SILÊNCIO E SIGILO


Na condição de Aprendiz o que tenho a falar sobre silêncio e sigilo.
O silêncio que é considerado um poder divino – a mãe de todas as virtudes; particularmente o considero companheiro da reflexão.
Como neófito preciso aprender a identificar os momentos que devo praticar esta disciplina. Por desconhecer o poder do silêncio há momentos que à vontade de falar é tamanha que compromete o entendimento, é como perder a linha de raciocínio; a necessidade de expressar a opinião é tentadora, é quando entendemos equivocadamente os fatos, ou seja, não tivemos paciência e compreendemos algo ou tudo errado.
A disciplina do silêncio é um dos ensinamentos fundamentais da Maçonaria. Quem fala muito pensa pouco, rápido e superficialmente, e a maçonaria quer que seus adeptos se tornem mais pensadores do que faladores.
Não se atinge a verdade com muitas palavras e discussões, mas sim com o estudo, a reflexão e a meditação. Portanto, apreender a calar é aprender a pensar e meditar. Por esta razão a disciplina do silêncio tem uma importância tão grande na escola Pitagórica, onde a nenhum discípulo era permitido falar, sob nenhum pretexto, antes que houvessem transcorrido os três anos de sua aprendizagem, período que corresponde exatamente ao do aprendizado maçônico.
O silêncio e o sigilo devem ser aliados, portanto, são atitudes difíceis de serem aprendidas, mas, devem ser a todo o momento exercitado, não só durante os trabalhos no templo como na vida cotidiana, onde se torna indispensável para alcançarmos a compreensão.
O sigilo é uma palavra que por si só tem o poder de mistério, de aguçar a curiosidade. Como iniciado vejo a Ordem Maçônica como uma sociedade discreta e não secreta como é classificada no mundo profano. Acredito que uma sociedade secreta tem seus membros proibidos de serem identificados, suas reuniões devem ser realizadas em locais secretos e sigilosos o que não vejo acontecer em tempos atuais com a Maçonaria.
Seus membros não têm medo nem receio de serem reconhecidos e suas Lojas são identificadas e de fácil acesso.
Para proteção do próprio maçom, e com a garantia de manter a sua integridade e da instituição, foram criadas palavras, modos de reconhecimento, sinais, símbolos e alegorias, que só interessam aos irmãos maçons. Vemos que o "segredo maçônico" em época alguma teve a intenção de encobrir tramas ou atividades ilegais ou imorais.
O sigilo é mantido na Maçonaria Moderna como elemento de união entre os irmãos, pois se sabe que, quando um grupo de pessoas compartilham um segredo qualquer que seja a sua natureza, cria-se entre elas um forte vínculo.
Por outro lado, vejo que a Ordem Maçônica não tem segredos para o mundo no que se refere aos princípios ideológicos e humanitários.
Entendo que, quando fazemos parte de uma sociedade, de uma equipe, de um grupo seleto, certos conhecimento adquirido e assuntos tratados devem permanecer reservados é ai que compreendo o sigilo das informações, dos rituais e dos assuntos discutidos em Loja. 

Após o juramento que fiz, tenho certeza que o grande segredo existente na Maçonaria seja os momentos vividos por cada irmão a partir da iniciação e manifestados durante os trabalhos em Loja. Esta experiência é única, é sublime e aos poucos vem permitindo o autoconhecimento.
Apr.’. M.’. Antonio da Silva Lázaro.
Fontes bibliográficas: 
Rituais do Simbolismo Maçônico – Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia 
Grau do Aprendiz e Seus Mistérios – Jorge Adoum - Editora Pensamento 
Revista O Rosacruz 1º semestre 2004 
Manual do Aprendiz Franco Maçom – (e-book) editado pela SCA Sociedade das Ciências Antigas.


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