Antes que algum maçom venha supor que a
“Águia Bicéfala” tenha sido definida e projetada como símbolo pela Maçonaria,
vamos esclarecer algo sobre esse assunto, conforme relatado abaixo:
A águia, uma ave de rapina, pelas suas
características físicas e temperamento, tornou-se um símbolo adotado pela
humanidade, desde a mais alta antiguidade.
Os druidas a consideravam como emblema da
Divindade Suprema. Era símbolo no Egito, na Pérsia, Babilônia, Grécia, etc. É
mencionada no Antigo Testamento e serviu de insígnia de guerra aos antigos
romanos.
É símbolo no Ocultismo e na Cabala.
Na Maçonaria, por estar aliada à força, a
decisão, a superioridade e a inteligência, é tida como símbolo da grandeza, da
sabedoria, da liberdade e do poder (N. Aslan).
A cabeça da Águia representava, nos
primórdios, o poder de um Imperador sobre seu Império. Quando um Imperador
tinha dois Impérios, seu poder era representado por uma águia de duas cabeças.
Foi o caso do Imperador Romano que dividiu suas áreas dominadas em dois
impérios: o Império do Ocidente e o Império do Oriente.
O Império do Ocidente, baseado em Carlos
Magno e seus descendentes, foi chamado de “Santo Império Romano-Germânico” e o
do Oriente, com a fundação de Constantinopla, foram chamados de Bizantino.
Outros impérios que igualmente se
duplicaram, também usavam a “Águia Bicéfala” como símbolo ou emblema em seus
brasões.
Na Maçonaria, essa “Águia Bicéfala” foi
adotada no inicio da definição do Rito Escocês Antigo e Aceito, na França,
possivelmente em 1758. O Corpo Maçônico que começou a desenvolver a base desse
Rito era chamado de “Conselho dos Imperadores do Oriente
e do Ocidente” e adotou a “Águia Bicéfala” como Símbolo e, assim, ela continua
sendo usada no Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Esse sistema “escocês”, conhecido como
“Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente”, ou, também conhecido como
“Soberana Loja Escocesa de São João de Jerusalém” criou um Sistema de Altos
Graus, num total de 25 graus.
Em 1762, esse sistema foi oficializado e
esses graus superiores foram chamados de “Graus de Perfeição” e essa escala de
25 graus foi chamada de “Rito de Perfeição” ou “Rito de Héredom” foi levado
para a América do Norte, onde se desenvolveu de modo totalmente desorganizado.
Conforme Mestre Castellani, temos: “Diante
desse caos existente, um grupo de Maçons, reunidos a 31 de maio de 1801, na
cidade de Charleston, no estado de Carolina do Sul, por onde passa o Paralelo
33 da Terra, resolveu acrescentar alguns graus e criar o “Supremo Conselho do
Grau 33” que, por ser o primeiro do mundo, denominou-se “Mother Council of the
World”. “Marcando o inicio de uma fase de organização e método de concessão dos
Altos Graus.
“Esse primeiro Conselho adotou a divisa
“Ordo ab Chao”, o caos em que havia se transformado o emaranhado de Altos
Graus, concedidos sem critério lógico, e sem que houvesse um poder organizador
e disciplinador”.
M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
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