MINHAS VIAGENS



Um dia foi me tirado a visão.

Vendaram-me os olhos.

Naquele momento, senti-me só. Um enorme vazio sentia.
... Muito rapidamente, percebi que na verdade estava entrando em um novo processo de vida. De imagens, de Sons, de temperaturas, de emoções, puras e não apenas abstratas. Mas real. 

Percebi então, que novamente inciava-se minhas viagens.
E tive minhas Primeiras viagens, E segundas, e Terceiras, uma mais bela que a outra. E Vozes, loucuras, coisas, espinhos, dor, alegrias, sentimentos, paixão e .... O Amor. 

Pequenos raios de Luz, foram me dadas. Inclusive afirmo, essenciais.
Mas tenho feito outras viagens. Muitas da quais, educadoras. Outras reveladoras. 

Percebo que muitas, das viagens, possam não serem possíveis de trazer a baila, por certas vontades. Pela perda de tempo e ou de objeto. 

No manto, o Sagrado, está administrável. Como Sempre teve.

Mas uma coisa incrível aconteceu onde, após de um estágio em meu corpo, fiz novamente uma viagem. E estive aí, de frente com Meu Chefe. Não coloquei meus Irmãos, que senti que estavam ali, cantando, felizes, e em jubilo por estarmos naquele local. 

A canção, parte já tenho. 

Mas a imagem que tive e que senti, está aqui, agora, e nunca mais sairá de minha vida. 

Óh! Senhor Deus.

Quanta Honra poder senti-lo.
Do Facebook de Richard Maia.

AS CORRENTES MÍSTICAS NA MAÇONARIA



Misticismo é uma filosofia que existe em muitas culturas diferentes e que se reveste de várias formas.

Misticismo, infelizmente, é muito confundido com superstição, irracionalidade, burla, confusão mental, ilusionismo, idolatria e outros adjetivos não muito favoráveis. Porém, em seu sentido original, o termo vem emprestado do Egito, do seu conhecimento arcano relativo aos mistérios.

Misticismo vem de “mistério”. Esse mistério não é o que se pretende intencionalmente ocultar de alguém, mas o mistério que é inerente a própria natureza das coisas. Assim, a palavra mistério não se refere àquilo que está escondido em algum lugar, mas a própria condição de intocável, de inefável ou de imperceptível pelos sentidos habituais. A mística se refere a uma experiência de relação direta e imediata com a divindade, o plano divino e também com seus arquétipos.

Misticismo também é definido como uma disposição para se acreditar no sobrenatural. Porém, sabemos que o sobrenatural é o natural inexplicado, ou seja, quando observamos um fenômeno psíquico incompreensível, algo que escapa totalmente a nossa visão sobre as leis naturais, como por exemplo o fenômeno da levitação observado em alguns religiosos cristãos antigos ou em alguns místicos yogues, procuramos taxar isso de sobrenatural. Porém, o que está por detrás da produção desta faculdade é regido por leis naturais que ainda não podemos entender. Por isso, alguns chamam de sobrenatural, outros podem considerar um “milagre”.

Místico é todo aquele que concebe a não separatividade entre o Universo e os seres. A Essência primordial da vida, ou Consciência Cósmica, ou Deus como costumamos chamar – ao contrário do que se pensa – não está nem nunca esteve separado de qualquer coisa.

O místico é aquele que busca ou que já mantém um contato direto com a realidade, sem intermediários.

O místico procura a presença do Ser Supremo e Real, ou do inefável e incognoscível em si mesmo, nas profundezas de seu ser, e dessa forma, pode perceber todas as coisas como sendo parte de uma infinita e essencial Unidade de tudo o que existe.

O misticismo é a realidade do amor do homem por Deus e da união do homem com Deus. É um hino à Subjetividade, um hino à Objetividade e um hino à Felicidade ou União. Sua essência é uma com o Absoluto e o Infinito.

Jalal-ad-Din Rumi, um dos maiores místicos do Islã e um dos maiores poetas místicos de todos os tempos diz:

Não sou nem cristão, nem judeu, nem parse, nem muçulmano. Não sou nem do Oriente nem do Ocidente, nem da terra nem do mar... Deixei de lado a dualidade e vi que os dois mundos são um. Busco o Um, conheço o Um, vejo o Um, invoco o Um. Ele é o Primeiro, Ele é o Último, Ele é o Exterior, Ele é o Interior.


 Autor Desconhecido

ARTE REAL - TRABALHOS MAÇÔNICOS - CEM MIL ACESSOS



Meus Irmãos e Amigos.

Em julho de 2011 tivemos a ideia de criar um blog voltado, exclusivamente, para publicar trabalhos destinados a divulgar a nossa querida Ordem Maçônica.

Hoje, 29/10/2012, torna-se motivo de orgulho para todos nós, porque em apenas quinze meses, obtivemos a marca de 100.000 acessos.

Nesse período recebemos muitas palavras de incentivo e, algumas poucas de críticas negativas. Encaramos isso como prova de humildade e respeito.

O mais importante foram os resultados obtidos:
Artigos Publicados:  679
Seguidores: 238
Países Visitantes: 74

Por tudo isso os responsáveis foram vocês!

Queremos hipotecar nosso eterno agradecimento e, rogar ao G.’.A.’.D.’.U.’. que proteja à todos nós!

Contamos com a visita e a colaboração de todos os nossos Irmãos, continuamos recebendo trabalhos para publicação através do e-mail: foco.artereal@gmail.com



Um T.’.F.’.A.’.




ABÓBODA DE AÇO



É o nome da formação de espadas manejadas pelos maçons que ocupam a Câmara do Meio, isto são as duas primeiras fileiras de assentos, a sua Espada, erguendo-a sobre a cabeça do irmão que lhe está à frente, cruzando com sua espada, pelas pontas, formando assim, um “túnel”, sob o qual, adentram ao Templo as Dignidades.
Essa Abóbada, momentaneamente, substitui a Abóboda Celeste, simbolizando a proteção forte e rija que a Maçonaria dá às suas Autoridades, isolando-as com uma “cortina” de aço de todas as influências negativas que podem vir do Firmamento, como os raios cósmicos, as tempestades, o granizo, enfim, os acidentes atmosféricos, bem como as vibrações negativas.

O costume de formar-se a Abóbada de Aço vem da Idade Cavalheiresca, quando os Cavaleiros armados com suas Espadas, nas cerimônias sociais, como os casamentos, ha formavam como sinal de respeito e honraria. 

O maçom que adentra no Templo, sob a Abóbada de Aço, recebe vibrações tão intensas, que se fortalece e obtém proteção por muito tempo. Há Lojas que durante a formação da Cadeia de União, antes de tudo, retiram as Espadas de suas bainhas, juntando-as pelas pontas ao centro do circulo, atraindo assim, através da força do aço, toda energia misteriosa, como se fora um imã a recolher as influências cósmicas.
 


A Abóbada de Aço é formada, exclusivamente, para a entrada no Templo e não para a retirada.

1º - Cerimonial usado quando se tributam honra a um Irmão Maçom, a visitantes e autoridades.
2º - Consistem em cruzar as pontas das espadas, formando os irmãos que as seguram duas ou quatro fileiras para que passem por baixo as pessoas a quem é dispensada esta honra maçônica, enquanto batem os malhetes. 

3º - Trata-se de uma particularidade do REAA, Segundo Alec Mellor: "Este uso não é de origem maçônica". Foi introduzido no século XVIII à imitação do cerimonial de certas Ordens de cavalaria nobres. 

4º - As Grandes constituições escocesas de 1763, de Frederico II, já citam a formação de abóbada de aço.

A formação da Abóbada de Aço destina-se a dar mais galhardia ao evento que está acontecendo na Loja. O número e a posição das espadas têm um significado todo próprio, que envolve numerologia e detalhes dos labores maçônicos. Há pequenas diferenças entre as Potências, devido à formação administrativa que as mesmas trabalharam. TEORICAMENTE ela deverá ser formada apenas por Mestres, já que a espada é um assessório do M.’.M.’., mas a realidade mostra que são poucas as Lojas que possuem em seu Quadro, Mestres Maçons suficientes para estarem ocupando todos os cargos e sobrarem 13 para comporem a Abóbada. Alguns detalhes são muito importantes:

- Na entrada as pontas das espadas estarão voltadas para cima, sem se tocarem e com espaço suficiente para passar as pessoas e a Bandeira Nacional.

- O Guarda do Templo não participa da formação da Abóbada de Aço (na medida do possível).

- O uso das luvas dá mais “Pompa e Circunstância”, mas é deselegante uns usarem e outros não.

- Não usamos o tinir de espadas, quando da passagem das pessoas ou da Bandeira Nacional.

A grande duvida está na quantidade de espadas e suas posições nas Colunas, conforme as autoridades que serão homenageadas pela formação. Como dificilmente à formamos, é mais fácil ter escrito em um papel do que memorizado. Então imprimam e guardem.

03 ESPADAS – 01 na Coluna do Sul e 02 na Coluna do Norte
- Past-Veneráveis Mestres
- Vigilantes das Lojas Visitantes
- Vigilantes da Loja

05 ESPADAS – 02 na Coluna do Sul e 03 na Coluna do Norte
- Venerável Mestre
- Grandes Oficiais
- Grandes Dignidades
- Delegados Regionais e Adjuntos
- Membros da Comissão de Legislação
- Membros da Comissão de Justiça
- Membros da Comissão Superior de Recursos
- Membros das Administrações da Ordem D’Molay e Filhas de Jó
- Autoridades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do mundo Profano.

07 ESPADAS – 03 na Coluna do Sul e 04 na Coluna do Norte
- Delegado Geral da Ordem
- Presidente da Comissão de Justiça
- Presidente da Comissão de Legislação
- Presidente da Comissão Superior de Recursos
- Ex-Grandes Vigilante
- Membros da Administração do Supremo Conselho do Grau 33 do R.’.E.’.A.’.A.’. para a República Federativa do Brasil
- Prefeito Municipal.

09 Espadas – 04 na Coluna do Sul e 05 na Coluna do Norte
- Grandes Vigilantes
- Grão-Mestres Ad-Vitam
- Governador do Estado
** Ministros do Executivo Federal, Membros dos Tribunais Superiores, Presidentes das Casas Legislativas.

11 Espadas – 05 na Coluna do Sul e 06 na Coluna do Norte
- Grão-Mestre
- Soberano Grande Comendador do Grau 33, do R.’.E.’.A.’.A.’. para a República Federativa do Brasil
- - Presidente da República

13 Espadas – 06 na Coluna do Sul e 07 na Coluna do Norte
- Bandeira Nacional

Observação muito importante que consta no livro de Normas e Procedimentos Ritualísticos da GLMMG: “As autoridades profanas citadas (conforme descrito acima), que forem Maçons, só receberão as Saudações Honoríficas quando em missão oficial e no exercício de suas funções”

AS CONDIÇÕES PARA A INICIAÇÃO



Voltando agora a questão das condições da iniciação, e diremos em primeiro lugar, ainda que possa parecer evidente, que a primeira destas condições é certa aptidão ou disposição natural, sem a qual, todos os esforços seriam em vão, pois o indivíduo não pode indiscutivelmente desenvolver senão as possibilidades que tem nele desde a origem; esta aptidão, que faz o que alguns chamam o "iniciável", constitui propriamente a "qualificação" requerida por todas as tradições iniciáticas.


Esta condição é, por demais, a única comum, em certo sentido, à iniciação e ao misticismo, pois está claro que o místico deve ter, ele também, uma disposição natural especial, ainda que completamente diferente da do "iniciável", inclusive oposta a ela em muitos aspectos; porem esta condição, para ele, ainda que igualmente necessária, é de sobra suficiente; não tem nenhuma outra que se deva adicionar, e as circunstâncias fazem o resto, fazendo passar o seu capricho da "potência" ao "ato" tal ou qual possibilidades que comporte a disposição de que se trata.


Este resulta diretamente do caráter de "passividade" do que temos falado: não poderia, com efeito, em tal caso, tratar-se de um esforço ou de um trabalho pessoal qualquer, que o místico jamais efetuará, e do qual deverá inclusive resguardar-se cuidadosamente, como de algo que estivera em oposição com sua "via", enquanto que, pelo contrário, no relativo à iniciação, e em razão de seu caráter "ativo", um trabalho tal constitui outra condição não menos estritamente necessária que a primeira, e sem a qual o passo da "potência" ao "ato", que é propriamente a "realização", poderia de nenhum modo cumprir-se.


Contudo, isto não é, todavia tudo: não temos feito em suma mais que desenvolvera diferença, exposta a princípio, entre a "atividade" iniciática e a "passividade" mística, para extrair a consequência de que, para a iniciação, há uma condição que não existe, e que não poderia existir no que concerne ao misticismo; porém ainda há outra condição não menos necessária da qual temos falado, e que se situa em qualquer caso entre aquelas que estão postas em tela de juízo.


Esta condição, sobre a qual é preciso por outra parte insistir em que os ocidentais, em geral, são demasiado dados a ignora-la ou a desconhecer sua importância, e inclusive, verdadeiramente, a mais característica de todas as que permite definirem a iniciação sem equívoco possível, e não confundi-la com qualquer outra coisa; por ela, o caso da iniciação está muito mais delimitado do que poderia ser o do misticismo, para o qual não existe nada dele.


É a miúdo difícil, se não de todo impossível, distinguir o falso misticismo do verdadeiro; o místico é, por definição, um isolado e um "irregular", e muitas vezes ele mesmo não sabe o que é verdadeiro; e o feito de que não se trata do conhecimento no estado puro, senão que inclusive o que é conhecimento real está sempre influindo por uma mistura de sentimento e de imaginação, faz com que estes longe de simplificar a questão; em todo caso, há algo que escapa a todo controle, o que poderíamos expressar dizendo que não há para o místico nenhum "meio de conhecimento".


Se poderia dizer também que o místico não tem "genealogia", que não é tal destino por uma sorte de "geração espontânea", e cremos que estas expressões são fáceis de compreender sem necessidade de mais explicações; então, como se pode afirmar sem nenhuma dúvida que um é autenticamente místico e que o outro não é, quando sem dúvida todas as aparências podem ser sensivelmente as mesmas? Pelo contrário, as falsificações da iniciação sempre podem ser detectadas infalivelmente pela ausência da condição a que temos aludido, e que não é outra que a adesão a uma organização tradicional regular.


Há ignorantes que se imaginam poder "iniciar-se" a si mesmos, o que é de qualquer maneira uma contradição no final; esquecem se é que alguma vez o tenham sabido que a palavra initium significa "entrada" ou "começo", confunde o fato mesmo da iniciação, entendida no sentido estritamente etimológico, com o trabalho a realizar posteriormente para que esta iniciação, de virtual que tem sido em um princípio, se transforme mais ou menos em plenamente efetiva.


A iniciação, assim compreendida, é o que todas as tradições concordam em designar como o "segundo nascimento"; como poderia um ser atuar por si mesmo antes de haver nascido?


Bem sabemos o que se nos poderá objetar a ele: se o ser está verdadeiramente "qualificado", já leva nele as possibilidades que se propõe a desenvolver; porque, se ele é assim, não poderia realizá-las mediante seu próprio esforço, sem nenhuma intervenção exterior? Isto é, de fato, algo que está permitindo considerar teoricamente, a condição de conceber-se como o caso de um homem "duas vezes nascido" desde o primeiro momento de sua existência individual; porem se não tem ele uma impossibilidade de princípio, não há menos uma possibilidade de fato, no sentido em que isto é contrário a ordem estabelecida para nosso mundo. A menos em suas condições atuais.


Não estamos na época primordial em que todos os homens possuíam normal e espontaneamente um estado que hoje em dia é somente adquirido em um alto grau de iniciação; e, por outra parte, para dizer a verdade, o nome mesmo de iniciação, em uma época semelhante, não podia ter nenhum sentido.


Estamos no Kali-Yuga, é dizer, em um tempo em que o conhecimento espiritual se encontra oculto, e de onde somente uns poucos podem, todavia, alcança-lo, desde que se situem nas condições requeridas para obtê-lo; nesse instante, uma destas condições é precisamente aquela da qual temos falado, assim como outra é o esforço do qual os homens das primeiras épocas não tinham necessidade alguma, já que o desenvolvimento espiritual se cumpria neles tão naturalmente como o desenvolvimento corporal.


Trata-se então de uma condição cuja necessidade se impõe em conformidade com as leis que regem nosso mundo atual; e para fazermos compreender melhor, podemos recorrer aqui a uma analogia: todos os seres que se desenvolveram no curso de um ciclo estão compreendidos desde o princípio, em estado de germens sutis, no "Ovo do Mundo"; então, porque não surgiram ao estado corporal por si mesmo, sem pais? Não é isto uma impossibilidade absoluta, e pode conceber-se um mundo em que ocorra assim; porém, com efeito, esse mundo não é nosso.


Reservamos-nos, por suposição, a questão das anomalias; pode ser que existam casos excepcionais de "geração espontânea", e, na ordem espiritual, temos aplicado até agora esta expressão no caso do místico; porem também tem dito que este é um "irregular", enquanto que a iniciação é algo essencialmente "regular", que nada tem haver com as anomalias.


Todavia faltaria por saber exatamente até onde podem estas chegar; deve, também, ajustar-se em definitivo a alguma lei, pois todas as coisas não podem existir senão como elementos de ordem total e universal.


Só isto, si se quisera refletir, poderia bastar para fazer pensar que os estados realizados pelo místico não são precisamente os mesmos que os do iniciado, e que, se sua realização não está submetida às mesmas leis, é que efetivamente se trata de algo diferente; porem agora pode deixar por completo de lado o caso do misticismo, sobre o qual já temos falado bastante para o que nos proporíamos estabelecer, para não considerar exclusivamente mais que o da iniciação.


Nos falta, com efeito, precisar o papel da adesão a uma organização tradicional, que não poderia, hipoteticamente, dispensar de nenhum modo do trabalho interior que não pode cumprir cada um senão por si mesmo, porém que é necessária, como condição prévia, para que este mesmo trabalho possa efetivamente dar seus frutos.


Deve permanecer compreendido, desde e agora, que os que se tem constituído em depositários do conhecimento iniciático, não pode comunicá-lo de uma maneira mais ou menos comparável a um professor, no ensino profano, comunica a seus alunos fórmulas livres que devem armazenar em sua memória; se trata aqui de algo que, em sua própria essência, é propriamente "incomunicável", já que são estados a realizar interiormente.


O que pode ensinar-se são unicamente os métodos preparatórios para a obtenção destes estados; o que pode ser proporcionado exteriormente a este respeito é em suma uma ajuda, um apoio que facilite enormemente o trabalho a cumprir, e também um controle que separe os obstáculos e os perigos que possam se apresentar; todo ele está muito distante de ser depreciável, e quem se ver privado disto, correria o risco de desembocar em um fracasso, porém isto justificaria completamente o que temos dito quando falamos de uma condição necessária.


De modo que não é isto o que tínhamos em vista, ao menos de maneira imediata; todo ele não intervém senão secundariamente, e em qualquer caso a título de consequências, traz a iniciação entendida em seu sentido mais estrito, tal como temos indicado, e desde o momento em que se trata de desenvolver efetivamente a virtualidade que ela constitui; porem ainda é preciso, antes de tudo, que esta virtualidade preexista.


É então outra coisa o que deve se entender por transmissão iniciática propriamente dita, e não poderíamos caracteriza-la melhor que dizendo que esta é essencialmente a transmissão de uma influência espiritual; devemos voltar sobre ela mais amplamente, porem, no momento, nos limitará a determinar mais exatamente o papel que desempenha esta influência, entre a aptidão natural propriamente inerente ao indivíduo e o trabalho de realização que a continuação se efetuará.


Temos assinalado em outro lugar que as fases da iniciação, igual que as da "Grande Obra" hermética que não é no fundo senão uma de suas expressões simbólicas reproduzem as do processo cosmogônico; esta analogia, que se funda diretamente sobre a do "microcosmos" com o "macrocosmos", permite, melhor que toda outra consideração, aclarar a questão que atualmente tratamos.


Pode dizer-se, com efeito, que as atitudes ou possibilidades incluídas na natureza individual não são em princípio, em si mesmas, mais que uma matéria prima, é dizer, uma pura potencialidade, na qual não tem nada desenvolvido ou diferenciado; é então o estado caótico e tenebrosos, que o simbolismo iniciático faz precisamente corresponder com o mundo profano, e no qual se encontra o ser que, todavia não tem alcançado o "segundo Nascimento".


Para que este caos possa começar a tomar forma e a organizar-se é preciso que uma vibração inicial o seja comunicada pelas potências espirituais, a que o Gênesis hebreu designa como os Elohim; esta vibração é o Fiat Lux que ilumina o caos, que constitui o ponto de partida necessário para todos os desenvolvimentos posteriores; e sob o ponto de vista iniciático, esta iluminação está precisamente constituída pela transmissão da influência espiritual da que temos falado.


Desde então, e em virtude desta influência, as possibilidades espirituais do ser não são a simples potencialidade que antes eram; se transformam em uma virtude disposta a desenvolver-se em ato nos diversos estágios da realização iniciática.


Podemos resumir tudo o que precede dizendo que a iniciação implica três condições que se apresentam em forma sucessiva, e que se podiam fazer corresponder respectivamente com as três conclusões de "potencialidade", "virtualidade" e "atualidade":

1°, a "qualificação", constituídas por certas possibilidades inerentes a natureza própria do indivíduo, e que são a matéria prima sobre a qual o trabalho iniciático deverá se efetuar;

2°, a transmissão, por meio da adesão a uma organização tradicional, de uma influência espiritual que dá ao ser a "iluminação" que o permitirá ordenar e desenvolver as possibilidades que leva a ele;

3°, o trabalho interior pelo qual, com o auxilio de "ajudantes" ou "suportes" exteriores, se tem lugar e especialmente nos primeiros estágios, o desenvolvimento será realizado gradualmente, fazendo passar a ser, de escalão em escalão, através dos diferentes graus da hierarquia iniciática, para conduzi-lo ao objetivo final da "Liberação" ou da "Identidade Suprema".


Fonte: http://www.hermanubis.com.br/

Traduzido pelo Amado Irmão Albertus SI - Grupo Hermanubis

UMA PANORÂMICA SOBRE AS RELAÇÕES DA MAÇONARIA E A INTERNET



Esta prancha surge como resultado da minha vivência pessoal durante o último ano maçônico e da vontade de contribuir para a discussão sobre as relações da nossa Augusta Ordem com a sociedade profana neste final de século. Discussão tão pertinente como polemica, mas mesmo assim incontornável nestes tempos de mudança que vivemos. 

Existem basicamente dois tipos de pessoas que são iniciadas na Maçonaria: aquelas que pela sua vida pessoal, pelos seus estudos, hobbies, pelos seus interesses mais variados e pela sua vivência pessoal já conhecem grande parte dos temas que orientam a Maçonaria, e como tal poderão já estar a par da temática maçônica; e aquelas que não conhecendo conscientemente esses temas, possuem um "potencial maçônico", (uma pedra bruta) que poderá ser desenvolvido, caso lhes sejam facultadas as ferramentas e as a unidades corretas, na altura certa.
Tais pessoas acabam por ser contactadas por amigos já iniciados, que reconhecendo nelas esse potencial lhes sugerem o ingresso na Maçonaria. Note-se que não se trata de um "recrutamento" no sentido mais prosaico do termo, mas sim uma sugestão para o ingresso numa ordem onde potencial maçônico pode ser ampliado e desenvolvido, ou seja, onde a pedra bruta poderá começar a ser desbastada e aperfeiçoada.
Eu pertenço a este último grupo de pessoas. Após a minha iniciação houve um período inicial em que a minha atenção era canalizada para o aspecto visual do ritual. Em que - e não há que ter vergonha de dizê-lo - a atenção era mais dirigida para os gestos que os meus irmãos faziam e aquilo que diziam, do que para o significado desses gestos e dessas frases. Contudo após a mecanização do ritual, surge a fase de meditação sobre o seu significado e o da temática maçônica em geral.
É nesta fase que senti a pouca informação que possuía. Pois embora o meu Vigilante me recomendasse que fizesse a minha interpretação e interiorização do ritual, sentia que me faltavam informações básicas sobre a Maçonaria. Muitas vezes tive a sensação de ter apanhado um "comboio em movimento", pois para poder compreender e (vaidade das vaidades) acompanhar as conversas a que assistia, necessitava de proceder à pesquisa dessas informações, tendo sempre o cuidado de me lembrar de que a informação que recolhesse era sempre a expressão do ponto de vista do autor, e como tal deveria "peneirar" essa informação para retirar as interpretações mais pessoais dos fatos mais consensuais. Procurei, pois essa informação nos livros, nas pranchas dos meus irmãos que, entretanto me iam chegando às mãos... e na Internet...
Por que a Internet? Por um lado por "deformação profissional" profana. Por outro, pelo conhecimento da Internet como um caldeirão cultural, onde diariamente comunicam milhões de pessoas. Algures, no meio dessa Babel imensa, deveriam estar maçons...
E a surpresa foi agradável. Uma pesquisa minuciosa leva-me a concluir que a nossa Augusta Ordem está convenientemente representada. E embora reconheça com alguma tristeza que a maior parte dessa representação se refere ao conhecimento norte-americano (Estados Unidos e Canadá), a universalidade da Maçonaria permite que se aproveite muito do que lá está.
Antes de continuar convém realçar o perigo de se tornar a nuvem por Juno. A Internet nunca poderá substituir o trabalho em loja. Numa era em que está na moda falar da Internet, importa conhecer tanto as suas potencialidades no campo da troca de experiências e conhecimentos maçônicos como os seus limites, sem "embandeirar em arco" ou perder a noção do que é de fato importante: a vivência maçônica no seu todo, nomeadamente o trabalho como obreiro em loja.
A Internet é basicamente um meio de troca de informação entre os seus utentes em duas vertentes distintas:

A DISPONIBILIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO.

Por um lado temos centros que disponibilizam informação para consulta por parte de qualquer utente. Surgem aqui locais pertencentes a alguns irmãos mais empenhados, Lojas e mesmo Grandes Lojas. A título de exemplo saliento as Grandes lojas do Japão, Espanha, Itália, Finlândia, Austrália Ocidental, de vários estados e províncias dos Estados Unidos e Canadá, uma variedade de lojas do continente americano, a Loja de Pesquisa da Califórnia do Sul ou ainda a Sociedade Philalethes.
É aqui possível obter informações sobre as atividades das Lojas e Grandes Lojas, sobre os seus membros, obter textos sobre a nossa ordem, ou ainda uma compilação das perguntas mais frequentes - um pequeno manual, ideal para maçons recém-iniciados - onde se responde a uma série de perguntas que versam a nossa ordem, o seu relacionamento com a sociedade profana, a relação das crenças de cada pessoa com a maçonaria, quais as atitudes a tomar em resposta a provocações anti- maçônicas, etc.
Dentro dos documentos disponíveis é de referir ainda uma coleção de Bulas Papais que afetaram direta ou indiretamente a nossa ordem, vários conjuntos de imagens digitalizadas de temas maçônicos ou ainda o texto do livro "Morals And Dogma" do irmão Albert Pike.
Enfim todo um manancial dinâmico de informação. Dinâmico porque a informação aumenta com o passar do tempo, assim como o n.º de Lojas e Grandes Lojas representadas. Espero ansiosamente pelo dia em que possa ver a Grande Loja Regular de Portugal e porque não, a nossa respeitável Loja, representadas na Internet.

A COMUNICAÇÃO ENTRE UTILIZADORES

Uma segunda vertente da Internet prende se com a comunicação entre utilizadores em geral entre maçons em particular. Em tempo real, numa amena conversa eletrônica, ou através do envio de mensagens de correio, é possível a troca de impressões entre irmãos separados por milhares de quilômetros. Nesta área salientam se algumas listas de discussão temática versadas na maçonaria. Estas listas funcionam como centros aglutinadores de mensagens, enviadas e distribuídas aos subscritores da referida lista. “Como exemplos temos a UKMason list, versada em assuntos relacionados com a maçonaria inglesa, nomeadamente com a UGLE, só admitindo como subscritores maçons pertencentes a lojas reconhecidas pela UGLE; e a mais “popular” freemasonry list”, que não restringe os subscritores, nem o conteúdo: dos assuntos a serem discutidos.
Contudo trata-se de uma lista moderada, onde não são tolerados ataques pessoais nem faltas de educação entre os participantes. Como subscritor desta lista desde Outubro do ano passado, devo dizer que tenho pena que o dia não tenha mais horas, para me permitir acompanhar com mais detalhe o que se vai discutindo, dada a quantidade de informação que circula diariamente - entre 10 a 50 mensagens diárias, consoante seja dia de trabalho ou fim de semana. Sendo óbvio que nem todas as mensagens são relevantes em termos de conteúdo, não posso deixar de referir alguns dos temas que têm sido discutidos:
    O relato de uma sessão da Grande Loja da Rússia, constituída em 1995 e do andamento dos seus trabalhos.

         Relatos sobre experiências de passagem de grau.

   Diferenças entre Lojas que trabalham normalmente no 1.º grau e Lojas que trabalham normalmente no 3.º grau.

          O significado de alguns símbolos nos templos maçônicos.

          Qual o espírito da maçonaria.

          Poemas maçônicos.

         Compilações de publicações maçônicas e os respectivos contactos.

         Críticas a livros maçônicos recentemente publicados.

         Atividades de beneficência.

         Diferenças entre os vários ritos e diferentes interpretações do ritual em várias Lojas.

          etc., etc., etc.

Esta troca de ideias implementam o trabalho em loja, permitindo-nos ter acesso a pontos de vista de irmãos com mais experiência. Sob este ponto de vista poderia ser levado a considerar a internet como um "templo virtual". Contudo a minha interpretação das relações entre a Maçonaria e a Internet têm os seus limites. 

A falta de muito do que dá sentido a - um templo e às sessões em Loja, como sejam o aspecto ritual dos trabalhos a envolvência de cada maçom nesse ritual e a não sacralização do templo - sacralização essa só possível pela presença física dos maçons levam-me a considerar que o conceito de "templo virtual" - possível em termos tecnológicos - só faria maçonicamente sentido em termos pedagógicos, como auxiliar para os aprendizes que se iniciam no desbaste da sua pedra...
Convém ainda referir que tem de existir certo cuidado com o que se diz e principalmente como se diz. A Internet não é um meio fechado nem suficientemente seguro para permitir uma troca de segredos maçônicos (senhas, etc.) pela rede.
Como a comunicação é feita de forma verbal (isto é, pelo que se escreve e não pelo que se faz), é muito importante conjugarmos o conteúdo das nossas missivas com o estilo literário em que são escritas - a ironia pode ser uma faca de dois gumes - e existem pessoas que se ofendem muito facilmente com o que é escrito.
Finalmente é de notar que a informação maçônica que circula na rede, não difere da que está disponível em livros, que podem ser adquiridos por qualquer maçom ou profano...
No meu caso pessoal, decidi refletir o meu grau de aprendiz na minha utilização maçônica da Internet. Até agora tenho utilizado o meu "privilégio do silêncio", observando, escutando e aprendendo com a experiência, a postura, a cultura, e porque não dizê-lo, com as asneiras de alguns irmãos (a pedra ainda não é perfeita) que navegam nestas "águas".
Neste mundo cada vez mais agitado, onde o tempo dedicado às nossas profissões profanas é cada vez maior, e o tempo disponível para atividades maçônicas cada vez menor, onde a velocidade de acesso à informação se torna tão importante como a informação em si, a internet surge como meio privilegiados para encurtar tempo e distâncias, permitindo o contacto e a troca de informações entre irmãos de uma forma rápida e eficiente, desde que se tenha sempre a perspectiva que nada poderá substituir o contacto pessoal entre irmãos, à assistência das sessões em loja e o convívio que daí resulta.
Autor Desconhecido (A:. M:.)




Postagem em destaque

A BÍBLIA DOS MAÇONS

É um problema bastante complexo, porque o podemos examinar a partir de vários aspectos complementares. Primeiro, o essencial, a presença ou ...