Mesmo na ausência de qualquer
registro a respeito, é sabido que as primeiras Lojas Maçônicas surgiram no
Brasil no final do século XVIII. Nessa época, os pequenos levantes voltados
para libertação da colônia do jugo português estavam aflorando com bastante
maturidade, tendo por base a “Independência dos Estados Unidos” e a “Revolução
Francesa”.
Os grandes historiadores
brasileiros, que não fazem parte da Ordem Maçônica, afirmam que a Inconfidência
Mineira foi toda articulada pela Maçonaria da época, além de que, a grande
maioria daqueles que conspirou contra a coroa portuguesa eram Maçons.
Dessa forma, leva-se a crer que
Tiradentes, o mártir de tão importante movimento libertacionista, chegou a
erguer um Templo Maçônico na cidade de Diamantina ou num local indeterminado,
na tentativa de arregimentar pessoas interessadas.
Entretanto, o primeiro movimento
de cunho maçônico que se tem comprovado no Brasil, surgiu no Estado de
Pernambuco, na cidade de Itambé, no ano de 1796, sendo conhecido como “Areópago
de Itambé”, o qual teve como um dos fundadores, o naturalista e Padre Manuel
Arruda Câmara, nascido em 1752, na Vila de Pombal, na então província da
Parahyba.
Arruda Câmara estudou em Portugal
e na França, vindo a falecer em 1811, na cidade pernambucana de Goiana, perto
de Itambé, aos cinquenta e nove anos de idade. Teve ele um papel preponderante
na capital da província onde nascera, à época denominada de Parahyba do Norte.
O surgimento do “Areópago de
Itambé”, que, diga-se de passagem, por motivos da política da época, usou o
disfarce de uma agremiação literária e cultural, exerceu efetiva influência nos
acontecimentos insurgentes no Estado de Pernambuco, quando fomentou os
movimentos revoltosos de 1817 e 1824, denominados, respectivamente, de
“Revolução Pernambucana” e de “Confederação do Equador”.
Ainda no final do século XVIII
começaram a surgir as primeiras Lojas Maçônicas na cidade do Rio de Janeiro, as
quais, posteriormente, viriam a deixar fortes registros na história maçônica
brasileira, pois o seu grande objetivo estava em apoiar, de forma
incontestável, os interesses britânicos na então Colônia.
Mas passado algum tempo, e depois
de muitas reflexões, aliada à chegada da corte portuguesa ao Brasil, no ano de
1808, as ideias liberalizantes começaram a fluir, cujo ápice foi a fundação do
Grande Oriente do Brasil, que representa a primeira Potência Maçônica em nosso
país, o qual exerceu um relevante papel em pelo menos três grandes episódios da
nossa história: A Independência; a Abolição da Escravatura; e, a Proclamação da
República.
Porém, no ano de 1927, com o
advento de novas filosofias, bem como acompanhando uma tendência mundial,
surgiram às Grandes Lojas Brasileiras, dentre as quais se incluem a Grande Loja
Escocesa do Estado da Parahyba, atualmente denominada Grande Loja Maçônica do
Estado da Paraíba.
Deve-se ressaltar, por uma
questão de justiça, que na realidade a primeira Grande Loja fundada no Brasil
foi à do Estado de Amazonas, no ano de 1904, em plena época do apogeu do
denominado “Ciclo da Borracha”, a qual mantinha direto relacionamento com as
Grandes Lojas Americanas, apenas vindo a se unir às Grandes Lojas do Brasil,
várias décadas depois.
Por fim, a partir do ano de 1970,
foram criados os chamados Grandes Orientes Independentes, formando, assim, a
tríade das Potências Maçônicas Brasileiras Regulares.
Dicionário Maçônico Cristão.
Gilberto Lyra Stuckert Filho.
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