A MAÇONARIA DO GADU E A MAÇONARIA DOS HOMENS



Será que você ao chegar à morada do Senhor, para o seu julgamento, a primeira pergunta que o GADU irá lhe fazer é qual a sua religião?

Ou será para Ele mais importante lhe perguntar:

Como você distribuiu o “AMOR” consigo mesmo, com sua família e com o próximo?

Afinal, o significado da palavra religião é religar o homem a DEUS e este é o caminho que buscam os Cristãos Católicos, os Protestantes, os Budistas, os Espíritas Kardecistas e outras religiões...... DEUS não vê uma religião melhor que a outra e não existe mais de um caminho para chegar até Ele.

Numa das três Luzes da Maçonaria, que é o Livro da Lei ( e sendo a Bíblia) nos comprovamos isto.

Só por  “AMOR”, JESUS afirmou a João 14:6 “ Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim”.

Mas, após a tua resposta, independente da pergunta que lhe foi feita, GADU faz uma pequena pausa.  E depois sorrateiramente lhe faz uma segunda pergunta:

SOIS MAÇOM?

E você diante de tal pergunta, abre um lindo sorriso, estufa o peito e com todo orgulho responde: MMIICTMR

Será mesmo esta a segunda pergunta que GADU irá lhe fazer? Ou será a seguinte pergunta:

Já sei que você é Maçom, mas que tipo de Maçom você se fez ser reconhecido?

Até porque, ser reconhecido como Maçom é muito fácil, basta colocar um prendedor de gravata, um pin na lapela do terno ou usar um chaveiro com símbolo da Maçonaria. Mas será esta a melhor forma de ser reconhecido Maçom? Ou será melhor ser reconhecido Maçom pelas suas atitudes como tal?

Prosseguindo o julgamento, supomos que GADU tenha lhe feito a pergunta SOIS MAÇOM? E tua resposta tenha sido MMIICTMR.

Neste momento, GADU abre um sorriso, balança levemente a cabeça em sinal de positivo, levanta-se e lhe chama, abre os braços para lhe receber enquanto você sobe os degraus do trono pelo lado norte, e coloca-se de frente para Ele. Neste momento olhando nos seus olhos Ele lhe diz:

Meu filho  ha qual Potência Maçônica regular você pertence?

Será isso, fator tão relevante para a Maçonaria do GADU?

Será que GADU, após a tua resposta irá consultar seus secretários para verificar se existe algum tratado de reconhecimento entre a Potência que você pertence e Ele?

Ou simplesmente algum ato de intervisitação e se o mesmo é válido?

Ou será que GADU já estará satisfeito com as suas respostas diante de somente duas perguntas que lhe fez anteriormente:

Como foi que você distribuiu o “AMOR”?  E Que tipo de Maçom você se fez ser reconhecido?

Afinal de contas, o que é regular e reconhecido para GADU é bem diferente do que é regular e reconhecido para os homens.

A Maçonaria do GADU é realmente perfeita e nós sabemos e reconhecemos isso.

Porém, os homens pegaram esta Maçonaria tão perfeita, tão desejada, tão apregoada e as usam somente as palavras da boca prá fora. Pois seus hábitos e atitudes, atualmente passam bem longe da Maçonaria do GADU.

Vejamos alguns conceitos para termos a certeza disso:

A Maçonaria do GADU é internacionalista? Sim, ao reconhecer todos os Maçons do mundo como irmãos.

E a dos homens reconhece?

A Maçonaria do GADU diferencia padrão social? Temos a certeza que não.

E a dos homens diferencia? Não podemos afirmar, mas vou deixar uma questão para reflexão de todos vocês:

Por que algumas Lojas cobram 2 ou 3 salários mínimos para iniciar um candidato e outras cobram de 10 a 15?

Seria pelo fato do custo mensal dessas Lojas, serem muito maior que das outras? Ou pelo simples fato de afastar candidatos com o padrão social menor?

A Maçonaria do GADU diferencia o homem pela sua cor ou raça?

Não, o GADU não olha a pigmentação de pele nem local de nascimento.

E a dos homens diferencia?

Podemos enganar aos outros dizendo que não, mas a nós mesmos não conseguiremos enganar.

Sabemos que em certos países, existem Lojas específicas para brancos e Lojas específicas para negros e uns não podem visitar a Loja do outro. E o mais interessante disso tudo, é que estas Lojas são reconhecidas e/ou regulares. Isto é Maçonaria?

Por falar nisso, o que seria ser reconhecida ou regular?

No meu humilde entendimento, seria toda aquela Potência, que no seio de suas Lojas, só abrigassem homens livres e de bons costumes.

Será que a Maçonaria do GADU é algo diferente disso que penso?

Sendo assim, diante do quadro atual da Maçonaria dos homens, o que nos resta fazer, para que exista uma só Maçonaria e que esta Maçonaria seja realmente universal e guiada pelo GADU?

Só nos resta pararmos de somente ler e colocarmos em prática o seguinte texto do ritual:


- Ó Grande Arquiteto do Universo, fonte fecunda de Luz, de Felicidade e de Virtude, os Obreiros da Arte Real, congregamos neste Augusto Templo, cedendo aos movimentos de seus corações, Te rendem mil graças e reconhecem que a Ti é devido todo o bem que fizeram.

- Continua a nos prodigalizar os Teus benefícios e a aumentar a nossa força, enriquecendo as nossas Colunas com Obreiros úteis e dedicados.

- Concede-nos o auxílio de Tuas Luzes e dirige os nossos trabalhos à perfeição. Concede que a Paz, a Harmonia e a Concórdia sejam a tríplice argamassa com que se ligam as nossas obras.

Meus irmãos, no último parágrafo, nós pedimos ao GADU que as Luzes da sabedoria, dirija os nossos trabalhos à perfeição, ou seja, nos guie.

E logo depois continuamos pedindo que os sentimentos de Paz, Harmonia e Concórdia sejam o conteúdo das nossas ações, das nossas obras, das nossas conquistas ....... e justamente esses sentimentos nós não estamos utilizando em nossas ações.

Desejo afirmar, a todos vocês, que sou um obreiro obediente, e que jamais irei deixar de cumprir o juramento que fiz no dia da minha iniciação. Juramento este de reconhecer como Potência Maçônica regular, legal e legítima no Brasil o Grande Oriente do Brasil. Porém, não posso me esquecer de também, que foi fator crucial para a minha entrada na Ordem Maçônica, eu crer num Ser Supremo que é DEUS.


Trabalho realizado por:
CARLOS ALBERTO DE SOUZA SANTOS   -   M.I. CIM 209514
A.R.B.L.S. Deus e Universo nº 1653   -   Oriente do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, 26 de Novembro de 2012

O VELHO OBREIRO E A PEDRA BRUTA



Havia em um lugar distante, num tempo que se perde na história da antiguidade, um povo que enfrentava os mesmos problemas existenciais, que acontecem no enfoque dos padrões morais, intelectuais e éticos que vivemos nos dias atuais.

A Viúva do Mestre Hiram, A Grande Mãe Maçônica, Senhora dos Augustos Mistérios, mantinha também naquele lugar, vários Templos consagrados ao Grande Arquiteto do Universo, para que Ele fosse glorificado, e desta forma, transmitisse aos Seus filhos, sob a égide do Livro da Lei,

Havia ali, apesar dos propósitos da virtude que cava profundas masmorras aos vícios, muitos conceitos e preconceitos, deliberadamente direcionados ao poder puramente material, temporal e passageiro, como, a política corrupta, e os conchavos, que acontecem sempre para o favorecimento dos grupos economicamente poderosos, excludentes dos mais fracos, dos oprimidos, e dos inocentes que não tendo utilidade aos seus propósitos, eram sempre descartados e desprezados.

Para que houvesse um notável e digno exemplo que se traduzisse na construção dos Templos que melhor dignificassem, valorizassem o trabalho que edifica a virtude, surgiu ali naquele lugar, junto daquele povo, alguém, alguns, capazes de reestruturar, ordenar, disciplinar, hierarquizar, de forma Justa e Perfeita, os antigos preceitos da Arte Real.

E assim aconteceu.

Surgiu uma nova Potencia.

Jovem, Esperançosa, bem Comandada.

A região que este povo vivia era muito vasta, e ao sul, depois de um breve tempo, foi sagrado um Templo da nova Potencia Maçônica.

Os obreiros que ali foram iniciados, elevados e exaltados, logo se aproximaram de outros homens de bons costumes, que residiam em povoações vizinhas, e os iniciaram com seus conhecimentos maçônicos, para que também se tornassem seus irmãos maçons.

Tudo transcorria bem, sessões ritualísticas eram sempre trabalhadas. Faltou-lhes, porém, na continuidade do exercício viver maçônico, a grande e imprescindível virtude do fraterno amor, que aliada à humildade, proporciona em qualquer ocasião, a justa e perfeita integração de todos os irmãos.

De repente tudo se desestabilizou, irmãos que foram para outras lojas e Potencias, e depois jamais conseguiram serem admitidos por elas (foram enganados, o objetivo era destruir a novel Potencia e sua loja naquele lugar); outros, que se perderam pelas promessas dos primeiros.

O Grão Mestre, perplexo com tudo que aconteceu de forma abrupta, inesperada, convocou um velho obreiro, que residia ali, para que este fosse o Venerável Mestre Interventor e assim, o responsável pela reestruturação de um novo quadro de obreiros.

O início de qualquer tarefa é sempre difícil, o reinicio é mais complicado, e mais difícil ainda, é desgastante, pois sempre ficam as sequelas da desarmonia, das perdas dos irmãos inocentes que se deixaram enganar, enfim, a quebra da Egrégora produzida no Templo, - luminosa, aconchegante, produtora da paz e da perfeita união, se esvai, somente o tempo, com a fraterna e amorável participação dos novos irmãos admitidos em Loja é que irão se mesclando, se sublimando e se unificando, gerando, formando, as novas energias que suprirão, substituirão as que anteriormente haviam se perdido.

O velho obreiro se empenhou se esforçou, e quando transferiu o malhete da sabedoria ao seu sucessor, não havia mais os aparentes vestígios dos tristes acontecimentos ali registrados.

Passado um tempo, novamente surgiram acontecimentos desagregadores, tudo indicava que haveria um novo motim, e com ele, uma inevitável debandada de irmãos.
O velho obreiro convocou uma reunião no Templo, depois de reunidos, chamou a todos os irmãos que fossem até o átrio; contentes, descontes surpresos, indecisos, culpados e inocentes, e em alto e bom tom, lhes disse:

- Meus irmãos!

- Tomastes conhecimento da missão que tendes com a vossa pedra bruta, desde a vossa iniciação! Eu vou agora fazer com o Compasso um círculo do tamanho que caiba todas as vossas pedras, colocai cada um de vós, dentro do circulo traçado, a vossa pedra.

Todos, um tanto surpresos e desconfiados, foram depositando suas pedras.

Surpreendentemente as pedras formaram uma só pedra de um tamanho bem grande, disforme e de aparência feia, sem as marcas da lapidação que todos afirmavam em sessões, estarem realizando.

Isto feito, o velho obreiro convidou-os a sair do Templo e estendeu o seu braço e apontou o seu dedo na direção de uma elevação do terreno que formava uma íngreme subida, pedregosa, difícil até o topo de um monte, e disse-lhes:

- Meus irmãos, vejo que todos estão paramentados de mestres. Conheceis as ferramentas mais apropriadas para que possais com vossa força, com a beleza dos vossos ideais maçônicos, com a sabedoria que suplicais desde o vosso ingresso em nossa ordem, levardes até o topo do monte a pedra disforme, que se formou da unificação das vossas pedras, estais dispostos a cumprir esta missão?
Houve ali um grande silencio.

Havia entre os irmãos, um que se considerava o irmão astuto, que afoitamente falou:

-  Eu não aceito isto, pois cada um é responsável pela sua própria pedra, a minha eu garanto que levo sem dificuldades a qualquer lugar por onde vou. Vamos meus irmãos, este velho é um bruxo, é sempre o irmão terrível, quer nos fazer sofrer e nos humilhar.

E repetiu:

-  Irmãos! Eu sempre facilitei tudo para vocês, é certo que peço sempre vos tenho pedido algo em troca, mas sempre vos dou mais do que peço, e sempre fui irmão e amigo de todos, vamos pegar cada um de nós a nossa pedra, e nos retirarmos daqui, já tenho um novo lugar, amplo, bem construído, retiremo-nos daqui, para que todo este esforço, esta forma antidemocrática e impositiva de comandar.

Qual não foi a surpresa do irmão astuto, ao retornar ao átrio e entrar no círculo para apanhar a sua pedra, esta se desmembrou da maior, e caiu bem em cima do seu pé.
Neste meio tempo, os que nele acreditaram, afoitamente também foram pegar as suas. O irmão astuto reclamava da injustiça havida, seu pé doía demais, a dor subia até a cabeça, e coitado, sapateava, pulava num só pé, repetia:

-  Que fiz para merecer isto?

Os demais que lhe eram simpáticos, solícitos, o ergueram e o colocaram assentado em um banquinho que foram buscar, diga-se de passagem, sem permissão, na Câmara de Reflexões.

O irmão astuto pensou consigo: “ora bolas, para quê reflexão, eu sou o cara!”

Quando a metade dos irmãos ali reunidos retiraram suas pedras da pedra unificada,  obedecendo ao irmão astuto, que lhes pediu que dois deles, lhe carregassem no colo, juntos foram saindo de mansinho, sorrateiramente, olhando os irmãos que ficaram ali, de um modo estranho, como quem diz, - coitados.

Acontece que com o passar das horas, as pedras que carregavam juntos na caminhada com o irmão astuto,  começaram a se tornar cada vez mais pesadas, quentes, com as suas arestas a lhes ferir os dedos, a lhes machucar as mãos, judiar, a produzir um grande incômodo.

O irmão astuto que já não suportava a sua própria pedra, não poderia naquela ocasião culpar alguém, ou pedir que um dos irmãos que o seguia a carregasse, pois certamente seria cobrado pela decisão que tomou, então parou um pouco a sua caminhada, pensou, refletiu, e disse todo faceiro:

-  Para que pedra bruta, meus irmãos?

E disse mais:

-  O que vale é a força do pensamento. Joguem fora estas pedras, as nossas verdadeiras pedras já estão polidas, esquadrejadas, prontas, esperando por nós no novo templo.

Foi um alívio geral, todos jogaram rapidamente suas pedras na beira do caminho.
Imediatamente, a mesma venda que cobriu a visão de cada um deles quando de suas iniciações, lhes cegou, e o pior, não conseguiam tirá-la.

Ouviram a voz do irmão astuto que lhes prometia salvar daquela terrível situação, no meio de uma gritaria horrorosa de cobranças e arrependimento.

De repente o irmão astuto se calou, a força do seu pensamento que ele tanto apregoava, não funcionava como ele tanto havia se gabado. Rengueando, tremendo, estendeu o braço e apoiou sua mão no ombro de um dos seus irmãos, e silencioso, quieto, a cabeça doendo.  Esperava sair daquela incomoda e malfadada situação, pois sempre se aproveitava de alguém para se socorrer, em qualquer situação. 

Cegos, sofrendo, todos ouviram uma voz que conheciam muito bem.

Era o Grão Mestre que tendo sido avisado pelo velho obreiro, de toda a situação, veio o mais rápido que pode, para lhes falar, mesmo que esta fosse a última vez:

-  Irmãos! Abris os vossos olhos!

-  Antes que vos percais por caminhos escabrosos, vos perdoo, porém, tendes que retornar ao Templo, vos darei um prazo, de que lá vos encontreis em nossa próxima Sessão mas, se derdes  um passo em direção do irmão astuto, no intuito de segui-lo, será tardio e não mais aceito o vosso arrependimento, pois deste momento em diante, o irmão astuto está expulso de nossa Potencia, e vós como disse, não mais podereis retornar ao encontro dos irmãos que lá ficaram em nosso Templo, e assim, também, do velho obreiro, que jamais vos mentiu, ou se aproveitou de nenhum de vós!

Os irmãos que haviam ficado no Templo, junto com o velho obreiro, constataram que após a debandada dos irmãos que buscaram as facilidades que imaginaram encontrar, que agora a pedra tomara uma nova forma, ela agora era cúbica, e era perfeitamente visível que precisava dos desbastes que só o trabalho bem feito, dos verdadeiros mestres, através do tempo a poderá aperfeiçoar.

Um dos irmãos falou ao velho obreiro:

- Somos mestres, mas sabemos das nossas limitações, podemos buscar as nossas alavancas de companheiro maçom, para levarmos a nossa pedra única, pois somos um, e juntos, unidos, haveremos de chegar até o cimo do monte, para lá erigirmos o nosso novo Templo?

O velho obreiro, sorrindo lhes afirmou positivamente.

Contentes e satisfeitos os irmãos começaram a conduzir juntos, unidos, a pedra única, persistindo, ajudando-se mutuamente, sinceramente, ninguém se esquivando da doação do seu próprio esforço, iniciaram a caminhada rumo ao topo do monte, para o futuro assentamento da pedra que será o fundamento, no lugar ideal para o inicio da construção de um Novo Templo da Virtude. Mestres que são, farão uso da Trolha para os retoques finais, quando a Grande Obra estiver sendo concluída.

O Velho obreiro, explicou-lhes que o Tempo, Senhor da Verdade e da Razão, sempre privilegia os bons maçons, e mostrou-lhes uma representação simbólica:

O compasso traça o circulo que internamente nesta ocasião, se subdivide em espaços iguais, no traçado das horas, minutos e segundos;

O esquadro, que ali se insere, completa a figura alegórica, formando os dois ponteiros do conjunto simbólico, que representa o Relógio do Tempo, que a Maçonaria Universal usa para a Gloria do Grande Arquiteto do Universo, e assim a Verdade e a Justiça sempre se estabelecem, num tempo alheio ao nosso, e, é justamente por isso que  se mantem Viva, Atual, Fraterna, Vigilante, Forte, Bela e Sábia, para que seja enquanto o mundo existir, o apanágio da Liberdade, do Trabalho, e da Fraternidade,  e desta forma sempre conceda aos Seus filhos que se mantêm fieis, o bom, o justo e o perfeito viver.

O velho obreiro deu conta do trabalho realizado com seus irmãos, ao amado Grão Mestre que ali retornou dizendo-lhe:

- Meu Sereníssimo Grão Mestre, agradeço-lhe pelo Seu permanente e constante cuidado, pela sua prudência, pelas suas sábias recomendações e pelos seus ensinamentos maçônicos; também pelo seu amor sincero e fraterno, por todos os irmãos.

- O seu exemplo sempre há de nos fortalecer, nos unir e nos animar nos passos maçônicos, que um dia nos foi oportunizado  conhecer, aprender e praticar.

Finalizando o velho obreiro anunciou as demais Lojas Irmãs Maçônicas:

- Ao oriente da minha região, agora;
Tudo está  J.’.P.’.

Autor
 Ir.’.  Orlei Figueiredo Caldas, MI, 33º

NATAL - A VISÃO GNÓSTICA.







O primeiro passo na senda da perfeição é o nascimento do Cristo. Ele é a luz do mundo, que permanece dormente em todos os seres até ser despertado em nossa consciência. Os relatos evangélicos apresentam uma riqueza de detalhes sobre o evento.

A luz do Cristo nasce sempre quando as trevas são mais profundas no mundo, daí seu nascimento ser apresentado pela Igreja como ocorrendo em 25 de dezembro, data do equinócio do inverno, a noite mais longa do ano no hemisfério norte, onde ocorre o exemplo histórico. A luz do sol aparece nessa data sob o signo de virgem.

Mestre Jesus representa a centelha divina no homem, o Cristo. Sua mãe, Maria, simboliza a alma espiritual, situada no plano mental superior. José, seu pai, figura como a mente inferior.
 

Por isso, não foi José quem gerou a criança, pois a luz da intuição não pode ser gerada pela mente concreta. No entanto, após o nascimento da criança divina ela passa a ser cuidada por esse pai adotivo. Maria e José, portanto, formam um casal, a mente superior e a inferior, sendo, nesse sentido, os pais do Cristo.
 

O Cristo é concebido pelo Espírito de Deus, sendo a conceição imaculada anunciada a Maria pelo mensageiro divino, o arcanjo Gabriel, a expressão da vontade divina criativa.
 

A anunciação é uma experiência interior pela qual todo iniciado deve passar. Nessa ocasião, a consciência do homem começa a desabrochar expandindo sua capacidade intelectiva e percepção psíquica.
 

Trata-se de um verdadeiro nascimento dentro da alma, aludido por Paulo alegoricamente:
“meus filhos, por quem eu sofro de novo as dores do parto, até que Cristo seja formado em vós” (Gl 4:19).

No plano de Deus a harmonia está sempre presente. Toda vez que o pêndulo da vida estende-se para um extremo, deve inevitavelmente oscilar a seguir para o outro. Assim, depois do despontar da luz, da boa nova do nascimento divino, a força das trevas faz-se sentir, procurando trazer a morte. Herodes, o governante exterior, personifica as forças das trevas que combatem a luz.

No ser humano, Herodes representa a personalidade autocentrada, à força do passado, que teme o nascimento da luz no interior do ser, pois o Cristo, a esperança do futuro, necessariamente provocará uma revolução, ameaçando o controle das forças da materialidade e do egoísmo que mantêm o homem prisioneiro.
 

Para que as forças trevosas do mal não matem o recém-nascido, a divina família deve fugir para o Egito, terra dos mistérios e santuário onde os iniciados eram e ainda são instruídos.

A Cena do Natal, comemorada com profunda alegria por milhões de cristãos todos os anos, está repleta de símbolos. O estábulo, ou gruta, representa o corpo físico que abriga em seu interior todos os membros da família divina, que são os diferentes princípios do homem. 

A manjedoura, onde o Cristo menino está reclinado, utensílio usado na alimentação dos animais, representa o corpo vital ou etéreo que preserva e distribui o prana, ou força vital do sol, pelo corpo físico. Os carneiros e as vacas representam as emoções. Para que o Cristo possa nascer pressupõe-se que esses animais tenham sido domesticados, ou seja, que as emoções do candidato à iniciação tenham sido disciplinadas e purificadas.

Os pastores representam os irmãos mais velhos e guias da humanidade, os Mestres que sempre comparecem às cerimônias de iniciação. Paulo refere-se a esses guias como “os justos que chegaram à perfeição” (Hb 12:23).

Os três reis magos, que vieram do oriente (de onde vem a luz), simbolizam os três aspectos da divindade. Eles trazem presentes (ouro, incenso e mirra) ao jovem iniciado, expressando os aspectos espirituais do poder, do amor e da sabedoria.

Com esses presentes a alma recém-iluminada, ou o Cristo-criança recém-nascido, está capacitado a empreender sua missão. Os reis magos são guiados pela estrela de Belém, o pentagrama que cintila acima da cabeça do hierofante sempre que um rito iniciático está em andamento.

Os evangelistas, como iniciados, conheciam claramente a linguagem sagrada e assim apresentaram um relato alegórico que preserva para todos os que têm olhos para ver a mensagem auspiciosa de que Cristo aguarda a oportunidade para nascer na consciência de todos os que aspiram alcançar o Reino dos Céus.

Quando esse nascimento virginal ocorrer, a luz crística na alma do iniciado passará a derramar suas bênçãos sobre toda a natureza inferior do homem, estimulando sua capacidade intelectual, percepção e sensibilidade.

A expansão de consciência consequente faz com que a unidade de todos os seres deixe de ser meramente um conceito intelectual para tornar-se, ainda que momentaneamente, uma profunda experiência de vida.

Fraternalmente -  Jesus عيسى Mihu Omni


A FACE JUDAICA-TEMPLÁRIA DA MAÇONARIA



Na obra “Antigas Letras”, o Grão-Mestre Leon Zeldis 33º, da Maçonaria de Israel (The Grand Lodge of the State of Israel), chama a atenção para o fato de que os textos religiosos hebraicos onde aparecem os nomes divinos de Deus não são destruídos quando envelhecem, mas enterrados ou guardados em um lugar especial da sinagoga conhecido como guenizá.
Diz a tradição judaica que qualquer fragmento de um texto sagrado que contiver o nome do Criador deve ser enterrado de acordo com determinados rituais. Entretanto, com o passar dos séculos e em função das perseguições sofridas pelos judeus, muitos documentos hebraicos foram apenas escondidos, daí o nome de guenizá (esconderijo), que corresponde em hebraico ao termo lignoz e significa guardar, manter secreto. 

Provavelmente, quando os primeiros templários chegaram a Terra Santa comandados por Hugues de Payen, em 1118, quase duas décadas após a conquista de Jerusalém pelos Cruzados (1099), o objetivo real de sua presença não ficaria apenas circunscrito a dar proteção aos peregrinos que se deslocassem a Jerusalém.
O grupo de nove nobres franceses oriundos da região de Provença que se estabeleceu na ala leste do palácio do rei Balduíno II, patriarca de Jerusalém, sob o nome de Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo de Salomão, passou quase dez anos promovendo escavações na área da Mesquista de Al-Aqsa, erguida sobre o local onde existiram dois grandes templos judaicos: o primeiro Templo, construído em 960 antes da Era Comum pelo rei Salomão e destruído por Nabucodonosor, da Babilônia, em 586 a.E.C., e o segundo Templo, reconstruído cinquenta anos depois no mesmo local e que resistiu até 70 da E.C. quando foi arrasado pelas legiões romanas.

No livro “A Chave de Hiram”, os autores maçons Christopher Knight e Robert Lomas destacam que os clérigos que acompanhavam os cavaleiros templários eram “todos capazes de ler e escrever em muitas línguas e eram famosos por suas habilidades em criar e decifrar códigos”. E transcrevem um comentário do historiador francês Gaetan Delaforge sobre os reais motivos dos templários: “A verdadeira tarefa dos nove cavaleiros era realizar uma pesquisa na área para recuperar certas relíquias e manuscritos que continham a essência das tradições secretas do Judaísmo e do Antigo Egito, algumas das quais provavelmente datavam do tempo de Moisés” (The Templar Tradition in the Age of Aquarius). 

UMA ORDEM ACIMA DE REIS E RAINHAS
Legitimada pelo papa Honório II em 31 de janeiro de 1128, a Ordem do Templo ganhou estatuto, regras e um comandante: o Grão-Mestre Hugh de Payens. Havia mais de 600 artigos no estatuto dos templários, segundo o historiador inglês Piers Paul Read, autor de “Os Templários”, sendo que a regra 325 relacionava-se com o uso de luvas de couro, que era consentido apenas aos capelães e aos pedreiros construtores de santuários e fortalezas. Mas, “em nenhum lugar havia qualquer menção a peregrinos ou à sua proteção, aparentemente ignorando a única razão para a criação dessa Ordem” (A Chave de Hiram).
O papa seguinte, Inocêncio II, através da bula “Omne datum optimum” (1139), estabelece privilégios que tornam a instituição independente de toda interferência de autoridades políticas e religiosas. Segundo a encíclica, os templários só deviam obediência ao Papa. 

Durante os próximos 200 anos a Ordem do Templo cresce e se expande em poder e riqueza, recebendo doações em dinheiro e propriedades na Europa. De acordo com os investigadores históricos ingleses, Michael Baigent e Richard Leigh, que pesquisaram a herança templária no surgimento da maçonaria, “em meados do século 12, a Ordem do Templo já tinha começado a se estabelecer como a mais poderosa e rica instituição isolada em toda a Cristandade, com exceção do Papado, com frotas de navios, territórios extensos e ligações secretas com líderes sarracenos” (O Templo e a Loja). Esses mesmos autores e mais Henry Lincoln ainda afirmam que coube aos templários criar e estabelecer a moderna instituição bancária. “Através de empréstimos de vastas somas a monarcas necessitados, tornaram-se os banqueiros de todos os tronos da Europa” (O Santo Graal e a Linhagem Sagrada).

Com a perda de Jerusalém para os muçulmanos em 1291, a Ordem do Templo se transfere para Chipre. A ilha tinha sido conquistada pelo rei Jayme I (Coração de Leão), da Inglaterra, em 1191, e vendida, anos depois, para os templários. Em 1312, a Ordem é oficialmente extinta por um decreto papal emitido por Clemente V, sem que um veredicto conclusivo de culpa tenha sido pronunciado. Através da bula Vox in excelso o Papa extingue a Ordem do Templo “proibindo estritamente qualquer um de conjeturar em entrar para a referida Ordem no futuro, ou de receber ou usar seu hábito, ou de agir como um templário” (Os Templários). Em bula subsequente, a Ad Providam, todos os bens e propriedade dos templários são transferidos para a Ordem dos Hospitalários, uma instituição similar a dos templários, que também funcionava na Terra Santa. 

Na França, por ordem do rei Filipe IV, o Belo, os templários são perseguidos, presos e torturados. A Inquisição também se alastra por toda a Europa. As acusações concentram-se em supostas heresias e rituais praticados pelos membros da Ordem. O seu Grão-Mestre, Jacques de Molay, é queimado até a morte, na Ile de la Cité, no Sena, em 1314.

ESTADO TEMPLÁRIO PREOCUPAVA A IGREJA 
Setecentos anos depois desses acontecimentos, dúvidas ainda persistem sobre a verdadeira natureza da Ordem e de seus cavaleiros. Seriam eles guardiões de um conhecimento secreto adquirido na Terra Santa em contato com outras culturas ou mesmo oriundo de documentos sobre as origens do Cristianismo descobertos nas escavações? Para Baigent e Leigh, o impacto de antigas formas de pensamento cristão, não Paulinas, podem ter influenciado as atividades da Ordem no seu projeto para a criação de um Estado Templário e na sua política de reconciliar o Cristianismo, o Judaísmo e o Islamismo. “Os templários não negociavam apenas dinheiro, mas pensamentos também. Através de seu contato com as culturas muçulmana e judaica, começaram a atuar como introdutores de novas ideias, novas dimensões do conhecimento, novas ciências” (O Santo Graal...).

A pesquisadora da Biblioteca do Vaticano, Bárbara Frale, em artigo publicado no “L’Osservatore Romano” (21.08.2008), jornal oficial da Santa Sé, afirma que os documentos originais do processo contra os templários, encontrados no Arquivo Secreto do Vaticano, demonstram que foram infundadas as acusações de que os cavaleiros praticavam em segredo ritos pagãos e haviam abandonado a fé cristã. De acordo com a autora, os templários não eram hereges e o que se descobriu nas atas conservadas no Vaticano é que “a disciplina primitiva do Templo e o seu espírito autêntico se haviam corrompido com o passar do tempo, deixando a porta aberta para a difusão de maus costumes” (Revelações do Arquivo Secreto do Vaticano: templários não foram hereges,no portal Zenit).

Aí caberia a indagação: quais seriam os “maus costumes”, segundo a avaliação da pesquisadora, adquiridos pelos templários? No mesmo artigo, Frale reconhece que “ainda há verdadeiramente muito que investigar” e adianta que o estudo da espiritualidade desta antiga ordem religiosa dará à cultura contemporânea novos motivos de discussão.

ESCÓCIA: REFÚGIO DOS TEMPLÁRIOS E BERÇO DOS MAÇONS
Da extinção oficial da Ordem até a fundação da primeira grande Loja Maçônica em Londres (1717), a trinca de autores do “Santo Graal e a Linhagem Sagrada” registra que os templários ingleses e franceses encontraram refúgio na Escócia (país que ignorou a bula papal), e muitos deles também se integraram a outras Ordens e sociedades secretas na Alemanha, Espanha e Portugal. Conta-se que em 1689, na batalha de Killiecrankie, na Escócia, um dos aliados do rei Jayme II da Inglaterra, John Claverhouse, visconde de Dundee, estava usando uma antiga vestimenta da Ordem do Templo, de antes de 1307, quando foi morto na luta. A referência ao fato foi publicada no jornal da primeira Loja de Pesquisas Maçônicas do Reino Unido (Quatuor Coronati), em 1920: “Lorde Dundee perdeu sua vida como líder do Partido Escocês Stuart. Segundo o testemunho do abade Calmet, ele teria sido Grão-Mestre da Ordem do Templo na Escócia” (O Santo Graal...). 

Mas, muito tempo antes, nos meados do século 16, um manuscrito já comprovava a existência dos chamados franco-maçons e a sua subordinação à monarquia dos Stuart, principalmente ao soberano escocês Jaime I (1566-1625), que também foi rei da Inglaterra e da Irlanda. O historiador maçônico, Robert F. Gould, em “The History of Freemasonry”, transcreve o que era exigido dos franco-maçons à época: “... que sejais homens leais ao rei, sem nenhuma traição ou falsidade e que não tolerais qualquer traição ou falsidade, tratando de combatê-las ou notificá-las ao rei”. Segundo definição de um ilustre estudioso maçom José Maria Ragon (1781-1866), o termo franco-maçom somente se aplicaria àqueles que efetivamente cooperassem na obra de instrução e regeneração da humanidade. Os demais membros de obreiros construtores e integrantes da corporação de pedreiros seriam denominados simplesmente maçons.

Observa-se que a Grande Loja da Inglaterra, criada para centralizar a franco-maçonaria inglesa e que se constituiu no marco oficial da imagem pública da Maçonaria, foi instituída em 24 de junho de 1717, data emblemática para os templários e que lembra o nascimento de João, o Batista. A devoção a essa figura histórica é um dos elos que ligam os franco-maçons aos templários. Segundo o “Dicionário de Maçonaria”, de Joaquim Gervásio de Figueiredo 33.º, João Batista é o patrono da Maçonaria e todas as lojas maçônicas simbólicas são intituladas Lojas de São João.

A TRADIÇÃO JUDAICA DOS ESSÊNIOS
Preso e decapitado em 32 da E.C. por ordem de Herodes Antipas, governador da Galiléia, Yochanan ben Ezequiel (nome hebraico de João Batista) provavelmente era membro da seita dos essênios, uma comunidade judaica que existiu durante os dois últimos séculos da era do Segundo Templo (150 antes da E.C. a 70 da E.C.). Historiadores judeus do século I, Flavio Josefo e Philo de Alexandria, registraram a presença desse grupo ascético, que praticava um Judaísmo ultra-ortodoxo, com jejuns frequentes e banhos rituais diários, e que habitava o deserto da Judéia, entre Jericó e Ein Guedi. 

A partir de 1947, e até 1956, com a descoberta dos pergaminhos nas cavernas de Qumran (os manuscritos do Mar Morto), a tese de que os essênios eram seus autores ganhou força entre estudiosos e peritos de várias nacionalidades. Segundo Leon Zeldis 33º, os iniciados da comunidade de Qumran, cujas idades variavam entre 25 e 50 anos, aprendiam a “amar a justiça e ter aversão à maldade”. Consideravam-se herdeiros dos reis sacerdotes, simbolizados por Salomão (do hebraico Shlomo, que deriva da palavra Shalom-paz) e Melquizedek (do hebraico Malki-Tzadik, rei justo), rei de Salem (a atual Jerusalém), à época de Abraão. Alguns de seus membros, como João, o Batista, faziam votos de nazareos - do hebraico “nazir” que corresponde a “separado” ou “consagrado”. Os autores do livro “A Chave de Hiram” acreditam que “a voz que clama no deserto” poderia ser a de João Batista “que viveu uma vida dura no deserto, de retidão qumraniana, comendo apenas os alimentos permitidos, usando um cinturão de couro e uma túnica de pelo de camelo”.

Na obra “Os Manuscritos do Mar Morto”, o professor e doutor em teologia Geza Vermes destaca que os membros da seita se consideravam “o verdadeiro Israel”, fiéis representantes das autênticas tradições religiosas. Os sacerdotes, chamados de “filhos de ZadoK” (o sacerdote da Casa de David), se constituíam na autoridade máxima da comunidade. A hierarquia era rigorosa. Cada membro era inscrito na “ordem de seu grau”. O mais alto cargo recaía na pessoa do Guardião, conhecido também como “Mestre” (maskil, em hebraico). Eram também instruídos a reconhecer “um filho da Luz” de um “filho das Trevas”. Na lista de infrações e de suas penas correspondentes, o pecado mais grave que demandaria em imediata expulsão da congregação seria qualquer tipo de transgressão, por ato ou omissão, às diretrizes da Lei de Moisés. 

Em um dos manuscritos – o Preceito do Messianismo – é especificado que somente a partir dos 30 anos os homens eram tidos como maduros, podendo participar das assembleias, de casos em tribunais e tomar assento nos altos escalões da seita. O neófito vindo de fora que se arrependia de seu “caminho de corrupção”, iniciava-se “no juramento da Aliança” no dia em que conversava com o Guardião, mas nenhum estatuto da seita deveria ser divulgado a ele. Na avaliação do professor Geza Vermes, o retrato que assoma da leitura dos manuscritos em relação às ideias e aos ideais religiosos dos essênios é uma observância fanática à Lei de Moisés. No campo político, os essênios eram frontalmente contra a dinastia de Herodes e o domínio dos romanos sobre a Terra Santa.

LIVROS SECRETOS DE MOISÉS
Dizimada pelos romanos em 66-70 da E.C., a comunidade de Qumram pode ter enterrado sua história, seus segredos e sua tradição secreta ligada a Moisés em algum lugar do templo de Jerusalém, seguindo a prática judaica de não destruir documentos sagrados (a cidade de Jerusalém fica a 40 minutos de carro de Qumram). Na obra “A Chave do Hiram”, os autores aventam a hipótese desses manuscritos terem sido descobertos pelos templários, no século 12, em função das sigilosas escavações realizadas no local por mais de uma década. No livro “A Odisséia dos Essênios”, o historiador britânico Hugh Schonfield faz referência aos livros secretos que Moises teria dado a Josué para que ele os mantivesse ocultos “até os dias de arrependimento”.

No livro do escritor francê Michel Lamy - Os Templários. Esses senhores de Mantos Brancos/1997 – é lembrado o interesse do abade Estevão Harding, amigo e mentor de Bernardo de Clairvaux (incentivador da criação da Ordem dos Templários e autor de suas regras), por textos hebraicos. O abade procurava a ajuda de rabinos nas suas traduções do hebraico dos livros do Velho Testamento. Para Lamy, esse intenso interesse por textos hebraicos demonstram a crença na existência de um tesouro oculto enterrado sob o monte do Templo e algum tipo de relação com o lugar que mais tarde se tornou a moradia dos templários. O historiador Piers Paul Read também destaca que uma das primeiras traduções encomendadas pelos templários na Terra Santa foi a do “Livro dos Juízes”, do Velho Testamento. “Havia uma íntima e inquestionável identificação dos cristãos da Palestina com os israelitas de antigamente” (Os Templários).

Erguido pelo rei Salomão para abrigar a “Arca da Aliança” – relicário das palavras divinas a Moisés no deserto - , o grande Templo de Jerusalém concentrava nesse local toda a sua santidade. Construído sobre o Monte Moriá, o aposento onde ficava a arca sagrada era o lugar mais recôndito do Templo, chamado de “o Sagrados dos Sagrados” (Kodesh há-Kodashim), recinto cuja santidade era tal que somente o grande sacerdote (Cohen Gadol, em hebraico) tinha permissão de lá entrar, uma única vez durante o ano, no Dia do Perdão - Yom Kipur (Revista Morashá).

A adoção pelos templários e maçons dessa simbologia estruturada nos mistérios e segredos que se iniciam com Abraão, tem seu ápice em Moisés, se perpetua com a construção do Primeiro Templo por Salomão e sofre transmutações generalizadas a partir dos primórdios da Era Comum, após a destruição da comunidade de Qumram, ainda permanece envolta em véus em sua nascente e tem se mostrado um desafio para a Igreja Católica. De igual forma, a imensa quantidade de publicações, teorias e suposições a respeito do tema ainda não produziu uma resposta diferente daquela que anima e justifica o trabalho da maioria dos pesquisadores: a da “busca pela verdade” .

OS GUARDIÕES DA ALIANÇA
Em “As Intrigas em torno dos Manuscritos do Mar Morto”, o leitor acompanha a trajetória dos manuscritos, desde das primeiras descobertas no deserto da Judéia, em 1947, durante o mandato britânico na Palestina, até o início da década de 1990, quando o conteúdo de muitos documentos ainda não tinha sido divulgado. A batalha para o livre acesso e publicação de mais de 800 manuscritos por parte de inúmeros pesquisadores de renome mundial é relatada por Michael Baigent e Richard Leigh que culpam a chamada “equipe internacional” comandada pelo padre Roland de Vaux, da École Biblique de Jerusalém, de manter por longo tempo o monopólio sobre os manuscritos. A polêmica se estendeu até a imprensa através das páginas do influente jornal americano New York Times que em editorial publicado em 9 de julho de 1989 criticou a morosidade das pesquisas, observando que “passados 40 anos, um círculo de estudiosos indolentes continua esticando o trabalho, enquanto o mundo espera e as preciosas peças vão se desmanchando em pó”. 

Hoje sabemos que os membros da comunidade de Qumram costumavam referir-se a si próprios como “os guardiões da Aliança”. Tal conceito se baseia essencialmente na grande importância da “Aliança”, que impunha um voto formal de obediência, total e eterna, à Lei de Moisés. Daí a expressão “Ossei ha-Torá”, encontrada em um dos pergaminhos, que pode ser traduzida por “Agentes da Lei”, expressão talvez que fosse a origem da palavra essênio (As intrigas em torno dos Manuscritos...). Mas, para o pesquisador Robert Eisenman, autor de vários livros sobre os Manuscritos, termos como essênios, zadoques, zanoreanos, zelotes, sicários, ebionitas (os pobres) apontam para um mesmo grupo ou movimento ortodoxo de rigoroso cumprimento da lei mosaica.

Em seu estudo “Paulo como herodiano”, apresentado na Sociedade de Literatura Bíblica (Society of Biblical Literature), em 1983, Eisenman credita a Paulo (Saulo de Tarso) o papel de agente secreto dos romanos, após ser ameaçado de morte pelos “zelosos da Lei”. A partir dos manuscritos e de referências encontradas no Novo Testamento, o pesquisador afirma que a entrada de Paulo em cena mudou o rumo da história. “O que começou como um movimento localizado dentro da estrutura do Judaísmo existente, e cuja influência se restringia aos limites da Terra Santa, se transformou em algo de uma escala e magnitude que ninguém na época poderia ter previsto. O movimento que estava nas mãos da comunidade de Qumran foi efetivamente convertido em algo que não tinha mais lugar para seus criadores” (As Intrigas em torno dos Manuscritos...).

Para os autores ingleses de “A Chave de Hiram”, Saulo de Tarso não conhecia profundamente os ritos nazoreanos da comunidade de Qumram e a sua simbologia da “ressurreição em vida”, cerimônia adotada pela Maçonaria em seu ritual de 3º Grau. Em um dos manuscritos encontrados, denominado “Preceitos da Comunidade”, é explicado que ao entrar na comunidade o sectário era elevado a uma “altura eterna” e unido ao “Conselho Eterno” e à “Congregação dos Filhos do Céu” (Geza Vermes, em “Os Manuscritos do Mar Morto”). 

Outro importante estudioso dos manuscritos, o historiador John Allegro, em seu livro “The Treasure of the Copper Scroll” que traz a tradução completa do Manuscrito de Cobre, explica que “Qumram” é uma palavra árabe moderna e que no século I da E.C. o local era conhecido como Qimrôn, raiz da palavra hebraica que significa abóbada, arco, portal. O pesquisador também observou a utilização de códigos no Manuscrito de Cobre quando são citados os 64 esconderijos com metais preciosos e manuscritos pertencentes à Comunidade. Detalhe igualmente notado pelo padre J.T.Milik, que fazia parte da equipe internacional que analisou os manuscritos em Jerusalém. O religioso constatou a presença de técnicas de codificação críptica em alguns documentos secretos que continham informações sobre eventos futuros.
Sheila Sacks
Jornalista de Investigação - Rio de Janeiro, Brasil

 

FELIZ 2013



O BLOG ARTE REAL – TRABALHOS MAÇÔNICOS deseja a todos os Irmãos espalhados pela face da Terra e a todos que nos visitam: UM FELIZ NATAL e um ANO NOVO REPLETO DE REALIZAÇÕES.

SOIS MEMBRO DE UMA IRMANDADE?



SOIS MEMBRO DE UMA IRMANDADE?
Como tal, eu tenho sido.
Com toda sinceridade,
Amado e reconhecido.

Dondes vindes afinal?
Meu lar tem nome de um Santo,
Do justo é casa ideal
E perfeito o meu recanto.

Que trazeis meu caro amigo?
A mais perfeita amizade,
Aos que se encontram comigo,
Trago paz, prosperidade.

Trazeis, também, algo mais?
Do dono da minha casa,
Três abraços fraternais
Calorosos como brasa.

Que se faz em vossa terra?
Para o bem, templo colosso;
Para o mal, nós temos guerra;
Para o vício, calabouço.

Que vindes então fazer?
Sendo pedra embrutecida,
Venho estudar, aprender,
Progredir, mudar de vida.

Que quereis de nós, varão?
Um lugar neste recinto,
Pois trago no coração
O amor que por vós sinto.

Sentai-vos querido Irmão,
Nesta augusta casa nossa
E sabeis que esta mansão
Também é morada vossa.


Ir:. Saly Mamede

ORGULHO MAÇÔNICO NO HAITÍ


DEPOIS DO TERREMOTO, O HAITI VÊ RENASCER A AVE FÊNIX.
A Ordem Maçônica não veio para fazer conchavos políticos, mas para promover o bem da humanidade.

COMOVENTE DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA EM PROL DOS SEMELHANTES (vejam as fotos):

Os Maçons do Haiti (de fato o primeiro país a conseguir sua independência na América, depois das 13 colônias inglesas) mostram um orgulho que gostaríamos de ver nos nossos.

Num país pobre, sofrido, esmagado pela superstição, pelo analfabetismo e pelas imensas dificuldades, ainda assim a Maçonaria floresce, quase um flashback de séculos atrás, sob luz da esperança de que é possível ascender, mudar, melhorar e evoluir.

Somos a terceira maior Maçonaria do mundo – e nos perdemos em questiúnculas desprezíveis, em baboseiras jurídicas, em disputas cretinas, em jogo imbecil de vaidades e ambições por títulos grandiloquentes à falta do devido mérito.

Claques e grupelhos ignoram as lições mais elementares da Instituição que mudou o mundo e nos legou a tolerância e o moderno sistema de democracia representativa, resvala na sua busca de poderes inúteis dos que necessitam de alfaias para se tornarem alguém.

Vejam nas fotos a pobreza material dos maçons haitianos e riqueza de suas posturas. São Maçons forjados na adversidade, Irmãos a quem devemos um profundo respeito.

E aqueles entre nós que “se decepcionam com a Maçonaria”, que façam por onde merecer a condição de Maçons. Não é a Maçonaria que tem de fazer “alguma coisa”. São os Maçons, fazendo ressurgir a Fênix das cinzas. 
 












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