O Natal de Jesus data de 25 de dezembro do ano 363 d. C., com
celebração instituída pelo Papa Libério da Igreja Católica. Mas essa data não é
real. O menino nasceu em 25 de Agosto do ano 7 a.C., em pleno “solstício” de
verão. A Igreja entendeu que o Nascimento do Cristo deveria ocorrer durante as
festividades pagãs (costumes ligados às festas solares e agrícolas), que vários
povos realizavam no período do “solstício” de inverno no mês de dezembro, como
meio de unificar a comemoração da natividade do “Mestre Salvador” de todas as
nações e tribos. O calendário cristão assinalou o dia 25 de dezembro no sentido
de comemorar a Natividade do Cristo, como o Sol da Justiça.
Na antiga Roma, as “Saturnálias” eram festas de
confraternização. Enfeitavam-se as casas com luzes, ramos verdes e pequenas
árvores, inclusive presentes eram oferecidos às crianças e aos pobres.
Como símbolo da sobrevivência da natureza, as árvores natalinas
datam do Século VIII, quando o monge beneditino São Bonifácio cristianizou a
Germânia (Alemanha) e introduziu a Árvore de Natal (o Pinheiro) substituindo o
“Carvalho” Sagrado de Odin, adotado pelos povos germânicos. O Presépio (como é
conhecido) é uma criação de São Francisco de Assis.
A partir do Século XIX, as festas natalinas no Ocidente se
tornaram mais populares e comerciais. Atualmente, o Natal de Jesus, cujo
patrono é São Nicolau (o Papai Noel), é a festa da família e das crianças,
momento em que prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os seres
humanos.
No conceito da Maçonaria, o Natal é mais do que isso. Entre os
deveres do Maçom, destaca-se o socorro aos desprovidos. “Deve-se lembrar que a
ajuda negada aos necessitados é um perjúrio” (juramento falso ou violação de
juramento) para o Maçom, que integra uma Instituição que se proclama
filosófica, filantrópica e progressiva.
Porém, no âmbito jurídico, o “perjúrio” não é um delito penal,
mas “mentir” perante um juiz em Tribunal é crime de falso testemunho. Por outro
lado, essa assistência aos carentes não pode ser restrita ao mínimo necessário.
Ela deve ser extensiva à saúde, à educação, à moradia, defendendo os direitos
do próximo no tocante à vida, à segurança, à liberdade, à igualdade e à fraternidade.
Aliás, nenhuma organização fraterna que se proclama Iniciática
pode se furtar de defender o bem-estar da comunidade que lhes cerca. Para os
maçons, independentemente de ser cristão, o ser humano é o objetivo principal.
É princípio da Ordem Maçônica é fundar e manter Escolas,
Hospitais, Asilos e Creches. A Cultura Maçônica deve se voltar aos interesses
da solidariedade humana e da defesa em favor dos animais indefesos. E tanto
isso é verdade que nas reuniões maçônicas, os maçons são convocados a
participar de um “Tronco da Solidariedade”, visando praticar a filantropia. Não
se pode esquecer que, em sua origem, a Maçonaria era uma “confraria de
auto-ajuda”. No ano de 1725, a Grande Loja de Londres criou o “Fundo Caritas”
para socorrer e amparar os obreiros e às suas famílias.
No entanto, a maioria das Lojas Maçônicas arrecada um “Tronco de
Solidariedade” irrisório que não atende à Bolsa da Beneficência. É pequeno o
donativo da maioria dos maçons.
Mesmo assim, por negligência de alguns Veneráveis Mestres, esses
valores são desviados para outras finalidades da Oficina, utilizando-se da “Bolsa
da Beneficência” para o pagamento de despesas administrativas, em detrimento
das pessoas necessitadas. Mas, essa atitude indigna deve ser afastada do
convívio maçônico. Existem Lojas que deliberam no sentido de que cada irmão do
Quadro Social deve doar o valor de R$ 5,00 (cinco reais) para o Tronco de
solidariedade, no mínimo.
Mas, se o “obreiro” não tiver dinheiro naquele dia, deverá
compensar sua obrigação na próxima reunião, depositando o crédito deste dia
acrescido do valor que deveria ter oferecido na data anterior, para não perder
o antigo costume. É claro que essa norma só exigida para os membros do Quadro
Social. Os visitantes estão dispensados dessa exigência. Quanto ao dever da
caridade, sabe-se que o Mestre dos Mestres, em sua prática de virtudes
teológicas, tanto morais como espirituais, a Fraternidade coloca o ser humano
acima das diferenças étnicas, sociais ou políticas.
Nessa época natalina é dever do Maçom refletir acerca dos
compromissos assumidos para com a sociedade, para com o próximo e para com a
Instituição Maçônica. Essa é a oportunidade para se materializar os propósitos
de aperfeiçoamento físico e espiritual. Só assim, pode-se comemorar o
verdadeiro Espírito de Natal, venerando a graça do Menino Jesus, alegre e consciente,
em perfeita harmonia com o Grande Arquiteto do Universo, que nos dá força e
sabedoria em todos os instantes das nossas vidas, tanto na terra quanto na
eternidade...
Pensemos nisso!
Everaldo Damião
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