O MAÇOM CONVERTIDO E O MAÇOM CONVENCIDO


 

Antes de entrarmos no tema, é imperioso que abordemos alguns aspectos em consideração à Maçonaria. 

Uma Instituição, dentre as organizações terrenas, a mais completa, complexa e perfeita. Nenhuma outra organização possui igual estrutura humana, onde homens de todas as raças e etnias, crenças e credos, profissões e artes, são estimulados, dentro dessa diversidade MÁGICA e DIVINA, a buscarem, consubstanciados em PRINCÍPIOS SAGRADOS,  a evolução da Humanidade. 

No entanto, em função de necessidades criadas por mentes vazias de alguns "homens, travestidos de Maçom”, ou, ao que nos parece, MAÇOM CONVENCIDO, nossa Excelsa Ordem vem perdendo de vista a sua realidade, a sua unidade universal, as suas raízes e origens - o que estamos fazendo com os nossos valores? 

A nossa passagem pela vida e no Seio da Maçonaria deveria estar ligada a todas as energias que caracterizam a presença e a Glória do Criador. Precisamos chegar à consciência, ao potencial universal e divino, que cada um, como filho de Deus (G AD U ), herdou para conviver, elevando-se e evoluindo dentro dos SÃOS PRINCÍPIOS  que regem a vida maçônica, em todos os sentidos. 

Como um atestado às assertivas iniciais, enumeramos algumas evidências que, paulatinamente, vem invadindo o seio maçônico: 

- Profanação da Iniciação com candidatos sem perfil, satisfazendo vaidades pessoais e, com isso, trazendo para o seio da Instituição, indivíduos tão somente voltados para o atendimento de suas necessidades pessoais; 

- Banalização da ritualística, em atendimento àqueles que, desprovidos de senso crítico e maçônico, acham que mudar e inventar futilidades são sinônimos de modernizar e inovar; 

- A omissão e a falta de posicionamento social e político está levando a nossa Ordem para o ostracismo, para os desvios de conduta, para a impunidade e valorização das recompensas ilícitas; 

- O descumprimento do Juramento Sagrado, desvios de conduta e de proceder maçônicos, considerados graves delitos, denotando total desrespeito aos Sacrossantos Postulados da Maçonaria. 

- Convivemos com autoenganos sem fim... Sabemos “QUEM SOMOS”? Sabemos como vivemos? No que realmente acreditamos? 

Os problemas essenciais da existência e da realização humanas não respeitam fronteiras acadêmicas e convenções catalográficas. O saber especializado avança, o mistério e a perplexidade se adensam. Eliminar falsas respostas é mais fácil do que enfrentar as verdadeiras questões. 

- O que afinal sabemos sobre nós mesmos? 

A racionalidade orienta, mas não move; a ciência ilumina, mas, não sacia; o progresso tecnológico acelera o tempo e abre o leque, mas, não delibera rumos, nem escolhe fins. O universo subjetivo no qual vivemos imersos é tão real quanto o mundo objetivo no qual trabalhamos e agimos. “A relação mais íntima, traiçoeira e definidora de um ser humano é a que ele trava consigo mesmo". 

Nestes tempos modernos de Maçonaria, estamos encontrando uma grande leva de autoengano. Tão autoengano que está se desvirtuando de sua real finalidade: uma instituição que tem por fim TORNAR FELIZ A HUMANIDADE. 

O AUTOENGANO está nos levando a um corporativismo ingênuo. 

E como tornar feliz a humanidade, se o Maçom está se autoenganando? 

Temos clara a noção em nosso meio e é propagado pelas LIDERANÇAS que somos HOMENS diferenciados na sociedade. Só que estamos fazendo o que o homem comum faz para se manter em pé, nessa luta pela sobrevivência. 

Talvez, complacente nos deslizes éticos sociais;

Talvez conivente com as mazelas morais;

Talvez, tentando se esconder na própria Instituição.

Não estamos sendo e conseguindo ser, aquilo que em TEMPLO falamos.

"Queremos ser Líderes, sem exemplo”.

Que CONSTRUTORES SOCIAIS e LÍDERES estão se formando?

Que MESTRES, que LÍDERES são esses, sempre REATIVOS às críticas?

Muita VAIDADE ou não compreensão de sua missão?

Pouca HUMILDADE por não saberem seu tamanho?

Que LÍDERES são esses que não sonham, não motiva e só dão ordens?

Sentimos satisfação com as medalhas e não com o conhecimento!

O que vamos levar para o ORIENTE ETERNO? MEDALHAS OU AS BOAS AÇÕES?

Que Mestres, que Líderes são esses que preferem as efemérides à solução das causas de nossa pequenez social? 

Convivemos com muitos que se dizem Maçons, mas, na realidade, são os tais MAÇONS CONVENCIDOS. Grandes no convencimento, grandes no AUTOENGANO, deixando transparecer na sua ignorância e insipiência, sua pequenez e a falta de comprometimento, tanto social quanto maçônico. 

No autoengano se acham grandes, mas na realidade são pequenos, ínfimos, tacanhos, desinteressados e sem espírito colaborador; são mestres na crítica indevida, pseudo-sábios, que tentam AUTOENGANAR os tolos que comungam com suas ações. 

Resta, pois, aos verdadeiros Iniciados, os MAÇONS CONVERTIDOS, a urgente revisão dos conceitos e corrigir os rumos, a fim de evitarmos o CAOS. 

Maçonaria é vida! Sua filosofia induz ao iniciado vivenciar os ditames da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade. No entanto, para que seja vivida, praticada e sentida, é necessário que a conheçamos; só poderemos entendê-la se nos dedicarmos ao estudo e à sua prática com amor; é necessário cultuar a humildade, despindo-nos da VAIDADE, tão marcante nos MAÇONS CONVENCIDOS. 

Quantos tolos tentam, na sua mediocridade, se passarem por MAÇONS CONVERTIDOS! Seus semblantes não conseguem mascarar e traduzem o que realmente são. Não nos enganam... 

Assim como os hábitos e as atitudes fortalecem e constroem as vidas, dos que realmente são LIMPOS e PUROS (MAÇONS CONVERTIDOS), dentro, ou fora da Maçonaria, mas, também, enfraquecem e destroem os PROFANOS DE AVENTAL (MAÇONS CONVENCIDOS) que tentam ludibriar a própria sombra. 

Na Maçonaria, à medida que absorvemos seus ensinamentos, firmamos nossos passos em busca do aperfeiçoamento. Ler muito, falar menos, ouvir mais, nos posiciona em esferas elevadas, em sintonia com o equilíbrio, com a racionalidade e, assim, dissipamos os obstáculos das materialidades primárias. 

Poderíamos nos alongar traçando um paralelo entre ser MAÇOM CONVERTIDO e MAÇOM CONVENCIDO; discorrer sobre as tristezas que empanam a Sublime Arte Real, apontando mais características dos que ajudam a inchar a nossa Ordem, dando-lhe a falsa impressão de grandeza, mas, diante da breve exposição, deixamos à reflexão dos verdadeiros Iniciados (os convictos da causa que abraçaram), o melhor conceito para os MAÇONS CONVENCIDOS e os MAÇONS CONVERTIDOS, advindas de suas sábias conclusões. 

"AS PESSOAS MAIS FELIZES NÃO TÊM AS MELHORES COISAS. ELAS SABEM FAZER O MELHOR DAS OPORTUNIDADES QUE APARECEM NOS SEUS CAMINHOS!!!" (Clarice Lispector)

 O de Arq apresentada pelo Ir Olavo de Figueiredo Filho, M M  da ARLS Missionários de Hiran-262 – Jurisdicionada à Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, em 10/8/2010 da E V

 

A MAÇONARIA E OS INTOLERANTES


 

Amados Irmãos!

Trago nesse artigo, uma narrativa que ocorreu comigo no dia 25 de Julho de 2020, precisamente numa tarde de sábado. Essa narrativa foge do costume acerca das minhas publicações nesse honroso jornal eletrônico maçônico “O Malhete”, que são mais de caráter informativos, de esclarecimentos ou interpretativos, ou seja, os artigos que tenho escrito têm como objetivo principal informar e esclarecer o leitor sobre um determinado assunto, expondo e interpretando as informações sobre um determinado tema.
 

Destarte, na tarde daquele sábado recebi um vídeo por meio do whatsapp de um amigo que mora na Itália, cujo nome não irei citar. O que me chamou a atenção para o vídeo foi seu título “De Maçom a Adventista (Testemunho) Mistério 4 faces”. 

Por curiosidade fui assistir ao vídeo e o que me chamou a atenção foram às informações desse suposto ex-maçom dizendo que pertencia a “maçonaria mista espírito com violino”. 

Antes de qualquer introdução, informo que não conheço a loja maçônica citada e acredito s.m.j. que a Obediência Maçônica: “Potência, GOB - Grande Oriente do Brasil ou da Grande da Grande Loja, ou outro Título Familiar”, também não a reconhece a citada maçonaria. 

Dessa forma, trago alguns fragmentos que esse “suposto ex-maçom” disse no início do seu vídeo: que ouvia “espírito com violinos”, “disse que os espíritos falavam com ele em 4 vozes”, “ouvia coisas do mal”, “ficou rico e “tinha muita fartura”, e que o “espírito apareceu com agulha” e outros. 

O suposto ex-maçom ia à doutrina “Santo Daime” e que depois que conheceu a igreja adventista, deixou a suposta maçonaria mista espírito com violino, e nesse contexto, elevo meu respeito e admiração à doutrina religiosa adventista e receba todo meu respeito e apreço, bem como a doutrina Santo Daime, pois esse artigo não diz respeito a nenhuma doutrina. 

Na verdade, não tenho nada contra quem pratica e acredita nas práticas da suposta maçonaria mista espírito com violino, citadas acima pelo suposto ex-maçom, mas a minha inquietação versa somente acerca da intenção do vídeo enviado para mim. 

Confesso aos Irmãos que não sou de responder ou discutir sobre a nossa ordem com quem não a conhece nada sabe sobre a maçonaria, e é um intolerante à nossa ordem, o qual possui um viés tendencioso ou de propensão desvirtuado e preconceituoso de observar, de agir e de se manifestar sobre o que não sabe e não pode sustentar, no caso em tela, o meu amigo da Itália. 

Porém, eu me senti ofendido da forma pretensiosa desse meu amigo da Itália em me enviar esse vídeo, sem nenhuma expressão precedida de escrita dele, mas eu percebi tão logo que assisti ao vídeo, que ele quis “me alfinetar”, “tentar me informar que estou no caminho errado”, ou até “tentar fazer com que eu saia da ordem”, por apenas ao me enviar o vídeo. 

Assim, eu o respondi por áudio via whatsapp nítido e com bom tom sobre o vídeo que eu acabara de assistir. 

Iniciei dizendo que o suposto ex-maçom, acredito que ele nunca havia sido maçom da nossa Obediência Maçônica, pois as palavras citadas no início do vídeo, eu nunca havia ouvido e nunca vi tais atitudes na nossa sublime e respeitável ordem maçônica. 

Eu fui mais além, disse-lhe que para entrar na maçonaria, qualquer cidadão precisa acreditar em um ser supremo (Deus) e professar uma fé em uma doutrina religiosa; informei-lhe que no nosso templo existe a Bíblia Sagrada, que fazemos seu uso nas aberturas dos trabalhos; disse-lhe que a maçonaria faz filantropia beneficente tanto ou mais do que qualquer denominação religiosa (não quis fazer mensuração de métrica), porém o que não é de costume na maçonaria é revelar o que ela faz, pois acompanha as palavras sagradas em Mateus 6,1 – 6.16-18; veja: 

“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus.

Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. 

Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa.

Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, de modo que, a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará recompensa [...]. 

Eu finalizei dizendo – lhe: como você pode ser intolerante com a maçonaria? Não a conhece, nunca frequentou, nunca praticou e só ouviu dizer, ou seja, você está igual a muitas pessoas, que repetem palavras erradas, ofensivas e maldosas aos maçons. 

Concluí dizendo-lhe: “quem me dera se eu tivesse entrado na ordem maçônica há muito mais tempo atrás! Não me arrependo um só dia de ter entrado para a nossa ordem, nela sou feliz, fazemos a fraternidade por meio da beneficência, amamos os nossos Irmãos, pois, somos todos iguais e eu continuo professando a minha fé na igreja católica, na qual fui batizado e crismado e seguirei até os fins da minha vida”. E o mais incrível, calado ele ouviu e calado ele ficou, e me deu o silêncio como respostas. 

Agora meus Irmãos, eu trago uma reflexão antagônica ao meu amigo da Itália intolerante e contrário com a nossa ordem maçônica: 

Meu amigo: A tolerância é uma das virtudes maçônicas, é a mais ressaltada, pois, exprime a tendência de aceitar novos modos de pensar, de ser, de agir e de sentir. Isso é o que nos diferem de tantas outras pessoas, mas mesmo assim nós maçons somos seres humanos como qualquer outro. 

A tolerância é a desenvoltura de coexistir do maçom, tendo respeito e liberdade, com os valores, os conceitos e as circunstâncias da vida. A conivência é a convivência em que, mesmo não concordando com certos valores, conceitos e circunstâncias, abandonamos de expressar nosso parecer desfavorável, não refutamos, e não reprovamos, estamos apenas tacitamente autorizando, aceitando e gerando cumplicidade. Deus é tolerante com o pecador, mas não com o pecado. 

Meu amigo: A maçonaria é uma instituição essencialmente ética, em que a reflexão filosófica sobre a moralidade, regras, códigos morais que orientam a conduta humana tem por objetivo a elaboração de um sistema de valores e o estabelecimento dos princípios normativos da conduta humana, impõem ao maçom um comportamento ético e, exige-lhe que mantenha sempre uma postura compatível com o seu semelhante de bem e exigimos também da sociedade, um respeito com todos nós maçons. 

Por fim meu amigo, eu acredito que isso acontece como o caso do vídeo do ex-maçom, é quando essas pessoas realmente não conhecem a maçonaria ou nunca foram maçons, porque cada um deve orar por sabedoria e discernimento do Senhor quanto à possibilidade de se envolver com esse movimento antagônico e sair disseminando palavras vãs, infames contra a nossa sublime e respeitável ordem. O respeito está acima de tudo!

Charleston Sperandio de Souza - CIM nº 304.753

Loja Fraternidade Guanduense de Baixo Guandu/ES.

Mestre em Administração e Professor Universitário.

 

O TEMPLO E O HOMEM


 

São muitas as tradições que sustentam ser o organismo humano, integrado na sua parte espiritual, desenho do próprio universo, do qual reflete a sua formulação mecânica e as suas leis de formação e desenvolvimento.

Esta analogia entre o homem e o universo revela-se no postulado, tão caro aos hermetistas e já bem aceite por cientistas de renome, de que no microcosmo (o homem) se repetem as mesmas leis que formatam o macrocosmo (o universo) [1].

Se tudo isto é verdade provada ou mera especulação, só Deus poderia dizer. Nós só podemos deduzir e acreditar ou não. Mas há algumas coisas que não podem ser ignoradas. Uma delas é o que diz a teoria da evolução.

Segundo esta teoria, todas as espécies vivas são “fabricadas” pela natureza com um “programa” específico que as submete a um processo evolutivo inexorável. Este “programa” é necessário tendo em vista as constantes mudanças ambientais a que o universo está sujeito. A espécie que não consegue se adaptar a estas mudanças acaba sendo substituída por outras mais competentes.

Esta é uma lei existente na natureza, chamada pelos antropólogos, de lei dos revezamentos [2]. Ela existe para promover uma necessária evolução nas espécies por ela produzidas por meio do aperfeiçoamento das suas habilidades e capacidades.

Não se aplica somente às espécies vivas, mas a toda a realidade universal, inclusive aos elementos químicos e a matéria bruta em geral.

Pois todos os elementos químicos também são obtidos por internação dos seus componentes, da mesma forma que os organismos moleculares.

Quer dizer, repetem-se na matéria bruta os mesmos processos que formatam a matéria orgânica e tanto uma quanto as outras estão sujeitas às mesmas leis de nascimento, formação, desenvolvimento e desaparecimento, o qual se dá pelo fenômeno da transformação seletiva.

Por isso, a teoria da evolução encontra mais paralelos na doutrina da Cabala do que nas outras tradições religiosas. Aqui ela é figurada através de um desenho mágico — filosófico chamado Árvore Sefirótica, ou Árvore da Vida, esquema místico que representa as manifestações da Vontade Criadora no mundo das realidades sensíveis. 

Neste desenho, cada sefirá (que aqui é visto como um campo de energia atuante) é uma fase de construção do universo e reflete um processo de evolução perene, constante e ordenado, que serve tanto para explicar o processo de construção das realidades do mundo material, quanto às realidades do mundo espiritual.

A Árvore da Vida mostra o mundo (e o homem) sendo construído como se ele fosse um lago que transborda e vaza para outro lago, até formar o grande mar universal, onde todas as formas de existência, físicas e espirituais, podem ser encontradas.

Esta visão não deve ser considerada uma alucinação mística nem apenas uma especulação metafísica. Sabemos que quando dois elementos químicos se juntam eles formam um composto. Conservam as suas características particulares, mas também formam um terceiro elemento com diferentes propriedades.

O composto, que é o filho nascido dessa união, possui as propriedades dos elementos que o formaram e agrega aquelas que são desenvolvidas por ele próprio. Nessa fórmula está o segredo da teoria da evolução. Dois átomos de hidrogênio combinados com um de oxigênio formam uma molécula de água.

A água é um composto, “filho de H20,” que tem H (hidrogênio) e O (oxigênio) na sua composição, mas também tem outras propriedades que os seus “pais”, individualmente, não possuem. Ela tem a propriedade de incubar a vida.

A água é necessária à vida. É o leito onde ela nasce. É nesse sentido que Teilhard de Chardin vê o homem como sendo um “complexo-consciência”, ou seja, um composto feito por elementos orgânicos, obtidos por sínteses naturais (seleção natural) e elementos psíquicos, produzidos por sínteses mentais cada vez mais elaboradas, que resultam num espírito individual, e estes, num ser pluralístico, que no final comporão um ser espiritual coletivo que ele chama de Ponto Ômega [3].

Assim também acontece com o restante do universo. Cada fase da evolução é uma combinação de elementos. Cada nova fase desenvolve as suas próprias particularidades, que são as propriedades com as quais ela contribui para o desenvolvimento do universo como um todo.

 Por isso cada fase constitui um passo a mais no processo de evolução porque o composto que nasce da união dos elementos é sempre um resultado mais complexo dos que os elementos que o formam.

Nada se perde do que já foi conquistado, apenas se transforma em algo novo, com diferentes propriedades, sempre num estágio mais avançado de evolução.

Por isso o novo é sempre maior que a soma das suas partes. Novas propriedades são adicionadas ao universo a partir de cada internação praticada pelos seus elementos. E assim ele supera-se em cada momento da sua constituição.

Criacionismo e evolucionismo evolução

Um plano de evolução do mundo físico e da vida nos seus aspectos material e espiritual é o que nos proporciona a doutrina da Cabala. Ela oferece uma explicação de como o universo se forma como se desenvolve e a que finalidade se presta.

Da mesma forma, a vida que se cria e evolui dentro dele. É uma evolução que se desenha num processo iniciado no mais ínfimo grão de matéria (um quanta de energia) tornando-se matéria que se complexifica, evolui tornando-se vida, em vida que se espiritualiza, em espírito que se diviniza, sempre num sentido ascendente, através de sínteses químicas e mentais cada vez mais complexas, seguindo o mesmo rumo: a flecha da evolução.

A nossa missão, nesse esquema, torna-se clara e insofismável, pois sendo uma presença indispensável nesse processo, o homem torna-se o centro da perspectiva universal, já que é a partir da sua mente que o universo se organiza e adquire uma identidade.

Assim, não podemos compartilhar dos receios daqueles que temem pelo futuro da humanidade. A humanidade jamais perecerá: ela apenas se transformará.

Os adeptos da teoria da evolução dizem que o ser humano evoluiu de uma matriz animal até a configuração que temos agora. Já aqueles que acreditam no criacionismo dizem que nós nascemos perfeitos, mas tornamo-nos imperfeitos por força de uma série de quedas e acessões no nosso processo evolutivo [4]. São duas teorias diametralmente opostas.

Uns dizendo que já fomos piores do que somos hoje e outros sustentando que já fomos melhores. Mas no fundo elas completam-se, pois ambas sustentam que a vida está submetida a um processo de evolução que é inexorável.

Se nascemos rastejantes como répteis e através de um processo de evolução nos alçamos até a altura do céu, ou se nascemos no céu e por um motivo qualquer descemos à terra e agora estamos a esforçar-nos para voltar ao céu, são apenas formas diferentes de ler o mesmo processo.

Uma vai do pé para a cabeça, outra da cabeça para o pé. Acreditar numa ou noutra depende da sensibilidade de cada um. É exatamente a ideia que a teoria dos sefirot nos inspira. Do céu para a terra, o fluxo da energia divina formata a realidade cósmica que se consuma no espírito humano; da terra para o céu, o espírito humano se eleva e se condensa numa esfera luminosa, que constitui uma espécie de Pleroma que alimenta a vida cósmica.

É neste sentido que entendemos a visão teilhardiana do Ponto Ômega e a própria experiência mística que a Cabala e a Maçonaria trabalham [5].

Só se Deus não existisse

Para nós não importa saber quem tem razão. Na verdade, o que nos parece tão assustador com os rumos que a humanidade vem tomando é resultado apenas da nossa ignorância.

Não temos como saber o que poderá acontecer a cada nova experiência interativa que os elementos do universo promovem. Isto porque o Criador colocou nesse processo uma lei chamada “principio da incerteza” (deduzido pelo físico alemão Werner Heisenberg).

Segundo este princípio é impossível prever o que acontecerá no futuro porque não temos como saber qual a posição e a velocidade que as partículas de energia que formam a massa física do universo assumirão no momento seguinte da sua aceleração.

Só podemos estudar as tendências que ele tem de acontecer de certo modo, mas nunca uma certeza de que será exatamente assim. Isto porque a tendência de uma partícula se comportar desta ou daquela maneira só pode ser deduzida a partir dos seus comportamentos no momento em que são observadas.

 Mas a própria observação do movimento da partícula já concorre para modificar esse movimento. Portanto, ao aplicar aos elementos do universo o nosso pensamento nós já o estamos modificando. Assim, é impossível saber como ele será no futuro porque o mundo sempre poderá será diferente em função da própria observação que dele fazemos [6].

Isto é válido para o mundo da física quântica e também para a nossa vida em geral. Esta é uma boa sabedoria que a moderna observação científica nos dá, e a Cabala também.

O que se deduz disto tudo é que, se o universo futuro será bom ou mau para nós, isso só depende do nosso comportamento no presente. Mas isso não nos será dado saber a nível de consciência individual. E depois, bem e mal são conceitos puramente humanos.

Quando não formos mais o que somos hoje, talvez não precisemos desses conceitos para justificar os nossos sentimentos a respeito. Desta forma, o que podemos dizer com certeza é que o mundo só não teria futuro se Deus não existisse. Mas Ele simplesmente (e felizmente) existe.

João Anatalino Rodrigues

Notas

[1] Em linguagem hermética, “o que está em cima é como o que está em baixo.”.

[2] Lei dos revezamentos, em antropologia, é a lei segundo a qual os organismos que não desenvolvem uma estrutura capaz de sobreviver em ambientes desfavoráveis e diferentes daqueles nos quais vivem, fatalmente será substituída por outros mais competentes. Com isto a natureza mantém o processo da vida sempre ativo e com claro sentido evolutivo. Ver, neste sentido, Teilhard de Chardin – O Fenômeno Humano, citado.

[3] Teilhard de Chardin – O Fenômeno Humano, Ed. Cultrix, 1990.

[4] Evolucionistas são aqueles que acreditam que as espécies vivas, e por consequência, os seres humanos, são produto de uma seleção natural (teoria de Charles Darwin). Os criacionistas são aqueles que acreditam que a espécie humana já nasceu do jeito que ela é hoje: a fórmula bíblica literal.

[5] O Fenômeno Humano, citado.

[6] O princípio da incerteza é um enunciado da mecânica quântica, feito em 1927 pelo físico Werner Heisenberg, que diz ser impossível medir com precisão a velocidade de deslocamento de partículas atômicas, porque a própria internação entre o movimento delas e o ato de medir sua velocidade interfere nessa medida.

 

A ILUMINAÇÃO NÃO É MAIS DO QUE A REFLEXÃO DA LUZ



A luz é a essência e a escuridão a sua ausência ou ocultação. É a dialética entre o que é e o seu contrário, mas não na dicotomia entre ser e não ser, porque ausência não significa inexistir. A luz e a escuridão são uma e a mesma coisa, mas nunca se sobrepõem. Quando uma aparece – a outra se furta, embora materialmente não subsista uma sem a outra.

Todavia, a ausência de iluminação num dado instante pode ser ape­nas fruto de turbulência na reflexão da luz: aquilo que não se deixa ver parece não existir. Pode algo, então, produzir luz sem que tal represente existência?

A verdade é que só pode haver iluminação no seio da escuridão e que apenas se torna breu quando rareia a claridade. Então, luz e escuridão são gêmeas inseparáveis, uma vez que os contrastes dimensionam a existência mútua.

De onde provém, afinal, a luz que cruza os céus escuros do uni­verso?

Sabemos que ela se cria a partir das incessantes explosões cósmicas nucleares que ocorrem na matéria das estrelas ou sóis que enxameiam o espaço sideral e que, conforme os casos duram milhares ou milhões de anos.

 Faz-se assim a luz que se transforma em iluminação quando, projetada, obtém a reflexão a partir dos mundos que visita. No seu percurso carreia, também, o calor que aquece os planetas, as luas, os cometas ou os asteróides que vai encontrando.

Verdadeiramente, como surgiu e porque surgiu o primeiro foco de luz? Responder a estas questões pela lógica não será ainda possível, apesar das projeções, dos estudos, das análises, das investigações e das formulações religiosas, científicas ou filosóficas.

O que pode­mos constatar, porque comungamos do propósito que nos congre­ga nesta fraternidade, é que a luz é o cerne da transcendência, é a coroação da ascensão da vida e a aclamação da criação divina. Essa é a luz crua que sabemos fazer sucumbir às trevas.

Viver na luz, para nós, é a única vida verdadeira e fora dessa abrangência, vegetamos. Sem luz, carregamos o corpo pesada­mente, sofremos de todas as doenças, insuficiências e incapaci­dades.

Escravizamo-nos pela imensidão de necessidades, senti­mos frio, fome e sede, padecemos de ansiedade e de depressão, movemo-nos cegos pelas expectativas fátuas, ambicionamos vazios e pelejamos por absurdos, vivemos o dia-a-dia como um aparelho digestivo e, por fim, matamo-nos por ninharias.

A plenitude está, pois, na resplandecência da luz divina que cega para obtermos a visão que nos indica o porquê e o para quê de estarmos vivos.

A luz é a eternidade que vem desde sempre e nos tem de levar para diante, irremediavelmente. É a luz que nos transfigura quando ilumina a alma e nos corporiza como deten­tores do absoluto Criador.

Procurar a luz é procurar Deus e isso não se faz caminhando com lanternas, fazendo exercícios, meditações ou obras para o ego de cada um.

Procurar Deus é viver na Verdade, na Crença e na Esperança. É buscá-lo em nós e encontrá-lo nos outros. É com­portarmo-nos com retidão num desiderato de sincera e convicta consciência, não para tê-lo como exclusivo ou para obter Dele uma pontuação ou valoração.

Compreender que tudo ocorre num só momento e a todo o instante, sem espaço ou tempo, basta para nos sabermos ocu­pantes de um devir que é feito deste presente antecipado em que nos encontramos.

Viver na luz que tudo trespassa e a tudo dá existência, é tocar Deus e dele nos impregnarmos de imediato. É reconhecermo-nos na inefável filiação divina e sermos, assim, de­tentores de todas as forças.

A luz é, portanto, o Deus Criador e ele é substantivamente atem­poral. Por isso, não há e nem houve um “antes” ou um “depois” excluído dele. O mundo existe desde que Deus, a partir dele e por ele, o criou.

A um dado instante, o Universo surgiu quando se fez luz e porque Deus a fez sem apreciações ou planos. Na luz, o tempo e o espaço passaram então a vigorar, mas apenas enquanto percursos da nossa morfologia. Antes era Deus e ele era tudo. Depois, é Ele mais a sua Criação.

O Criador não se explica e a sua Criação também não. Está fora do tempo e do espaço, de qualquer tempo e de qualquer espaço e nada o pode situar antes ou para além dele mesmo, pois foi ele quem tudo criou, num só ato, sem princípio e fim.

A Criação universal surgida de um instante é, todavia, um con­tínuo de sucedâneos provindos do definitivo e único propósito divino. Mas plural e multíplice na infindável produção que Deus gera de si, incessantemente, provocando alterações e mudanças no infinito universal que é a tradução materializada da sua Criação. O Grande Arquiteto do Universo criou o Universo com Justiça e Perfeição, porque só Ele é Justo e Perfeito.

Deste modo, o Universo é este e não outro, não por um ato arbitrário ou seletivo, uma vez que ele não escolheu o mundo dentre vários e nem fez opções entre melhor ou pior. Decidiu de forma singular e absoluta.

Tudo está, então, continuamente determinado. Tudo está previsto, dado que o G A D U tudo sabe por que tudo fez e nele nada se altera. O que pode mudar (e muda) são as decorrências da Criação, mas no âmbito do que está fixado.

Não de forma ale­atória, mas porque verificadas as condições consagradas nas leis do universo que produzem sempre os mesmos efeitos, devida­mente ajustados.

O livre arbítrio existe, mas as decisões e os julgamentos, as op­ções e as intenções, os atos ou obras, são-no no cumprimento do que as leis universais preconizam que seja.

Estando tudo previsto, pode-se percorrer qualquer caminho em liberdade, mas qualquer traçado está já preconizado como possível. Por outras palavras, qualquer caminho que se trilhe será sempre sobre um chão que é o próprio Deus.

O mundo está, assim, aparentemente organizado em leis para que tudo corresponda ao que se necessita, mas nós temos na nossa vida de aprender a dominar os Vícios e Paixões. Nós temos para que a luz se concretize em nós, de procurar combater a Intolerân­cia e a Opressão.

Clamamos por luz porque precisamos dela, pois a escuridão é como o medo ou o mal que existem porque os criamos, os aceita­mos ou a eles condescendemos.

Quando alguém não tem luz ou não está na luz porque a não quer, a não entende, a não procura e não se esforça por encontrá-la, porque não lhe vê utilidade ou porque não consegue sair da pe­numbra em que se aprisiona, deve compenetrar-se de que apenas precisa desejá-la, pois se a quiser firmemente, então é a própria luz que até ele virá e num ápice existirá no seio da poderosa ilu­minação e tal como a receberá também a passará a emitir.

Aqui, na magnificência da maçonaria filosófica, encontramos a luz que precisamos, mas dependerá de cada um construir o tamanho da luz que transporta. A luz não é nossa pertença, pois apenas a refletirmos.

As palavras que não dão luz aumentam a escuridão. Madre Teresa de Calcutá
“Quem acende uma luz é o primeiro a beneficiar da claridade”. 
Gilbert Chesterton
A. Azevedo

A BENEFICÊNCIA MAÇÔNICA



Este pequeno trabalho reúne alguns conceitos esotéricos que tratam da Beneficência.

Como eles norteiam os nossos procedimentos tanto no ambiente templário como no mundo profano, submeto estes princípios a sábia reflexão dos amados irmãos.

O que nos adiantaria ser um exemplo de sabedoria e força sem a beleza do sentimento da caridade?

Se a beneficência é a virtude moral que deve ornar o espírito e coração de qualquer ser humano.

Por isso a maçonaria nos encaminha à prática do bem, e nos instrui para o fazermos sem esperar nenhuma recompensa, agindo discretamente e de maneira que a mão esquerda não saiba o que faz a mão direita.

A nossa satisfação consistirá na DEFESA DO FRACO CONTRA O FORTE, uma vez que a Sabedoria não está em castigar os erros, mas em procurar-lhes as causas e afastá-las.

O Amor Universal nos impele a prática da solidariedade humana. Sendo que a CARIDADE é a essência da perfeição, porque implica na prática das demais virtudes.

A Caridade se manifesta no BEM pensar, no BEM agir e no BEM falar.
Todo maçom instruído sempre correrá no socorro aos aflitos, que sejam os deserdados pela fortuna ou os perseguidos pelos infortúnios.

Ora, conforme o Livro da Lei, quando formos prestar contas dos nossos atos ao GADU, não haveremos de ser julgados só pelo mal praticado, mas, também, por todo o BEM que deixamos de fazer!

A maçonaria prega que a caridade é a beleza que adorna o espírito e os corações bem formados, fazendo com que neles se abriguem os mais puros sentimentos humanos.

A filantropia é como o Sol, espalhando luz (ensino) e calor (conforto) por toda parte onde atingem seus raios vivificantes, não se limitando apenas a um círculo restrito de amigos ou afeiçoados, mas para todos àqueles que a necessitam e até onde a beneficência possa alcançar.

Portanto Caridade não é mera virtude simbólica e conceitual, mas é uma atividade que no dia-a-dia precisa se exercitar junto aos irmãos e as pessoas que precisam do nosso auxílio.

O Amor Fraterno é paciente, tolerante e, indistintamente, busca ouvir a todos que precisam da ajuda material e/ou espiritual.

Toda palavra de conforto é capaz de aliviar o fardo de quem está a ponto de sucumbir sob o peso da própria cruz. E esta é a caridade interagindo num plano mais elevado do Amor Fraterno.

O amor é pura caridade e a CARIDADE é de uma só vez, sentimento, virtude e dever!

O maçom terá que adquirir grande força moral sobre si mesmo, ser assíduo aos trabalhos da Loja, está em dia com suas obrigações financeiras, ser amigo dos seus irmãos, e portar-se como cidadão filantrópico que sabe que a beneficência é a virtude búdica por excelência.

Como nossa prioridade é com a família maçônica, nenhum trabalho sobre a caridade pode ser considerado completo sem explicar o porquê do TRONCO DE BENEFICÊNCIA; também chamado de "tronco das viúvas" e que, como o próprio nome explicita, tem por propósito socorrer as viúvas, que é a nossa mais sagrada obrigação.

O outro sagrado dever é cuidarmos melhor dos irmãos, quer sejam os que estão doentes ou necessitados de pagar a cirurgia de um ente querido, etc.

Portanto o Tronco de Beneficência, como não poderia deixar de ser, tem por prioridade o socorro às viúvas, os órfãos, os irmãos e as vítimas de calamidades.

Sendo que sua benfazeja ação deve-se processar sem alarde e, no silêncio do anonimato, inclusive, respeitando-se à autoestima das pessoas que merecem a nossa ajuda.

Mas só quando tudo está Justo e Perfeito é que, naturalmente, flui a beneficência maçônica! Pois a VIÚVA não é boba e, tranquilamente, sem a menor hesitação, ela retira os aventureiros dos seus generosos seios.

A nossa Ordem é composta por um grupo de homens sábios e de bons costumes, que não se deixam enganar pela infeliz ação dos profanos de aventais.

Como o maçom é um pedreiro, podemos intuir que a verdadeira obra da maçonaria é a construção moral do homem.

O ser humano é o Templo vivo onde habita a alma imortal. Sendo que a mesma, no perene lapidar da Pedra Bruta, labuta para que a pedra polida e sem arestas possa se encaixar com perfeição no Edifício Social.

Como o obreiro é o maior patrimônio de uma Loja, para o progresso e fortalecimento da própria Ordem, deve-se cuidar melhor do nível de instrução daqueles que são nossos semelhantes por afinidade de ideais, e em cujos ombros repousa o futuro da maçonaria.

A doutrina maçônica, como disse nosso Ir. Isaac Newton se apoia em dois sustentáculos extremamente simples: o amor a DEUS e o amor ao HOMEM, coroa da criação, que leva em si a Divindade e, inexoravelmente, caminha com ela para eternidade.

Manos, Deus é Amor e o Amor é doação perpétua! Assim, para a Caridade tenha um maior alcance, e seja mais significativa, precisamos cultivar o hábito de reforçar O TRONCO DE BENEFICÊNCIA, cujo produto jamais deverá ser desviado da sua sagrada finalidade.

É errado, ao colocar sua contribuição no Tronco, anunciar que se faz também por Irmãos ausentes, pois a contribuição é sempre pessoal e presencial.

A Ordem não recomenda a retirada de metais do Tronco durante a sua circulação.

O TRONCO deve é sempre ser engrossado e nunca esvaziado, nem diminuído por retiradas indevidas.

Portanto, precisamos é de fortalecer o Tronco, para através de doações mais generosas, permitir que a benfazeja ação da caridade maçônica, na nossa comunidade, alcance um continente maior de pessoas mais carentes.

Na prática do bem, coloca-se em movimentos às forças da alma, portanto toda omissão no TRONCO DA BENEFICÊNCIA, é um terrível desserviço aos desamparados pela sorte; e por se tratar de um ato dissimulado, não gera nenhum fluido positivo. O que pode mesmo, segundo os místicos, é criar um efeito negativo a quem se omitiu no socorro aos aflitos.

É através da beneficência maçônica, em sintonia com Amor Universal, que o maçom poderá atrair as benesses da EGRÉGORA.

O iniciado sabe que ao colocar sua mão vazia dentro do Saco de Solidariedade, jamais poderá almejar, com tudo justo e perfeito, os constantes benefícios oriundos da paz, saúde e prosperidade.

O incauto pode tentar mentir para Deus, talvez até engane o venerável e os irmãos da sua oficina, mas nunca enganará a si próprio.

E, imediatamente, será julgado e condenado pelo tribunal da sua consciência.

Ora, só pode receber os benefícios da Boa Obra, quem prática a máxima de que é dando que se recebe.

Pois, segundo diz a sabedoria ancestral, a quem realmente tem, muito mais lhe será acrescentado; mas a quem nada tem até mesmo o que aparenta ter lhe será tomado.

Portanto, para nos harmonizar com o sublime princípio do bem, precisamos cultivar o hábito de ter na carteira um pouco mais do precisamos no dia-a-dia, para que se possa colocar na Sacola de Beneficência, àquilo que nos dita o coração.

Contribuindo assim com o Tronco, em todas as reuniões, com o objetivo de ajudar os aflitos, os irmãos doentes, às vítimas do azar, os que foram abandonados pela família e/ou pelo poder público.

E, neste mister, como o omisso perdeu a sua oportunidade de semear o bem, também não receberá da Egrégora os fluidos positivos emanadas das boas ações!

E, conforme a lei de Causas e Efeitos, o que poderá acontecer àquela coluna quebrada, é que na época da colheita ele nada poderá colher, já que ele nunca semeou!

Oh! Pai Eterno, Trino e Uno, Fonte de Todo Bem, permite que os sinceros buscadores possam ver a luz que se irradia através dos símbolos gravados em nossos Templos, e entenderem que o aumento de salário do maçom deve ser pago na exata proporção daquilo que de fato corresponde ao trabalho de cada um.

TFA.
“A BENEFICÊNCIA é o amor que a todos abraça e procura o bem em tudo”.

Gilson Azevedo Lins


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