Muito se fala e especula
sobre o segredo maçônico. O que é o que será e o
que representa?
Ele não é mais que
uma conduta de Vida. E como tal não tem nada de segredo ou escondido.
O tal segredo, como
se costuma designar, é a forma de como o Maçom vive a sua vida. A
forma como respeita, tolera, ama e se solidariza com o seu próximo, é que é a
parte prática do segredo; pois a parte teórica está ao alcance de qualquer
Homem se assim o pretender conhecer.
São as boas normas de
conduta moral e social que guiam o Maçom no seu dia-a-dia. E isso não tem nada
de segredo, basta os curiosos atentarem na forma de estar e viver dos
Maçons para perceberem afinal de que de segredo não há nada.
O único segredo é de que
tudo está à vista de todos, e tal como o ditado, “quanto mais à vista,
menos se vê”, assim está o segredo maçônico. Tudo o resto, com trabalho,
empenho e estudo é fácil de descobrir…
A vasta literatura maçônica
que encontramos ora seja em livrarias especializadas ou na internet, nem
sempre é fidedigna; pois a sua maioria é escrita por profanos, que por sua
vez, também eles, têm um contato muito superficial e limitado com
os mistérios da Ordem; advindo dessa restrição, a impossibilidade de
providenciarem informação correta e fatual.
Uma grande parte
dos rituais, palavras de passe e sinais que “pululam”
por esse mundo fora, possa inclusive não ser verdadeiros, ou o sendo, estarem
desatualizados face aos dias de hoje. Causando dessa forma,
enorme confusão aos detratores da Maçonaria, sobre quais afinal serão
os seus segredos e mistérios.
Apesar do core secret ser a “conduta do maçom”, tal como já afirmei, existem também “segredos” (ou neste caso concreto, informações) que devem ser conservados apenas entre Maçons. E são para serem conservados tais segredos, porque fazem parte de um comprometimento pessoal em honrá-los; e um maçom como pessoa honrada que deve ser assim o deve escrupulosamente cumprir.
Os
tais segredos que a maioria dos curiosos quer saber, mas
que lhes estão vetados ao conhecimento (e passo a explicar o porquê) são:
Não revelar a condição
de um Irmão maçom a profanos, porque dessa revelação poderão advir sérios
prejuízos ao Irmão em causa, fruto da ignorância e malvadez de gente mal
informada sobre o que trata a Ordem Maçônica.
Não revelar os rituais maçônicos
e/ou cerimônias onde os mesmos são executados. Porque o seu conhecimento e
execução poderão não ser compreendidos por quem receber essas informações, bem
como, se os recipiendários, não sendo maçons, nada fariam
de interessante ou fenomenal com essas informações.
Mas fundamentalmente,
porque tais rituais e cerimônias não devem ser de domínio público, porque
quaisquer cerimônias e rituais executados devem ser sentidos e vividos por quem
os executa e vivência. Logo, se tornaria irrelevante o seu conhecimento ao
público em geral, que não os interpretaria da melhor forma.
Não revelar o que se
passa no seio de uma sessão ritual maçônica, nem quais os maçons nela
presentes. Uma vez que, se outros guardam para si o
que fazem nas suas casas, porque não os maçons poderem fazer o
mesmo na sua casa?!
Não terão eles
esse direito também?! No fundo, é uma questão de “justiça social” ser
respeitada a privacidade das reuniões de maçons. Porque para além de também
eles, respeitarem a privacidade de
outras organizações e particulares. Também o público em geral
assim o faz. Se o “direito à reserva de intimidade” existe para ser
cumprido, então que seja por todos!
Não revelar as formas de
identificação e reconhecimento entre maçons. Porque sendo algo do seu foro
íntimo, deve ser respeitado como tal. E porque acima de tudo, a sua função
serve apenas para reconhecimento de e entre Irmãos e nada mais.
E uma vez que não se
deve revelar a identidade de um irmão maçom a profanos, logo se for do
conhecimento geral as formas de reconhecimento, facilmente se saberá quem é
maçom e quem não o é. E se em Liberdade e Democracia isso é de somenos, em
regimes ditatoriais, isso seria bem nefasto aos maçons.
Pois quem defende
valores de Igualdade, Fraternidade e Liberdade, não costuma ser
bem tolerado nesses países.
E finalmente não revelar a outro Maçom, informação referente a grau superior ao que ele se encontrar.
Porque para além de retirar o efeito surpresa ao
Irmão em causa, na execução dos rituais do grau em questão, estará também a
fornecer conhecimentos que possivelmente não lhe sejam inteligíveis.
Ou seja, se a um maçom
lhe for fornecida informação de um grau superior, ele não a saberá interpretar
corretamente, para além de não a executar ritualmente na forma devida. O que ao
contrário de melhorar a sua “cultura maçônica”, só o irá “prejudicar” na sua
formação e caminhada como maçom.
Quanto
ao resto, isso eu não posso contar, porque é “segredo”…
A/D