20 DE AGOSTO, DIA DO MAÇOM BRASILEIRO



Por vezes perguntamos. O que tem levado tantos homens, no mundo inteiro, a abraçar esta Instituição, seguir e difundir seus princípios?
Acreditamos que o motivo fundamental é porque confiamos nos princípios sobre os quais ela foi construída: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Crer nos ideais de buscar a perfeição e praticar a beneficência. Aperfeiçoar-se e servir.
Há a lição da irmandade. O sagrado sentimento de união entre os Irmãos, que nos traz a cada sessão e nos faz permanecer num fraterno e imorredouro abraço.
Homens de bons propósitos, perseguindo, incansavelmente, a perfeição. Homens preocupados em ser, em transcender, num preito à espiritualidade e a crença no que é bom e justo. Pregam o dever e o trabalho. Dedicam especial atenção à manutenção da família, ao bem estar da sociedade, à defesa da Pátria e o culto ao Grande Arquiteto do Universo.
Temos perfeita consciência de nosso papel social e da importante parcela de responsabilidade na missão de transformar o mundo, modificando, aprimorando as coisas que nos cercam.
Porque o dia 20 de agosto é considerado o Dia do Maçom no Brasil?
“Em setembro de 1918, o Irmão Antenor de Campos Moura, então Venerável da Loja “Fraternidade de Santos”, propunha ao Grande Oriente do Brasil a instituição do “Dia do Maçom”, que seria comemorado não só como um dia de festa, mas também como um dia de beneficência e de caridade.
Na data fixada, as Lojas de todo o Brasil deveriam realizar uma sessão que fosse Econômica, ou Magna de Iniciação, ou branca; não deveria ser exigido que se cumprisse um programa arcaico e muitas vezes despido de interesse.
Cada Loja que fizesse uma reunião como bem entendesse. Qualquer data poderia ser para o “Dia do Maçom”; a data poderia ser aquela em que esse projeto fosse aprovado.”
Posteriormente foi fixada a data de 20 de agosto, sendo aceita e comemorada por todos.
A explicação para a determinação do dia 20 de agosto baseou-se na histórica Sessão conjunta das Lojas “Comércio e Artes” e “União e Tranquilidade”, no Rio de Janeiro, onde o Ir Gonçalves Ledo pronunciara um discurso inflamado, fazendo sentir a necessidade de proclamar-se a Independência do Brasil, cuja proposição foi aprovada pelos presentes e registrada em ata no 20º dia do 6º mês maçônico do Ano da Verdadeira Luz de 5822, interpretado como se fosse o dia 20 de agosto.
Na realidade, autores referem um erro histórico, dada a utilização equivocada do calendário gregoriano, ao invés do calendário equinocial, utilizado para o registro da sessão, onde o ano se inicia no dia 21 de março, que leva a reunião para o dia 09 de setembro.
O que isso tem haver com a nossa Independência em 7 de setembro?
O 20 DE AGOSTO, DIA DO MAÇOM, foi escolhido, porque nessa data, que realmente a nação se tornou independente, por força e decisão da maçonaria.
E é uma efeméride nacional consagrada e, como tal, deve ser comemorada com toda pompa, pois a Maçonaria em muito contribuiu para a efetiva emancipação político-social do Brasil e os Maçons de um modo geral devem reverenciar seus membros responsáveis pelas ideias e as efetivas ações, mas sempre sabedores da verdade histórica.
- Esta data consta do art.179 da Constituição do Grande Oriente do Brasil e do art. 275 do Regulamento, ordenando a comemoração da data no dia 20 de agosto.
Desde 1923, encontra-se na BIBLIOTECA NACIONAL DO RIO DE JANEIRO, a Certidão das Atas do Grande Oriente do Brasil, de 1822, com o título DOCUMENTOS PARA A HISTÓRIA DA INDEPENDÊNCIA, VOLUME I, LISBOA – RIO DE JANEIRO, 1923 – A MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA.
Neste documento, grafa quando se refere à “Ata da Sessão de 20 do 6º mês Ano 1822”, a data correspondente no calendário Gregoriano como “(9 de setembro)”.
Em 20 de agosto de 1822, foi convocada uma reunião extraordinária do Grande Oriente do Brasil por Joaquim Gonçalves Lêdo, em face da ausência de José Bonifácio, Grão-Mestre que se encontrava viajando. Gonçalves Ledo seu substituto hierárquico na maçonaria brasileira, profere um eloquente discurso, na ARLS Arte e Comércio em 20 de Agosto, onde era 1º Grande Vigilante. Expondo aos maçons presentes à necessidade de ser imediatamente proclamada a Independência do Brasil.
Por causa do discurso proferido, a proposta foi votada e aprovada por todos os presentes.
A cópia da ata dessa reunião foi encaminhada imediatamente a D. Pedro I que se encontrava também viajando e, recebeu tal decisão às margens do riacho do Ipiranga em 7 de setembro, ocasião que o Imperador proclamou a Independência do Brasil por encontrar respaldo e mesmo determinação da maçonaria brasileira.
De qualquer maneira, vamos comemorar.
Foi também instituído, em 1994, nos Estados Unidos, o DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM, comemorado em 22 de fevereiro, data de nascimento de GEORGE WASHINGTON, o artífice principal da independência daquele país.

DEGRAUS INICIÁTICOS



Os seres humanos, a cada nova vida na terra, devem passar por cinco degraus evolutivos. No total são nove degraus, isto porque, os outros quatro se dão em plano mais elevados, mas os cincos primeiros, já nos dão a libertação da limitação da carne, sendo o primeiro degrau alcançado na hora do nascimento.

O segundo degrau, é alcançado, quando da necessidade de religião, de encontrar um meio de religar ao Pai Criador, da necessidade de devoção ou de muletas propriamente ditas, a necessidade de pastores, padres, gurus, guias que falem por ti ao pai, ou que sejam condutores de vossa vida, tendo o poder de determinar o que é pecado e perdoa-lo se assim necessário, ungido por vós, como legitimo representante da palavra de Deus na Terra, é a época do espelhismo, onde tendes a necessidade de te agrupar a outros seres que contigo partilhem da mesma conduta, é a época de provares através da dedicação e devoção que és um ser de crédito e altruísta, é a época de aceitar a existência de teu espírito e tentar compreender os desígnios da vida e da morte física.

O terceiro degrau é alcançado, quando sozinhos buscamos as respostas ao nosso passado, quando as coisas materiais e a própria vida física, já não são mais atraentes, onde buscamos através de conhecimentos internos as nossas respostas, é o momento onde nossas ações e condutas estão no coração, é quando buscamos uma integração maior com o plano espiritual, é momento da transfiguração, mudança de conduta, de postura, de conceitos, é momento da escolha da direção a ser tomada, é o momento do perdão, é o reconhecimento da Divina Presença.
Normalmente, os três primeiros degraus, se relacionam entre si, isto é, podemos nós encontrar trabalhando nos três ao mesmo tempo, alternando com isso, o momento de evolução.

O quarto degrau é o momento da renuncia, do sacrifício e da crucificação, que é amenizada pela harmonia interna e externa, é um momento único, de Luz, é o contato com o reino elemental, é a neutralidade conquistada, é a separação, o conhecimento de dois mundos, de duas vidas, a física e a espiritual, é o controle do ego, é a libertação do mundo físico como matéria, é o reconhecimento do corpo físico, como um transporte para o arauto, é momento, onde não existe arma física, mental ou psicológica capaz de atingi-lo.

O quinto degrau é o momento da Fênix, da revelação de seu destino, do surgimento do novo, a preparação da queda do véu de maia, a abertura do olho que tudo vê, é à vontade da liberdade, é contato com o mundo angelical, é o uso do mundo elemental a seu serviço, é a libertação do ego, é a Opulência Divina, como supridora do mundo físico, é o poder do verbo e do poder mental, é o amor incondicional atuando em tudo e em todos, é à vontade de ascender, de ascensionar.

Ao entrar no quinto degrau, ascensionado estás, mas, caberá a vós decidir, como um ser desperto, se irás continuar sua vida na terra, ou seguir a sua evolução em planos mais elevados, se decidir por planos mais elevados, pronto para passagem vós estarás, sendo que para muitos a entrada do quinto degrau só se dá na passagem do mundo físico para o espiritual, se decidires ficar e trabalhar por vossos irmãos, junto com a Fraternidade Branca, neste caso, somente neste caso, poderás ainda nesta vida física, subir o sexto e o sétimo degraus da evolução, ficando dois degraus para serem percorridos em planos mais elevados, se alcançares o sexto degrau, ao entrar no sétimo, não mais necessidade da morte física terás para alcançar o plano espiritual. Não é preciso morrer para ascensionar. Quanto ao grau de mestre, só poderá ser atingido, por aqueles seres que completarem o quinto degrau, em vida física, sendo o nome correto de mestre discípulo.

Uma vez ascensionado em vida física e utilizando-se de sua Capacidade Divina de escolha, decidir o irmão ascensionado continuar no mundo físico em prol de seus irmãos e de sua evolução rumo ao sexto degrau,  logo que completar o quinto degrau, é defrontado com o momento da Decisão, de confirmar seu trabalho do quinto degrau, é chegado o momento da fixação em um objetivo maior, da criatividade, da cooperação evolutiva junto a outros irmãos, é o controle total de seu corpo físico e dos reinos existentes, ao termino do sexto raio o mestre discípulo se torna um mestre chohan.

O momento do sétimo degrau, é a ressurreição total e plena, é o eterno em vida, é amor e sabedoria, atraindo para junto de si todos os seres que luz desejam, é momento do momento, é quando o mestre se torna um manú (1º raio), ou um bodisattva (2º raio), ou um maha-chohan (3º raio).

Antes de terminarmos, gostaria de esclarecer que o primeiro degrau, iniciado no nascimento físico, infelizmente, não é transposto por boa parte da população física da Terra, este é o momento do começo, do mundo físico, das relações, do descobrimento, da sexualidade, das conquistas do materialismo ou da matéria como fonte da vida, é necessário ao estudante iniciado, auto avaliar-se nós três primeiros degraus, já que eles podem se cruzar entre si, e a partir daí, começar o trabalho de esclarecimento e religação ao cosmos, e nunca vós esqueceis destas palavras de Luz, é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna, este é o único caminho que leva ao Pai Criador, o Amor Incondicional, tenha fé amado irmão, todos são filhos do mesmo pai, mais do que isso, são parte dele e ele de todos.

Autor Desconhecido

MAÇONARIA, UMA FACULDADE NA ESCOLA DA VIDA.



“Não podemos viver felizes, se não formos justos, sensatos e bons”
(Epícuro – Filósofo Grego).

A vida é uma escola. Desde a concepção no útero materno, estamos a aprender. Após o nascimento, o aprendizado se intensifica. Aprendemos a andar, a falar, somos alfabetizados, educados e vivemos em sociedade. As leis dos homens regulam nossas condutas sociais. O uso e os costumes, a moral e as leis, traçam nosso comportamento. Dentro dessa escola da vida, alguns homens tem o privilégio de ingressarem numa faculdade, que se chama Maçonaria.

Alguns terminarão o curso e receberão o diploma. Outros desistem no início, no meio ou no fim. Outros ainda são reprovados e perdem a oportunidade. São, o livre arbítrio e as regras do curso. A faculdade começa na iniciação e termina na diplomação, que é a comunhão total e final, cuja banca examinadora é o Tribunal de nossa consciência e a misericórdia do Grande Arquiteto do Universo.

A Maçonaria é uma faculdade na vida, que incentiva a pesquisa da verdade, o exercício do amor e da tolerância. Que recomenda o respeito às leis, aos costumes, às autoridades e, sobretudo, à opção religiosa de cada um.

A Maçonaria não se preocupa em retribuir as ofensas injustas recebidas pelos que não a conhecem, mas, devemos nos defender mostrando aos nossos algozes o que é a Maçonaria. Filosófica, moral e espiritualista é a Maçonaria. Filosófica, porque leva o homem a se ajudar na busca da verdade que ele procura a vencer suas paixões e submeter sua vontade à verdadeira razão. É moral, porque só aceita homens de bons costumes, que comem o pão com o suor de seus rostos. É espiritualista, por não admitir ateus em suas fileiras. Aliás, nossa Sublime Ordem é a única organização que transforma em irmãos pessoas de crenças religiosas diferentes, pois nela convivem harmoniosamente católicos, espíritas, protestantes, budistas, maometanos, judeus, etc.

Alguns apressados poderiam pensar que isso significa que os maçons sejam transformados em seres absolutamente passivos, submissos, sem o menor interesse pelo que se passa na sociedade, em nosso país e no mundo. Outra inverdade, pois os maçons se preocupam com tudo o que acontece, a Maçonaria é universal.

Se os maçons têm como compromisso maior a busca incessante da verdade, é claro que precisam exercitar continuadamente o direito de pensar em soluções que possam eliminar o mal, sem destruir o homem. Ela tem seus métodos próprios de ação, conhecidos pelos verdadeiros maçons, os quais são agentes da paz e chamam os conflitos armados de a estupidez da guerra, da guerrilha, do terrorismo, do radicalismo e da ignorância.

A Maçonaria sempre se colocou a favor da liberdade, contrária a qualquer tipo de opressão que sonegue ao ser humano o direito de pensar. Jamais pode ser radical, pois a virtude mora no meio, no bom senso, na equidade e isonomia. Mas, como exige de seus adeptos uma vida de constante exercício de cavar masmorras aos vícios e erguer templos às virtudes, ela sabe que o maior ensinamento que os maçons possam oferecer reside no exemplo oferecido por cada pedreiro livre, que não se esquece do polimento da pedra bruta que somos e da necessidade de erigirmos nosso templo interior. É aí que valorizamos o entendimento de Cícero: Sou livre porque sou escravo da lei! “Andar na lei” é difícil, fácil é andar fora dela.

O maçom sabe que uma vida digna equivale a um templo erguido à virtude e que somente terá vencido suas paixões quando houver aprendido a respeitar e a amar cada ser humano, nunca se acovardando quando tiver de exigir de qualquer um o cumprimento da lei. Principalmente diante da covardia de maiorias que procuram esmagar impiedosamente as minorias, ou fanáticos que usam métodos covardes para valerem suas condutas.

A Maçonaria combate a hipocrisia, o fanatismo, a intolerância. E combate esses males procurando conduzir os homens ao entendimento, única forma de se conseguir a paz permanente, pregando a misericórdia para com os vencidos.

Para nossa Ordem, o vencedor deve ser sempre a humanidade. Portanto, todos os maçons são concitados a uma conduta de vida capaz de levar consolo a quem sofre, a comida a quem tem fome, o agasalho a quem tem frio, uma toalha macia para enxugar as lágrimas de nossos semelhantes, a levar o conhecimento a quem o deseja.

Sabe a nossa Instituição que quanto mais se propagar a luz, menor será a ser o espaço a ser ocupado pela trevas. Com isso poderemos nos guiar mais seguramente na direção do GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, luz irradiante que será o próprio caminho do amor, da fraternidade e da tolerância per omnia secula seculorum!

Não somos – e estamos longe de sermos – uma confraria de anjos, arcanjos ou querubins. Simplesmente homens buscando a prática do bem sem olhar a quem, sem alarde, sem soar a trombeta. Uma faculdade na escola da vida, onde temos o privilégio de podermos conhecer a fé, a esperança e a caridade, sem necessidade de apegarmos a alguma religião ou seita.

Conseguimos o que muitos acham impossível, ou seja, a reunião de homens de todas as crenças, unidos pelo laço da irmandade, pelo pensamento uníssono de que pela boa obra, se conhece o bom pedreiro. Enquanto algumas religiões se dizem donas da verdade, nós estamos à busca dela sem querermos ser seu dono.

Não nos interessa a transmutação dos metais, não nos interessa interferirmos na fé alheia. O que nos interessa é o exercício da caridade, pois sabemos que sem ela não há salvação. Não existe fé sem caridade, sem esperança e sem amor.

A fé nos põe em contato com o criador, na sintonia de emissor e receptor. Somente palavras ou pensamentos não nos põe em sintonia com Ele, pois se assim fosse, os fariseus que praticavam com grande pontualidade os ritos prescritos e a grande importância aos estudos das Escrituras, não teriam sido convidados a deixarem o templo, mencionados pelos Evangelhos como hipócritas e orgulhosos.

Podemos concluir sem medo de errar, que só a maldade e a desinformação são capazes de rotular a Maçonaria como contrária a fé. O comportamento digno que nossa Ordem impõe a seus membros honrará, certamente, a qualquer profissão de fé religiosa, pois cada um de nós tem o direito de professar e praticar sua religião no mundo profano.

Garante a Constituição brasileira que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de cultos e as suas liturgias. Em Templo Maçônico deixamos do lado de fora as diferenças religiosas e passamos à pratica comum da igualdade, liberdade e fraternidade. Oh! Como é bom agradável viverem unidos os irmãos.

Os rótulos nem sempre garantem o conteúdo. Por isso, nosso Templo Interior é que deve permanecer sempre limpo, livre da sujeira que as iniquidades provocam, iluminado pelo verdadeiro amor, sempre nos permitindo lembrar que o nosso conhecimento é apenas uma gota diante de um oceano de coisas que ignoramos.

Ensina-nos a Maçonaria que o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO é uma fonte perene de amor, sempre pronto a permitir o soerguimento de qualquer um que queira se levantar. Como Ele saberá, a qualquer tempo, separar o joio do trigo, nós, os maçons, somos sempre recomendados a produzir mais trigo, mais trigo, mais trigo...

Este trabalho foi baseado em artigos de autoria do maçom Pedro Campos de Miranda – Loja Maçônica Spinosa 181 – com emendas do maçom Carlos Augusto Camargo da Silva – Loja Maçônica Estrêla Caldense de Poços de Caldas/MG


Fonte: Loja Maçônica Estrêla Caldense de Poços de Caldas/MG 

MAÇONARIA SIMBÓLICA



Com a chegada do final do século e o advento do novo milênio, passamos a conviver em tempo real com uma nova realidade, a virtual, fazendo-nos meditar sobre novos conceitos, adquirindo uma nova visão de modernidade.

A evolução tecnológica, com o avanço nas telecomunicações, o surgimento da Internet, interligando computadores simultaneamente em todo o mundo, e a queda de barreiras alfandegárias alargando as possibilidades comerciais, favoreceu um sentido mais amplo de globalização.

Globalização que transpondo os limites territoriais invade fundamentos culturais interligando povos e criando de forma rápida e desordenada uma unidade que assusta, invalidando conceitos seculares e fornecendo ao homem nova visão de um mundo onde mudam-se as armas mas os processos de dominação permanecem, numa limitação constante das liberdades humanas.

Globalização imposta por um suposto domínio de riquezas representadas por moedas, que voláteis em suas andanças, mostram-se destrutivas em seus rápidos deslocamentos.

Na Maçonaria, embora já falássemos em Universalização desde 1717, hoje somos surpreendidos com acontecimentos que, influindo na sociedade como um todo, interferem na nossa vivência diária de forma especial.

Globalizando-se a economia, facilitando-se os fluxos financeiros especulativos, formou-se um clima de interdependência onde pequenas turbulências localizadas poderiam transformar-se em poderosos fatores de desestabilização mundial.

Este clima de insegurança, por falta de mecanismos globais de controle, afeta a sociedade em diversos níveis, favorecendo o surgimento ao final do século da necessidade de encontrarmos caminhos que levem o Homem do novo milênio de encontro a esta nova realidade.

A Maçonaria, ao contrário do que se pensa, estando sempre à frente de nosso tempo, oferece respostas que bem interpretadas mostram-nos um direcionamento retilíneo onde o homem sábio e virtuoso encontrará na paz e no equilíbrio interior o sentido e a verdade que procura.

Preconizando a prevalência do espírito sobre a matéria, a Maçonaria, mesmo abstrata em seus conteúdos, faz do homem e seus relacionamentos a essência da vida. Lutando pela Liberdade, situa o homem no limite das paixões, promovendo pelo amadurecimento o respeito que os aproxima, aglutinando sentimentos no desenvolvimento de relacionamentos que privilegiem o sentido da igualdade, fazendo brotar de forma espontânea o calor fraternal.

Preservando estes fundamentos universais de convivência humana nossa Ordem credencia-se ao final deste século como a única instituição capaz de fornecer às novas gerações os segredos inefáveis que decifrados no futuro contribuirão para o aperfeiçoamento das relações interpessoais.

Afastando o homem da caótica desorganização social profana, procura a Maçonaria em seus Templos conspirar a favor de um novo tempo. Tempo de harmonia e respeito a princípios éticos e morais, onde a convivência humana represente a construção de um Templo de paz, concórdia e amor fraternal.

A verdade que procuramos não é aquela imposta e absoluta mas aquela construída na prática da filantropia, no respeito a princípios que favorecendo a transformação elevem o espírito promovendo a paz interior e o equilíbrio emocional.

É esta Maçonaria cifrada que muitos Irmãos insistem em não entender e, desviando a compreensão de seus verdadeiros objetivos, passam a desenvolver novas teorias tentando dar nova explicação a algo que nasceu para promover o homem em seus relacionamentos, preservando uma cultura que por ser universalista independe de controles e perpetua-se por ser imutável.

Impenetrável para alguns, mostra-se cristalina à medida que o Iniciado recebe ensinamentos e aprende na estrada da maestria a estender seu olhar na direção das transformações, renovando-se e nascendo para a grande obra da construção interior.

Imutável, tem resistido às mais variadas tentativas de renovação, principalmente dos "estudiosos" que afoitamente tentam dar-lhe novas atribuições, esquecendo que os enigmas maçônicos sendo inefáveis permanecerão desafiando a sensibilidade de todos aqueles que um dia sentiram a emoção de serem recebidos no seio de uma Loja unida e fraterna.

Abstrata em seus conceitos, interpretativa em seus conteúdos transmite seus ensinamentos em linguagem simbólica. Protegida permanentemente de mudanças evolutivas, a Maçonaria faz de cada Obreiro construtor voluntário de seu próprio ser.

Por Símbolos perpetua-se misteriosa e enigmática, desafiando Aprendizes, Companheiros e Mestres, a um processo voluntário de evocação para desvendar seu conteúdo e absorver ensinamentos que, aplicados com sabedoria, dar-lhe-ão a certeza do cumprimento de seus deveres para com a família, a Ordem e a sociedade.

Através da linguagem simbólica reúne, reconhece e se faz reconhecida transmitindo num processo contínuo e permanente, princípios, sentimentos e calor fraternal gratificando seus Obreiros, aproximando-os, fortalecendo-os, promovendo pela harmonia o equilíbrio interior fazendo-nos sentir as luzes da chama divina.

Entendê-la é fazer dos nossos instrumentos de trabalho companheiros de meditação, visualizando seus conteúdos com sensibilidade, movendo a afetividade altruisticamente na direção da justiça e do bem-estar social, mantendo na perseverança a força que impulsiona na busca da beleza de nossos objetivos.

Objetivos que só serão entendidos se retornarmos ao período Operativo quando corporações de Pedreiros Livres construíam castelos e catedrais em estilo Gótico em toda Europa. Construções que demandando longo tempo para sua conclusão exigiam surgimento de formas inteligentes de atenuação dos conflitos de convivência.

Com centenas ou milhares de Obreiros, todos homens, afastados de suas famílias, vivendo o dia-a-dia da obra por muitos anos, necessário se fazia estabelecer regras disciplinadoras que mantivessem a paz e a harmonia em beneficio do bom andamento da construção.

Mestres habilidosos com sensibilidade artística e preocupação social sabiam que não seriam suficientes apenas listas escritas de direitos e deveres para tornarem harmônicas as relações interpessoais. Almejavam que além dos preceitos da justiça estes relacionamentos contivessem princípios que fizessem despertar virtudes altruísticas e o aparecimento do sentido de aproximação fraternal.

Sabiamente sabiam ser impossíveis as possibilidades de transmissão escrita de seus conhecimentos. Tinham a noção exata das dificuldades de entendimento dos conteúdos e da assimilação perfeita de sua mensagem.

Através da linguagem simbólica venceram as barreiras da inefabilidade, pela meditação tornaram compreensíveis conceitos abstratos fazendo de cada Obreiro um agente transformador num processo contínuo, pessoal e voluntário de elevação interior responsável pelo surgimento de relações interpessoais marcadas por sentimentos de generosa solidariedade.

Foi esse toque de inspiração divina que deu o sentido e norteou toda nossa trajetória. O domínio das paixões e o redirecionamento das vontades.

Partindo desta premissa, iluminados pelo Dom genial dos grandes Mestres, que conscientes da incapacidade humana de apreender conceitos abstratos absolutos, instituíram a Linguagem Simbólica como meio, buscando, pela interpretação de seus conteúdos, transmitir ensinamentos que, voluntariamente absorvidos, seriam responsáveis pelo surgimento de um novo homem capaz de vislumbrar uma convivência marcada pelo respeito aos princípios de justiça e fortalecida nos elos de união fraternal.

Imutável, a Maçonaria resiste ao tempo, superando todas as tentativas de modificações evolutivas, com objetivos marcados pela simplicidade contrastando com todas as teorias que tentam, desinformadamente, mostrá-la como Instituição política, filantrópica e de participação institucional na sociedade.

Simplicidade, imutabilidade e inefabilidade, formam a trilogia da compreensão. Simplicidade porque conseguiu de forma genial armazenar um manancial inesgotável de ensinamentos em instrumentos simbólicos que eram utilizados por pedreiros e arquitetos na própria construção. Simples como uma régua de 24 polegadas que em mãos habilidosas podem transmitir possibilidades infinitas de interpretações.

Simplicidade no reconhecimento maçônico entre Irmãos, quando de forma singela transmite-se, por leves toques e pequenas palavras, sentimentos fraternais que, além de fortalecer, justificam a existência desta Instituição que favorece o encontro de homens que por vontade própria buscam entender o sentido de sua existência.

Imutável em seus princípios, mantém o lustre e o brilho na valorização das virtudes como base da formação da personalidade humana, direcionando afetivamente sentimentos altruístas de encontro às habilidades intelectuais mantendo na perseverança a fidelidade que conduz ao equilíbrio das ações fazendo brotar a satisfação de uma convivência salutar.

Inefável em seus conceitos, guarda em seus mistérios a beleza que nos desafia e fascina. Desafio só vencido pela dedicação do Iniciado, orientado por sábios Mestres, no silêncio de sua Loja, identificando Símbolos, interpretando-os conforme a tradição, introjectando seus sábios ensinamentos, reformulando voluntariamente seus conceitos morais, sentindo no aquecimento fraternal a verdadeira transformação, a autotransformação.

Fascínio, porque só na Maçonaria a harmonia espiritual e a paz interior proporcionam o bem-estar e a alegria do convívio humano, fazendo brotar sentimentos que elevam o espírito num renascimento que promovendo o homem contribui para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

Foi esta Maçonaria praticada nas Lojas Operativas que deu origem em 1717 à Grande Loja da Inglaterra. Em sua fase especulativa manteve imutável seus métodos, favorecendo Irmãos aceitos, perpetuando exemplos de convivência construtiva, que aplicados com sabedoria têm contribuído para o desenvolvimento da humanidade.

Compreender nossa Instituição e o sentido singular de seus objetivos é sentir as vibrações que, movendo sentimentos, estimula a inteligência direcionando nossa visão para frente e para o alto, seguindo o exemplo de outros valorosos Irmãos os caminhos retilíneos da virtude, respeitando preceitos de Liberdade, valorizando na convivência fraternal a presença do G:. A:. D:. U:. .

Sem esse entendimento ficaremos presos a discussões estéreis e infindáveis quanto ao imobilismo social e a falta de objetivos concretos. Relatando fatos e feitos maçônicos do passado muitos Irmãos criticam, sem conhecimento. Confundindo objetivos da Ordem com objetivos do Maçom, tumultuam os Trabalhos das Lojas, criticando nossa atuação presente exigindo maior participação de sua Loja, enquanto Instituição, na solução de problemas que, afligindo-o, acredita ser responsabilidade da Maçonaria contribuir para seu equacionamento.

Só a perfeita compreensão destas verdades favorecerá um caminhar unidirecional de nossas Lojas conduzindo seus Obreiros aos verdadeiros objetivos da Sublime Ordem: O HOMEM.

Irm:. Genário Freire de Medeiros Or:. de Mossoró – RN

CONCEITO HISTÓRICO DE REGULARIDADE MAÇÔNICA



- A Maçonaria Regular a partir do Século XVIII
Por que começar o debate por esta época?
A resposta é simples e evidente:
- Porque antes, só a partir de 24 de Junho de 1717, data considerada como oficial para a fundação da chamada “Loja de Londres”, embrião da futura Grande Loja Unida de Inglaterra, e da Maçonaria dita especulativa-, se começa oficialmente a tornar necessário, o reconhecimento oficial entre “Irmãos” de “Obediências” diferentes. Até aí, e dentro do espírito da “Maçonaria operativa” bastava aos maçons reconhecerem-se entre si através de “palavras, toques e sinais”.
O diálogo “- É maçom”? ”Irmãos como tal me reconhecem” ultrapassava como deverá sempre ultrapassar, a “simples” fórmula ritualista.
Mas simultaneamente aqui começa a perversão do conceito de “regularidade” e a sua interligação com o e “reconhecimento”.
O Grande Oriente de França, potência hoje considerada irregular; adiante veremos por que, em pleno Século XVIII, afirmava “que era regular, todo o maçom que trabalhava numa Loja regular; sendo por sua vez regular toda e qualquer Loja que como tal fosse reconhecida pelo Grande Oriente de França. Mais concretamente; uma Loja dotada de constituições atribuídas ou renovadas pelo Grande Oriente de França único a poder concedê-las”… (1773 Art.ºs II e III da Constituição).
É já manifesto o equívoco entre regularidade e reconhecimento por um lado e por outro a falta de distinção entre a regularidade formal e o “trabalhar regularmente”. Trata-se de um equívoco histórico que tem sido alimentado, por razões distintas por várias Obediências, regulares e não regulares.
A verdade é que, quer queiramos quer não, tudo começa precisamente nas “Constituições ditas de Anderson” que marcam o início da transformação de uma Maçonaria profundamente teísta numa Maçonaria deísta. Por razões religiosas e, sobretudo políticas.
Precisamente razões que as referidas Constituições impõem banir das discussões em Loja! Na realidade o que se pretendia era neutralizar a influência e supremacia dos Católicos stuartistas e é este tipo de comportamento que inicia outro grande equívoco histórico, o das condenações por parte da Igreja de Roma.
“A partir daqui começa-se a impor o conceito “anglófilo” de que são regulares os maçons que pertencem a uma Loja regular a qual deve trabalhar à Glória de um “Ser Supremo”, o Grande Arquiteto do Universo”, Deus, Princípio Único e Criador de todas as coisas, obedecendo, portanto ao expresso nas “Constituições de Anderson”, e aqui se podem perguntar quais delas, se as de 1723, a que se reporta o G.O.D.F., o qual se inicia tecnicamente em 1738 e nasce politicamente em 1773, ou se as de 1737 a que se reporta a Grande Loja Unida de Inglaterra que só é constituída em 1813 e, hoje em dia, se refere também aos “Landmarks” de 1929.
Aparentemente levanta-se neste último raciocínio o problema de o Grande Oriente de França, figura de proa da dita “irregularidade” ser, afinal, historicamente anterior à Grande Loja Unida de Inglaterra, majoritariamente senhora da chamada “regularidade maçônica”, e daí ser discutível qual das duas Potências detém a legitimidade de atribuir regularidade e irregularidades.
Este ponto de vista, que é defendido pelo G.O.D.F. e “Potências” afins é não pertinente e pela simples razão de que carece da pré-definição do que se entende por regularidade tradicional. Com efeito, o comportamento histórico do G.O.D.F., durante o Século XIX a partir de 1849, e mais concretamente em 1877 em que se torna facultativo a evocação ao G.A.D.U., o trabalhar com a presença do Livro Sagrado etc., é esse comportamento que se desvia do que estava anteriormente aceite e definido e que justifica o estigma de irregularidade que lhe é atribuído pela U.G.L.E.
Se por um lado, e no seguimento das ideias herdadas da Revolução Francesa, se poderá entender o alargamento do ideal maçônico a todo o tipo de homens, religiosos ou não, ou seja, adeptos de qualquer religião, ateus e agnósticos, em nome da fraternidade e da tolerância, por outro se entra na imposição do “laicismo” que vai acarretar por sua vez um “anti-clericalismo” com os excessos que se conhecem e que entram pelo próprio Século XX. O que, precisamente, contraria esse mesmo ideal de tolerância!
As “Potências” que se alinham com o G.O.D.F. insistem em defender que a regularidade é um falso problema que apenas serve os interesses anglo-saxônicos e em particular os da Grande Loja Unida de Inglaterra. Este ponto de vista é, por sua vez, acompanhado frequentemente de afirmações mais ou menos veladas de “vassalagem” das Obediências regulares à U.G.L.E.
Por sua vez as “Potências” regulares acusam as “irregulares” de “vassalagem” ao Grande Oriente de França e encaram-nas, frequentemente, com certa suspeição eivada de fantasmas dos séculos passados.
Sabemos também que a “regularidade” não reconhece legitimidade nem às Lojas Femininas nem às Mistas, bem como, na maior parte dos casos, a certos ritos muito em voga na Maçonaria Sul-Americana.
Trata-se de um diálogo de surdos que, apesar de tudo, vai sofrendo evoluções. Por um lado começam a existir casos em que a U.G.L.E. admite mais do que uma Loja Regular por país. Por outro o conceito de “Ser Supremo”, o “Supreme Beeing”, começa a ficar cada vez mais diluído. Por outro, Obediências existem que trabalhando regularmente não são reconhecidas como tal. Afinal em que ficamos?
Tentemos então destrinçar o problema separando e definindo conceitos o que talvez nos obrigue a reequacioná-lo por completo.
Lojas Regulares e Trabalho Regular
Pressupondo que “trabalhar regularmente é trabalhar na presença do Livro da Lei Sagrada, respeitando as Constituições e Landmarks e, sobretudo, crendo e evocando o Grande Arquiteto do Universo, Deus, Criador de todas as coisas e acreditando na Imortalidade da alma,” Lojas há que, apesar disso não são reconhecidas como regulares.
Gostaríamos de colocar três questões que não deverão ser entendidas no âmbito nacional, mas universal.
O problema que se põe ao “Maçom Regular” será “devemos considerar os maçons que delas fazem parte como meus Irmãos”?
Por outro lado maçons de Lojas “irregulares”, trabalhando “irregularmente” deverão ser considerados “maçons”?
E, finalmente, que dizer de “Irmãos” que dentro de uma Obediência pressuposta Regular não trabalham regularmente?… Serão “Irmãos”?
São três perguntas propositadamente provocatórias que colocamos em consideração.
Salvo melhor opinião é nosso entendimento que a resposta comum a todas estas questões é só uma: -”Sim, só e se eu os reconhecer como tal”.
Por quê? Porque é a resposta que desloca para dentro de cada um de nós o incômodo da pergunta. Tudo depende, afinal, do que se absorveu do ideal maçônico e das razões que nos levam a integrar a Ordem.
É evidente que a Maçonaria moderna obriga irremediavelmente a regras de convivência e reconhecimentos diplomáticos mútuos que terão de ser respeitados. Com certeza. Mas neste ponto, como noutros, o que interessa, é saber do que se está a falar concretamente.
E sem nos esquecermos de que ao integrar Instituições livremente, que possuem determinadas Constituições e Regulamentos, terá fatalmente que cumpri-los sob pena de uma promiscuidade perversa conduzir a uma anarquia prejudicial!
E se rejeitamos esse cumprimento apenas nos resta abandonar de fato essas Instituições. O fato de não haver visitas rituais entre Irmãos de Obediências regulares e irregulares não os impede de nutrir entre si uma fraterna amizade e uma sã convivência baseada na tolerância e igualdade.
Não há dúvida de que a – Maçonaria – fatalmente evoluiu e evoluem todos os dias e que a Maçonaria de hoje não é exatamente a mesma de a de há trezentos anos!
Adivinho que algum de Vós já estará a dizer para com os seus botões “Pronto, olha que maneira airosa de concluir e ficar bem com todos”. Desculpem se os vamos surpreender e talvez mesmo chocar. Ainda não terminamos.
É verdade que concluímos as considerações. Mas apenas na área do ideal maçônico e das linhas mestras da ação exotérica da Maçonaria no mundo. E aí se aplica tudo o que foi dito antes. Porém, se entrarmos pelo lado esotérico e pela Tradição Iniciática as coisas complicam-se muitíssimo. Aí já se torna racionalmente incompreensível admitir a incursão de um ateu puro na esfera do sagrado, por exemplo. Aí teremos, de rever não o nosso conceito atual de Regularidade, mas o conceito atual de… Maçonaria!
E se formos demasiado exigentes, e entendermos que a Maçonaria de Tradição, que nos foi transmitida desde os mais remotos tempos até 1717 é que era a verdadeira Maçonaria, então seremos forçados a admitir que seja perfeitamente estéril discutir a Regularidade quando aquilo que nalguns casos se pratica muito pouco tem a ver com o que nos deveria ter sido transmitido.
Poderemos então até perguntar se essa Maçonaria ainda existe e sob que forma, em que Rito ou Regime.
E aí responderíamos quase pela negativa, embora onde ela exista numa forma mais próxima da Maçonaria de Tradição seja precisamente dentro de alguma Maçonaria Regular.
De qualquer modo o mais importante será independentemente do que recebemos e praticamos conseguirmos um dia deixar este mundo melhor do que o encontramos e poder responder à pergunta – “Eras Maçom?” – Pelas palavras “Todos os meus Irmãos me consideravam como tal”!
Autor Desconhecido

OS ESTÁGIOS NA MAÇONARIA



O primeiro estágio é aquele em que um maçom precisa usar distintivos, porque quase ninguém na maçonaria sabe o nome dele.
No segundo estágio, o maçom começa a ficar conhecido dentro da loja e seu sobrenome passa a ser o nome dela. Por exemplo, Daniel da Obreiros.
No terceiro estágio, o maçom passa a ser conhecido fora da maçonaria e o nome da instituição se transforma em sobrenome. Daniel da maçonaria.
No quarto estágio, é acrescentado um título hierárquico ao nome dele: Daniel, Chanceler da Obreiros.
Finalmente, no quinto estágio, vem a distinção definitiva. Pessoas que mal conhecem o Daniel passam a se referir a ele como ‘o meu Irmão Daniel, Chanceler da Obreiros.
Esse é o momento em que um irmão se torna, mesmo contra sua vontade, em ‘irmão da loja’, aos olhos daqueles que tem apenas interesse profissional dentro da ordem.
Para se tornar um irmão maçom, apenas suas atitudes o validarão. Existem algumas diferenças entre um irmão maçom que é amigo e um maçom da loja.
Irmãos que são irmãos maçons trocam sentimentos. Irmãos da loja trocam cartões de visita.
Uma amizade dentro da ordem dura para sempre.

Uma amizade baseada somente no fato de saber que ele é maçom é uma relação de curto prazo e dura apenas enquanto um estiver sendo útil ao outro.
Irmãos de verdade perguntam se podem ajudar. Irmãos da loja solicitam favores.
Irmãos de verdade estão no coração. Irmãos da loja estão em uma planilha.
Para aqueles que somente entram na loja por interesse, e se preocupam apenas em conhecer irmãos com poder na sociedade, procuram se relacionar apenas com irmãos da loja. É isso que, hoje, chamamos networking, um círculo de relacionamentos puramente profissional. Mas é bom não confundir uma coisa com a outra.
Irmãos da loja não são necessários, pelo contrário, eles não conseguem ficar por muito tempo. Irmãos maçons de verdade são indispensáveis.
Algum dia, e esse dia chega rápido, os únicos amigos (irmãos) com quem poderemos contar serão aqueles poucos que absorveram o espírito da maçonaria, e procuraram aprender sempre mais sobre nossa filosofia, que ocuparam cargos e disponibilizaram tempo para suas confraternizações e sempre que solicitados contribuíram para o crescimento da maçonaria e dos irmãos.

PROCURA-SE UM VENERÁVEL



Não precisa ser perfeito, mas que não seja medíocre. Não precisa ser Grau 33; basta ser Mestre Maçom, precisa gostar de aprender e ter imensa vocação para ensinar, principalmente por seus exemplos. Não precisa ser eloquente tribuno, mas deve falar, calar e agir certo nos momentos certos. Precisa saber sorrir e não ter pejo de chorar pela infelicidade e dor alheia. Deve conhecer e reconhecer suas limitações e fazer de tudo para superá-las.

Procura-se um Venerável, com disposição indomável para combater, sem tréguas, o vício, a corrupção, o crime, o lucro fácil e suas próprias ambições pessoais. Que seja sempre encontrado ao lado dos enfermos, fracos e famintos de pão e justiça. Que respeite seu próximo independente de cor, posição social, credo ou idealismo político. Que respeite e preserve a natureza e os animais.

Procura-se um Venerável, para amparar e ouvir seus irmãos, guardando como segredo de confissão, suas fraquezas, mas enaltecendo para todos suas virtudes. Precisa gostar e conhecer, profundamente, Liturgia e Ritualística, combatendo o obscurantismo, a intolerância, o fanatismo, as superstições, os erros, as más lendas e invencionices maçônicas.

Procura-se um Venerável, que não encerre os trabalhos por “Um só Golpe de Malhete” para não golpear a egrégora da Loja. Que faça Pompas Fúnebres para os irmãos que partiram para o Oriente Eterno, que faça adoção de Lowtons, Loja de Mesa, Confirmação de casamento e Sessões Magnas Cívicas com a presença de profanos para difundir o ideal maçônico e que respeite a soberana decisão da Loja e dos altos corpos Maçônicos.

Procura-se um Venerável, não precisa ter alto status, mas tem que estar despido de todas as vaidades. Que seja ponte-de-união entre Lojas, Irmãos e Profanos, e nunca espinho-de-discórdia. Pode já ter sido enganado, mas não pode nunca ter enganado. Deve saber perdoar e saber pedir perdão.

Procura-se um Venerável, não precisa ser financeiramente rico, mas não pode ser espiritualmente pobre. Precisa ser puro de sentimentos e deve ter como o grande ideal de sua vida a Maçonaria. Deve prestar auxílio aos Irmãos visitantes e fazer com que os mesmos se sintam como se estivessem em suas lojas.

Procura-se um Venerável, para incentivar a presença e o trabalho filantrópico das Cunhadas e Sobrinhas. Que se preocupe com a educação Profana e Maçônica dos sobrinhos de hoje que deverão ser Maçons do amanhã.

Procura-se um Venerável, que não dê o valor a parâmetros luxuosos. Que goste mais de encargo do que de cargos e pompas, mas que desempenhe com abnegação e fidelidade todos os encargos de tão nobre cargo. Que ao término do seu mandato prefira ser Cobridor Externo, em vez de Venerável de Honra.

Pode ser eleito pela primeira vez e admite-se até que o reeleito não tenha sede de perpetuar-se no poder.

Procura-se um Venerável, que, imitando o apóstolo Pedro, seja e ensine a seus Mestres a serem pescadores de homens no mundo profano.

Procura-se um Venerável, que gosta de ser chamado de irmão e que realmente sinta em seu coração toda a vibração e plenitude do que é ser um verdadeiro irmão.

Procura-se um Venerável, que não viva preso às lendas e histórias da Maçonaria do passado, mas que escreva a mais bela página da Maçonaria do presente.

Procura-se um Venerável, que nos abrace por T.’. V.’. T.’., sorrindo, chorando ou enxugando nossas lágrimas, para termos a inabalável certeza de que a Maçonaria é realmente, a imaculada Escada de Jacó que eleva o homem da Pedra Bruta à presença da mente cósmica universal.

(DESCONHEÇO A AUTORIA)

MAÇOM REFÉM DO TEMPLO E O MAÇOM ADORMECIDO




Ao longo desses últimos anos e observando algumas Lojas, bem como conversando com alguns Irmãos, tenho observado e feito alguns comentários a respeito da não interação dos Maçons na vida profana, enfim, na sociedade em que estão fixados.

Tem-se a impressão que o Maçom vive alheio à sociedade e, o mais inadmissível, é que a maioria deles nos dá a impressão de não querer aparecer como Maçom.

Parecem não querer se identificar como Maçom, notadamente, assim se comportam como se tivessem vergonha ou medo de pertencer à Arte Real.

Aqui, eu quero fazer uma declaração muito especial: eu não tenho vergonha ou medo de ser Maçom, entretanto, eu tenho muita vergonha do comportamento de certos Maçons que denigrem essa Augusta Irmandade.

Tenho observado também que os Maçons vivem apenas de glórias do passado, não sendo hoje, nem uma pálida sombra de seus antigos dias.

Esta não é uma observação somente minha, pois lendo vários autores, sabidamente de profundos conhecimentos maçônicos, eles nos têm dito que a Maçonaria em diversas partes do mundo se encontra na mesma situação.

Eu quero dizer numa dormência de atos e fatos, preferindo a penumbra reclusa de seus Templos como que querendo se esconder do mundo.

Esse comportamento atípico dos Maçons nos leva ligeiramente a concluir que, a Maçonaria está passando por uma crise de valores, encontrando dificuldades em se adaptar ao mundo moderno.

Talvez, o conservadorismo exagerado não seja um bom “status quo” para a Maçonaria.

Nos dias de hoje, tudo evolui e aquilo que ficar preso às amarras do comportamento histórico (conservadorismo), por certo, definhará e palmilhará tão somente a vereda da inexpressividade – talvez seja este o caso.

Tudo aquilo que não se atualiza, acaba ficando obsoleto.

Uma outra observação diária e que se faz necessário nomear aqui, é que, os recém iniciados (Aprendizes) estão totalmente desiludidos com o que estão presenciando, isto é, apenas uma catequese homeopática de instruções e um rigor excessivo nos rituais, como dizem: ”está faltando algo mais”.

As instruções que aqui me refiro são aquelas ministradas pelos Mestres de uma forma didática sem criatividade e com uma insistência na repetição, que induz a certa lavagem cerebral, eu quero acreditar que esse não é o objetivo primordial da Maçonaria.

Mesmo porque, a repetição sem a devida criatividade, liberdade ou conotação, leva o Aprendiz a um bloqueio cego, não oferecendo condições para inteligir e argumentar o que está sendo introjetado.

Não é intenção minha querer mudar os Landmarks ou os princípios da Arte Real, afinal de contas, quem sou eu para abrigar tamanha pretensão.

O que a maioria dos Maçons deseja é que, não que a Maçonaria mude, muito pelo contrário, quem deve mudar se atualizando e se reciclando são os Maçons.

E não viver como se ainda estivessem trabalhando numa Guilda do século XVIII, ainda sob a influência deletéria da Idade Média.

Talvez, na insipidez árida das reuniões (sessões), na falta de estudo, na carência de cultura maçônica, no desinteresse em geral, devemos ficar em alerta e ver a fonte principal das ausências, das deserções e, afinal, do adormecimento definitivo.

As sessões em Loja não devem ficar tão somente restritas à praxe ordinária, ficando dessa forma, o tempo totalmente tomado pelos rituais e pela leitura dos expedientes, práxis essa que, leva ligeiro ao enfado.

Assim, afasta a possibilidade da apresentação de trabalhos, discussões temáticas, propostas de possíveis atividades no mundo profano, (uma ausência muito grande dos Maçons).

Enfim, fazer das sessões uma verdadeira tribuna para que, os Maçons de qualquer grau, possam expor com espontaneidade seus pensamentos, seus desejos e seus objetivos.

Isso deverá ser feito dentro de uma organização pré-estabelecida em uma outra sessão, obedecendo todos os princípios da Arte Real, como também o comportamento maçônico da tolerância e do respeito mútuo.

Esta afirmação de que as reuniões são insípidas, temos ouvido sempre dos Irmãos, e isso deriva da posição tomada por vários deles em reclamar de leitura de Boletim, de Atos, de Decretos ou Leis, das correspondências recebidas e expedidas e etc.etc.

Se não for possível mudar essa configuração das reuniões ordinárias, que se faça uma reunião exclusivamente para os debates como acima propusemos.

Se assim se procedesse, por certo, as reuniões tornar-se-iam mais agradáveis e não se deixaria os Irmãos à mercê, em busca solitária sem muita propriedade, estando sujeitos a muitas vezes adentrar por veredas não muito recomendáveis.

Eu tenho a certeza de que, o verdadeiro ensinamento maçônico, seria transmitido pelo exemplo e pela sabedoria de cada Irmão e pela atuação conjunta de toda a Loja.

A partir do momento em que ficar entendido que, nenhum Irmão é possuidor da verdade e, por uma dedução lógica, não estaria capacitado para transmitir a Verdade, sozinho.

Se fossem instaladas as sessões de uma forma mais democrática, poderíamos contar com essa práxis inovadora para, transmitir de uma forma mais aberta todos os conhecimentos, fortalecendo maçonicamente ambas as Colunas.

Tendo em vista essa atitude nova em se reunir com o objetivo de assimilar mais conhecimentos, fica claro que é obrigação de todos os Irmãos de um Quadro, trazer suas Luzes para a Loja.

Podendo assim, trilhar com todo o esforço no sentido do aperfeiçoamento de cada um dos Irmãos a um só tempo.

É evidente que se instalassem sessões com esse objetivo, reduziriam a um número mínimo os males que afligem a Maçonaria atual, trazendo, inclusive, benefícios para a Ordem.

Compete a todos os Irmãos mostrar o caminho que a Maçonaria deve trilhar pelos tempos, pois o colegiado de Irmãos é a Maçonaria e ela será sempre o somatório de todas as nossas ações.

Não quero dar continuidade a esse ensaio porque pode parecer uma intromissão, mas que na verdade, eu estou completamente adormecido por vários motivos; e o que mais influenciou para permanecer nesse estado foi esse que acima expus.

Porém, antes de encerrar esse modesto trabalho de observação, eu tenho ainda de fazer uma referência a algo também observado para concluir como desfecho final.

Existe uma grande culpa dos Mestres e também do Generalato que é a seguinte: A cerimônia de Iniciação não é acompanhada de esclarecimentos e estudos que objetivem despertar a verdadeira Maçonaria no Aprendiz.

Simplesmente, eles são colocados no alto da Coluna do Norte, onde assistindo as sessões econômicas, aguardam certo intervalo de tempo para que como Companheiros possam passar à Coluna do Sul, onde tudo se repetirá até se tornarem Mestres sem, contudo, conseguirem ser um verdadeiro Maçom.

Urge que os Maçons estudem com uma maior profundidade a sua própria Tríade: LIBERDADE-IGUALDADE-FRATERNIDADE.

Eráclito Alírio da silveira

Postagem em destaque

A BÍBLIA DOS MAÇONS

É um problema bastante complexo, porque o podemos examinar a partir de vários aspectos complementares. Primeiro, o essencial, a presença ou ...