No Mito da Caverna,
Platão nos faz imaginar gerações de homens, mulheres e crianças, acorrentadas
pelos pés, mãos e pescoços, no interior de uma caverna, onde nasceriam,
viveriam e morreriam, sem nunca vislumbrar sua entrada.
O mundo dessas
pessoas é um campo distorcido, formado por sombras dantescas projetadas nas
paredes pela forte luz proveniente da entrada, sendo essa a única visão
daqueles que lá vivem, e por sons guturais, criados por obra do eco em sua
estrutura.
Até que então, um
dos membros do grupo desperta da inércia generalizada que acomete seus pares,
rompe os grilhões e foge para conhecer o terreno exterior.
Quando retorna
percebe que não mais consegue se comunicar com os que lá permaneceram, sendo
até mesmo agredido por pensarem que suas histórias sobre como é a vida do lado
de fora de fato, nada mais são que mentiras descabidas.
Ele decide então se
manter calado quando lá estiver, uma vez que não estão preparados
intelectualmente para assimilarem sua descoberta, já que foram condicionados
durante gerações a uma determinada “verdade”.
O candidato, que
deseja conhecer os Augustos Mistérios da Maçonaria, também se encontra em uma
caverna.
Acorrentado,
desconhece a verdade sobre o globo terrestre, sobre seu corpo e sobre o SEU EU.
Preso ao mundo
profano, as imagens que lhe chegam por sombras na parede da vida lhe enganam.
E os sons
distorcidos que vão até seus ouvidos ajudam na criação do engodo promovido pelo
Establishment, privando-o do conhecimento do EU Verdadeiro.
Na Câmara de
Reflexões, com a tênue luz que lhe é oferecida, ele começa a romper as
correntes que teimam em lhe negar o advento da Verdade.
Decidido a morrer e
nascer para uma nova vida, após meditar sobre seus atos, redige seu testamento.
Durante a
cerimônia, o ainda candidato, privado da visão é instado a se utilizar de seus
outros sentidos, como preparação da jornada que está prestes a iniciar rumo à
liberdade.
Já como Aprendiz,
mas na escuridão do Norte, ele inicia todo o processo de conhecimento do
Verdadeiro EU, começando os trabalhos de cavar masmorras ao vício e levantar
templos à virtude.
Livre dos grilhões,
das sombras e dos ecos, ele pode agora mergulhar na viagem do autoconhecimento,
preparando seu espírito para o caminho que o levará à Verdadeira Luz.
Bom dia meus
irmãos.
Luiz Viegas
M.'.M.'.
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