“Conheça-te a ti mesmo!” Esse aforismo grego que muitos atribuem
ao filósofo Sócrates, outros a Tales de Mileto, Heráclito e até mesmo a
Pitágoras vem nos revelar, enquanto seres pensantes e em constante estado de evolução,
a importância que há para o homem em conhecer a si mesmo a fim de que dessa
forma busque o seu autoconhecimento descobrindo e
aprimorando suas potencialidades interiores ocultas no mais íntimo do seu eu
interior.
A maçonaria simbólica moderna, chamada de especulativa, buscando
fazer com que os maçons iniciados em seus augustos mistérios se empenhem ao
máximo na busca do conhecimento através do desenvolvimento do autoconhecimento,
adotou a sigla do V.I.T.R.I.O.L., termo atribuído ao monge beneditino e
alquimista alemão Basile Valentin que significa "Visita Interiorem
Terrae, Rectificando, Invenies Occultum Lapidem", ou seja, visita o
centro da terra, retificando-te, encontrarás a pedra oculta.
Esta frase em latim, adotada pelos maçons do mundo inteiro,
serve como elemento de provocação para que o homem renascido busque nos
recônditos do seu ser a essência de sua alma humana para que através dessa
busca ele possa desenvolver capacidades e habilidades que somente os iniciados
terão acesso.
O maçom, por ser um construtor social e a pedra bruta ser o
objeto de seu contínuo e laborioso trabalho, tomou como representatividade de
sua essência a pedra bruta que recebe o nome de pedra do sábio.
À medida que o maçom descobre a localização de sua pedra oculta,
ele passa a trabalhar dedicadamente buscando o seu aprimoramento, aparando-lhe
as arestas, burilando suas imperfeições de modo a lhe dar forma e contornos
geométricos utilizando para isso as ferramentas indispensáveis ao labor do
pedreiro livre.
Ao se visitar e se deparar com o seu próprio eu interior, o
maçom encontrará suas imperfeições e terá que vencer suas paixões ignóbeis que
atuam como obstáculos e percalços no curso do seu processo evolutivo.
A partir do momento que essas imperfeições forem sendo
identificadas, o maçom deverá retificá-las de forma a transformar sua pedra
bruta em pedra polida, ou pedra filosofal. Este trabalho na pedra bruta é
árduo, continuo e deve ser motivado através de sua própria vontade em se tornar
um ser humano melhor em todos os aspectos possíveis.
O trabalho na pedra bruta encontra momentos difíceis no burilar
os quais requerem maior atenção, força de vontade e zelo no emprego das
técnicas que vão sendo aprendidas, desenvolvidas e aprimoradas ao longo do
tempo na prática perene do ofício.
Embora não seja obrigatório este uso, é comum encontrar a
inscrição do “VITRIOL” nas paredes das câmaras de reflexões, local onde um
maçom está sendo gestado e se encontra compenetrado em seus próprios
pensamentos aguardando o momento de receber a luz para uma nova vida onde
buscará incessantemente se livrar dos vícios da vida profana que fora deixada
para trás.
O maçom operativo utilizava o maço e o cinzel como ferramentas
para trabalhar a pedra bruta; com o advento da maçonaria moderna dos aceitos,
essas ferramentas ganharam conotações simbólicas que, ao invés da utilização no
lapidar da pedra bruta, o maçom moderno/especulativo passou a utilizar esses
objetos com o fim de esculpir o seu caráter e erigir o seu edifício moral.
Portanto, a busca do maçom pelo conhecimento deve partir,
primeiramente, da busca do conhecimento de si próprio para depois buscar o
conhecimento externo.
A pedra do sábio deve ser trabalhada até que se torne pedra
filosofal; dessa forma, todo o conhecimento passará por um filtro que permitirá
ao obreiro da arte real perceber aquilo que melhor lhe será útil.
Como na alquimia que se acreditava poder converter metais comuns
em ouro e prata, o conhecimento e o saber também têm essa capacidade de
transformar o mundo a nossa volta por meio de boas ações e pelo comedimentos
dos nossos atos que sempre devem ter por objetivo maior tornar feliz a
humanidade através do aperfeiçoamento dos costumes ea busca constante pela
verdade para a honra e glória do GADU.
Trabalho maçônico concluído em
01/04/2019 pelo Ir.’. Murilo Américo da Silva, membro
da A.’. R.’. L.’. S.’. Onofre de Castro Neves nº 2.555,
Or.’.
Carangola/MG.
Quando entendermos o porque da nossa passagem á Câmara de Reflexão (simbolicamente), aí sim, poderemos o significado da palavra V.I.T.R.I.O L.
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