MAÇONARIA, UM MAR REVOLTO...



A Maçonaria para mim é como um mar bravio, caudaloso passando sem qualquer controle, levando tudo que estiver ao seu redor. Passa tão furiosamente levando inúmeros defeitos do ser humano que estão aglutinados em suas cercanias como a vaidade, a arrogância, a inveja, o desrespeito, a petulância, o orgulho, a destemperança, a prepotência, a insensatez, a discórdia e tantos males que assolam a natureza humana.

Com seus rodamoinhos inclementes os deixam nas profundezas mais longínquas, guardando na superfície somente virtudes como a bondade, a misericórdia, o amor ao próximo, o bom senso, e benevolência, a beneficência, a gratidão, a simplicidade, a harmonia e a fraternidade. 

Com a sua fúria inclemente determina que os maçons estendam e liberalizem os laços fraternais que os unem a todos os homens esparsos pela superfície da terra, combatendo, terminantemente, o recurso, à força e à violência para a consecução de quaisquer objetivos.

O oceano é, para nós, um símbolo do povo, a cujo serviço dedica-se os verdadeiros Maçons. Inerte na calmaria, ele é agitado e revolto pelo maior movimento que lhe dão os ventos. Açoitado pelas tempestades, as suas vastas ondas vêm atirar-se de encontro às praias.

A sua instabilidade e a sua fúria retratam bem os caprichos vários e as vinganças cruéis de um povo desgovernado. As suas correntes são como as da opinião popular, de que as nações são parte. Assim como o marinheiro se lança aos riscos dos naufrágios e de ser tragado pelas ondas, assim também o patriota, que quer servir ao povo, deve arriscar-se a tornar-se-lhe mesmo odioso e a ser esmagado pela sua fúria cega.

O mar na sua gigantesca e desmedida forma, não tem largura e nem profundidade possíveis de serem mensuradas e pode ser confundido com a quantidade de maçons espalhados mundo afora, que mesmo a estatística moderna teria inúmeras dificuldades para calcular.

O oceano com a sua desmedida força e perigos incalculáveis que fazem com que o marinheiro veleje o seu barco com coragem e perspicácia para não correr o risco do afundamento iminente é como a vida do maçom, repleta de armadilhas que ele terá que delas se desvencilhar com toda a prudência, sabedoria e também coragem, tantas serão as tentações que ele terá que enfrentar e ultrapassar para não correr o risco de ter a sua honra enlameada ou correr o risco de cair numa lixeira fétida e ser acometido de doenças terríveis...

Embora possamos encontrar abundância de água nos rios e no mar, podemos afirmar que não há nenhuma cisterna ou mina no mundo que possa produzir água tão pura e benfazeja como as gotas de lágrimas de um calejado e experiente ancião. 

Aqui cabe uma pergunta. Por que tendo uma gota d água, um lago, um rio, um mar ou um oceano, por que tantos ainda morrem de sede?

Fazendo um breve retrospecto, lembramo-nos que no dia da iniciação maçônica, no momento do seu juramento o recém iniciado assume, caso não cumpra o que está prometendo, que lhe seja arrancada a língua, tenha o pescoço cortado e seu corpo enterrado nas areias do mar, onde o fluxo e o refluxo das ondas o mergulhem em perpétuo esquecimento, sendo declarado sacrílego para com Deus, e desonrado para com os homens.

Já pensaram na profundidade e responsabilidade deste compromisso assumido, ainda que simbolicamente dentro de um Templo maçônico? A água doce de um rio pode representar o liquido da boa sorte, aquele que nos traz momentos de alegria, de enlevo e de satisfação, enquanto que a água salgada do mar, pode representar os momentos e instantes de tristeza, de preocupação, de angústia, de aflição e de sofrimento pelos quais todo ser humano um dia sorverá.

Embora tenhamos intitulado este trabalho chamando a atenção para a revolução do mar contra todo mal, temos Fé e Esperança que o Grande Arquiteto do Universo possa um dia fazer com que os maçons se tornem numa força uníssona fazendo com que todos se unam eternamente e que tenham os braços entrelaçados para valorizar cada vez mais o verdadeiro amor entre os maçons, homens livres e de bons costumes.

É bom lembrar ainda que o verdadeiro líder não é aquele que chega sempre na frente ou em primeiro lugar, mas sim, aquele que faz com que todos cheguem juntos e é importante descobrir não quem é o mestre, o santo, o líder, mas porque você o segue.

Ir.’.Adalberto Rigueira Viana
Or.’. de Viçosa - MG

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