PARA QUE ou POR QUÊ? (Ser Maçom)


 

O que o levou a aceitar o convite de se tornar um Maçom?

As respostas mais comuns são: Fantasia, Investimento e Inspiração. De fato, poderíamos usar outras palavras mais palatáveis, mas, no fundo, é isso mesmo.

Fantasia é uma obra criada pela imaginação, e creio que todos nós fomos acometidos por um devaneio quando convidados. Os “fantasiosos”, com o tempo, dividem-se em dois grupos: os que vivem em invencionices (Adão e muitos outros famosos eram Maçons) – a turma dos devaneios e utopias de poder e ação – que permaneceram entre nós, acusando-nos de descrentes.

A outra turma, com o tempo, estará de QP, pois o choque da realidade com o sonho, no desvario caprichoso, resultará sempre na quimera, na desilusão.

Quanto ao Investimento, divide-se, também, em dois grupos. Os “Investidores não materiais” estão à procura do conhecimento, do aprendizado e se dão bem. Já a turma do Networking, ainda na Câmara de Reflexão, questiona a frase: “Não esperes receber nenhuma recompensa material da Maçonaria”. Não compreenderam a diferença entre Irmãos e Parceiros.

A Inspiração vem das pessoas, das histórias, dos propósitos e, sobretudo, das ações. Todavia, como Maçons, devemos entender que a inspiração é uma via de mão dupla. Com o tempo, compreendemos que muito mais importante do que conhecer as instruções é consubstanciar-se a elas. Do ponto de vista etimológico, a palavra inspiração traduz a ideia de “soprar em”.

Depois desse preâmbulo, o qual espero tenha sido refletivo e nos remetido ao princípio da jornada, é hora de procurarmos as respostas ao “Para que ser Maçom” e “Por que ser Maçom”.

Pois bem! Aqui nos encontramos! Anos após a iniciação, cargos desempenhados e graus conquistados para que e por quê?

É DE SUMA IMPORTÂNCIA QUE TODOS NÓS FAÇAMOS ESSE QUESTIONAMENTO.

Dois mil e vinte e quatro se avizinha. Portanto, novas missões e novos objetivos devem nos nortear, a fim de que tenhamos um propósito maior e nada egocêntrico na Maçonaria. Dessa forma, encontraremos, de forma natural, a relação entre o Maçom e a Maçonaria.

PARA QUE SER MAÇOM?
PARA SERVIR AOS PROPÓSITOS DA MAÇONARIA!

POR QUE SER MAÇOM?
PORQUE OS PROPÓSITOS DA MAÇONARIA ME ENSINAM A SERVIR!

Afinal, qual é o propósito maior da Maçonaria? Tornar feliz a Humanidade!

Mas onde começa a Humanidade? Dentro de nós mesmos!

QUE SEJAMOS INSPIRADOS E INSPIRADORES EM 2024!

Neste ­17° ano de compartilhamento de instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permanecemos no nosso propósito maior de disponibilizar uma curta reflexão a ser discutida em Loja. O Ritual não pode ser delapidado. A Ritualística deve ser seguida integralmente. O Quarto-de-hora-de-estudo é fundamental em uma sessão Justa e Perfeita.

Fraternalmente

Sérgio Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024

 

O VISITANTE E O RITUAL


 

Apesar de ser um tema um pouco polémico, e por isso é certo de que alguns Irmãos discordarão do aqui exposto, a sua abordagem é importante para a promoção da reflexão e do debate entre os Irmãos.

Existem três forças que, apesar de distintas, estão relacionadas: a regra legal, que é imposta; a regra social, que é respeitada; e a educação, maçônicamente, chamada de “bons costumes”, que leva o cidadão a respeitar a regra social e a obedecer à regra legal.

No Japão há uma antiga tradição de tirar os sapatos para entrar em casa. Se estiver no Japão e visitar a casa de um japonês, é claro que se tira os sapatos. Não é por não ser japonês que desrespeitaria tal regra social. Da mesma maneira, um japonês, ao visitar o Ocidente, não tira os sapatos em todo o lugar em que entra, pois respeita as convenções sociais locais.

Já na Inglaterra, as mãos do trânsito são invertidas: os carros movimentam-se pelo lado esquerdo da via, com o lado direito do carro voltado para o centro. Quando você vai para a Inglaterra, é evidente que você não teima e dirige como se estivesse no seu país. Assim como um inglês fora de Inglaterra, não dirige na contramão. Ele segue as regras legais.

Existem também instituições cujos regimentos exigem do homem o uso de fato e gravata. Poderia um pescador que nunca usou uma gravata exigir a sua entrada de calções e chinelos? E um índio que entra para as Forças Armadas, está dispensado do uso de uniforme devido à sua cultura?

Seja numa casa no Japão, numa rua de Londres, num Fórum de uma cidade, num quartel no meio da selva ou em qualquer outro lugar do mundo, as pessoas de bem respeitam as regras sociais e sujeitam-se às regras legais do local onde estão. Na Maçonaria, fraternidade de cidadãos exemplares, todos homens livres e de bons costumes, isto não deve ser diferente.

Porém, muitas vezes assistimos a simbologias e ritualísticas serem quebradas por visitantes crentes que devem seguir as regras das suas Lojas, e não da Loja que estão a visitar.

Uns não respeitam o modo de circulação do rito adotado pela Loja visitada, talvez com receio de estarem a ferir o que aprenderam nas suas próprias Lojas.

Outros, Mestres Maçons, insistem em utilizar todos os paramentos e acessórios maçônicos de um Mestre ao visitarem uma Loja no grau de Aprendiz de outros ritos, porque assim é feito no seu rito.

Estes últimos ignoram o fato de que na maioria dos ritos o uso do Chapéu numa Loja de Aprendiz é restrito ao Venerável Mestre, sendo representativo da sua autoridade e governo da Loja, simbolismo esse muito bem reforçado nas Instalações.

Quando, nestes casos, visitantes utilizam chapéu, estão a anular a representatividade da autoridade do Venerável Mestre anfitrião e, de certa forma, ferindo o simbolismo do rito visitado.

As regras, simbolismo e ritualística do seu rito alcançam somente as reuniões dele. Ao visitar Lojas de outros ritos, respeite as regras sociais e siga as regras legais dele.

Não importa se na sua Loja o certo é assim ou assado. Os “bons costumes”, a que todo o maçom deve observar, ditam que, na casa dos outros, “há que dançar conforme a música”.

Como muito bem ensina o ditado: “Quando em Roma, faça como os romanos”.

Kennyo Ismail

 

MAÇOM SEM LOJA?


 

Escutei a afirmação de um irmão:

– Não tenho tempo para frequentar os trabalhos da minha Loja, mas aqui fora, sou mais Maçom que muito irmão no templo…

Após refletir muito sobre a questão, emitimos a nossa opinião. Embora opinião pessoal, podemos afirmar que esta é bem coerente com o pensamento da instituição.

Acreditamos que a nossa Sublime Ordem torna possível a todos os seus adeptos, um terreno fértil para o estudo da verdade. Através da valorização do trabalho intelectual de cada irmão, por mais simples que seja, criamos o pano de fundo necessário ao autodesenvolvimento do Maçom.

Embora uma Loja proporcione este ambiente, esta não é a única organização que proporciona meios para atingir a valorização humana. Outros redutos, outras instituições do livre pensamento, trazem e oferecem aos seus seguidores, oportunidades para se alcançar o equilíbrio que, talvez, possamos chamar de felicidade.

Existem homens que não necessitam de outros e vivem solitários e, com introspecção, chegam ao Nirvana.

Outros procuram reunir-se, a fim de completar a sua crença religiosa, em sociedades desportivas, sociais, educativas, etc., e satisfazem as suas carências.

Existem ainda homens que, participando das atividades sociais de uma associação religiosa, se veem satisfeitos em todas as suas necessidades.

– Bem-aventurados.

Outros necessitam algo mais, e encontram na Maçonaria, refúgio para a sua livre manifestação, não sendo questionados na sua crença, religião, raça, classe social, no seu partido político, podendo estudar e manifestar-se livremente.

Existem refúgios de virtudes e de bons costumes, fora da maçonaria.

A maçonaria não possui o privilégio, nem pretende ser a única instituição capaz de trazer e dar ao homem a felicidade. Homens virtuosos existem e existiram em todos os tempos e lugares. Fora de um templo maçônico também se praticam as boas qualidades. Estaríamos praticando a soberba se assim não pensássemos.

O único dono da verdade é o G ADU.

Concluímos que fora do templo, praticamos as qualidades de um Maçom, ou seja, virtudes, que qualquer homem de bem, livre e de bons costumes, possui. Mas pode haver maçonaria sem os seus símbolos, sem o seu ensinamento esotérico e sem um templo para abrigar tudo isto? Não, certamente que não.

Ao se reunirem, os primeiros maçons especulativos e aceitos, nas tabernas inglesas, desenhavam a tábua da loja no piso e somente após está pronta, declaravam a loja aberta.

Sem aqueles símbolos não existia loja, não existia sessão, não existia a própria maçonaria.

Com estes dados acreditamos que, para praticarmos maçonaria, necessitamos obrigatoriamente de um templo maçónico aberto e em sessão.

Sem um templo não existe o Maçom.

Devido aos múltiplos afazeres do mundo moderno, das obrigações que nos envolvem, muitos irmãos não conseguem frequentar assiduamente os trabalhos da sua loja, mas existem momentos em que se torna imperiosa a sua presença. Momentos de afirmação da própria instituição, onde a ausência do irmão enfraquece e leva à morte a própria ordem.

Por exemplo: no dia em que se instala um novo Venerável Mestre; nos dias em que homenageamos São João nas datas dos solstícios; nas Assembleias Gerais; no início das atividades de cada ano; quando entregamos um irmão a subjetividade; nas iniciações, momento este que a ordem cresce e a presença de irmãos é fundamental.

Concluímos que fora do templo se praticam as qualidades do Maçom, mas “nunca” maçonaria. Maçonaria só no templo.

Roberto Raul Hübner Viola

 

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