O MAÇOM E A VONTADE





Quando te perguntam: o que vindes fazer aqui?

O que você responderia?

 Você, logo, responde: “Vencer as minhas paixões, submeter a minha vontade e fazer novos progressos na Maçonaria”. Mas, para refletirmos sobre a palavra vontade, primeiramente, há a necessidade de entendermos uma das afirmações acima, quando você responde: “Vencer as minhas Paixões”.

Cada Maçom tem conhecimento do significado da palavra “Paixões” dentro de si e dentro dos nossos princípios e leis. Paixões são atitudes que não estão relacionadas com nosso comportamento maçônico, com nossos atos, tanto no meio maçônico com na vida profana.

Ao falarmos de Paixões, não podemos deixar de lembrarmo-nos do “Vício”.
Afinal, quando perguntado: Para que nos reunimos em Loja? O irmão Primeiro Vigilante responde que é para combater o despotismo, a ignorância, os preconceitos e os erros, para levantar templos à Virtude e cavar masmorras ao vício.

Aliás, é conveniente fazer uma distinção entre vício e paixão. Tudo o que é contrário à virtude é vício, por exemplo, o egoísmo, o orgulho, a vaidade, o exibicionismo a ira a maledicência, a hipocrisia, a avareza, o ciúme, a inveja, a preguiça, etc. e os vícios que geram dependência física e psíquica.

Essencialmente, a paixão não deveria ser um mal, já que, por definirão, a paixão é (...) o excesso de que se acresceu à vontade, uma vez que, o princípio que lhe dá origem, foi posto no homem para o bem.

Tanto que as paixões podem levá-lo à realização de grandes feitos. A paixão, propriamente dita, é o sentimento exacerbado de uma necessidade. Isso quer dizer que, portanto, combatendo os vícios e não se deixando dominar pelas paixões, o Maçom consegue caminhar em direção à perfeição.

Evidentemente, que isto não e tarefa que se realizará de um momento para outro. Ou seja: conhecidas as causas, o remédio se apresentará por si mesmo.

Quando entramos para a Ordem, logo a Maçonaria já começa a nos ensinar que todos nós, devemos caminhar, sempre, em busca da boa Moral. Ou seja: aquela Moral Sã, que nos faz discernir entre o bem e o mal, que estudamos na segunda instrução do Ritual do Aprendiz Maçom.

Ela, e somente ela, nos fará homens de bem. Simples e de bons costumes. Ela nos fará entender que deveremos ser realmente fraternos, e que temos que ter amor ao nosso próximo. Mesmo que a recíproca não seja verdadeira. Esta Moral sã nos faz lembrar e carregar conosco as palavras de Divaldo Pereira Franco, que nos lembra:

“Vale a pena amar! e você não é amado, isso não é importante. O importante e você amar. Se alguém não gosta de você, o problema é dele. Mas quando você não gosta de alguém o problema é seu”.

Esta máxima é algo que deve estar presente, no dia a dia de cada um de nós, por onde quer que andemos.

Agora, quando respondes: submeter a minha vontade... surgirá em você a necessidade de entender o que realmente significa vontade.

Submeter a minha vontade a quem? Submeter a minha vontade para que? Mas, afinal, o que realmente significa vontade? Ao buscamos no dicionário, nos surpreenderemos meus irmãos, com tantos adjetivos relacionados a esta pequena palavra.

Ficaremos surpresos com tantas coisas que podemos fazer se aplicarmos verdadeiramente esta palavra em nossas vidas. Porém, no entanto, no nosso meio, limitamo-nos a uma ou duas relacionadas aos nossos ritos e às nossas simbologias sem refletirmos sobre seus significados. Vontade: faculdade comum ao homem e aos outros animais pela qual o “espírito” se inclina a uma ação.

Desejo; ato de se sentir impelido a; ânimo, espírito; capricho, fantasia, veleidade; necessidade física; apetite; arbítrio, mando, firmeza de caráter; zelo, interesse, empenho; desejos, apetites, fantasias.

Observem meus queridos Irmãos! Quando empregamos a palavra espírito na definição da palavra vontade, percebe-se que a vontade transcende a esse mundo.

Para nós Maçons o verdadeiro significado da palavra vontade, deve ser maior. Deve transcender, também! Deve ser companhia diária em nossas vidas. Deve ser um dever a ser cumprido porque temos a fé que nos dá coragem, a Perseverança que nos faz vencer obstáculos e o devotamento que nos leva a fazer o Bem.

Essa vontade deve caminhar conosco lado a lado, e sentiremos resultados maravilhosos, tanto no autoconhecimento, como no comportamento e jeito de viver. 

Porém, para que sejamos realmente livres e de bons costumes, é preciso compreender que uma das primeiras vontades a que devemos submeter é aquela que acaba com humanidade. Estou falando do “Egoísmo”.

É contra ele que nós devemos lutar com coragem. Mas lutar primeiramente para combatê-lo no lugar onde ele se esconde.

E onde é este lugar meus Irmãos? Dentro de cada um de nós! Vencer as vontades, primeiramente é vencer o egoísmo que carregamos conosco. Que não nos deixa ser fraternos, benevolentes, simples, humildes e com os corações sensíveis ao bem. Isso sim é submeter à vontade.

Como quando respondemos aos nossos Irmãos sobre o real propósito que temos ao entrar em nossa loja ou nas outras oficinas que visitamos.

Quer fazer novos progressos na Maçonaria? Basta parar, pensar, refletir e direcionar seus esforços para os outros significados da palavra vontade e entenderás que tendo vontade, crescerás.

Que tendo vontade, fará a diferença e caminhará a passos largos, um de cada vez é claro! Mas a passos largos aos novos progressos a que viestes buscar aqui.

Vencerás suas paixões e submeterá suas vontades ao Grande Arquiteto do Universo, que lhe retribuirá com sua sabedoria e bondade, deixando-te uma pessoa melhor e tua luz brilhará aos olhos daqueles que precisarão de ti, e verão em ti, um homem bom, simples, benevolente e principalmente de bons costumes.

E lhes digo mais! Submeta a sua vontade sem esperar outra recompensa que não seja a tranquilidade de consciência e a satisfação do dever cumprido. 

Sabes que conseguirás.

Basta ter... Vontade!

Elson Luís de Oliveira Streb

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