A Marcha é uma
técnica adotada nos três Graus Simbólicos. Como recém-elevados ao Grau de
Comp.’.Maç.’., a Sublime Instituição abriu-nos uma porta a mais para ser
explorada através dos estudos. E, estudando, notamos pequenas diferenças
ritualísticas entre as diversas Potências, mas não nos esqueçamos que todos
somos Maçons e, como tais, temos como meta final o mesmo resultado moral, ou
seja, a construção de nosso Templo Interior para a Glória do G.’.A.’.D.’.U.’.,
não importando a Potência à qual pertençamos.
Enquanto
AApr.’.MMaç.’., ainda sem sabermos ler e nem escrever, somente soletrar,
obrigatoriamente temos que ser guiados e orientados por nossos MM.’. na luta e
na perseverança em nosso caminhar na senda da Perfeição, isto é, pelo caminho
que nos leva das trevas à Luz, do Ocidente para o Oriente, do mundo objetivo
dos sentidos para o mundo subjetivo do espírito. Este objetivo não é somente
dos AApr.’. mas também dos CComp.’. e dos
MM.’..
Sendo assim, nossos
passos, sempre iniciados com o pé esquerdo, são obrigatoriamente retos e
dirigidos, sempre na mesma direção, pelos IIr.’. mais experientes e compreende
três passos de longitude desigual e proporcional a 3-4-5, lembrando o Teorema
de Pitágoras e, a cada passo, juntando os pés em ângulo reto, em esquadria.
Estes três passos
simbolizam as três qualidades morais que caracterizam a conduta do Apr.’.:-
Retidão, Decisão e Discernimento. Também simbolizam que o maçom deve andar
sempre retamente, em busca da virtude e da perfeição.
Como CComp.’., devemos
sempre nos recordar de que tudo tem lógica e, portanto, a lógica é o caminho
mais seguro que pode existir. Também temos que ter sempre em mente que devemos
nos guiar a nós mesmos, uma vez que procuramos desenvolver o autodomínio.
No Grau de Comp.’., a
Marcha é a continuação do caminhar iniciado no grau anterior. É a Marcha do
Apr.’. acrescida de mais dois passos.
Ao passarmos do Nível
à Perpendicular, ou dos cuidados do 1o.Vig.’. para os do 2o.Vig.’., ou seja, da
Coluna onde operávamos com Força para a Coluna onde iremos trabalhar com a
Beleza, e sedentos por novos conhecimentos, deixamo-nos dominar pelos nossos
devaneios.
Abandonamos a linha central trilhada enquanto
AApr.’., dando o primeiro passo da marcha de Comp.’. em linha oblíqua para a
direita ou para a esquerda, dependendo da Potência.
Este passo lateral e
oblíquo é realizado conduzido por nossa faculdade de criar e, assim,
arriscamo-nos aos perigos do desconhecido. Por isso, este passo denomina-se de
Imaginação.
Saindo da trajetória a
que estávamos obrigados enquanto AApr.’., significa que já podemos e devemos
variar nossos caminhos em busca da Verdade. A Razão vigia e controla
constantemente os devaneios da criação, ou seja, da Imaginação.
A Razão, que acompanha
e reconduz a Imaginação de volta à realidade, sempre que esta se exceder, é
simbolizada pelo pé direito que segue o esquerdo, formando uma esquadria. E é
este pé esquerdo que dará o segundo passo, em ângulo reto, denominado de
Afetividade, retornando ao equador da Loja, demonstrando Obediência e Amor ao
Trabalho.
Neste passo do pé esquerdo, o direito o
acompanha, simbolizando o regresso da Imaginação ao caminho inicial da Retidão,
da Decisão e do Discernimento, evidenciado nos três passos iniciais.
A esquadria formada ao
terminar a marcha leva o nome de Razão, protetora da Inteligência. O primeiro
passo oblíquo também poderia se denominar de Livre Arbítrio significando que
não precisamos mais caminhar em linha reta, pois já adquirimos conhecimento,
podendo sair da trajetória.
O segundo passo seria
o da Consciência, pois já conseguimos discernimento e, por conseguinte, sabemos
voltar ao caminho da retidão quando nossa Razão assim ordenar. Isto demonstra
que, quando nos desviamos da linha reta a que estávamos obrigados como AApr.’.,
é porque os nossos MM.’. já nos consideraram aptos a observar, procurar, experimentar
e quantificar os métodos para assimilar e usufruir da filosofia contida e
ensinada no Grau de Comp.’..
Como todo adolescente,
sentimo-nos cheios de energia e totalmente independentes, auto-suficientes.
Julgamo-nos possuidores dos conhecimentos, dos segredos e dos mistérios do
caminho a ser percorrido e não levamos em conta as sábias orientações dos mais
velhos e mais experientes que podem nos mostrar os atalhos para evitar passos
desnecessários.
Assim, através do
livre-arbítrio de que somos dotados, abandonamos impetuosamente, a linha
central por onde até então trilhávamos e optamos por outros caminhos para
chegarmos à Verdade, contrariando aqueles métodos impostos que nortearam nosso
procedimento desde o início de nossa senda.
Ao contrariarmos as
regras seguidas até então, nós, os CComp.’., como adolescentes no caminho da
Perfeição, não devemos ser reprimidos em nosso processo criativo nem tampouco
doutrinados com teorias que determinem nosso progresso, mas orientados para
tais teorias.
É por isso que no Grau
de Comp.’. há uma mudança no posicionamento das Três Luzes Emblemáticas, onde o
Compasso, agora, está entrelaçado ao Esquadro, ou seja, uma perna do Compasso
está livre do domínio moral do Esquadro simbolizando que nós, os CComp.’. já nos
encontramos em condições de trilhar pelos caminhos da Verdade, em busca do
saber, livre de preconceitos e de superstições.
Os cinco passos do
Comp.’. também nos recordam a Conjugação dos Quinários:- De cinco anos é
a idade do Comp.’.; os golpes de malhetes; as pancadas de bateria; os toques no
sinal de reconhecimento. Cinco são as luzes que iluminam e cinco os pilares que
sustentam a Loja de Comp.’..
De cinco viagens se
compõe a elevação ao Grau. Quintessência é o quinto elemento. Quinta Ciência é
a classificação da Geometria dentro das Sete Artes ou Ciências Liberais e,
posicionada ao Meio Dia, a Estrela Rutilante com suas cinco pontas a
lembrar-nos que a Mente deve ser posta em Ação e Movimento, portanto, devemos
Criar e Trabalhar com Sabedoria e Conhecimento!
Esta Peça de
Arquitetura tem como finalidade um breve estudo sobre o tema "O Passo
Lateral da Marcha de Comp.’.Maç.’.".
BIBLIOGRAFIA
Companheiro Maçom – Ir.’. Inácio Jorge Paulo Filho – Ed. Country
Curso de Maçonaria Simbólica – Companheiro – Theobaldo Varoli Filho – A Gazeta Maçônica
Grau de Companheiro e Seus mistérios – Jorge Adoum – Ed. Pensamento
Caminhos da Perfeição: O Companheiro – Walter de Oliveira Bariani – Ed. Maçônica A Trolha
Cartilha do Companheiro – José Castellani e Raimundo Rodrigues – Ed. Maçônica A Trolha
GOSTEI MUITO DESTE TRABALHO DO GRAU DE COMPANHEIRO!!!!!!
ReplyDeleteExcelente prancha, muito instrutiva e esclarecedora.
ReplyDeleteBela obra de arquitetura. Gostaria de saber a referência da informação sobre a proporção de 3-4-5 da longitude dos passos, na marcha do Aprendiz.
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