1.Preliminares
Preleção sobre tese,
antítese e síntese.
Comentários de Luis
Umbert Santos in Historia Del Rito Escoces, Antiguo y Aceptado.
2. Maçonaria
Há cerca de 950.000
anos antes de Jesus Cristo, na antiga Lemúria, surgiu a primeira sociedade
espiritualista do globo, denominada "Adoradores de Mu", ou
seja Adoradores do Supremo, que funcionava como a Maçonaria que
conhecemos, podendo ser considerada a raiz de nossa poderosa e intelectual
Instituição, segundo palavras ditadas pelo mestre Shebna.
Cem mil anos depois continua esse grande mestre da espiritualidade, em 850.000 a. C., foi fundado o Grande Círculo Branco, na antiga Atlântida, prosseguindo arregimentando obreiros e funcionando também nos moldes da sociedade anterior com uma parte Iniciática e outra profana, isso na ilha chamada Possidônia.
Para as nossas
considerações, é necessário que mencionemos a existência, em 1376, da
"London Company of Masons and Freemasons" (Companhia dos Pedreiros e
dos Trabalhadores de Pedra de Londres), porque foram nas ilhas Britânicas
que se verificou a transição entre agremiações profissionais e a
Maçonaria.
A respectiva
agremiação começou a aceitar membros não-profissionais. Consta que o primeiro
deles foi o aristocrata John Boswell, da Escócia, em 1600.
No século seguinte, em 1705, já na fase especulativa (ou seja, a fase dos não-profissionais), algumas lojas Maçônicas de York estabeleceram normas vinculadoras, mas os Maçons de Londres foram ainda mais longe, quando, em 1717, exatamente em 24 de junho na "Goose and Gridiron Tavern" (Taverna do Ganso e Grelha) sob a assessoria de James Anderson, líder da Igreja Presbiteriana, fundaram a primeira Potência Maçônica do mundo, a "Grand Lodge of London" (Grande Loja de Londres). O fidalgo Antony Sayer foi escolhido Grão-Mestre (presidente), o carpinteiro Jacob Lambdall foi escolhido primeiro vice-presidente e o capitão Joseph Elliot foi escolhido segundo vice-presidente.
3. Ritos
Preleção sobre a
característica de alguns ritos praticados no Brasil.
Rito Escocês antigo e
Aceito
O Rito Escocês Antigo
e Aceito nasceu na Franca, como "O rito dos Stuart, da Inglaterra e da
Escócia" tendo sido a primeira manifestação maçônica em território francês
(1649), antes mesmo da fundação da Grande Loja de Londres (1717).
Desde a criação da
Grande Loja de Londres em 1717, apareceram na França dois ramos distintos da
Maçonaria. Um dependente da Grande Loja de Londres e outro (escocês) autônomo
que não estava ligado a nenhum sistema obediencial. Viviam sob o antigo
preceito maçônico de que os maçons tinham o direito de constituir lojas sem
prestar contas de seus atos a uma autoridade ou poder supremo (O Maçom Livre na
Loja Livre).
As Lojas
Escocesas eram maioria, na França. Até 1766, somente três Lojas, entre as
487 Lojas existentes, tinham patente da Grande Loja de Londres.
Em 1758 criou-se,
no escocesismo, os altos graus, 25 graus do chamado Rito
de Héredom, que, no entanto só foi plenamente estabelecido
em 31 de maio de 1801 com a fundação em Charlston, Estados
Unidos, do primeiro Supremo Conselho do Mundo do chamado Rito Escocês
Antigo e Aceito. Até então, Heredom, Francês, dos Stuart, Escocês e outros.
Os principais pontos
da Doutrina do Rito Escocês Antigo e Aceito estão contidos nas instruções dos
três Graus Simbólicos.
Embora existam variações de Obediência para Obediência e de país para país, as linhas mestras de doutrina estão sempre presentes e podem servir para os ensinamentos em qualquer parte do mundo.
Embora existam variações de Obediência para Obediência e de país para país, as linhas mestras de doutrina estão sempre presentes e podem servir para os ensinamentos em qualquer parte do mundo.
Destacamos. "A
maçonaria é uma associação íntima de homens e mulheres escolhidos, cuja
doutrina tem por base o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus; como regra a
lei Natural; por causa a Verdade, a Liberdade, a Fraternidade e a Caridade; por
frutos a Virtude, a Sociabilidade e o Progresso; por finalidade a felicidade de
todos os povos, que ela procura, incessantemente, reunir sob sua bandeira de
Paz. Assim, nunca deixará a Maçonaria de existir no gênero humano."
O nome Rito Escocês Antigo e Aceito foi anunciado para o mundo maçônico após a criação do primeiro Supremo Conselho em Charleston, Estados Unidos, em 31 de maio de 1801.
Em 4 de dezembro de 1802, uma circular levou ao conhecimento dos maçons, principalmente europeus, a criação do Conselho-Mãe em Charleston, na Carolina do Sul, denominado Supremo Conselho dos Soberanos Grandes Inspetores Gerais, 33º e último Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito.
5. A cor púrpura do
REAA (segundo o Ir.´. José Castellani, em pesquisa gentilmente
oferecida pelo Ir.´. Gershon)
A cor púrpura,
principal do Rito Escocês Antigo e Aceito é uma decorrência de suas
origens mais remotas, no século XVII, na França, e da aristocratização que lhe
foi imposta, a partir do segundo quartel do século XVIII, também na França.
Na realidade, os
primeiros agrupamentos maçônicos de feição moderna dos maçons Aceitos na
França surgiram na esteira do séquito dos Stuarts, a partir de 1649,
quando Henriqueta de França, viúva do rei stuartista inglês Carlos I, que
fora preso e decapitado após a vitória da revolução puritana de Oliver
Crommwell, aceitava, do Rei-Sol, Luis XIV, asilo no castelo de
Saint-Germain-en-Laye.
E haveria um sensível aumento desses agrupamentos, a partir de 1688, quando da segunda queda dos Stuarts, com Jaime II, depois da restauração de 1660; nessa segunda queda, novamente, o asilo político seria em Saint-Germain, concedido pelo mesmo Luís XIV. Os Stuarts, que, a partir do século XIV, com Alan Fitzflaald, haviam ocupado os tronos da Escócia e da Inglaterra, eram reis católicos e os seus seguidores, os jacobitas, eram chamados de "escoceses", por sua feição partidária stuartista e não pela sua origem nacional.
Já com um grande
contingente maçônico desse sistema "escocês", na França, um
cavalheiro escocês, André Michel de Ramsay, que havia sido corrido da
Escócia, por querer implantar graus cavalheirescos na Maçonaria,
produziu um discurso, em 1737, onde ele pretendia demonstrar o seu
agradecimento, por ter passado de plebeu a nobre, depois de se tornar cavaleiro
da Ordem de S. Lázaro. E nesse discurso, que não lhe foi possível pronunciar,
por proibição do cardeal Fleury, mas que foi publicado no ano seguinte, ele
procura ligar as origens da Franco-Maçonaria aos reis e príncipes das
Cruzadas.
Embora isso fosse apenas uma fantasia, o certo é que renderia frutos duradouros, a partir de 1758, quando foi fundado, em Paris, o Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente, ou Soberana Loja Escocesa de S. João de Jerusalém. A partir desse momento, o sistema se tornava aristocratizado com o Rito de Héredom ganhando a América do Norte, onde teria a sua roupagem definitiva , a partir de 31 de maio de 1801, com a fundação, em Charleston, por onde passa o paralelo 33 da Terra, na Carolina do Sul, do primeiro Supremo Conselho do Rito Escocês dos Maçons Antigos e Aceitos.
O que importa
considerar, nesse apanhado bastante superficial dos primórdios do
Rito, são os dois dados principais:
1. o Rito nasceu no
catolicismo;
2. o Rito foi aristocratizado.
O catolicismo
possui cinco cores litúrgicas: branca, negra, verde, roxa e vermelha.
Destas, a mais importante é a VERMELHA, que é a cor do sangue e o símbolo
da efusão do sangue por amor; por isso é a cor dos mártires da Igreja, usada
durante as celebrações em homenagem a esses mártires. Além disso, ela é a
cor que distingue a alta dignidade cardinalícia; os cardeais, que, na
hierarquia mundana, correspondem aos príncipes, usam o chapéu ou solidéu
vermelho e a faixa vermelha, como sinal de sua distinção.
E a cor da nobreza, da
realeza, também é a vermelha. Todos os antigos reinantes, ao assumir o
trono, recebiam, sobre os ombros, um manto vermelho; famosa é a púrpura
imperial, com que os imperadores romanos, os Césares, eram revestidos, quando
de sua ascensão ao trono imperial. A própria púrpura cardinalícia, já
referida, é um sinal de nobreza dos príncipes da Igreja.
Estabelecida a origem
da cor vermelha no Rito Escocês Antigo e Aceito, podemos, então, lançar os
olhos sobre as instruções e resoluções do rito, antigas e modernas:
Havendo necessidade,
na segunda metade do século XIX, de tomar algumas medidas que tornassem
consensual a prática do Rito Escocês Antigo e Aceito, inclusive no
que se referia à cor do rito e aos aventais, embora estes, em todas as
instruções anteriores, fossem orlados de vermelho, realizou-se em
Lausanne, em 1875, um Congresso de Supremos Conselhos, que, em relação,
especificamente, ao tema em pauta, resolveu:
1. O avental
terá dimensão variável de 30/35 cm. por 40/45 cm.
;
2. O avental do Aprendiz Maçom é branco, de pele de carneiro, com abeta triangular levantada e sem nenhum enfeite;
3. O avental do Companheiro Maçom é branco, com a abeta triangular abaixada, podendo ter uma orla vermelha;
4. O avental do Mestre Maçom é branco, com a abeta triangular abaixada, orlado
e forrado de
vermelho, tendo, no meio, também em vermelho, as letras M e B;
5. O avental é o símbolo do trabalho e lembra, ao obreiro, que ele deve ter uma vida laboriosa;
6. A cor do Rito Escocês Antigo e Aceito é a vermelha.
Alguns autores questionam as resoluções de Lausanne, porque este Congresso reuniu poucos participantes. Ora, como em qualquer sociedade, os ausentes, que deixam de atender ao chamamento, devem aceitar o que os presentes decidirem.
Mas, alem disso, aí
estão rituais e instruções anteriores e posteriores à Convenção de Lausanne,
mostrando qual é, na realidade a cor do Rito. Para ficar só nos nacionais,
podemos citar os seguintes trechos, de publicações anteriores a 1875:
"As paredes do
templo, cortinas, mesas, docel, etc., são forradas de encarnado no rito
escocês e de azul nos ritos moderno e adoniramita; nestes dois últimos, os
galões e franjas dos paramentos devem ser de prata ou de fazenda de cor branca,
e no primeiro, de ouro" (Guia dos Maçons Escoceses, ou
Reguladores dos Três Graus Simbólicos do Rito Antigo e Aceito, do Grande
Oriente Brasileiro - Rio de Janeiro - 1834 - página 46
"Grau 3o. - Fita
azul orlada de escarlate a tiracolo da esquerda para a direita,
suspensa em baixo a jóia, que é um esquadro e um compasso de ouro
entrelaçados. A jóia pode ser cravejada de pedras. Avental branco de pele
forrado e orlado de escarlate, com uma algibeira abaixo da abeta, sobre a
qual estão bordadas as letras M.: B.:"
"O encarnado é o
característico do escossismo" (Regulador Geral do Rito Escocês Antigo e
Aceito para o Império do Brasil - Rio de Janeiro - 1857 - pag.
46) --- os grifos são meus. O mesmo regulador, na mesma página, para
estabelecer as diferenças com os outros dois ritos então praticados no país,
Moderno e Adoniramita, destacam que, para esses ritos "o azul é
o característico, razão
porque são estes dois ritos chamados azuis” (os
grifos são meus). "A Loja é decorada com estofo ou tapeçaria
encarnada" (Manual Maçônico ou Cobridor dos Ritos Escocês Antigo
e Aceito e Francês ou Moderno - 4 a. ed. - Rio de Janeiro - 1875 -
pag. 1)
"No Oriente há um
docel de
estofo encarnado com franjas de ouro" (no
mesmo Manual Maçônico - pag. 2) --- os grifos são
meus. "Avental branco,forrado e orlado de encarnado, com uma
algibeira por baixo da abeta. No meio do avental estão pintadas ou
bordadas em encarnado as letras M.: B.: (no mesmo Manual
Maçônico - pag. 11)
Como se pode ver,
portanto, o Congresso de Lausanne não fixou novas regras; ele, apenas,
regulamentou os costumes já vigentes, desde os primórdios do rito.
Posterior a 1875,
pode-se citar, pelo menos, uma publicação brasileira, que confirma
a resolução de Lausanne:
"Fita
azul, orlada de escarlate, a tiracolo da esquerda para a
direita, suspensa em baixo a jóia, que é um compasso e um esquadro de ouro
entrelaçados. Avental branco de pele, forrado e orlado de
escarlate com uma algibeira abaixo da abeta, sobre a qual estão
bordadas as letras M.: B.: (Regulamento Geral da Ordem Maçônica no
Brasil - Rio de Janeiro - 1902 - pag. 165, no capítulo que trata das
insígnias e jóias do REAA).
No caso específico do
Brasil, o que se vê hoje em dia é a fuga às tradições e às origens do Rito
Escocês, com a padronização de todos os paramentos de acordo com o Rito de
York. Sim, pois aventais de orla azul, com roseta e de orla azul, com bolinhas
de prata e níveis de metal para o Venerável Mestre são paramentos do Rito
de York (Emulation)! Esta "inovação" surgiu com a cisão de
1927, no Grande Oriente do Brasil, com a conseqüente criação das Grandes Lojas
estaduais brasileiras, sob a liderança de Mário Behring; copiando os paramentos
usados pela Grande Loja de Nova York, que trabalha no Rito de York, as
novas Obediências passaram a adotá-los e a decorar os seus templos totalmente em
azul, sem nenhum detalhe, dossel, cortinas, almofadas, estofos, que
lembre a cor do rito.
O Grande Oriente do
Brasil, todavia, até ao início de 1966, mantinha-se fiel às origens e à
tradição do rito. Nessa época, lamentavelmente, ouvindo "conselhos"
de obreiros egressos de Grande Loja, a Obediência começava a alterar os seus
paramentos escoceses do grau de Mestre, colocando, nos aventais, inicialmente,
uma fita azul junto à orla vermelha e rosetas azuis com botão central vermelho.
Isto era uma aberração inominável, pois não existem ritos com orlas bicolores
nos aventais.
Alguns anos depois, porem,
provavelmente por influência de alguém com mais imaginação do que
conhecimentos, o Grande Oriente sepultava, definitivamente, a cor vermelha do
rito, "azulando", totalmente, os aventais e retirando a orla
escarlate das faixas. Copiava, assim, infelizmente, o erro perpetrado em 1928
pelas Obediências dissidentes. E os Grandes Orientes independentes, surgidos de
uma dissidência do Grande Oriente do Brasil, em 1973, acabariam, de
início, copiando os aventais de orla bicolor.
E a coisa chegou ao
ponto de gerar situações absurdas, para não dizer ridículas, como a que me foi
narrada por um querido amigo de Brasília: um candidato, funcionário do
Ministério das Relações Exteriores, foi iniciado e, logo depois, teve que
cumprir missão na Itália, onde deveria permanecer, pelo menos, um ano, o que
fez com que sua Loja autorizasse suas elevações em uma co-irmã italiana, também
do Rito Escocês.
Pois bem, cerca de dois anos depois, o obreiro retornou, já colado no grau de Mestre e com o seu avental de orla vermelha; com ele se apresentou em reunião de sua Loja e foi impedido de ingressar. Ou seja: o único que estava com paramentos escoceses corretos, foi impedido de ingressar em Loja escocesa, por um bando de obreiros com paramentos do Rito de York!
E mais dois casos
podem ser citados, não absurdos como o primeiro, mas esclarecedores. O
primeiro: fazendo palestra em Santana do Livramento (RS), na fronteira com o
Uruguai, em 1989, constatei a presença, e chamei a atenção para isso, de
diversos obreiros de Rivera, da Grande Loja do Uruguai, com seus
paramentos de orla vermelha. O segundo: falando em Londrina (PR), em 1991, em
sessão não litúrgica (sem paramentos), sobre a cor dos aventais e templos
escoceses, fui interrompido por um Irmão do Equador, recém chegado, o qual me
perguntava, diante disso, qual era a cor usada no Brasil, no Rito Escocês;
quando lhe disse que era a azul, ele reagiu com um riso de mofa, que valeu por
mil palavras, e, puxando uma maleta, de lá tirou e mostrou o seu avental
de orla vermelha.
Apesar de todos esses
rituais já terem sido mostrados e publicados diversas vezes, sempre existem os
que não pesquisam, não estudam, não procuram, mas "acham".
Apenas "acham" que a cor do rito deve ser a azul e ainda inventam que
a cor vermelha foi uma criação brasileira do século passado, atribuindo-a a
Cairu (Henrique Valladares), que só pontificou na Maçonaria nacional no fim do
século XIX, muito depois dos rituais de 1834, 1857 e 1875. Para esses,
nada melhor do que "matar a cobra e mostrar o pau", pois, em
termos de rituais ESTRANGEIROS, podem ser citados pelo menos dois:
O primeiro é um ritual
do Grau de Mestre Maçom, editado em 1912, em Lisboa, pelo Grande
Oriente Lusitano Unido e pelo Supremo Conselho da Maçonaria
Portuguesa, ambos reconhecidos mundialmente, na época. Nesse ritual,
à página 10, pode-se ler:
INSÍGNIAS - 1o. -
Avental branco orlado de carmesim, tendo bordadas no meio as letras M.:
B.:, também da mesma cor. 2o. - Banda de "moiré" azul
orlada de carmesim, lançada do ombro direito para o flanco esquerdo, tendo
na parte inferior uma roseta vermelha, da qual pende a jóia formada por um
compasso aberto 45 graus, cruzado com um esquadro. A jóia também pode ser um
triplo triângulo coroado.
O segundo, é um ritual
do Grau de Aprendiz Maçom, editado em 1971, pela Grande Loja
Nacional Francesa, que é a única Obediência francesa reconhecida em
todo o mundo, inclusive, evidentemente, pela Grande Loja Unida da
Inglaterra e pelas Grandes Lojas norte-americanas. Nesse ritual, impresso à rue
Christine de Pisan, 12, em Paris, pode-se ler, à página 1, Decoration de
la Loge, o seguinte:
La tenture des parois
doit être en principe rouge. O que significa:
A
tapeçaria (estofo, forro) das paredes deve ser
principalmente vermelha.
Mais adiante, na mesma
página, quando aborda o trono e o altar, o ritual especifica:
Au-dessus du
trône est un dais rouge avec franges en or. O que
significa:
Acima do trono há
um dossel vermelho com franjas douradas.
E, para finalizar, uma
instrução mais recente e também européia, em uma obra aprovada pelo
Supremo Consiglio del 33.: per l'Italia, reconhecido pelos
demais Supremos Conselhos do mundo. Trata-se do livro "GLI
EMBLEMI ARALDICI DELLA MASSONERIA DI RITO SCOZZESE ANTICO ED ACCETTATO" (Os
Emblemas Heráldicos da Maçonaria do Rito Escocês Antigo e Aceito),
editado em 1988, por Convivio-Nardini Editore, de Firenze, e que
traz o timbre do Supremo Conselho da Itália, para mostrar a procedência
oficial.
A obra foi realizada
sob a supervisão de Giordano Gamberini, que foi Grão-Mestre do Grande
Oriente da Itália, durante nove anos, e Membro Efetivo do Supremo Conselho
do 33o. e Último Grau Escocês. O valor deste maçom é destacado no seguinte
trecho introdutório: "A competência e autoridade de Gamberini, nesse
específico terreno, é reconhecida e merecidamente apreciada, não só na Itália,
mas em todo o mundo, a partir da cúpula da Grande Loja Mãe da Inglaterra até ao
Supremo Conselho "Mãe do Mundo", da primeira jurisdição Escocesa dos
Estados Unidos da América".
O texto referente aos
emblemas heráldicos e aos paramentos dos 33 graus é de Gamberini e existe um
texto complementar de Giovanni Pica e Giovanni Ghinazzi, respectivamente
Soberano Grande Comendador do Rito Escocês do Palazzo Giustiniani e da
Piazza del Gesú, que haviam passado, recentemente, para o Oriente
Eterno. Segundo o texto introdutório, os dois Irmãos participaram dessa
obra, "não só para proporcionar ao leitor a sua iluminada palavra de
mestres e de iniciados, mas também para reafirmar, em seu nome, a unidade
indissolúvel dos universais princípios do Rito Escocês, independentemente de
toda humana e profana dissensão no campo da realidade contingente".
Pois, neste livro,
sobre emblemas heráldicos dos 33 graus escoceses, há uma parte complementar que
descreve os paramentos e jóias de cada grau. E, no de Mestre Maçom
(Maestro Massone), há a seguinte descrição:
"Grembiale
bianco foderato e orlato di rosso. Nel mezzo vi sono le lettere M.B.
. Il gioiello è un triplice triangolo coronato, attaccato al Cordone bleu
con una rosetta rossa".
O que, vertido para o
nosso vernáculo, significa:
"Avental branco forrado
e orlado de vermelho. No centro estão as letras M.B. . A jóia é
um tríplice triângulo coroado, atado ao Cordão azul por uma roseta
vermelha".
Esse é o uso, em Obediências
regulares e reconhecidas e não é, como disse um "entendido"
desentendido, "coisa de Potência irregular, como o Grande Oriente da
França e a Grande Loja da França". Não! É de regulares, embora o
conceito de regularidade, a meu ver, seja muito subjetivo. Que argumento usarão
os que apenas "acham", depois disso?
6. O Supremo Conselho
no Brasil
12/03/1829 – o Irmão
Francisco Ge Acayaba de Montezuma, depois Visconde de Jequitinhonha, então no
exílio, recebe do Supremo Conselho dos Países Baixos, hoje Bélgica, uma carta
de autorização para instalar um Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e
Aceito no Brasil.
12/11/1832 – de volta
ao Brasil o Irmão Montezuma instala o Supremo Conselho usando a autorização do
Supremo Conselho da Bélgica.
Durante os anos
seguintes, várias foram às cisões e aproximações em torno do Supremo Conselho.
Uma das
características dessa fase é um amálgama, entre o Supremo Conselho e o Grande
Oriente do Brasil, de forma que o Grão-Mestre eleito passava a ser o Soberano
Grande Comendador do Supremo Conselho do Rito Escocês, mesmo que tal
Grão-Mestre sequer fosse membro do Rito.
1925 – O Grão-Mestre
do Grande Oriente do Brasil, e portanto Soberano Grande Comendador do
Rito Escocês, era o Irmão Mário Behring que, concluindo pela irregularidade de
tal situação decidiu separar as duas jurisdições a exemplo do resto do mundo,
os Graus Simbólicos com o Grande Oriente do Brasil e os Graus Superiores com o
Supremo Conselho. Assim, não mais se candidatou ao cargo de Grão-Mestre
permanecendo como Soberano Grande Comendador. Estava feita a tão desejada
separação.
O Grão-Mestre eleito,
Irmão Octavio Kelly, levado por alguns dissidentes achou por bem não mais
reconhecer a separação decidindo assumir também o cargo de Soberano, para o
qual não foi eleito, sendo prontamente rechaçado pelos Membros com direito a
voto no Supremo Conselho. O que era uma separação amigável transformou-se em
cisão.
1927 – Assim, ficou o
Supremo Conselho sem ter base simbólica onde buscar os Mestres Maçons para
ingresso no Grau 4, e o Grande Oriente do Brasil sem ter para onde mandar
os Irmãos das Lojas Escocesas desejosos de continuar os seus estudos. Não
tendo alternativa, o Supremo Conselho, que continuava a ser dirigido pelo
Irmão Mário Behring, promoveu a criação das Grandes Lojas Brasileiras para
delas poder continuara retirar os Mestres para as suas Lojas de Perfeição (Grau
4 ao 14). Membros do Grande Oriente do Brasil, por sua
vez, criou, apoiado em alguns ex-membros do Supremo Conselho, um novo
Supremo Conselho, que foi chamado de reconstituído.
1929 – Paris, França,
é realizada a IV Conferência Mundial, onde comparecem os Supremos Conselhos Montezuma
e o Supremo Conselho "reconstituído". Naquela ocasião ficou
definitivamente assentado que o único Supremo regular, reconhecido e única
autoridade legal e legítima para o Rito Escocês Antigo e Aceito no Brasil é o
que hoje se denomina SUPREMO CONSELHO DO GRAU 33 DO RITO ESCOCÊS ANTIGO E
ACEITO DA MAÇONARIA PARA A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, com sede em
Jacarepaguá, Rio de Janeiro cujo Soberano Grande Comendador é o Irmão Luiz
Fernando Rodrigues Torres, 33°, que é também presidente da XVI Conferência
Mundial de Supremos Conselhos.
Tal decisão tem por
base o Art. 5°, das Grandes Constituições de 1786, que determina que
só pode existir um Supremo Conselho em cada País, exceto nos Estados
Unidos da América, onde foi previsto a existência de dois. Não se trata,
entretanto, de cisão até porque um é filho do outro.
2000 – Rio de Janeiro,
Brasil – Realizada a XVI Conferência Mundial dos Supremos
Conselhos com a presença de quase todos os Supremos Regulares do Mundo. O
Ir. Luiz Fernando Rodrigues Torres, 33°, Soberano Grande Comendador
do Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da
Maçonaria para a República do Brasil passa a ser o Presidente da XVI
Conferência Mundial, e em 2005 transferiu o cargo para o Ir.JACK BALL,
33º, Soberano Grande Comendador da Austrália.
7. CONCLUSÃO
O Rito Escocês
Antigo e Aceito ou R.·.E.·.A.·.A.·. é um Rito dentro da Maçonaria, que deriva
do Rito de Heredom e
da época da fuga dos Cavaleiros
Templários para a Escócia. Ligados ao Antigo Testamento e
à lenda de Hiram (lenda
base da Maçonaria simbólica), julga-se que alguns dos ritos descritos eram
praticados por outras ordens secretas existentes em França, como os
Martinistas, na Alemanha,
como os Illuminati ou
os Rosa-Cruz,
e na Escócia,
como os Templários (estes refugiados nesse país depois da sua perseguição nos
Grêmios ou Lojas da classe profissional dos Pedreiros Livres aí existentes).
O rito é composto de
três graus simbólicos e trinta filosóficos.
Existe muita
controvérsia sobre a influência templária no R.·.E.·.A.·.A.·., mas os mais
atuais estudos, feitos por Nicola Aslan e José Castellani em seus diversos
livros, nos dão conta de que o templarismo não influenciou o R.·.E.·.A.·.A.·.
propriamente dito mas sim ao Rito de
Perfeição ou de Heredom, sob a pena de Andrew Ramsay, cavaleiro
escocês que protagonizou a criação deste rito em solo francês, ocasião em que
proferiu dois discursos de grande repercussão a respeito do assunto. O Rito de
Perfeição ou de Heredom foi por esse motivo o ponto de partida
para o R.·.E.·.A.·.A.·. mas este sofreu vastas modificações até se ter tornado
no que é hoje.
Geridos pelas Obediências
Maçônicas, cada um dos três primeiros graus apresenta de forma
paulatina ensinamentos básicos simbólicos aos iniciados maçons no almejado
aprimoramento moral e espiritual. Quando os maçons atingem o 3.º Grau, diz-se
que estão em pleno gozo de suas prerrogativas maçônicas, uma vez que
originalmente a Grande Loja Unida da Inglaterra trabalhou sucessivamente com
dois (Aprendiz e Mestre) e depois com três graus que ensinavam a parte da
filosofia base da simbólica maçônica.
Os graus referidos
como Filosóficos, são graus elevados e em número de trinta, onde a filosofia e a moral
são estudadas simbolicamente, em cada grau, com lendas ou mitos a estes
associados.
Os graus
elevados Filosóficos são geridos por vários Supremos Conselhos, que
têm como objectivo manter a uniformidade mundial dos rituais e dos métodos
utilizados (?).
O Rito Escocês Antigo
e Aceito nasceu inspirado no catolicismo e foi aristocratizado.
Atualmente é o mais
popular no Brasil, sendo praticado em inúmeras lojas por todo o seu território.
Este trabalho teve
como base de pesquisa registros que se encontram no Google, portanto ao alcance
de todos.
Porém nos atribulados
dias de hoje, poucos são os Irmãos, que por força de seus compromissos profissionais
ou profanos, ainda dispõem de tempo para se aprofundarem na busca da história
de nossa Sublime Ordem.
A esses Irmãos dedico
esta compilação.
A.´.R.´.L.´.S.´. Apóstolo
da Caridade 111, 28 de março de 2011, E.´.V.´.
A.J.Miranda, M.´.I.´.
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