Filhos de Deus perdidos para o rebanho, ou num sentido interno, aspectos do eu que se desviaram novamente em alinhamento com A divindade interna.

Como em quase tudo, também pode ser interpretado de maneira junguiana. Neste sentido,  outra linha de raciocínio que diz que os Filhos da Viúva são na verdade filhos da matéria que são separados da paternidade espiritual de Deus Pai, sendo a Viúva, neste caso, o aspecto feminino de Deus, como manifesto no mundo material.

Isto faria dos “Filhos da Viúva” aqueles que perderam a sua ligação com a sua origem divina, Deus Pai, o que resulta num apego à Mãe Natureza, mas que procuram encontrar essa conexão divina paterna novamente. Curiosamente, uma interpretação etimológica de Hiram Abiff significa “o rei que estava perdido”. Certamente, isto também tem relevância para as  origens egípcias da história e para o mítico Rei-Deus falecido.

O arquétipo do herói órfão

Um arquétipo que deve ter notado sobre as várias histórias que capturaram a imaginação popular é o do herói órfão. Se nunca pensou nisto, reserve um momento para considerar quantos  heróis e vilões  fictícios são órfãos de um tipo ou de outro, uma lista que inclui notáveis ​​que variam de alguns dos super-heróis mais populares, como Superman, Batman ou Spiderman, a vários protagonistas de fantasia como Frodo Bolseiro ou o próprio Harry Potter.

O que o herói órfão que ressoa tão fortemente à mente coletiva? É um fato psicológico bem conhecido que crianças sem pais correm maior risco de sofrer de uma variedade de problemas de saúde mental e problemas gerais da vida.

Esta pode ser a razão pela qual muitos vilões também são órfãos. No entanto, como vemos nos nossos heróis órfãos fictícios até o  infinito esse risco pode representar  apenas metade do potencial de ir além a qualquer direção do que uma pessoa normal faria, simplesmente em virtude de enfrentar as duras verdades da início da vida

Talvez haja uma razão pela qual a Maçonaria seja conhecida por  cuidar de viúvas e órfãos  e por levar os filhos de viúvas literais sob as suas asas na Maçonaria tradicional masculina. Certamente, as viúvas e os seus filhos são alguns dos mais necessitados, mas talvez também sejam conhecidos por terem um potencial único, devido às consequências psicológicas da sua situação.

Não é preciso muita imaginação para ver como um evento como a perda precoce de um ou mais pais poderia aumentar a consideração das questões mais importantes da vida, uma noite escura da alma muito antes de a maioria das pessoas ter que enfrentar esses problemas, pelo menos.

Uma análise do arquétipo órfão revela que ele contém perigos e potencial. No entanto, como os órfãos reais são relativamente poucos e distantes entre si, em comparação com a grande maioria das situações familiares relativamente normais, por que o herói órfão desempenha um papel tão proeminente na mitologia popular?

Diamante na pedra bruta?

De fato, se olharmos atentamente para o arquétipo de herói órfão, os traços de personalidade que os personagens exibem são geralmente aqueles do tipo de pessoa atraída pela Maçonaria. Pense nos heróis órfãos comuns: Harry Potter, Peter Parker, o jovem Clark Kent, Bruce Wayne ou mesmo Cinderela. 

As suas terríveis situações na vida distinguem-nos do rebanho e tornam-nos mais atenciosos, sérios e têm uma qualidade adicional, que pode ser ficticiamente manifestada como inteligência ou algum tipo de mágica ou superpotência latente; no entanto, muitas vezes também não possuem certas habilidades essenciais, como confiança, tomada de decisão, disciplina e liderança, coisas que eles idealmente aprenderam com os pais. 

A jornada do herói à qual eles geralmente se submetem consiste em aprender esses aspectos enfrentando os seus medos e empreendendo a busca de enfrentar as trevas da vida.

Por que este “algo extra”?

No campo da personalidade, o que cada um faz é o que cada um se torna. Se uma grande crise no início o impedir de interagir facilmente com os seus colegas e forçá-lo a buscar um significado maior na vida, boa parte da energia que normalmente seria gasta em atividades sociais “normais” será gasta em outra coisa e o que

O que geralmente se manifesta a partir disto é o aumento de outros conjuntos de habilidades, principalmente não relacionados à atividade social, como criatividade, racionalidade, filosofia e compreensão. Em virtude de ser algo separado das  dinâmicas  dos  primatas das hierarquias sociais humanos normais, é mais provável que essas pessoas desenvolvam coisas como sabedoria e intelecto desde o início.

O Filho da Viúva é, em última análise, algo que todos achamos relacionado e significativo, independentemente de o destino ter imposto ou não uma noite escura da alma sobre nós.

Em um nível mais simbólico, de Horus a Luke Skywalker, todos podemos ver um pouco de nós mesmos nas muitas iterações do herói órfão, talvez devido à desconexão simbólica  do mundo mundano e ao sentimento de um propósito maior de descobrir. O desafio que todos enfrentamos é aprender as ferramentas internas necessárias para manifestar o potencial dentro de nós, e é exatamente para isso que a Maçonaria é projetada.

O resultado final, quando executado adequadamente, são líderes ou “reis” na sociedade que não são simplesmente comuns, pessoas bestas que jogam os jogos da hierarquia de dominação da sociedade humana simplesmente para satisfazer os seus próprios desejos básicos, mas líderes reflexivos e sábios, que de outro modo nunca viveu a ocasião, se não tivesse experimentado a aprendizagem, a cura e o fortalecimento necessários para desempenhar o papel.

Fonte

Diário Maçônico

 

MESTRE INSTALADO É GRAU?


 

A Maçonaria mundialmente reconhecida é composta apenas pelo franco maçônico básico, isto é: Aprendiz, Companheiro e Mestre. Graus acima dos citados são particularidades dos ritos. Existem também as conhecidas Ordens de Aperfeiçoamento da maçonaria inglesa, também conhecidas por “side degree”.

Nenhum grau acima do terceiro ou o avançamento nas Ordens de Aperfeiçoamento fazem qualquer rito, ou maçom, melhor do que o outro, já que a plenitude maçônica na Moderna Maçonaria se encerra com a Lenda do Terceiro Grau.

O Mestre Instalado não é Grau, porém um título distintivo daquele que legalmente eleito, ou conduzido por linha sucessória, ocupa a presidência de uma Loja, conhecido como Venerável Mestre, ou o Mestre da Loja conforme o costume cultural ou vertente maçônica (inglesa, ou francesa).

Instalação, do verbo transitivo direto e indireto “instalar”, significa dar posse de um cargo ou dignidade; investir. Assim, o ato de instalação significa “posse” e sugere que qualquer pessoa que toma posse de um cargo, estará nele instalada.

Nos meios maçônicos deveria também prevalecer essa definição, sobretudo no tocante ao Obreiro eleito para o veneralato de uma Loja que, quando é empossado no Cargo torna-se o Venerável Mestre Instalado, ou o Mestre Instalado, cujo formato original não era acompanhado de nenhuma cerimônia litúrgica particular, bastando para tal a simples transferência do Cargo pelo ocupante que cumprira o seu mandato.

A Moderna Maçonaria inglesa, entretanto, introduziu um cerimonial para a posse do Mestre da Loja (Venerável), cuja ritualística se desenvolve por um complexo enredo lendário. Nesse sentido, essa Cerimônia é própria dos Trabalhos Ingleses (na Inglaterra não se conhecem “ritos”) e em particular ao Trabalho de Emulação.

Já na Maçonaria de vertente francesa (latina), originalmente não existe essa prática, lembrando oportunamente que o Rito Escocês Antigo e Aceito é filho espiritual da França.

Infelizmente nos meios maçônicos latinos essa prática acabou ganhando guarida, talvez pelo Cerimonial investido de pompa e misticismo. Daí, Ritos dessa origem como o Escocês, o Francês ou Moderno e o Adonhiramita adotaram a prática adaptando algumas passagens para suprir às suas características ritualísticas.

É bem verdade que muitos Ritos de origem não britânica, porém com base no Trabalho de Emulação, preferiram não aderir a essa prática, mantendo a pureza de suas origens.

No tocante às Obediências brasileiras e particularmente o Rito Escocês Antigo e Aceito, severamente o mais praticado no Brasil, esse costume acompanhado do Ritual de Instalação viria ser introduzido através das Grandes Lojas brasileiras nascidas da cisão de 1.927 quando as suas lideranças buscaram base nos trabalhos perpetrados pelas Grandes Lojas norte-americanas onde se pratica o Rito de York (americano) que, de certa forma seguem o modelo Inglês dos Antigos que, por sua vez aderem o Cerimonial de Instalação. Dessa forma esse Cerimonial viria aportar na Maçonaria brasileira, consolidando-se como prática imediatamente após a cisão de 1.927.

A partir de 1968, o Grande Oriente do Brasil também adotaria esse costume introduzindo-o através de um Ritual específico, para todos os Ritos nele praticados, salvo o inerente aos Trabalhos de Emulação (conhecido equivocadamente como York) que já praticava na sua essência por ser nele um costume original.

Salvo melhor juízo, no Brasil, atualmente, esse costume está arraigado na Maçonaria Simbólica em geral, sendo uma prática de todos os ritos estabelecidos na constelação das Obediências nacionais.

Dadas essas considerações adquiriu-se o costume de se apor ao nome do Obreiro na qualidade de Venerável, ou ex-Venerável, das letras M.´.I.´. como rótulo do Mestre Instalado.

Essa maneira não tardou a ser qualificada de modo equivocado por alguns como se a qualidade distintiva de um Mestre Instalado fosse um Grau.

Obviamente que não é, pois como comentando, o simbolismo possui apenas e tão somente três Graus.

Nesse sentido, o Venerável é Instalado no Sólio como dirigente maior do Canteiro (Loja). Ao término do seu mandato ele é um ex-Venerável.

Assim todos aqueles que foram instalados, são conhecidos como Mestres Instalados que têm também o privilégio de ocupar um lugar distintivo no Oriente, PORÉM SEM O COSTUME ENGANADO DE TOMAR ASSENTO AO LADO DO VENERÁVEL DA LOJA. OS EX VENERÁVEIS SENTAM-SE NO ORIENTE, TODAVIA, NA FORMA CORRETA, ABAIXO DO SÓLIO.

Outro mistifório que se apresenta por alguma vez, é que existe um Conselho de Mestres Instalados que é formado para a Instalação de um novo Venerável. Esse Conselho, vez por outra é confundido com um conselho permanente, o que não é correto, pois o dito só é legalmente formado para a finalidade da Instalação e posteriormente desfeito.

Salvo se for lei na Obediência, Conselhos prementes que muitas vezes mais se intrometem na condução legal da Loja do que ajudam são geometricamente errados ao mesmo tempo em que reforçam a tese equivocada de que Mestre Instalado é um Grau.

Ainda no sentido de elucidar, porém não contestar, o termo “Past Master” é concordante com a Maçonaria inglesa, já que para os ritos de origem francesa ficaria mais de acordo o termo ex Venerável.

Finalizando quero aqui deixar os meus cumprimentos pela forma como vossa pessoa se apresentou “Mestre Maçom e Ex-Venerável”. No meu modesto entender o Obreiro que preside uma Loja é o Venerável, entretanto para sê-lo ele precisa ser Mestre Maçom. De posse do primeiro malhete ele continuará sendo um Mestre Maçom que possui o título distintivo de Venerável Mestre.

Deixando o veneralato, ele é um Ex-Venerável. Todavia ele permanecerá sendo um Mestre Maçom.

Daí é preferível: MM.

Por Pedro Juk.

 

 

O QUE APRENDI COMO APRENDIZ MAÇOM


 

Quando entre colunas, ouvi muito, falei pouco, observei bastante; li muito, tudo o que pude, e sempre tirei algum ensinamento para a minha vida maçônica ou profana. Mas afinal, o que eu aprendi? 

Aprendi que um homem de bem deve manter a posição nas fileiras do bem, sustentando a própria fé, abraçando o trabalho do bem e aos outros com alegria, evitando relacionamentos inconvenientes ou inúteis, procurando sempre o lado melhor da situação e as pessoas para qualquer referência, não sonegando, entretanto, auxílio e compreensão aos semelhantes; e se cair em erro, buscar a retificação, sem qualquer desculpismo. 

Conheci instrumentos de trabalho, como o Malhete, o bastão, as espadas, a régua, o maço e o cinzel, a bolsa de PProp.’. e IInf.’., a bolsa de Beneficência, livros, documentos e o próprio Pavilhão Nacional; alguns até comuns da vida profana, mas que, através do ensinamento maçônico, cada um com seu significado, transformam-se em verdadeiras ferramentas de vida, de fé, de coragem, de esperança e de trabalho. 

Aprendi que a caridade do maçom não tem limites, mas este deve sempre agir com os ditames da prudência. Compreendi que a maior caridade é a que fazemos para nós mesmos, cuidando de nossa mente e de nossa família, renovando constantemente nossos pensamentos, simplesmente dizendo a si mesmo que quer pensar corretamente e procurando eliminar as impurezas mentais, substituindo-as pelas potencialidades mais sublimes, nossas virtudes, pois todos nós a temos em nosso coração, basta que procuremos. 

Aprendi que o Maçom deve se alicerçar na virtude da Fidelidade, pois a Maçonaria busca instilar em seus membros as virtudes da tolerância, honestidade, caridade e lealdade. O laço invisível que liga todos os maçons é parte da experiência deles nas culturas, não somente o trabalho dentro da Loja, mas também no mundo. 

A qualquer parte aonde ele vá, qualquer posição dele na vida, o maçom sabe que quando ele encontra um irmão, ele estará encontrando alguém que oferecerá a amizade, suporte moral e qualquer ajuda prática que possa necessitar. A Maçonaria é uma sociedade baseada na verdade: a verdade que é enfatizada no fechamento de todos os encontros maçônicos, quando os presentes se unem para expressar a fidelidade mútua. 

Aprendi que ser Maçom é despertar o sentido de compreensão do indivíduo e estar preparado para assisti-lo nos momentos de dificuldades. No aprendizado inicial aprendemos que além dos SS.’. TT.’. e PP.’. o Maçom deve ser reconhecido pelos atos e posturas dentro da sociedade e no meio onde vive. 

Do ponto de vista maçônico, encontramos na terceira Instrução do Ritual de Aprendiz Maçom a assertiva de que a inteligência, quando dirigida por uma sã Moral, é suficiente para discernir o Bem do Mal. A Moral ensinada pela Maçonaria baseia-se no amor ao próximo, não só dentro das Lojas, mas também na vida profana, para exercitar aquilo que foi aprendido nos nossos templos; do contrário seremos apenas acadêmicos bem formados. 

A cada ensinamento, cada lição e conversa com os irmãos, aprendi palavras novas, sinais de comunicação não compreensíveis no mundo profano, que só o verdadeiro maçom pode decifrar, jurando sempre ao final de cada sessão, o mais profundo silêncio de tudo que vi e ouvi, sem nada revelar. Mais uma vez, estaria praticando a fidelidade. 

Com meu avental aprendi que esta é a mais honrosa insígnia do maçom, emblemático do trabalho e indicativo de que sempre temos que ser ativos e laboriosos na construção de um mundo melhor, cujo simbolismo é a pedra bruta, que é o objeto do trabalho inicial de qualquer construção. 

Cada pedra é única e liberta-se da sua forma tosca através de um árduo trabalho de aperfeiçoamento, polindo as suas faces, alisando as suas arestas, para que possa ser uma das peças do edifício, que é o nosso próprio aperfeiçoamento moral que sendo construído. 

Ir.’. José Marcos Paula Theodoro

 

FUTURO DA MAÇONARIA: EVOLUÇÃO OU EXTINÇÃO


 

Uma das questões centrais que qualquer maçom se coloca é a de saber se a Maçonaria tem razão de ser e como tal se tem futuro.

Creio que de uma forma desapaixonada, qualquer maçom fez esta pergunta a si mesmo, não só na altura da sua iniciação, como posteriormente.

Evidentemente só com alguns anos de prática é que se começa a pressionar que a Maçonaria é diferente das obediências que afirmam ter, cada uma delas, legitimidade para a exercerem e através disso opinar sobre questões de regularidade obediencial e de reconhecimento maçónico.

À semelhança de qualquer organismo, devemos perguntar se a Maçonaria segue as leis da natureza e, portanto, tem um momento em que nasce em que vive e em que morre, ou se pelo contrário, este derradeiro momento pode ser adiado.

O que vemos é que muitos opositores da Maçonaria – alguns deles maçons – defendem a incapacidade desta se adaptar aos tempos em que vivemos, ao século XXI, enquanto que outros defendem o contrário, e ainda outros se agarram desesperadamente a princípios que uma vez criados em determinado histórico, tornaram-se dogmas.

Quem está atento à evolução da Maçonaria vê que ela subsiste, mal ou bem; em todo o mundo, o homem/mulher buscam uma razão de ser para a sua permanência no seu período de vida material, razão que não encontram na religião, nem nas igrejas, nem nas ideologias político-partidárias; viram-se então para filosofias alternativas, como ocorreu no século XVIII, com o surgimento da maçonaria especulativa, em que se procurava inculcar um centro de união entre todos os homens independentemente das suas crenças políticas e religiosas.

Hoje as opções são muitas, tal é o desejo dos homens liderarem pessoalmente as suas organizações. E é assim que vemos ao longo da história surgiram obediências maçónicas que nascem, vivem e morrem, enquanto que a Maçonaria permanece.

E vemos maçons que em vez de permanecerem numa só obediência, mudam constantemente, regressam, abandonam, retornam, tudo num movimento incessante de procura. E na própria obediência, transitam de ritos, em busca de respostas às suas questões existenciais; por seu turno, as obediências reconhecem esta sua fragilidade, mas não alteram a sua matriz e práxis maçónica, em nome da fidelidade a princípios que vão ficando bolorentos para as novas gerações de maçons.

Pergunto-me muitas vezes se os maçons de outrora se mantinham fiéis à sua loja-mãe, se adotavam um rito e uma obediência, ou se flanavam entre ritos, lojas e obediências, como hoje é hábito entre os maçons.

E isto leva, a saber, até que ponto é que as obediências se mantêm atuais, quer enquanto detentoras - seja a que título for – da Maçonaria querem enquanto organizações institucionais.

Nota-se hoje uma maior exigência dos maçons perante as obediências a que pertencem. Já não querem saber de questões de regularidade. Querem antes encontrar-se com aqueles que os reconhecem como maçons, ou seja, os seus irmãos de outras obediências, estreitarem relações, conjugar experiências, trocar ideias, criar dinâmicas, enfim pretendem um futuro para eles quanto maçons.

E por isso concluo dizendo, a Maçonaria tem futuro, mas as obediências ou se adaptam aos novos tempos, ou passarão à história, extinguindo-se.

Deixo-vos uma citação para reflexão: “nós (maçons) imitamos a iniciação, mas já não a vivemos”.

Manuel Pinto Dos Santos  

LIDERANÇA MAÇÔNICA


  

"Uma das mais belas compensações desta vida é que ninguém pode tentar ajudar sinceramente o outro sem ajudar a si mesmo". (Charles Dudley Warner) 

Devemos incentivar e encorajar os potenciais existentes no outro, que é nosso Irmão. Mais do que nunca, a MAÇONARIA precisa de Líderes. Líderes são aqueles que possuem um sonho e o colocam à disposição para que todos possam alcançá-lo.

A presença e a atuação de Líderes em todos os níveis do relacionamento social é um fenômeno bem conhecido e muito estudado.

Na Maçonaria seriam os falados Construtores Sociais, e este tema Liderança é eminentemente Maçônico porque o irmão precisa se auto determinar para seguir em sua carreira maçônica. Só chega lá, o irmão que lidera seus desejos, controlando-os para atingir os objetivos propostos pela Maçonaria. 

Os fundadores das grandes religiões e, infelizmente, alguns ditadores cruéis, possuíam em grau eminente essa característica: a capacidade de influenciar e conduzir pessoas, o que lhes permitia conquistar adeptos e seguidores.              

Costuma-se dizer que o Líder consegue captar e exprimir as ideias e intenções do grupo onde atua, as quais, não raro, os próprios liderados não conseguem formular claramente, mas que o Líder apreende e enuncia: ele diz o que as pessoas estão desejosas de ouvir e por isso é admirado e seguido. 

Impõem-se, contudo, algumas distinções. Enquanto os vanguardeiros do progresso, os verdadeiros profetas, falam de necessidades profundas que derivam de nossa natureza espiritual, valores e mudança de posturas e atitudes, que são ainda imprecisamente percebidas pelo grande grupo de irmãos, por exemplo, a prática do bem, que é a garantia de se encontrar a Felicidade, ou o servir que é mais moderna compreensão de Liderança, os condutores que atuam exclusivamente no plano comum apontam e destacam vantagens materiais e imediatas, desfrutam delas e, não raro, empregam recursos condenáveis para influenciar os que seguem como a exaltação do orgulho e da vaidade. 

É verdade, isto também ocorre na Maçonaria, os que se julgam maiores, mas não trabalham para o bem de todos e nem servem, mas criticam aqueles que o fazem e buscam uma solução, para o nosso bem comum. Não raro criticando o quê não fazem, ou emitindo boatos aos outros, daquilo que são. 

Falha de caráter, talvez desses que acham que precisam ter a resposta material ou algo em troca daquilo que julgam fazer correto. 

Esse é chamado do Líder Utilitarista, só faz algo se vê uma oportunidade em troca e de preferência para ele. Não, não é essa a liderança que a Maçonaria precisa. 

Como temos na moderna comunicação de massa facilidades que esse Líder se utiliza e em sua Loja ou no grande Grupo, usa tal processo para tirar vantagem, que ele julga oportuna. Lamentável não estarmos de olhos abertos para barrar, desde o seu nascedouro, tais procedimentos. 

Mas há ainda outra diferença essencial. Enquanto a Liderança a serviço do interesse material procura conduzir alinhando a vontade e anulando o discernimento dos seguidores, a Liderança Maçônica jamais emprega artifícios para tornar feliz a humanidade pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela moral, pelo exemplo e pela ação. Aponta caminhos, sobretudo pelo exemplo, luta pelos seus ideais, reafirmando os compromissos individuais na Maçonaria. 

Na Maçonaria deve ocorrer de forma natural, sem ser prejudicado pelo interesse material, de negociações interesseiras e sem ilusão aos mais novos e ainda mais que precisamos ser líderes de homens-maçons que são voluntários. 

Mas há necessidade, por outro lado, da qualificação desses homens-maçons, sejam elas técnicas, sociais, humanistas, não desprezando jamais sua história social, já que após a iniciação, por ser um novo homem, não exclui sua vida passada cultural e social. Essa é sua bagagem, precisa ser respeitada. E o Líder, precisa ter a sensibilidade de observar como mostrar o caminho, para aquele que possui discernimento e para aquele que ainda não possui. 

Nem todos meus irmãos, estão no mesmo nível de desenvolvimento, inclusive espiritual. O conhecimento e a qualificação refletem a tendência moderna de busca do aperfeiçoamento das atividades mediante a incorporação de técnicas e procedimentos novos que proporcionam maior rendimento e mais satisfação para os que se acham nelas envolvidos. 

Por isso, necessário se faz um planejamento para as Lojas conciliarem as técnicas modernas de gestão com as técnicas maçônicas, que não são em nenhuma hipótese excludentes. A Maçonaria busca na sociedade seu novo membro, portanto ela não está separada desta e precisa por ser progressista e se atualizar constantemente. 

O líder maçom precisa ter esta sensibilidade para quando necessário agir em tal sentido. É interessante lembrar, por exemplo, que na obra de MAQUIAVEL - O Príncipe, estudado como manual de liderança, possui sugestões como: o príncipe não precisa respeitar a palavra empenhada, sacrificar um amigo fortalece o príncipe, ou ainda o governante deve ser temido pelos governados. 

Esse tipo de liderança, não serve mais, a força não vence mais. Mas há os manuais dos líderes servidores, e são vários; O MONGE E O EXECUTIVO, COMO SE TORNAR UM LÍDER SERVIDOR, A SABEDORIA DOS MONGES NA ARTE DE LIDERAR, JESUS O MAIOR LÍDER DE TODOS OS TEMPOS, etc., 

Esses recomendam servir desinteressadamente ao próximo, fazer o bem, sem olhar a quem, a forma correta de proceder no trato com o próximo. É este tipo de liderança que a Maçonaria precisa e está buscando. 

Maçons baseados no amor, nos princípios da moral e da razão, auxiliando o próximo na busca de tornar feliz a Humanidade, dando o norte, porque recebeu o norte, que é de ação e mudança para melhor. 

Sabe que, por estar a prumo, é ele quem comanda e não é comando por fórmulas, manuais ou rituais, e por se conhecerem sabem que o servir é o caminho da liderança clara, honesta e com objetivos comuns a todos. 

Por serem servidores, não lhes causa problema algum serem os últimos servidores a receberem os benefícios dos que procuram a colaboração fraterna. 

Quem abre uma estrada é o que enfrenta os piores lugares e momentos, mas são os que mostram o caminho a ser trilhado. E esses líderes a Maçonaria ainda está necessitando, são os que estudam, buscam soluções, falam, jogam aberto e se interessam sobremaneira com o próximo. 

O Verdadeiro líder maçônico gosta de gente, de seus irmãos e não de status ou de cargos, que são passageiros e momentâneos. O líder maçônico precisa servir para mudar, porque quem não muda não está servindo. 

É esse líder, ativo e com visão para servir, que estamos em nossas Lojas precisando, para atendermos aos anseios da sociedade, que é composta pelos próprios irmãos. 

Ir.’. Carlos Augusto Pereira da Silva

 

TOLERÂNCIA E SEUS LIMITES


 

Em Maçonaria, o conceito de Tolerância não inclui qualquer noção de superioridade do tolerante perante o tolerado. Isto é, não se tolera a opinião ou a crença do outro porque somos boas pessoas e achamos que, devemos fazê-lo, apesar de entendermos que nós é que estamos certos e o outro é que está errado, fazendo-lhe o favor de aceitar que ele tenha opinião errada.

O conceito maçônico de Tolerância existe como corolário do princípio da Igualdade, basilar entre os maçons. Deve-se tolerar e tolera-se a opinião diferente ou divergente do outro, porque, como iguais que somos, cada um tem o direito a ter a sua opinião, como muito bem entenda tê-la.

E tolera-se e deve tolerar-se a opinião diferente e divergente do outro em relação à nossa, porque não devemos ter a sobranceria de achar que nós é que somos os iluminados, tocadas pela graça divina de estarmos sempre certos.

Quando o nosso igual tem uma opinião diferente ou divergente da nossa, quatro hipóteses podem existir: ou o outro está errado e nós certos, ou somos nós que estamos errados e é o outro quem está certo, ou afinal estamos ambos errados e é outra qualquer posição que está certa, ou até podemos ambos estar certos, só que em planos, tempos ou condições diferentes.

A Tolerância não é um favor, uma concessão ou uma generosidade. A Tolerância é a simples consequência de se reconhecer que a perfeição humana não existe e, portanto, de admitir como um fato da vida que todos e cada um de nós temos os nossos defeitos, as nossas imperfeições, os nossos acertos e os nossos erros e é, por conseguinte, até mais do que imperativo ético, um ato de inteligência tolerar o outro com os seus defeitos, imperfeições e erros, pois só assim podemos esperar que os nossos sejam, por sua vez, tolerados.

Situações que por vezes são apresentadas como de Tolerância nada têm a ver com a mesma: a "tolerância" do branco em relação ao negro (ou vice-versa) não é mais do que racismo comprometido; a do homem para com a mulher (ou vice-versa), não passa de machismo (ou feminismo) mentecapto; a do cristão para com o judeu ou o muçulmano, ou do judeu para com o muçulmano ou o cristão ou a do muçulmano para com o cristão ou o judeu, mais não significam do que a tentativa de ocultar sectarismo religioso; a do rico em relação ao pobre apenas disfarça o sentimento de culpa pela sorte do conforto material ou desejo de continuar a explorar o deserdado. Porque o branco e o negro são ambos humanos e ambos têm carne e ossos e sangue vermelho e coração e cérebro.

Porque homem e mulher se complementam e são mutuamente indispensáveis. Porque cristãos judeus e muçulmanos crêem no mesmo Deus. Porque o rico e o pobre só se enobrecem pelo trabalho.

Quando se fala de Tolerância, é frequente vir à baila a questão dos seus limites. Existe alguma tendência para se considerar existir algo de contraditório entre a Tolerância e a consideração de existência de limites à mesma. A meu ver, esta é uma falsa questão, que um pouco de reflexão facilmente resolve. 

Antes do mais, é preciso entender que o conceito de Tolerância se aplica a crenças, a ideias, ao pensamento e respectiva liberdade, às pessoas e sua forma, estilo e condições de vida, mas nada tem a ver com o juízo sobre atos.

Cada um de nós deve tolerar aceitar e respeitar, independentemente da sua diferença em relação a si e ao seu entendimento, a crença alheia, as ideias e o pensamento de outrem, pois a liberdade de crença e de pensamento são expressões fundamentais da dignidade humana.

Cada um de nós deve tolerar aceitar e respeitar o outro, quaisquer que sejam as diferenças que vejamos nele em relação a nós, porque o outro é essencialmente igual a mim, não ferindo essa essencial igualdade as particulares diferenças entre nós existentes. Mas não é do domínio da Tolerância o juízo sobre os atos. O juízo sobre atos efetua-se em função da moral e das regras sociais e legais vigentes.

Explicitando um pouco mais: tenho o dever de aceitar alguém que pense de forma diferente da minha, que tenha uma crença religiosa diferente da minha, uma orientação sexual diferente da minha, um estilo de vida diferente do meu.

Mas já não tenho idêntico dever em relação a atos concretos desse outro que se revelem violadores da lei, da moral ou da própria noção de Tolerância.

Designadamente, não tenho que tolerar manifestações de intolerância em relação a mim, às minhas crenças e convicções, tal como não só não tenho que tolerar como não devo fazê-lo, atos criminosos, cruéis, degradantes ou simplesmente violadores das consensuais regras de comportamento social.

Temos o dever de tolerar, de aceitar, a diferença - no estilo, nas ideias, nas crenças, no aspeto ou nas condições individuais. Por outro lado, temos o direito e o dever de ajuizar, de exercer o nosso sentido crítico, relativamente a ações concretas.

Ninguém vive isolado da Sociedade e todos têm de cumprir as regras sociais que viabilizam a sã convivência de todos com todos.

Consequentemente é uma simples questão de bom senso que devemos aceitar valorizar, integrar as diferenças. Quem é diferente, tem direito a sê-lo. Quem pensa diferente, tem o direito de assim fazer. Mas, por outro lado, o direito à diferença não legitima a atuação desconforme com as regras sociais, legais, morais, em vigor na Sociedade em causa.

Ninguém pode pretender só gozar das vantagens sem suportar os inconvenientes. Quem vive em Sociedade tem o direito de exigir que esta e os demais aceitem as suas diferentes ideias, concepções, condição. Mas tem o correlativo dever de respeitar as normas sociais, legais e morais vigentes. Se o não quiser fazer, deve afastar-se para onde vigorem normas que esteja disposto a seguir.

As Sociedades evoluem e é bom que assim seja. Também por isso é inestimável e rica a diferença. Também por isso devemos aceitá-la e aceitar que quem defende ideias ou concepções ou condições diversas da norma procure convencer os demais da bondade das suas escolhas. Isso é Liberdade, isso é Democracia.

Nem uma, nem outra subsistem sem a indispensável Tolerância da Diversidade. Mas precisamente por isso - afinal porque quem quer e merece ser respeitado tem o dever de respeitar - o direito de defesa das ideias e convicções, o direito a tentar convencer os demais, o direito a pregar a evolução pretendida, não se confunde com qualquer pretensão de agir como se pretende, se em contrário da lei, do consenso social, da postura moral da Sociedade em que se está inserido.

Resumindo: a Tolerância obriga a respeitar a Diversidade e a diferença; impõe a aceitação da divulgação, da busca de convencimento, mesmo da propaganda das ideias ou concepções diversas. Mas não que se aceitem condutas prevaricadoras do que está legal e socialmente vigente - enquanto o estiver.

Por isso entendo que os domínios da Tolerância e do Juízo sobre os atos concretos são diferentes. As ideias, as concepções, as condições confrontam-se, debatem-se, mutuamente se influenciam, enfim interagem no domínio da Liberdade e, assim, da mútua Tolerância. Os atos, esses, necessariamente que têm de respeitar o estabelecido enquanto estabelecido estiver.

Se assim não for, o que é aplicável à violação do consenso social não é a Tolerância - é a Justiça, seja sobre a forma de Justiça formal, seja enquanto censura social seja no domínio do juízo individual.

Portanto, onde tem lugar a Tolerância, esta não tem limites. Onde há limites, sejam legais, sejam de normas sociais ou morais, não se está no domínio da Tolerância, mas no domínio do tão justo quanto possível juízo concreto sobre atos concretos.

Rui Bandeira

O PAPEL DA LOJA MAÇÔNICA NA FORMAÇÃO DO HOMEM E NO PROGRESSO DA SOCIEDADE


 

Estimados Irmãos e Família Maçônica. 

Nesta semana, gostaria de dividir com vocês o meu sentimento de gratidão às Lojas Maçônicas que são o grande e principal alicerce de toda essa belíssima história do Grande Oriente do Brasil em seus dois séculos de história. A Maçonaria Brasileira, em toda sua trajetória, apresentou grandes líderes dentro e fora da instituição, pessoas que através do seu talento, dedicação e amor ao Brasil, à Maçonaria e ao próximo, conseguiram fazer a diferença na vida de milhares de famílias e milhões de cidadãos. 

O Maçom, mesmo tendo em seu sangue e coração a força de um grande líder, por meio da sua recepção em Loja e de todos os seus ensinamentos através da história, simbologia e alegorias apresentadas e da utilização das ferramentas certas na formação e desbaste deste grande homem, somente virá a desabrochar como o gigante da Maçonaria e da sociedade que é, justamente na sua efetiva vivência na Loja Maçônica.

A Loja Maçônica tem papel preponderante nesta caminhada do Irmão e foi neste último sábado (07), que comemoramos em Rio Verde-GO, o aniversário de 86 anos da minha Loja Mãe a Estrela Rioverdense. Nestas minha quatro décadas de Maçonaria, tive a oportunidade de ver grandes homens sendo pinçados da sociedade, transformados dentro de Loja e levando seus ensinamentos e os colocando em prática no seio da sociedade, em favor da lei, da ordem e dos menos favorecidos. 

Assim como nossa Estrela Rioverdense aqui de Goiás tem contribuído para formação de grandes Maçons e cidadãos, nossas outras quase três mil Lojas tem trilhado o mesmo caminho no Brasil e sem sombras de dúvidas, essas Lojas são exatamente o diferencial na formação dos brasileiros, pois delas saíram Imperadores, Presidentes, Comandantes, Artistas, Escritores, Senadores, grandes Empresários, Governadores e tantas outras personalidades e lideranças conhecidas e desconhecidas, que fizeram e fazem a diferença na vida da Nação.

Por isso meus Irmãos, é imensurável o valor que uma Loja Maçônica tem na história do Brasil e dos seus cidadãos. Só nós sabemos o quanto os Maçons fizeram pelo Brasil e sua história. Devido ao nosso senso reservado de manter nossos trabalhos sem evidência, pouco se fala nos livros de história sobre o papel fundamental que as Lojas Maçônicas tiveram para a formação e o desenvolvimento da Nação e também para a sua manutenção.

Temos a obrigação de valorizar e abrir as portas das nossas Lojas para a sociedade e comunicar à comunidade qual é o papel fundamental de uma Loja para o desenvolvimento daquela região. O ensinamento pelo exemplo é a única forma de você realmente mudar para melhor a sociedade e provocar transformações duradouras. Por isso meus Irmãos, valorizem as suas Lojas!

Aproveito para deixar aqui minha eterna gratidão à minha Loja Estrela Rioverdense e a todas as Lojas do nosso GOB, assim como também externar nossos agradecimentos a todos vocês meus Irmãos que continuam confiando no meu trabalho, no do meu companheiro de gestão Ademir Cândido e de toda nossa equipe de trabalho, que sempre está focada em fazer o melhor para as Lojas, para vocês e para o Grande Oriente do Brasil. 

Gratidão! Gratidão! Gratidão!

Fraternalmente,

Múcio Bonifácio Guimarães

Grão-Mestre Geral

Grande Oriente do Brasil

 

O FUTURO MAÇOM


 

Preparemos homens para a Maçonaria e não Maçonaria para os homens!

 

A Maçonaria não discrimina qualquer pessoa, por causa de sua opção religiosa. Nossa Ordem sabe que assim o fazendo ela se torna uma instituição de regeneração da alma humana, independentemente do credo religioso, de raças, de condições sociais de seus integrantes, numa grande confraternização em todo o mundo.

Quando alguém é proposto para Iniciação, nossa Sublime Instituição exige que a vida, passada e presente do Candidato seja levantada com zelo e cuidado, procurando descobrir se o identifica no mundo profano, pela sua autoridade moral, pela sua dignidade, pela sua decência, correção, decoro pontualidade nos seus compromissos, pelo seu respeito à própria família e à família de outrem, pela sua humildade e coragem, que lhe dão personalidade marcante, estado de consciência que o tornará um autêntico obreiro da paz, do amor, da solidariedade.

A Maçonaria sempre teve a estimulá-la, os objetivos e causas humanitárias, nobres e sensibilizadoras. No Brasil lutou inicialmente pela nossa Independência. Proclamada esta, voltou-se para a sua consolidação.

 

Mais tarde passou a lutar pela abolição da escravatura elaborando praticamente, todas as Leis que pavimentaram o “13 de Maio”, com a Proibição do Tráfico, a Lei do Ventre Livre, a Lei dos Sexagenários, todas elas elaboradas e votadas sob suas influências.

 

Voltou-se mais tarde para a proclamação da República, tendo sido os dois primeiros ministérios, o de Deodoro e o de Floriano Peixoto formados inteiramente por Irmãos Maçons.

Hoje, a Maçonaria é Universal e os Maçons devem voltar suas preocupações para o Homem de todas as pragas. Não se limita a resolver, apenas, problemas de seus Irmãos de Loja ou de sua comunidade, mas colabora intensamente para a construção de um mundo melhor.

 

E isto acontecerá quando tivermos Fé na grandeza de nossa missão. Quando partirmos à prática de uma Maçonaria mais abrangente, completa, onde a Fraternidade for praticada dentro e fora do Templo, onde o Irmão for tanto ou mais valorizado que o amigo profano.

 

Sabemos que a Maçonaria não é Instituição de Caridade. Ela praticará a Beneficência enquanto houver necessidade, mas, sua missão, pela garantia da Liberdade e da Igualdade, é dar aos homens condições decentes de vida. Assim, amanhã, quando o mundo for mais justo, a Maçonaria não perderá sua razão de ser, por não ter mais beneficência a praticar.

 

A Iniciação só é possível na vontade e na determinação de cada um em nascer para o mundo da verdade, da tolerância, da sabedoria, da fraternidade e do amor. A Iniciação é um redirecionamento de nosso espírito na caminhada que nos poderá tornar mais merecedores das bênçãos e da luz do Grande Arquiteto do Universo.

Quando somos Iniciados Maçons, nossa Ordem sonda nossa alma, nosso caráter, nosso coração e nossa inteligência, procurando saber se somos realmente livres. Livres de preconceitos, da preguiça de trabalhar ou de procurar a verdade. A Maçonaria não nos impõe sua verdade. Ao contrário, concita-nos a investigá-la, pois, sabiamente, nossa Instituição entende que cada um de nós procura a sua verdade pessoal.

Julga-se membro de uma corrente espiritual desejosa de fazer a todos felizes. Nesse sentido começa a observar objetivos definidos, sonhos a serem concretizados, alvos a serem atingidos, para justificar a razão de suas reuniões, basta constatar mais de perto a multidão de desamparados que agoniza miseráveis sem sorte, sem teto, doentes e esquecidos que tropeçam e caem, gemem de dor sem a escora de alguém; o morador de rua na vastidão da noite que recebe por leito o chão de cimento frio da calçada de ninguém.

Mais adiante, fila de doentes em torturante espera, implorando socorro pelo mal que os atormenta, recolhendo somente a dor que os dilacera. E os dependentes do álcool e das drogas que nem sabem explicar o mal que os consome.

E nas veredas da vida, aquela multidão sem fé, sem apoio, sem nome, que em penúria implora um trocado para matar a fome. Se confiar em Deus, caríssimo Irmão, trabalhe, sirva, jamais censure o que padece.

Somos todos convidados a auxiliar quanto podemos. A conduta recomendada que apraz ao Grande Arquiteto do Universo é a caridade cheia de amor que procura o infeliz, que o reergue sem humilhá-lo. O verdadeiro Maçom se reconhece por suas obras.

O valor social do homem se mede pelo grau de utilidade que ele representa na sociedade. Procuremos as oportunidades de ação que nos propiciem o prazer de auxiliar a alguém, de ajudar uma boa causa.

Consideremos todas as criaturas como irmãs. Partilhemos o sofrimento de nossos semelhantes, respeitando-lhes sempre a maneira de vida e o modo de ser. Veja que é fácil verificar que existem na nossa Ordem, inúmeras oportunidades de servir, de trabalhar.

Todos os que agem com amor, que sabem respeitar seus semelhantes e que se compadecem de seus sofrimentos, merecem o reconhecimento da Maçonaria. São verdadeiros filhos do Grande Arquiteto do Universo que vieram atestar a suprema bondade do Criador.

O verdadeiro objetivo da Maçonaria é a busca da Verdade, quer no sentido filosófico, quer no sentido religioso. Para o Maçom, a investigação da Verdade é contínua, é algo que começa com a sua entrada em Loja como Aprendiz, mas não acaba quando atingiu os Graus mais elevados.

A essência doutrinária maçônica é apoiada na razão. A razão é a “liberdade do pensamento” que elabora o conhecimento, após momentos de meditação.

 

A Maçonaria, que é filosoficamente eclética, usa a razão com equilíbrio, aliando-a ao significado esotérico dos símbolos. O símbolo quer dizer o que conduz. É uma forma sábia de transmitir ensinamentos, levando o indivíduo ao esforço de entendê-lo por si mesmo.

 

Por isso, sabemos que quem traz ganhaquem vem apenas buscar, perde. Se trabalharmos merecemos um salário. (Sendo os maçons obreiros alegóricos da construção do Templo da Verdade, da Ciência e da Razão, o salário é pago por meio de novos conhecimentos que visam o aperfeiçoamento gradual do Maçom, não se tratando, pois, de salário material, mas de sua instrução iniciática). 

 

Não é por acaso que os Maçons são chamados de Obreiros.

 

O trabalho na Maçonaria exige maior dedicação e comprometimento de todos os que assumiram responsabilidades, impondo renúncias que muitas vezes sacrificam o convívio familiar e outras relações sociais. No entanto, é uma grande oportunidade de trabalho, crescimento espiritual e pessoal, pois, à medida que lidamos com as dificuldades que o trabalho maçônico exige, vamos estabelecendo relacionamentos cada vez mais fraternos, desenvolvendo habilidades e atitudes que nos tornam pessoas melhores e mais felizes.

Não podemos deixar de levar em consideração que o cumprimento de um dever, cria a possibilidade de níveis mais altos de integração, dos quais somos os maiores beneficiados.

A Loja é simbolizada por uma Colmeia, sendo o Avental Maçônico, do labor, pois lembra que um Maçom deve ter sempre uma vida ativa e laboriosa. O Maçom assíduo aos seus trabalhos é digno de receber o Salário Maçônico, como um direito a quem se faz jus. Porém, a máxima franciscana do que é dando que se recebe deve servir de norma para o maçom.

 

O Candidato deve ser persuadido com razões, argumentos e fatos que a Maçonaria o levará a conquistar a paz interior, para adquirir confiança em si próprio, para beneficiar sua família ante as vibrações de Paz e de Amor.

Ele nunca se atreverá a usar nossa Instituição para ludibriar a quem quer que seja ou para tirar proveito pessoal imerecido de qualquer coisa. Deve ser cientificado de que somos uma grande família e que a convivência harmoniosa entre membros da Irmandade tem um papel importante na formação do Maçom.

Prestamos um juramento de modo livre, sem coação, de combatermos a ignorância, os erros, a injustiça e de glorificarmos o amor, a justiça, o direito e a verdade.

Procuremos conhecer a nossa Doutrina. Pratiquemo-la e estaremos servindo a Deus, ao homem, descortinando a Verdade e construindo a Justiça.

Respeitemos as diferenças individuais. Convençamo-nos da impossibilidade da uniformidade, mas busquemos a Unidade. Dos menores serviços comunitários aos grandes movimentos nacionais e mundiais, sempre visando o bem-estar comum, juntos estaremos em perfeito sincronismo, acreditando nos nossos ideais maiores.

Preparados interiormente provaremos que fomos, somos e seremos à força da paz e da harmonia. Na escuridão nasce à esperança de uma nova Luz na luta pelo Conhecimento, pela Solidariedade que devem ser a constante preocupação dos “homens livres e de bons costumes”.

 

Valdemar Sansão – M:. M:.

 


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