A NUMEROLOGIA E A MAÇONARIA



A numerologia é uma ciência pouco divulgada, mas de grande valor para o estudo dos números em relação aos planetas, ao universo, aos sons, às cores, às auras dos seres em geral e, principalmente, para o estudo da Maçonaria. Deus, o G.'.A.'.D.'.U.'., é também o Supremo Geômetra, e o Supremo Matemático do Universo. Ao Apr.'. M.'. que inicia a sua caminhada na senda, é de suma importância que penetre desde logo nos segredos dos números 1, 2, 3, e 4, de vez que tal conhecimento lhe proporcionará chaves vitais para seu desbastamento da P.'.B.'., o escopo principal do trabalho a ser desenvolvido na Col.'. do N.'. . O número UM, Alfa, é o símbolo da Causa sem Causa, do Princípio, é a representação de DEUS manifestado, é tudo aquilo que surgiu do Caos, é o “faça-se a LUZ e a LUZ se fez...”

Aqui a Unidade não pode nem deve ser confundida com o TODO, pois não passa de um ponto de partida, e, não é mais do que uma manifestação do G.'.A.'.D.'.U.'., ou seja: começo de alguma coisa, produto da preexistência de uma CAUSA SEM 

CAUSA.
Embora ele exista por si só, isoladamente ele não substituirá, pois nada existe nos Mundos Manifestados que consiga existir como uma Unidade isolada. Pode parecer paradoxal que, sendo o número UM a Origem e a Causa da existência de todos os demais números, seja por si, estéril, necessitando para se perpetuar como uma manifestação, de uma outra manifestação iguais a Si mesma, porém de natureza oposta, mas que já não é mais uma Unidade, pois a Unidade que se repete é igual a DOIS.

Para algumas Escolas Iniciáticas, o número DOIS é o número do Equilíbrio; para outras ele é o símbolo terrível da Dúvida, um número perigoso, porque duas forças iguais e antagônicas se antepõem uma à outra, na luta pelo domínio do UM sobre o outro UM. DOIS seria, então, símbolo da luta eterna que travam o Bem e o Mal; a Luz e a Treva; o Sim e Não; o Macho e Fêmea, etc.

Se levarmos em conta, entretanto, que tudo que existe no Universo são apenas diferentes e antagônicas partes de um Único Todo, chegaremos a entender e compreender que o Bem e o Mal são DEUS; que a Luz e as Trevas são DEUS; que o macho e a Fêmea são DEUS, etc.

Porque Bem e Mal, Luz e Trevas, Sim e Não, Macho e Fêmea. etc., são apenas resultados de pontos de vista de um observador que se coloca em determinada posição no Plano Manifestado, e enxerga as coisas do seu próprio ponto de vista pessoal. E, se conseguirmos eliminar este ponto de vista pessoal ao encarar diferentes aspectos de um mesmo problema, acabaremos por entender que tudo é TUDO, e que, o número DOIS é apenas o número UM que se repete a Si mesmo, sendo, portanto, igual a si próprio...

O verdadeiro segredo da PAZ, da Tranqüilidade, do Bem-Estar, enfim, daquele estado da alma conhecido pelos orientais como Nirvana, é a Criatura viver em EQUILÍBRIO... Em todo Universo existe uma luta eterna e terrível, travada sempre entre duas forças antagônicas e violentas que, por sua própria natureza intrínseca, procuram dominar e destruir uma à outra.

E, qualquer criatura que consiga se situar num ponto equidistante entre elas duas passa a ser de detentor de uma Força ainda maior que as outras duas, e que se chama EQUILÍBRIO. EQUILÍBRIO é, portanto, um terceiro elemento que surge, pois com seu aparecimento é que cessarão a dúvida, a luta e antagonismo do número DOIS.

Eis que surge o TRÊS, o Filho, produto da Harmonia, do Equilíbrio da Compreensão, da união entre dois oponentes eternos. É agora que surge afinal o número do equilíbrio total, no qual o UM se manifesta no TRÊS, para que o DOIS se harmonize consigo próprio. O Filho é igual ao Pai e ambos são iguais a DEUS, e, se DEUS é igual ao Pai e ao Filho, todos são iguais entre si, e, se todos são iguais entre si, são portanto UM apenas, que se manifesta sob a Tríplice aparência do Equilíbrio.

O maior segredo do conhecimento do simbolismo do número TRÊS talvez estejam na compreensão de que ele é o produto do Amor, da União, da Harmonia e do equilíbrio entre dias forças opostas e seu significado maravilhoso de que, com ele, começa a perpetuação de tudo que existe no Universo.

O número TRÊS repetido em todas as fórmulas litúrgicas do primeiro estágio, responde filosoficamente, dando ao Neófito a chave do profundo enigma. Ele procede do absoluto que é DEUS como a natureza procede do mesmo absoluto.

O número TRÊS é uma expressão desse absoluto e dessa perfeição: porque contém em si – o ativo, o passivo e o neutro. Tudo que existe se manifesta neste ternário. Da unidade e da dualidade, nasce o terceiro que une os opostos: 1 + 2 = 3. Por estas e muitas outras razões é que o número TRÊS é tão caro ao Maçom que busca a LUZ, porque três são também as qualidades da LUZ: o Fogo, a Chama e o Calor.

O Fogo dissolve, purifica e transforma tudo, e é o símbolo do Espírito que tudo vivifica. A Chama, no movimento de seu bruxuleio, é o símbolo da Mutabilidade e do Movimento de tudo que existe no Plano Relativo. E o Calor, aquece e conserva a Vida no Universo. TRÊS são as qualidades exigidas para aqueles que postulam as suas Iniciações: Vontade, Amor e Inteligência.

Sem estas três qualidades o homem não passa de um aleijado, pois de nada adiantarão a Vontade e a Inteligência, se o Coração do Homem não estiver pleno de Amor para com tudo e com todos. Todo Maçom que quiser ser digno deste nome deve cultivar igualmente essas três qualidades representadas pelos três pontos (.'.) que apõe a seu nome, como as três estrelas que brilham no Or.'. da Loja.

Vontade. Amor. Inteligência Se prestarmos a devida atenção em toda parte encontraremos o número TRÊS, para lembrar-nos a todo instante do significado destes pontos: Três são as Jóias Fixas da Loja: Prancheta da Loja, a Pedra Bruta e a Pedra Polida; Três são as Jóias Móveis da Loja: O Esquadro representando o Ven.'., o Nível – 1º Vig.'. e o Prumo – 2º Vig.'.; Três são as Grandes Luzes: Sabedoria, Força e Beleza, alocadas ao Leste, Norte e Sul e representadas respectivamente pelo Ven.'., 1º Vig.'. e 2º Vig.'.; Três são as Virtudes Morais que devem ornar o espírito e o coração de qualquer ser humano, especialmente do Maçom: Fé, Esperança e 
Caridade.

O Três ainda pode ser estudado sob outros pontos de vista; Do Tempo: Presente, Passado e Futuro; Da Vida: Nascimento, Existência e Morte; Da Família: Pai, Mãe e Filho; Da Trindade Cristã: Pai, Filho e Espírito Santo; Da Constituição do Ser: Espírito, Alma e Corpo. Finalmente é sobre três importantíssimos pontos que se deve apoiar todo Maçom que se preze e se julgue digno de ser chamado de Ir.'.: LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE.

É num ponto equidistante deste Triângulo Sagrado que se deve colocar o verdadeiro Maçom e aí se apoiar, pois é que uma base quadrada que se origina uma Pirâmide, a qual em sua ascensão para a Unidade tem seus quatro lados formados por um Triângulo. QUATRO é o número do Tetragrama Sagrado IOD, EH, VAU EH ou IEVE, ou JEHOVAH, nome com qual os Hebreus caracterizavam a divindade Manifestada, e que, no Sagrado Triângulo do Maçom aparece como o quarto elemento, simbolizado pelo Olho da DIVINDADE, o Divino Centro – o Equilíbrio que tudo vê, fazendo justiça e dando a cada um segundo suas obras.

Ir.'. José Carlos Lopes - M.'. I.'. – Or.'. de Curitiba - PR

O TURISTA MAÇOM



Turista é um termo que identifica quem viaja muito, quem não perde a oportunidade de conhecer uma nova cidade, quem está sempre à procura de uma nova atração que justifique o seu deslocamento. Essas pessoas fazem do turismo um grande negócio em todo o mundo.

Há, também, outro tipo de turismo que cresce rapidamente nos nossos dias, trata-se do turismo de Loja Maçônica. Esses turistas são irmãos que não querem cargos em Loja, e que ficam "viajando" de Loja em Loja. Hoje vão nesta, semana que vem naquela outra e assim por diante. Até ai tudo bem o Landmark 14 prevê isso, o direito de assento ao irmão visitante.

Mas digo daquele que se filia aqui, pede o quite placet ali, e assim leva a vida e não para quieto em lugar nenhum, sua Loja não presta, só as outras são "legais". Não se envolve em nada, pois tem a meta de visitar 1.000 Lojas por ano. E na sua, só vai o necessário, quando nem vai.

Geralmente esses irmãos são levados pelas atrações do dia:

É "PALESTRAS, MAGNAS, INICIAÇÕES, INICIAÇÕES, ELEVAÇÕES, EXALTAÇÕES, INSTALAÇÕES" aqui, um "Arrasta-pé maçônico" ali, uma "Sessão Show" nesta Loja, uma "Egrégora poderosa" naquela outra um belo copo d’água, e lá vai o turista maçom!!

Se por acaso, você está se tornando um turista de Loja atente para estes fatos:

Turista de Loja não agrada. "Não deixemos a nossa congregação de irmãos da loja Mãe...";
 
Turista de Loja não trabalha para a Maçonaria, como deveria fazer, servindo à Loja onde é membro;

Turista de Loja perde a bênção da comunhão entre irmãos do quadro, que é resultado do convívio.

Turista de Loja se torna uma pessoa confusa e desorientada porque assimila uma verdadeira salada mista de Doutrinas, Ritos e Práticas;

Turista de Loja pratica desonestidade, porque quando se fez membro de uma Loja, prometeu frequentá-la assiduamente;

Turista de Loja, na maioria das vezes, acaba ficando no meio do caminho, isto é, em Loja nenhuma.

Não seja você um turista de Loja Maçônica!

Ir.Denilson Forato M.I.


GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO?



Primeiramente devo esclarecer que esta não é a única denominação maçônica dada ao “Criador”, alguns ritos usam ou nos primórdios usavam expressões como: Supremo Arquiteto do Universo; Grande Geômetra; Autor de todas as coisas; Supremo Artífice do Universo; Glorioso Arquiteto do Universo; Senhor dos Mundos.

O mais importante é prestarmos a atenção que estas expressões não nomeiam o Ser Superior (nomear: designar pelo nome, pronunciar o nome de), elas fazem a denotação do mesmo.

Denotar significa anunciar, mostrar por certos sinais ou indicar as qualidades ou características do ser ou objeto estudado.

Não há ninguém que não visualize o Criador como algo “Grande”, “Supremo”, e já que somos “peões de construção” nosso mais elevado superior deverá ser um “Arquiteto” ou” Artífice”, também é para nós tão claro como ele ter sido o autor do “Universo.

Apenas uma curiosidade: Os Ritos que substituíram a palavra “Grande” por “Supremo” explicam que o adjetivo “grande” designa dimensões mais que ordinárias, mas que não demonstram o real valor. Ex: Minas Gerais é um GRANDE ESTADO, mas ao olharmos um mapa do Brasil vemos que ele não é o MAIOR ESTADO.

Já o adjetivo “Supremo” refere àquilo ou quem está acima de tudo. E eles estão os cobertos de verdade! Na Sublime Ordem não usamos os nomes do Criador por alguns motivos; Maçonaria não é religião e não tem correlação direta com alguma, portanto não podemos usar atributos de nenhuma; praticamos a Tolerância e como tal reconhecemos que o sentimento de vínculo com algo maior do que o ser humano, a Terra, a Natureza e os ciclos devam ser respeitados sob quaisquer manifestações.

Os deveres do homem para com o Criador constituem a verdadeira religião! Deus; Allah, Logos, Osíris, Brahma, Elohim e muitos outros substantivos procuram resumir em caracteres (letras) o sentimento de respeito e de “realidade última”.

Cada substantivo usado para nomear o Criador leva em conta a história de um povo e principalmente sua forma de escrita, acompanhem o exemplo: I.H.V.H. (Y.H.W.H) era assim que os hebreus pronunciavam o nome do Criador, pois era proibido dizer Iod, He, Vau, He, após o exílio eles designavam o Criador como Elohim e Adonai
.

Este tetragrama tão conhecido pelos Maçons aparece mais de seis mil vezes no texto hebraico do Antigo Testamento, às vezes sozinho ou em conjunção com outro substantivo.

O nome YaHVeH (Javé em português), ou YeHoVaH (Jeová em português), são transliterações possíveis para a língua portuguesa.

Centenas de anos depois, os que faziam as cópias do Livro Sagrado, toda vez que deparavam com os nomes de Deus, em profundo respeito substituíam pelo substantivo “SENHOR” ou “DEUS”.

Vejam estes exemplos:

Jeová Rafa => O Senhor Cura (Ex 15:26);
Jeová Nissi => O Senhor Nossa Bandeira (Ex 17.8-15);
Jeová Shalom => O Senhor Nossa Paz (Jz 6.24);
Jeová Ra’ah => O Senhor Meu Pastor (Sl 23.1);
Jeová Tsid - Kenu => O Senhor Nossa Justiça;
Shekináh => A Glória de Deus;
Jeová - Jiréh => O Senhor Prova (Gn 22.14);
Jeová Shammam => O Senhor Esta Ali (Ez 48.35);
El - Elyon => Deus Altíssimo (Gn 14. 18-29);
El - Shaddai => O Deus que é suficiente para as necessidades do seu povo (Ex 6.3);
El - Olam => O Eterno Deus (Gn 21.33);
Adonai => Senhor, Mestre (Ex 23.17; Js 10. 16,33).

Neste período que antecede o Natal recebemos muitas mensagens a respeito de Jesus Cristo, recordamos seu nascimento, sua história, até mesmo sua morte e todos os valores que como símbolo maior do Cristianismo ele desperta em seus seguidores.

Que todos nós Maçons Cristãos possamos multiplicar as vibrações positivas geradas na noite do dia 24 de dezembro para todos os outros dias do ano.

Ao me dirigir ao Grande Arquiteto do Universo, rogarei por Saúde-Força-União para você meu Irmão e toda sua família e que Jesus Cristo o Grande Arquiteto da Igreja lhe cubra com Paz-Saúde-Prosperidade.

“E o verbo se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 1,14).


MAÇONARIA - A INICIAÇÃO



A INICIAÇÃO

Nada mais é que a recepção que é praticada por aquele que é candidato a se associar a uma Loja Maçônica, uso o termo associar de acordo com as leis civis existentes em nosso país.

Uma maçonaria sem base iniciática nada mais é que uma sociedade filantrópica.

É necessária que haja uma morte metafórica e simbólica, assim tal a fênix que renasce das cinzas, o novo associado se desnuda de suas paixões, vaidade e intransigência, o que nos leva ao pensamento do Filósofo e filólogo Nietzsche, em seu livro Zaratustra, "É preciso haver morte para que surja o super-homem; ele indica a necessidade da superação de si mesmo e com isso aponta para uma nova maneira de sentir, pensar, avaliar" e é esta a diferença entre o iniciado e o não iniciado.

É uma maiêutica (parto), termo usado pelo filósofo Sócrates, para uma nova vida que se descortinará na vida do iniciado.

A iniciação é o primeiro passo e é necessário para se ingressar na escalada maçônica, muitos passam pelo processo de iniciação e não prosseguem na busca de novos conhecimentos e aperfeiçoamento, isto é abandonam por qualquer motivo a ordem maçônica.

Matemáticos e filósofos constataram que nós somos números e símbolos.

O simbolismo representa a base, o fundamento de toda a maçonaria do mundo, ou seja, universal.

O iniciado tem que aprender gradativamente os símbolos e alegorias.

Quem seja incapaz de compreender os símbolos se achará sempre na posição de não iniciado e que entrando em um templo maçônico, mesmo lendo um livro, revista, a mídia eletrônica ou outra fonte de pesquisa referente à maçonaria, observa toda uma série de objetos, que lhe parece familiar, mas não entende o seu significado.

Símbolo = Figura, marca, qualquer objeto físico que apresenta um significado convencional.

Alegoria = Forma figurada de um pensamento, ficção ou metáfora que na expressão tem um significado e no sentido, outro.

AS VIAGENS

 Já foi dito que o homem, para se tornar maçom, tem que ser submetido às provas que constam nos Rituais e é necessário que se cumpra as partes ritualística, que por sua vez são conhecidas por viagens.
 
O candidato está cego, por esta razão não enxerga o que se passa a sua volta, ele faz um trajeto sempre conduzido por um Ir.’. experiente.

Simbolicamente, os caminhos são cheios de obstáculos, que ele candidato terá que superá-los, estes caminhos, representam os perigos em sua vida, bem ele venceu esta primeira fase.

Em outra viagem, tão importante quanto a primeira, ele encontrará novos desafios, trovões, tempestades, ruídos de espadas e termina com um lavar de mãos, significando que ele está em parte purificado, por esse elemento da natureza que é a água.

Depois de tantos obstáculos que foram superados a sequência é fazer um trajeto mais tranquilo e silencioso, ele enfrenta agora outra purificação, o elemento da natureza é o fogo, que serve para ativar bem o coração no candidato o amor aos seus iguais, a fraternidade e a caridade.

Estas provas representam no candidato o seu renascimento e morte para os seus preconceitos, erros e ilusões.

Autor: Pedro Neves

Fonte: http://recantodasletras.uol.com.br


QUASE NADA!



MEA-CULPA

Maçons recém-iniciados, e mesmo os antigos menos conhecedores da Filosofia, dos feitos e da missão da Maçonaria, exaltam-se e julgam impropriamente estar a Sublime Ordem, alheia aos problemas e dificuldades do homem.

Numa de nossas sessões, na hora apropriada, um Irmão, preocupado com a imagem da Maçonaria, lançou a indagação:

– Por que oito entre dez maçons estão insatisfeitos (decepcionados) com a Maçonaria?

A resposta foi dada através de outra pergunta:

– Será que a Maçonaria está satisfeita com dois entre dez maçons? Comigo, com o caríssimo Irmão?

NADA

Conta-se que perguntaram a Pitágoras, após ter sido Iniciado nos mistérios egípcios, o que tinha visto, tendo respondido: Nada. Se ao sair do Templo não tinha visto nada, não se limitou a sair decepcionado, senão buscando a origem deste nada, descobriu em si mesmo que não tinha visto nada mais que desejos e ilusões. Foi então que começou seu caminho para a sabedoria.

Muitos Irmãos recém-Iniciados se afastam da Ordem porque em nossas Lojas não encontram nada, porque o nosso simbolismo não lhes significa nada, porque na Maçonaria não se faz nada; outros se queixam que nas Lojas se fala muito de simbolismo e nada mais; que só comparecem aos trabalhos da Loja para perder tempo e nada mais.

Propomos perguntar-lhes: o que significa esse nada com respeito à Maçonaria? O Neófito não vai mais à sua Loja porque não encontrou nada… E como é que não encontrou nada? Não encontrou o Templo com seu Altar, as colunas, os móveis e a decoração? Não encontrou os Irmãos reunidos na Loja? E como é que diz que não encontrou nada e que o simbolismo não lhe significa nada? Encontrou pelo menos o simbolismo… O Neófito que entra no Templo encontra algo, porém não encontra o que busca; isto dá margem a várias perguntas:

O que busca o profano que solicita ao ser Iniciado?

O que a Maçonaria não pode oferecer?

O que a Maçonaria pode oferecer?

O que encontra o Neófito ao dizer que não tem nada?

Respostas:
O que busca o profano que solicita ser Iniciado? Pode solicitar seu ingresso por vários motivos, desde o mais grosseiro materialismo, o desejo de encontrar protetores para seus negócios de qualquer espécie, até o motivo de mais elevado sentimento de humanitarismo.

Em geral, é mistura de tudo, acrescido de curiosidade; e frequentemente haverá um sentimento da própria imperfeição acrescido do desejo de melhorar-se e de aperfeiçoar-se.

É um dos problemas da Maçonaria que, pelo segredo e discrição que deve guardar seus integrantes, o profano chega geralmente a nossas portas, desconhecendo realmente o que espera vindo em contrapartida cheio de esperanças e ilusões que vão do inadequado até o absurdo.

O que a Maçonaria não pode oferecer? A Maçonaria não é feita à medida das ilusões do Neófito. Se esse esperou uma renovação completa de sua personalidade por meio de um remédio amostra grátis e que se oferece a todo aquele que entra na Ordem, equivocou-se. Dão-lhe a luz, as ferramentas para trabalhar, mostrando-lhe a Pedra Bruta e o modo de trabalhar nela. O resto é assunto do Neófito.

Se buscava um meio cômodo para tornar a sua vida mais fácil e agradável, para sentir-se importante sem esforço algum, para viver em paz consigo mesmo. E como não achou o que buscava, diz simplesmente: Não encontrei nada. Aquilo que não encontra era o que ele queria e nada mais. Dizer que a Maçonaria não faz nada é outra maneira de revelar que querem conseguir satisfações de amor próprio a baixo custo.

O que a Maçonaria pode oferecer? Do ponto de vista das pessoas mencionadas, nada, pois para elas o trabalho, o estudo não é nada. Quanto mais irreais, fantásticas forem suas esperanças, mais necessitarão para encontrar o que oferece a Maçonaria, e que é: trabalho, ferramentas para executá-lo, o salário que somente se obtém trabalhando.

O que encontra o Neófito ao dizer que não tem nada? Bate à porta do Templo, se abre para ele e não encontra nada. O que é este nada? Algo ele encontra e se o pressionarmos um pouco, ele nos dirá: “Não há nada, somente palavras, somente Ritualística, somente Símbolos, somente ideias antiquadas”. Algo, portanto encontra, porém “não o que buscava”.

O Irmão que se afasta da Loja queixando-se de “não haver encontrado nada”, afasta-se desgostoso, decepcionado. O encontro com o nada o afetou no mais profundo do seu ser, reconhecerá que onde não encontrou nada, foi em si mesmo. Este é o ponto onde começa a germinar a ideia maçônica. Se o Irmão chegar a este ponto, começará ser maçom.

Temos tido acesso a manifestos de destacadas autoridades, patriotas, que embora não pertençam à Maçonaria, repelem o descalabro, as ignomínias das corrupções e da falta total de caráter, de pudor e de vergonha que assolam a Nação.

Conclamam a Ordem Maçônica à adoção de uma posição proativa, pela indignação, pela perseverança, pelo esclarecimento, pela pressão, pelo alerta constante, esperando que seu clamor seja ouvido, por aqueles que não podem deixar de ouvir.

Convoca-nos continuarmos a luta contra o errado, o ilícito, a mentira e a trapaça que não podem ser aceitas, mesmo que praticadas, apregoadas e admitidas como naturais.

Mas o que fizemos até aqui para mudar?

Parece haver uma mudança de um estado de apatia crônica dos maçons (que não deixa de ser uma forma de protesto, uma espécie de resistência passiva) para uma agitação ainda sem foco muito definido (talvez uma insatisfação geral), uma forma de reação mais ativa, que cresce na medida em que os outros também se movimentam.

Não dá para ficar de braços cruzados, “vendo a banda passar”, nesse momento histórico, quando todos estão cansados de tudo. Mudar esta triste realidade é tarefa de todos nós.

A Loja esta chata, o emprego é monótono, o salário é baixo, o atendimento médico é precário, o trânsito é caótico, nunca temos dinheiro para comprar o que queremos, a violência cresce perto de casa, as perspectivas de futuro não são lá muito animadoras, estamos indignados com o que vemos e ouvimos sobre os políticos, corrupção e impunidade.

Ônibus, carros, lojas comerciais pilhadas e prédios públicos depredados e incendiados, jornalistas intimidados porque trabalham para grandes empresas de comunicação, agressões e mortes desnecessárias a policiais e a outros manifestantes. Como evitar esses excessos no calor do momento? 

Mas o que fizemos até aqui para mudar? Quase nada! No momento em que tudo isso vem à tona e percebemos que outros sentem e passam por situações semelhantes levemos desejos e frustrações para o meio da rua e os protestos se tornam uma forma efetiva de manifestar insatisfação, de tentar dizer um “basta”.

Os governos federal e dos Estados procuram organizar-se para enfrentar o problema de superpopulação e assassinatos nos presídios, motivo de aflições e agruras em nosso país. A ideia que vem prevalecendo é construir mais cadeias públicas, porque assim seria possível acomodar melhor os detentos e dificultar os assassinatos.

A edificação de novas penitenciárias, desacompanhada de um ataque direto e objetivo às principais causas da criminalidade, talvez signifique quase o mesmo que rasgar dinheiro e até mesmo uma visão inadequada do problema.

Conclusão

A Maçonaria, em todos os tempos, tem se dedicado a iluminar a humanidade, disseminando, por toda a parte, os postulados da Luz e da Verdade. Mas os homens de hoje têm seus ouvidos e olhos fechados ao espiritual. Os maçons, em grande número, não têm saído do estado de Aprendiz. Neles ainda prevalece à matéria sobre o espírito.

Grandes movimentos maçônicos acompanharam mudanças históricas importantes no Brasil e no mundo. Mas sem foco definido, sem lideranças estabelecidas, com tantos motivos para protestar, sem particularizar objetivos, sem formular caminhos, como mudar o que não funciona?

Como brasileiro exijo que não se dê “palanque” a nenhum bandido, corrupto, ladrão, traidor da Pátria, independente de partido, ideologia, religião, seja magnata, juiz, ministro, governador ou presidente. Que se faça justiça, no sentido exato da palavra, para termos paz e futuro.

Como Obreiros de Deus, vivemos no presente, caminhando e construindo para o futuro, mas nada irá empanar as verdades eternas que nos vieram do passado.

Quem diz sempre a última palavra é a morte; mas temos a esperança, e é por isso que vivemos e que cremos na vida. Aqui estamos para fazer uma Nação justa!

Autor: Valdemar Sansão
Fonte: JB News, nº 2332


AS COLUNAS GÊMEAS “B E J”



Em “Reis” e “Crônicas”, a Bíblia Sagrada, nos fala da construção do Templo de Salomão. Este Templo foi o modelo usado para a elaboração do Templo Maçônico. O Rei Salomão recebera como herança de seu pai a incumbência de construir um Templo ao Sr. Deus Javé. 

Hiram Abiff, homem de grande habilidade, talento e inteligência foi o responsável pela grandiosa obra. Eis o relato em Reis capítulo 7: “Fundiu duas colunas de bronze, cada uma com nove metros de altura e seis de circunferência. Fez dois capitéis de bronze fundido, cada um com dois metros e meio de altura, e os colocou no alto das colunas.

Para enfeitar os capitéis, fez dois trançados em forma de corrente, um para cada capitel. Depois fez as romãs; havia duas fileiras de romãs em torno de cada trançado, para cobrir os trançados que ficavam no alto das colunas. Fez o mesmo com o segundo capitel.

Os capitéis, no alto das colunas que estavam no vestíbulo, tinham forma de flor de lis, medindo dois metros. Além disso, esses capitéis, no alto das colunas, no centro que ficava por trás dos trançados, estavam enfeitados por romãs, colocadas em filas de duzentas ao redor de cada capitel. Em seguida, Hiram ergueu as colunas diante do vestíbulo do santuário: ergueu a coluna do lado direito e lhe deu o nome de FIRME; depois levantou a coluna do lado esquerdo e lhe deu o nome de FORTE.

E “assim terminou o trabalho das colunas”. Hiram executou toda a obra do Templo de Salomão e repetimos em “Reis 1 e 2, e Crônicas": Esta magnífica construção é descrita minuciosamente inclusive  na maneira de confeccionar todos os utensílios, estes de muita importância na forma, função e simbolismo para entendimento do porquê da construção deste Templo, apesar de ser o arquétipo do Templo Maçônico observamos que nem todos os utensílios do Templo de Salomão, foram transportados para o Templo Maçônico.

Assim vamos nos ater as colunas que são o escopo deste trabalho. Tendo vivido no Egito, livre ou escravo, o povo hebreu assimilara muito dos costumes, religiosidade e cultura egípcia. Em frente dos Templos egípcios, sempre eram construídos dois obeliscos: um ao lado do outro como oferenda a divindade.

Na fuga do Egito sob o comando de Moisés uma nuvem durante o dia transformava-se em fumaça, protegendo o povo em fuga dos soldados do Faraó. À noite a mesma nuvem era uma coluna de fogo a iluminar o caminho dos fugitivos. Quarenta anos o povo passou no deserto. Quando da construção de Templo de Jerusalém, as colunas foram concebidas como monumento para lembrança constante do sofrimento e a demonstrar a necessidade de purificação nos quarenta anos vividos no deserto, em fuga antes de chegar à terra prometida Canaã.

Livre das impurezas adquiridas em terras estranhas, às duas colunas ali estavam, como a lhes despertar a consciência. A magnitude de Templo de Salomão veio   através dos séculos, transformá-lo em símbolo da perfeição. A submissão do homem a um ente reconhecidamente superior fruto de amor e bondade, fez com que nossos antepassados, ao buscarem uma referência histórica, para construção de nossas lendas, encontrassem no Templo de Salomão e em sua construção física uma riqueza incomensurável.

Os pedreiros livres, já vinham desde priscas eras, comunicando verbalmente as histórias da Torre de Babel e do Templo de Salomão. A tradição estava estabelecida, era necessário dar um formato menos fantástico, mais real. Já não se tratava de incentivar homens ao trabalho braçal, agora era polir o próprio homem, como fazer a não ser  por seus exemplos, onde todos se miravam em todos.

Os símbolos transformavam-se em alegorias, pois era necessário mantê-los velados aos que não entendessem a “Arte”, aos que os interpretassem eram oferecidos maravilhosas lições de moral, verdadeiro caminho das pedras em direção a perfeição, objetivo principal dos que buscavam conhecer a verdadeira virtude.

 Estando presente, desde o início da Maçonaria Especulativa nos locais adaptados para servirem como Templo Maçônico, nos adros das Igrejas e nas tabernas para as reuniões das Lojas, no chão destes locais eram desenhados com carvão, os painéis com toda variedade de símbolos que a Loja tinha para que acontecesse uma “Sessão Maçônica em Loja".

É um dos símbolos que permanece até hoje nos Templos, são as duas Colunas. Ao final da Sessão, eram apagados os desenhos, na evolução natural eles passaram a ser feitos em tapetes, desenrolava no inicio da Sessão e enrolava ao final, quando a. Loja era fechada, Ficando guardado até a próxima Sessão. 

As várias gravuras antigas comprovam esta constatação, pois sempre nos deparamos com a presença duas Colunas “B” e “J”. Corno no inicio da Maçonaria Especulativa esses locais chamados de Templo Maçônico, mesmo sem terem sido construídos para este fim específico, quando da construção do primeiro Templo Maçônico em  1776 lá estavam estas Colunas “plantadas no chão”. O Templo Maçônico representa o Universo, a Loja Maçônica representa o Planeta Terra, dentro deste Universo.

No Templo encontram-se as duas Colunas “B” e “J” com uma simbologia de alta expressão. A Coluna “B” simboliza o solstício de inverno, isto é o Sol em posição zero grau de Câncer, no dia 2 de Junho, a Coluna “J” simboliza o solstício de verão, o Sol em posição zero grau de Capricórnio, no dia 21 de Dezembro. Estas posições acontecem ao sul do Equador, ao norte é exatamente ao inverso, aí está porque o Maçom quando entre estas duas Colunas encontra-se no único neutro da Loja. 

Representam também as Colunas a Vida e a Morte, pois sabemos que esta é a única certeza que o ser humano deve ter, eis porque entre ambas é a passagem obrigatória para quem quer estar “Em Loja".

Nas Sessões Maçônicas, quando qualquer obreiro estiver circulando não deve em hipótese nenhuma circular por trás das Colunas, pois as mesmas delimitam Universo e o Planeta Terra, Templo e Loja e quem estiver atrás das Colunas estará dentro do Templo, porém simbolicamente fora da Loja, exceto o Guarda do Templo.

As Colunas Gêmeas não podem e não devem ficar no Átrio, sua forte representatividade se faz necessário dentro do Templo; Também não devem ser consideradas como mera decoração, esse respeito e veneração é em função das mesmas serem um dos raros elos que remanescem em nossos Templos Maçônicos, herança do primeiro Templo de Jerusalém chamado de Templo de Salomão.

A importância das Colunas no Templo aumenta quando constatamos que sobre elas convergem às emanações Cósmicas e Telúricas, unindo naquele minúsculo pedaço do Universo que chamamos Loja, o nosso mundo, abstrato e concreto, céu e terra, homem e divindade fundidos em um só ser, onde fluí urna maravilhosa energia positiva, que estimula o Maçom a voltar-se para dentro de si, com a Luz divina o acompanhando para a construção do seu próprio Templo Íntimo, moradia eterna do G:.A:.D:.U:.. objetivo de todo obreiro da Sublime Instituição. 


O ABRASIVO QUE AFIA O CINZEL




A gigantesca e verdadeira obra da Maçonaria é propiciar ao seu iniciado um lugar adequado para a modificação da personalidade, a moderação de paixões e desejos e o desenvolvimento de virtudes; numa escalada que inicia numa operação denominada: desbastar a pedra bruta.

Esta atividade consiste no trabalho, básico e rústico, de arrancar da pedra, arestas, deformidades e protuberâncias, de modo que ela possa vir a adaptar-se ao seu lugar reservado numa importante construção.

Traduzindo, significa: o aprendiz recebe instrução, é dotado de ferramentas, de conhecimentos elementares, é assistido por método e simbologia próprios que, manipulados por seu intelecto, culminam em desenvolver suas capacidades racionais, intelectuais, lógicas e filosóficas nos assuntos da Maçonaria.

E estas, por sua vez, o auxiliam a subir uma escada que parte de um ambiente onde domina a matéria, e o eleva até um estágio onde ocorre a predominância do espírito sobre a matéria.

O interessante é que, o potencial adquirido com o uso da sua própria intelectualidade, dependendo de suas raízes culturais, não o precipita na geração de dogmas que possam torná-lo fanático; ao contrário, o treinamento o leva ao suave equilíbrio entre racionalidade e espiritualidade.

Gradativamente, o processo “abre portas inefáveis” até então invisíveis. Sua sensibilidade lhe revela, a cada reunião, no templo especialmente preparado para o seu desenvolvimento pessoal, onde, sob efeito de sons e incenso, ocorre sua integração com a força do maçom, um campo energético gerado pelo seu grupo de companheiros.

A vida mística e profunda da essência dos símbolos vai gradativamente revelando o que até então não enxergava. Desvelando apenas uma parte onde ele mesmo é material de construção, uma pedra que depois de trabalhada, constituirá parte integrante do grande templo moral da humanidade.

Dentre as ferramentas de trabalho do aprendiz estão o maço e o inseparável cinzel que desbastam a pedra bruta, ele mesmo. O cinzel representa o intelecto e ambos concorrem para o mesmo objetivo. É exemplo de dualismo construtivo, eficaz e positivo.

O cinzel é o símbolo do trabalho inteligente. Seguro pela mão esquerda corresponde ao aspecto passivo da consciência, à penetração, à receptividade intelectual, ao discernimento especulativo, indispensável para descobrir as protuberâncias ou falhas da personalidade. Serve de intermediário entre o homem e a natureza. Sozinho seu uso é quase nulo. Sem a ajuda do maço ele não produz muita coisa, exige participação da outra ferramenta. Assemelhado com a razão humana que, isolada, nada constrói. O cinzel carece da parte operativa, ação, força e trabalho do maço.

A lógica representada pelo cinzel torna o aprendiz independente, sem torná-lo mesquinho. Sem sua intervenção, o resultado do trabalho seria inútil, senão perigoso. A sua falta representa as soluções aprisionadas no espírito. Além de ser emblema da escultura, arquitetura e belas artes, é também a imagem da causticidade dos argumentos que permite destruir os sofismas do erro.

O cinzel é usado para o trabalho mais bruto, no alicerce de uma construção. Um trabalho básico. É o aço aplicado sobre a pedra, ambos duros, mas, a dureza do cinzel é maior, ademais, está afiado, daí sua capacidade de penetração, de corte das asperezas. Com ele corta-se fora o que o homem tem de feroz, levando-o a uma condição mais elevada diante da natureza e aproximando-o do conceito de Grande Arquiteto do Universo.

A Terra seria um deserto se os seres humanos deixassem de fazer por polidez o que são incapazes de fazer por amor, e seria quase perfeito, se cada um conseguisse fazer por amor o que só faz por polidez; isto porque, ela faz a pessoa parecer por fora, como deveria ser por dentro.

Quem não for bastante delicado e cortês não pode ser muito bom.

Cerimônias são diferentes em cada país, mas a verdadeira cortesia é igual em todos os lugares.

Assim como a cera, naturalmente dura e rígida, torna-se, com um pouco de calor, tão moldável que se pode levá-la a tomar a forma que se desejar. Também se pode, com um pouco de cortesia e amabilidade, conquistar os obstinados e os hostis.

Partindo do princípio de que uma virtude não é natural, mas uma qualidade desenvolvida ao longo do crescimento individual, do ponto de vista moral, a polidez é uma virtude. Como exemplo: o que acorreria com as quatro virtudes cardeais: justiça, prudência, temperança e coragem, se o indivíduo não é polido ou destituído de qualquer educação ou cortesia? Seriam inúteis!

Sem a educação e o respeito não há como desenvolver virtudes. E como a polidez é algo de aparente pouca importância, é neste “quase nada” que reside seu mérito. Ela pode ser definida como o caráter ou a qualidade do que é polido, da fina educação, da gentileza.

É também uma forma do discurso que indica cortesia e civilidade daquele que fala. Ao que se esforça no uso de expressões que atenuem o tom autoritário, do imperativo e outras fórmulas de etiqueta linguística.

Adicionalmente, designa o indivíduo que possui grandes virtudes e elevada cultura e conhecimento em determinadas áreas do saber.

Na luta para obter maior controle do espírito sobre a matéria, a polidez lustra o coração, de modo que revele o não visto. Sua transparência é proporcional ao quanto foi polido.

Para quem mais poliu sua sensibilidade manifestam-se mais formas invisíveis e revelam-se verdades para as quais a mais sofisticada racionalidade é impotente.

E o cinzel deve ser afiado continuamente, permanentemente, exigindo constante aporte de novos conhecimentos, para não embotar. É a Polidez, o conhecimento aprofundado de temas da vida que o afia. Afiar o cinzel significa receber fina educação, ser cortês e atencioso. E estas são atividades nas quais denodadamente deve-se investir com força, com a ação do maço, e gradativamente ir galgando a escada que leva à perfeição que pertence ao Grande Arquiteto do Universo.

Autor: Charles Evaldo Boller
Bibliografia
CAMINO, Rizzardo da, Dicionário Maçônico, ISBN 85-7374-251-8, primeira edição, Madras Editora limitada., 413 páginas, São Paulo, 2001;
Paraná, Grande Loja do, Ritual do Grau de Aprendiz Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito, terceira edição, Grande Loja do Paraná, 98 páginas, Curitiba, 2001.


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