Sunday, September 21, 2025

O RITUAL DAS VELAS


 

O uso de acender luzes nas religiões e nas sociedades iniciáticas para clarear o local em que se realizam tais cerimónias é antiguíssimo. É preciso, no entanto, não confundir a iluminação geral, prática ou ornamental, com iluminação Litúrgica ou mística.

Assim, enquanto a iluminação normal pode ser elétrica ou de qualquer ordem, a litúrgica ou maçônica só pode ser de Vela de cera branca, amarela ou na cor exigida pelo cerimonial.

O número de velas a serem usadas na Maçonaria, depende do grau em que se vá trabalhar.

No grau de APRENDIZ, o Venerável Mestre e os dois Vigilantes deveriam ter cada um, um candelabro sobre o seu altar. No grau de COMPANHEIRO, o orador e o secretário igualmente e no grau de MESTRE, o tesoureiro e o chanceler também.

Antes da abertura dos trabalhos, o Venerável Mestre deve ter a sua vela acesa para que no decorrer da abertura dos trabalhos, ele “dê à luz aos Vigilantes”, que munidos das suas velas juntamente com o Venerável Mestre vêm acender as do altar dos juramentos e os que lhes são destinados numa ritualística toda especial.

Existem assim seis luzes dentro do templo: três no mundo dos arquétipos e três no mundo realizado. Mas para respeitar o simbolismo tradicional, deveriam ser acesas primeiro as velas do altar dos juramentos, e que o Venerável Mestre e os Vigilantes viessem cada um tomar a luz em candelabro respectivo, visto que serem estes oficiais, o reflexo do mundo dos arquétipos.

Pela lógica, as velas do altar, deveriam ser acesas antes dos Irmãos entrarem no templo e apagadas somente após a saída deles, para que a energia que emana dos mesmos permanecesse ali todo o tempo.

Seria desejável que todas as Lojas compreendessem e adotassem este simbolismo, seria nitidamente acentuada a transcendência do simbolismo maçónico.

Todas as Lojas deveriam usar velas e não luz eléctrica, porque não produzem os mesmos efeitos; dão luz, mas não FOGO (um dos quatro elementos simbolizado no signo de Áries- o jovem fogo) que é o 4o elemento da natureza.

Compreende-se muito pouco o significado do fogo nas cerimônias maçónicas. Uma vela acesa com ritualística equivale a uma oração e atrai sempre do GADU fluxos de energia positiva.

Contudo a luz eléctrica é admissível para a estrela Flamígera e a estrela de iniciação, cujo efeito e simbolismo é somente “luz”, (que se lhe dê a luz)

Uma das razões pela qual os antigos maçons usavam nas suas iniciações a vela de cera de abelhas é porque simbolicamente a abelha se traduz por trabalho, justiça, atividade e esperança.

A vela também apresenta um simbolismo ternário, qualificado pela igreja como sendo a Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Cera o Pai, pavio o Filho e a chama o Espírito Santo ou a Sublimação espiritual: Corpo, Alma e Espírito.

A luz física é o emblema da luz espiritual. A vela incandescente dos altares medievais e das antigas corporações, têm a ideia de consagração e a de promover a guarda dos votos de gratidão por graças recebidas; porque a chama da vela é viva e é ritual ao passo que a luz elétrica tem sempre algo de artificial. Por esta razão o uso de vela de cera na Maçonaria tem a sua origem nas antigas ordens iniciativas e de alquimias.

Sabe-se, porém, que os Maçons ingleses do século XVIII acendiam velas litúrgicas sobre grandes candelabros, e os Maçons “modernos” da época consideravam-na as três grandes luzes da loja porque mostravam as três principais posições do sol durante o seu percurso diário. Já os antigos Maçons, admitiam as três velas apenas como as pequenas luzes, isto é, o Venerável Mestre, 1o e 2o Vigilantes e chamavam de grandes luzes o Livro Sagrado, o Esquadro e o Compasso.

Acredita-se que as velas foram introduzidas na Maçonaria especulativa primitiva por Cabalistas. Sabe-se que nunca era iniciada uma cerimônia cabalística sem o prévio acendimento de três velas rituais.

Tomando-se em consideração o caráter sagrado que a Maçonaria empresta às velas, pelo simbolismo transcendente com que foram revestidas, existe uma ritualística tanto para acendê-las, como para apagá-las.

Não é difícil manter esta ritualística; é necessário apenas manter certos cuidados: Jamais acender as velas, dentro de um templo, com isqueiro, fósforos ou com qualquer outra substância que produza mau cheiro e fumaça com fuligem.

  • a maneira correta é acender uma vela intermediária, transmitindo o “fogo” com o seu auxílio (devendo a chama como a vela em si mesma ser conservada PURA).

Da mesma forma toma-se necessário tomar outras precauções quando se vai apagar as velas:

  • Nunca se deve soprar a chama. Ela deve ser extinta com um apagador próprio ou ser esmagada com o malhete, porque as velas dentro de um Templo Maçônico não são um mero detalhe do ritual. Elas representam o FOGO SAGRADO, símbolo do GADU, e para acendê-las, segue-se a uma sequência ritualística e simbólica; acendendo-se primeiro a que representa o Venerável Mestre, e seguir a correspondente ao 1o Vigilante e finalmente a do 2o Vigilante e para apagá-las segue-se a ordem inversa: 2o Vigilante, 1° Vigilante e por último Venerável Mestre. E para que os fluidos benéficos advindos do GADU, através do fogo da vela permaneça no templo, mantendo as irradiações positivas até a próxima sessão.

Todos os Irmãos deverão deixar o templo em silêncio absoluto, para não quebrar a Magia da Omnipresença Divina.

Anésio Tambosi – ARLS Luz do Oriente – Itajaí-SC

 

 

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