Mais uma vez a Grande Loja
Maçônica do Estado da Bahia se reúne em Assembleia Geral Ordinária para
celebrar o equinócio de outono em nosso hemisfério que corresponde ao equinócio
da primavera no hemisfério norte.
A palavra equinócio vem do
latim, aequus (igual) e nox (noite), e significa “noites iguais”, ocasiões em
que o dia e a noite, duram o mesmo tempo, ou seja, durante os equinócios o dia
e a noite tem igualmente 12 horas de duração.
Equinócio é um fenômeno astrológico
definido como o instante em que o Sol em sua órbita aparente (como vista da
terra), cruza o plano do equador celeste (a linha do equador terrestre
projetada na esfera celeste) em sua marcha do sul para o norte e do norte para
o sul. Mais precisamente é o ponto em que a eclíptica cruza o equador celeste.
Caracteriza-se pela distribuição
igual da luz solar nos dois hemisférios, pois é quando os raios solares incidem
perpendicularmente sobre eles e diretamente sobre o equador.
Isto ocorre duas vezes por ano.
Numa dessas vezes, a órbita aparente do sol corta a linha do equador do sul
para o norte no dia 20 de março, o que aconteceu às 08hs02min (horário de Brasília)
de quarta-feira passada.
Os equinócios ocorrem nos meses
de março e setembro quando definem mudanças de estação. Em março, o equinócio
marca o inicio da primavera no hemisfério norte como na Europa, Estados Unidos
e do outono no hemisfério sul como no Brasil, Argentina, Austrália, Nova
Zelândia.
Mas por que celebramos os
equinócios e os solstícios e quais suas relações com a maçonaria?
O homem primitivo distinguia a
diferença entre duas épocas: uma de frio e outra de calor que eram atribuídas à
ação do sol. Graças a isso surgiram os cultos solares, sendo o Sol proclamado
fonte da vida, com influencia marcante sobre todas as religiões e crenças da
época, pois o Sol na sua trajetória aparente determina a mudança das estações
climáticas, nos equinócios e nos solstícios, quando a natureza passa por
formidáveis transformações.
Por este fato as religiões de
então consideravam os dias de equinócios e solstícios como dias mágicos em
virtude das transformações da natureza nestes dias.
E assim os antigos povos
realizavam rituais a cada mudança de ciclo da natureza sempre com um grande
significado esotérico e místico, pois acreditavam em bênçãos divinas que
decorriam principalmente do Equinócio de Outono, quando depositavam as maiores
esperanças na concretização dos mais puros desejos para o homem, as bênçãos do
equilíbrio, da equidade e da justiça.
Nossos precursores, os membros
das organizações de ofício, também realizavam essas celebrações, as quais
chegaram à maçonaria operativa, e desde a instituição da maçonaria
especulativa, os maçons continuaram a celebrar as festas equinociais e as
solsticiais, reconhecendo o simbolismo e misticismo delas.
Diversas são as relações do
equinócio de outono. Segundo a astrologia o ano realmente começa quando o sol,
na sua trajetória anual, encontra-se no grau zero de Áries. É o equinócio de
outono no Hemisfério Sul (Brasil), e de primavera no Hemisfério Norte, 21 de
março.
Segundo o cristianismo todo o
calendário cristão baseia-se no equinócio. A Páscoa, por exemplo, ocorrerá no
1º domingo de lua cheia após o equinócio de outono (Brasil), nunca devendo ser
antes do dia 22 de março e nunca após o dia 25 de abril.
A tradição diz que o Ano
Maçônico no hemisfério sul inicia-se no equinócio de outono que hoje celebramos
mais precisamente no dia 21 de março, quando o Sol ingressando no primeiro
signo do Zodíaco, Áries, inicia um novo ciclo e que a Abóboda Estrelada do teto
da Loja, representa o céu durante o equinócio da primavera no hemisfério norte
no dia 21 de março.
Todos nós já ouvimos falar de
Verdadeira Luz-VL- época em que começa a contar a era maçônica. Mas como definir
a data da VL? Para tanto a maçonaria adotou o calendário do Rito Adonhiramita
que se inicia no dia 21 de março, equinócio da primavera no hemisfério norte,
juntando 4.000 anos aos da EV.
Na elaboração das pranchas é
costume constar a data da EV e ainda, se, se, desejar, a data da VL, que se obtêm
acrescentando 4.000 ao ano do calendário Gregoriano que desejamos. Por exemplo,
hoje são 23 de março de 2013 da EV e 6013 da VL.
Muito ainda poder-se-ia dizer
sobre este fenômeno astrológico que para nós maçons contem relevantes
ensinamentos esotéricos. Aos irmãos que desejarem conhecer mais sobre as festas
da maçonaria, existe vasta literatura escrita por respeitáveis maçonólogos.
Esperamos, no entanto, que com
estas poucas informações possamos perceber as inter-relações e influencia dos
corpos celestes sobre a vida em geral e o comportamento dos homens em
particular e, saibamos entender por que a GLEB, ou seja, a maçonaria celebra e
comemora, anualmente, os equinócios e os solstícios.
E, por fim, que consigamos,
todos nós, inspirados no significado e simbolismo do equinócio de outono,
demonstrar por palavras e pelo exemplo, que a Maçonaria e os Maçons no mundo de
hoje, estejam onde estiverem, sejam quais forem às condições ou situações,
continuem sendo, como sempre foram instrumentos de paz, de equilíbrio, de
tolerância, de libertação e principalmente de transformação social.
Por Ubaldo Santos
M.’.Gr.’.Orador – Grande Loja
Maçônica do estado da Bahia (GLEB)
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