Essa
expressão não é de minha lavra! Se o Irmão não a conhece, provavelmente não
alcançou a plenitude.
Sem a intenção de ofender, mas de alertar, caso o Irmão compreenda que já a
alcançou, porém desconhece a expressão, diremos que a “plenitude não está
plena”.
Está enraizado em nosso pensamento que a iniciação é uma experiência misteriosa
e desconhecida que RESULTA em uma mudança de vida. Ledo engano! Sem qualquer
conotação ao Maçom Gonçalves Ledo, o qual compreendo como o Irmão mais
injustiçado de nossa história.
O “ledo engano” do entendimento de iniciação é gerado sem malícia, na boa-fé do
candidato e na ilusão de uma transformação instantânea de um profano.
Iniciações são atos de dramaturgia que devem despertar o COMEÇO de uma mudança
de vida.
Se essa realidade não é compreendida, deparamo-nos com a imperfeição do
iniciado ou a ininteligível experiência do profano.
Para que isso não aconteça, dois pontos são essenciais. O primeiro é a
minuciosa sindicância do candidato, realizada por MESTRES EXPERIENTES, que deve
ir além das certidões e das perguntas básicas dos formulários.
O MAIS
IMPORTANTE NAS SINDICÂNCIAS NÃO SÃO AS RESPOSTAS, MAS COMO SÃO DADAS. A
LEITURA CORPORAL É DE SUMA IMPORTÂNCIA.
Honesto,
trabalhador, bom pai/filho/esposo, cumpridor de seus deveres são condições
básicas para ingressar em qualquer grupo social. Todavia, na Maçonaria, não é o
ingresso o mais importante. Precisamos ter a certeza da permanência desse
“associado”, pois ele se torna parte da estrutura.
Dentro de nosso sistema de símbolos e analogias, peço aos Irmãos que visualizem
a construção de um muro de pedras. Cada novo iniciado é uma pedra assentada.
Pedra colocada ao lado de outra pedra, acima de outra e, com o tempo,
sustentando outra.
Caso essa “pedra” simplesmente queira sair, pois não compreendeu sua missão,
haverá um buraco no muro. Se, nesse sentido, a “pedra” não tiver estrutura
semelhante à das demais, implodirá, resultando em rachaduras no muro. Conforme
a quantidade ou a posição dessas pedras, o muro vai abater. Estes são os
iniciados imperfeitos: foram colocados no muro, mas nunca fizeram parte dele.
Ainda usando a analogia do muro, peço aos Irmãos que visualizem os Aprendizes
na parte superior, os Companheiros ao meio e os Mestres na base. Diante dessa
imagem, trataremos do segundo ponto.
As pedras da base tornam-se mais robustas pelas experiências adquiridas. As do
meio, pela consciência de que ali estão, pelas bases que lhes sustentam e pela
obrigação para com os que acima tentam se encaixar nessa construção.
Sendo um processo contínuo, devemos entender que nosso muro, que é a Loja, não
cresce para cima, mas sim para baixo. As grandes pedras, ou seja, aqueles que
realmente CUMPREM a plenitude não aparecem, são o alicerce.
Havendo um forte e profundo alicerce, o muro/Loja pode abater ou rachar,
entretanto sempre haverá uma base para recomeçar a edificação.
MAS é importante ressaltarmos que, para além do cuidado de colocarmos uma nova
pedra, devemos ter a atenção redobrada em mudarmos essa pedra de posição.
ESQUEÇAM OS INTERSTÍCIOS REGULAMENTARES. NÃO IMPORTA EM QUAL COLUNA ESTAMOS,
SOMOS TODOS IRMÃOS. NO ENTANTO, É PRECISO QUE A “PEDRA” PASSE POR TODAS AS
INTEMPÉRIES, CONHEÇA TODAS AS ESTAÇÕES E NATURALMENTE SE TORNE O MURO,
INDIFERENTEMENTE DE ONDE ESTEJA ASSENTADA.
Neste 17°
ano de compartilhamento de instruções maçônicas e provocações para o enlevo
moral e ético dos Irmãos, permanecemos no nosso propósito maior de
disponibilizar uma curta reflexão a ser discutida em Loja. O Ritual não pode
ser delapidado.
A
Ritualística deve ser seguida integralmente. O Quarto-de-hora-de-estudo é
fundamental em uma sessão Justa e Perfeita.
Fraternalmente
Sérgio
Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024
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