MOTIVAÇÃO EM LOJA


 

“Nunca entendemos tão bem uma coisa, e a adotamos como nossa, quando a descobrimos por nós mesmos." (Renê Descartes)

Por que algumas Lojas conseguem motivar os seus Obreiros e outras não? Por que alguns Irmãos são motivados por natureza e outros não? Por que quando se fala em motivação muitos pensam que é algo por prazer material? Por que avocamos motivação para as nossas atividades?

Teríamos vários "por quês" para citar e para analisar. E se ativéssemos a elaborar um estudo, iríamos esbarrar em conceitos mil, passando, fatalmente, pela famosa pirâmide das necessidades humanas, de Abram Maslow. Não é o caso, neste momento.

A maioria das Lojas não sabe como fazer para motivar seus Obreiros. É verdade que a coisa não é tão fácil e simples como pode, a princípio, parecer, mesmo porque a freqüência dos mais assíduos não é assim tão freqüente, isto é, os Irmãos não se fazem presentes em TODAS as reuniões, para que, ao se estar elaborando um programa, um plano de trabalho e até mesmo uma tarefa, não haja solução de continuidade.

Explicando melhor, através de um exemplo:

"Uma Loja de 30 Obreiros, que numeraremos de 01 a 30. Estiveram presentes numa reunião para estudo de um programa, os seguintes Irmãos do quadro:

"01", "02", "04", "06", "08", "09", "13", "14", "15", "18", "20", "29" e "30".

Nessa reunião iniciou-se a discussão de um projeto. Na reunião seguinte, estiveram os seguintes Irmãos:

"02", "03", "05", "08", "10", "13", "14", "19", "20", "21", "24", "25", "29" e "30".

Observa-se que na segunda reunião estavam presentes Irmãos que estiveram na primeira e outros que desconhecem o programa. O que acontece, então? Certos detalhes discutidos e aprovados/reprovados voltam à tona por causa das idéias e considerações daqueles que tomam ciência do assunto pela primeira vez.

Na terceira reunião os presentes eram:

"01", "02", "04", "07", "11", "12", "18", "19", "22", "23", "24", "25", "26", "29", e "30".

Nessa reunião haviam quatro grupos distintos, a saber:

I - Irmãos que estiveram em todas as reuniões;

II - Irmãos que estiveram na primeira e na segunda;

III - Irmãos que estiveram na primeira e na terceira; e,

IV - Irmãos que estiveram na segunda e na terceira.

E existe, ainda, um grupo que não apareceu em nenhuma delas e que, provavelmente, deverá fazer um dia, quando dará os seus palpites.

O que resultará isso? Neste particular, a indagação pode, facilmente, ser respondida com o próprio exemplo:

Um Irmão que esteve na primeira reunião e faltou na segunda vai estranhar que determinada sugestão aprovada na primeira não consta do projeto por ter sido reprovada na segunda. Aí ela é discutida novamente. Novos argumentos são apresentados, novas dúvidas, outros prós e contras, e vai por aí a fora.

Durma-se com um barulho desse!

Surgem os descontentamentos, reclamações com enfoque de "desmotivação" por aqueles que se julgam preteridos em suas idéias, reduzindo suas aparições em Loja, prejudicando o projeto que se estudava, com reflexos, inclusive, em outras atividades da Oficina.

Serão enfatizadas as alegações de "falta de motivação" para comparecer às sessões, além de gerar críticas à Loja, num todo.

Evidentemente, o termo "motivação" está sendo usado incorretamente, e é sabido que as ausências dos Irmãos provocam inúmeros outros problemas. E é fácil de perceber que uma "bola de neve" está se criando.

Podemos falar, também, dos Irmãos que, mesmo com boa freqüência, estão alheios às atividades da Loja. O que leva os Irmãos a agirem dessa forma? Alega-se, quase sempre, que o culpado é o padrinho que convida o profano e, depois de iniciado, larga-o para que, sozinho, tente descobrir os segredos da Arte Real; não induz o aprendiz às pesquisas, à leitura, ao estudo propriamente dito.

O aprendiz se vê deslocado ao ponto de deixar de perguntar, para esclarecer-se sobre dúvidas existentes por não saber interpelar. Com certeza, esse Irmão, já como Mestre, irá alegar que não tem motivação para ir à Loja, engrossando o "team" dos desmotivados e geradores de problemas.

Outros exemplos poderiam ser citados, todavia, independentemente de qualquer outra razão, inclusive material, o Irmão é motivado pela sua automotivação, ou seja, nada consegue motivar alguém cuja automotivação esteja morta.

Entende-se que a automotivação é um fator psicológico, intrínseco ou não, que predispõe a pessoa a realizar certas ações. Determina, também, a conduta instintiva despertando-lhe o interesse com tendência preferencial, que tanto pode ser para leitura, para trabalho, para esporte, para lazer ou para participação ativa junto à comunidade da sua Loja. A motivação acompanha o ser humano em todos os seus atos e corresponde a uma modificação do organismo que o põe em movimento indicando a sua manifestação.

A automotivação é um dom que todos os seres humanos possuem, porém nem todos descobriram essa maravilhosa força! Muitos tentam exercitar. E sabe-se que somente o ser humano, dentre os animais, é dotado de automotivação...

...e chegamos à conclusão, pois, de que a motivação, somos nós mesmos que a criamos.

IrE.Figueiredo (ARLS Pentalpha Paulista - 208)

Fonte: JBNews - Informativo nº 147 - 21/01/2011

 

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