Durante muito tempo e até, pelo menos, as cinco primeiras
décadas do século passado as Lojas Simbólicas no Brasil serviram como espaço de
aglutinação de homens voltados para a discussão de problemas relativos ao
desenvolvimento da sociedade onde conviviam.
Em geral, as Lojas abrigavam em seu seio pessoas proeminentes da
sociedade, que além do convívio salutar e fraternal, criavam uma enorme rede de
contatos e facilitavam a troca de ideias e a absorção de novos conhecimentos.
As Lojas, através das suas Sessões semanais, na maioria das
vezes, serviam como oportunidade de manter seus membros atualizados sobre o que
estava acontecendo na comunidade, no país e no mundo. Temas de interesse
histórico, político e filosófico sempre tiveram o maior enfoque nas Sessões
Maçônicas.
O Maçom tinha então oportunidade de melhoria de sua profissão, da sua cultura em geral, do seu status, ganhando maior espaço e inserção na sociedade em que vivia.
No entanto, chegamos ao terceiro milênio com uma profusão estrondosa de tecnologia, velocidade e globalização da informação. Estamos vivendo uma época de grandes atrativos, pressa e utilitarismo.
Um mundo cheio de atrações, como o cinema, a televisão, a
internet, teatro, shows musicais, esportes e tantos outros. A velocidade como
tudo se processa, faz com que todos hoje tenham pressa para tudo. Vivemos como
se não houvesse mais tempo a perder.
Segundo o filósofo Mario Sergio Cortella “uma norma principal
ganha corpo: é bom tudo o que for útil, é adequado tudo o que for lucrativo, é
moralmente confortável tudo o que for vantajoso”. Podemos afirmar que essa
norma não impera em nosso meio?
O grande desafio que temos hoje, particularmente em nosso País, dentre outros, é o de fazer com que nossas Lojas Simbólicas voltem a ser verdadeiras escolas de conhecimento e formação, com Sessões atrativas, discutindo temas de interesse nacionais e internacionais, despertando em seus membros o interesse na participação intra muros e extra muros e diminuindo o percentual de evasão maçônica.
Por outro lado, a maioria das Lojas tem sido administrada, até aqui, de uma maneira geral, de forma empírica, sem o mínimo senso de administração, sem observância de critérios técnicos e com ênfase no improviso.
Não se vê propriamente a
aplicação de um planejamento administrativo. Urge, portanto, adequar a nossa
estrutura organizacional às modernas técnicas e recursos de administração,
inclusive, com a utilização de mais recursos tecnológicos e enfoque em
conhecimentos de liderança.
A falta de estudos é o
que mais prejudica as Lojas, impede seu crescimento qualitativo e muito
contribui para a evasão maçônica. Estas perdem muito tempo com assuntos
administrativos, quando esses assuntos deveriam passar antes pela respectiva
Comissão, sendo devidamente enxugados. Esta é uma forma para que possa sobrar
mais tempo destinado aos estudos em Loja.
No entanto, o que leva à evasão maçônica não é apenas a falta de estudos, mas também uma seleção precipitada e corrida com vistas à iniciação de candidatos. Há que se aprimorar a indicação, seleção e admissão de candidatos à Ordem.
É prejudicial às Lojas, também, a ênfase dada pela maioria das administrações às pompas e circunstâncias inerentes às Sessões Magnas, em detrimento das atividades imprescindíveis à formação e aperfeiçoamento dos Irmãos.
Por último, é importante que seja desenvolvido um sistema de capacitação dos cargos em Loja, especialmente os que compõem a administração, evitando-se que estes sejam assumidos por Irmãos, quando muito, providos apenas de conhecimentos empíricos.
Contribuíram para esta síntese os seguintes Irmãos:
Antonio Ruy Vilella, Carlos Alberto da Silva Ribas, Evandro Barros, Francisco de Paula, Heládio, Newton de Alcantara Filho, Newton Gomes de Oliveira, Plancácio Lira Diniz, Roberto Ribeiro, Robson Rodrigues da Silva, Sérgio Wendel e Vinícius Esposel.
Postado por Loja de Estudos e Pesquisas Maçônicas Sabedoria Triunfante
nº 4069
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