A partir do momento
que alguém se torna Maçom, há de se conscientizar que haverá um caminho longo a
percorrer.
Pode-se dizer que é um
caminho sem fim. Ao longo dessa caminhada há bons e maus momentos.
Os bons deverão ser aproveitados como incentivo, e os maus não poderão ser
motivo de esmorecimento e desistência da viagem iniciada.
A linguagem, sempre
empregada nas Lojas Maçônicas, diz que o Aprendiz Maçom é uma pedra bruta que
deve talhar-se a si mesmo para se tornar uma pedra cúbica.
É o início da sua
jornada Maçônica. O nutrimento elementar para a viagem é conhecido do
Maçom desde nossa primeira instrução
recebida: A régua de 24 polegadas, o maço e o cinzel.
Com o progresso, o
Maçom vai recebendo outros objetos, tais como o nível, o prumo, o esquadro, o
compasso, a corda, o malhete e outros. Os utensílios de trabalho,
obviamente, são simbólicos.
Todos os símbolos nos
abrem as portas sob condição de não nos atermos apenas às definições
morais. E é com o manuseio dessas ferramentas que se começa a tomar
consciência do valor iniciático da Maçonaria em nossa 3ª instrução.
O espírito Maçônico
ensina, aos seus adeptos, um comportamento original que não se encontra em
nenhum outro grupo de homens. Se isso não for absorvido, não será um bom
Maçom, livre e de Bons costumes.
Livre e de Bons
Costumes implica que, apesar de todo homem ser livre na real acepção da
palavra, pode estar preso a entraves sociais que o privem de parte de sua
liberdade e o tornem escravo de suas próprias paixões e preconceitos. Assim é
desse jugo que se deve libertar, mas, só o fará se for de Bons Costumes, ou
seja, se já possuir preceitos éticos (virtudes) bem fundamentados em sua
personalidade.
O ideal dos homens
livres e de bons costumes, que nossa sublime Ordem nos ensina, mostra que a
finalidade da Maçonaria é, desde épocas mais remotas, dedicar-se ao
aprimoramento espiritual e moral da Humanidade, pugnando pelos direitos dos
homens e, pela Justiça, pregando o amor fraterno, procurando congregar esforços
para uma maior e mais perfeita compreensão entre os homens, a fim de que se
estabeleçam os laços indissolúveis de uma verdadeira fraternidade, sem
distinção de raças nem de crenças, condição indispensável para que haja
realmente paz e compreensão entre os povos.
Livre, palavra
derivada do latim, em sentido amplo quer significar tudo o que se mostra isento
de qualquer condição, constrangimento, subordinação, dependência, encargo ou
restrição.
A qualidade ou
condição de livre, assim atribuído a qualquer coisa, importa na liberdade de
ação a respeito da mesma, sem qualquer oposição, que não se funde em restrição
de ordem legal e, principalmente moral.
Em decorrência de ser
livre, vem a liberdade, que é faculdade de se fazer ou não fazer o que se quer,
de pensar como se entende, de ir e vir a qualquer parte, quando e como se
queira, exercer qualquer atividade, tudo conforme a livre determinação da
pessoa, quando não haja regra proibitiva para a prática do ato ou não se
institua princípio restritivo ao exercício da atividade.
Bem verdade é que a
maçonaria é uma escola de aperfeiçoamento moral, onde nós homens nos
aprimoramos em benefício de nossos semelhantes, desenvolvendo qualidades que os
possibilitam ser, cada vez mais, úteis à coletividade. Não nos esqueçamos,
porém, que, de uma pedra impura jamais conseguiremos fazer um brilhante, por
maior que sejam nossos esforços.
O conceito maçônico de
homem livre é diferente, é bem mais elevado do que o conceito jurídico. Para
ser homem livre, não basta ter liberdade de locomoção, para ir aqui ou ali. Tem
liberdade o homem que não é escravo de suas paixões, que não se deixa dominar
pela torpeza dos seus instintos de fera humana.
Não é homem livre, não
desfruta da verdadeira liberdade, quem está escravizado à vícios. Não é homem
livre aquele que é dominado pelo jogo, que não consegue libertar-se de suas
tentações. Não é homem livre, quem se enchafurda no vício, degrada-se,
condena-se por si mesmo, sacrifica voluntariamente a sua liberdade, porque os
seus baixos instintos se sobrepuseram às suas qualidades, anulando-as.
Maçom livre, é o que
dispõe da necessária força moral para evitar todos os vícios que infamam, que
desonram, que degradam. O supremo ideal de liberdade é livrar-se de todas as
propensões para o mal, despojar-se de todas as tendências condenáveis, sair do
caminho das sombras e seguir pela estrada que conduz à prática do bem, que
aproxima o homem da perfeição intangível.
Sendo livre e por
conseqüência, desfrutando de liberdade, o homem deve sempre pautar sua vida
pelos preceitos dos bons costumes, que é expressão, também derivada do latim e
usada para designar o complexo de regras e princípios impostos pela moral, os
quais traçam a norma de conduta dos indivíduos em suas relações domésticas e
sociais, para que estas se articulem seguindo as elevadas finalidades da
própria vida humana.
A ideia e o
sentido dos bons costumes não se afasta da ideia ou sentido de moral, pois, os
princípios que os regulam são, inequivocamente, fundados nela.
O bom maçom, livre e
de bons costumes, não confunde liberdade, que é direito sagrado, com abuso que
é defeito, crê em Deus, ser supremo que nos orienta para o bem e nos desvia do
mal.
O bom maçom, livre e
de bons costumes, é leal. Quem não é leal com os demais, é desleal consigo
mesmo e trai os seus mais sagrados compromissos, cultiva a fraternidade, porque
ela é a base fundamental da maçonaria, porque só pelo culto da fraternidade
poderemos conseguir uma humanidade menos sofredora, recusa agradecimentos
porque se satisfaz com o prazer de haver contribuído para amparar um
semelhante.
O bom maçom, livre e
de bons costumes, não se abate, jamais se desmanda, não se revolta com as
derrotas, porque vencer ou perder são contingências da vida do homem, é nobre
na vitória e sereno se vencido, porque sabe triunfar sobre os seus impulsos,
dominando-os, pratica o bem porque sabe que é amparando o próximo, sentindo
suas dores, que nos aperfeiçoamos.
O bom maçom, livre e
de bons costumes, abomina o vício, porque este é o contrário da virtude, que
ele deve cultivar, é amigo da família, porque ela é a base fundamental da
humanidade.
O mau chefe de família
não tem qualidades morais para ser maçom, não humilha os fracos, os inferiores,
porque é covardia, e a maçonaria não é abrigo de covardes, trata fraternalmente
os demais para não trair os seus juramentos de fraternidade, não se desvia do
caminho da moral, quem dele se afasta, incompatibiliza-se com os objetivos da
maçonaria.
O bom maçom, o
verdadeiro maçom, não se envaidece, não alardeia suas qualidades, não vê no
auxílio ao semelhante um gesto excepcional, porque este é um dever de
solidariedade humana, cuja prática constitui um prazer.
Não promete senão o
que pode cumprir. Uma promessa não cumprida pode provocar inimizade. Não odeia,
o ódio destrói só a amizade constrói.
Finalmente, o
verdadeiro maçom, não investe contra a reputação de outro, porque tal fazer é
trair os sentimentos de fraternidade. O maçom, o verdadeiro maçom, não tem
apego aos cargos, porque isto é cultivar a vaidade, sentimento mesquinho,
incompatível com a elevação dos sentimentos que o bom maçom deve cultivar.
Os vaidosos buscam
posições em que se destaquem; os verdadeiros maçons buscam o trabalho em que
façam destacar a maçonaria. O valor da existência de um maçom é julgado pelos
seus atos, pelo exercício do bem.
BIBLIOGRAFIA
Marcos Antonio Cardoso de Moraes
A.’.M.’.
Dicionário Aurélio –
1999
Ritual de Ap.·.M.·. do
REAA
Adaptação do Texto
Original do Ir.·. Nery
Saturnino - A.·.R.·.L.·.S.·. Amor e Fraternidade.
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