O método de aprendizado na Maçonaria é ritualístico e
repetitivo. Não há, dentro do simbolismo, outra forma de ensinar e aprender,
senão através da constante repetição dos conceitos e significados de cada
símbolo.
É o meio mais eficiente e comprovado pelos séculos de
escola maçônica. Porém é preciso destacar que, para aprender melhor e ensinar
do jeito correto, somos obrigados a observar no mínimo os seguintes princípios:
01 – O aprendizado é independente. O que isso quer dizer? Quer
dizer que só aprende quem tem vontade de aprender, quem busca o aprendizado e
quem, principalmente, aceita o ensinamento.
Se o iniciado não aceitar a forma, o significado e o
resultado do ensinamento, em vão lhe serão repetidas as lições dos graus, pois,
se o aprendizado depende exclusivamente de quem estuda, e se o estudante, o
aluno não aceitar o ensinamento, nada aprenderá;
02 – Os princípios da Maçonaria não são impostos, mas
propostos. Este princípio é, por excelência, a maior razão pela qual a Maçonaria
permanece existindo no mundo.
Por quê? Como já disse no tópico anterior, que o
aprendizado é independente, ou seja, só depende da pessoa que quer aprender,
não se pode impor nada a quem tem a liberdade de escolher, se quer ou não quer
aprender.
Logo, todos os conceitos, significados e resultados dos
ensinamentos, são propostos, e o aluno aprende se quiser. É impossível impor
que se aprenda à força, razão pela qual a maçonaria prega a liberdade. Liberdade
de pensamento, de ações, de comportamento, e também a liberdade de aprender;
03 – Por fim, e com certeza o segredo real da Maçonaria e
no que ela também se sustenta: o aprendizado é individual, solitário e acontece
em si mesmo. Explico: vejamos a gravura das primeiras páginas do ritual de
aprendiz e dos demais graus.
No ritual de aprendiz, aparece um homem, jovem, em idade de
aprendizado, devidamente trajado para o trabalho, com as ferramentas
empunhadas, aparentemente num estado de reflexão e introspecção, e com a
matéria prima à sua frente: a Pedra Bruta.
Não aparece mais ninguém, nenhuma outra pessoa ao seu lado,
auxiliando, ajudando ou ensinando. Apenas se presume que alguém lhe tenha
entregado as ferramentas e a matéria prima, e, com certeza, passado as
informações necessárias para a execução da tarefa:
O desbaste da Pedra Bruta. Cabe então ao aprendiz executar
essa tarefa sozinho. O que isso quer dizer? Quer dizer que, o aprendizado será
conseguido na sua própria pessoa. Deve obrigatoriamente, corrigir os seus
defeitos, desbastar sozinho a sua pedra, para servir de exemplo.
Baseado nisso, concluo que antes de aprender a maçonaria, é
preciso saber como aprendê-la, ou seja, aprender a ser aprendiz.
O maior professor do mundo, Jesus Cristo, ensinou assim,
pelo exemplo, pelos símbolos e comparações através de parábolas. Jesus Cristo
não falava uma coisa e fazia outra!
Tudo o que falava, fazia. Não julgava, não suspeitava, mas
tinha autoridade em ensinar, porque ele mesmo, antes de tudo, cumpria seus
ensinamentos. Jesus Cristo ensinava perguntando, indagando e questionando seus
alunos, buscando descobrir suas deficiências.
Depois de tomar contato com os problemas dos alunos,
dava-lhes a receita certa para a solução. Porém essa solução, sempre dependia
do aluno! Sim, pois, como sabemos, Jesus Cristo ensinava, mas advertia os
alunos para acreditar e ter fé.
Qual o resultado dessa forma de ensinamento? É a conclusão
de que, perguntando ao aprendiz que está interessado no aprendizado, este fará
uma reflexão de si mesmo para corrigir, melhorar primeiramente a si, pelo
exemplo, aquilo que muitas vezes só vê nos outros.
Em resumo, o nome dessa forma de aprendizado é conversão.
Na Maçonaria, essa conversão não é espiritual ou religiosa,
ela é material e comportamental. Através dessa conversão, aquele que tinha
hábitos ruins, abandona-os e passa a ter bons hábitos. Com efeito, obterá
também um ganho espiritual.
Os nossos rituais seguem essa fantástica forma de ensino. Diálogos
em perguntas e respostas. Não há nenhuma lição impondo o ensinamento, mas
sempre propondo, através das indagações, das perguntas, propondo um exemplo a
ser seguido, um princípio a ser observado.
O sucesso então do aprendizado, depende única e
exclusivamente do aluno, do aprendiz que aceitar e refletir sobre as lições e
os exemplos dados pelas lições dos nossos rituais. Sua tarefa é se
auto-desbastar, reconhecendo suas asperezas e imperfeições.
Vale lembrar que, Jesus Cristo disse aos seus alunos, que
corrigissem primeiro a si mesmo, corrigissem os seus defeitos, para depois
criticar os defeitos dos outros, e se fosse necessário criticar, ajudar o
próximo a melhorar com a crítica, sempre pelo caminho do bom exemplo.
Qualquer semelhança com os nossos rituais não é mera
coincidência, mas sim o fundamento, a base de tudo que a maçonaria se propõe a
ensinar aos homens que desejam aprender a ser um homem melhor.
Ricardo Pohlot Perfeito
MI
ARLS Força e União de Umuarama nº 126
MI
ARLS Força e União de Umuarama nº 126
eu não tenho direito de ser recrutado e nem mereço mas me interesso muito no desenvolvimento pessoal. mesmo não sendo parte, os poucos ensinamentos que achei na internet ja me tornou uma pessoa humilde e melhor do que eu era.
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