A INICIAÇÃO MAÇÔNICA


A preservação da Maçonaria como instituição depende, como qualquer outra, fundamentalmente do fluxo renovado de novos associados, de novos iniciados.

Todavia, por suas características excepcionais, prioriza-se o fluxo qualitativo em detrimento do fluxo quantitativo de novos adeptos, pois não basta querer entrar para a Maçonaria; é preciso merecer, ser escolhido e convidado por um Maçom, após atenta observação de seus procedimentos na sociedade.

A iniciação é um forte elemento de coesão do grupo, já que todos passaram pelos mesmos rituais iniciáticos e conhecem, portanto, as dificuldades enfrentadas, sejam elas de natureza emocional ou psicológica.

Após a iniciação, assumem-se novas referências, novos hábitos, enfim, uma nova postura que se refletirá na vida cotidiana do iniciado.

Além disso, assumem-se novos vínculos de amizade fraternal, muitas vezes mais significativos que os laços sanguíneos.

Enfim, o símbolo fundamental da Iniciação é a morte para a vida profana, como preliminar para uma nova vida.

Como no princípio alquímico da transformação dos metais, na Iniciação o indivíduo nega as qualidades inferiores de sua personalidade, que constituem os metais grosseiros, e firma os mais elevados ideais e aspirações, que constituem o ouro puro do ser.

Conquanto a Iniciação maçônica comporte diversos ritos de denso significado simbólico e ligados, segundo alguns autores, aos antigos Mistérios do Egito, de Baco, de Mitra, de Ceres e de Cibele, as purificações pelos quatro elementos são os ritos de maior importância, herança hermetistas, com influências neoplatônicas e gnósticas. 

Segundo Jules Boucher in A Simbólica Maçônica, a iniciação maçônica não impõe nenhum dogma religioso ou filosófico, pois tanto uma como outra se situam aquém e fora dela.

A Iniciação, a Filosofia e a Religião não se explicam umas pelas outras, pois seus planos de pensamento e linguagens não são os mesmos.

As Filosofias levam em conta a Razão, as Religiões tocam o coração e a Iniciação excita a parte espiritual do ser, permitindo ao iniciado o livre acesso a mais elevada compreensão metafísica do sentido da vida.

Boucher conclui que, na Iniciação maçônica, o recipiendário se alforria por etapas. 

Liberta-se primeiramente da vida material pela prova da Terra; desvencilha-se da Filosofia pela prova do Ar; emancipa-se da Religião pela prova da Água e chega, enfim, à Iniciação pura pela prova do Fogo.

Cada grau maçônico possui o seu ritual próprio de iniciação. Tecnicamente, no Rito Escocês Antigo e Aceito, o mais praticado no Brasil, chama-se Iniciação ao grau de Aprendiz, Elevação ao grau de Companheiro, Exaltação ao grau de Mestre e Instalação de Mestres Instalados.


Simbologia Maçônica dos Painéis

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