Nos primórdios da Maçonaria,
quando não existiam rituais específicos, as reuniões aconteciam em qualquer
local que oferecesse privacidade para a formação de uma Loja.
Esse local deveria permitir
desenhar símbolos maçônicos do respectivo grau em que a oficina iria trabalhar,
no piso, com giz ou carvão. Esses locais podiam ser uma gruta, um galpão, ou
até mesmo ao ar livre.
A perfeição dos símbolos riscados no solo dependia da habilidade de quem os traçava.
Os principais símbolos riscados tinham ligação direta com a construção: o Compasso, o Esquadro, a Régua, o Nível e o Prumo, eram símbolos traçados somente pelo Maçom designado para compor a Loja, e caracterizavam as principais tarefas dos operários.
Em alguns rituais, esses símbolos eram bordados em
panos que eram desenrolados no início dos trabalhos e recolhidos no enceramento
das sessões.
Os símbolos
desenhados no solo eram totalmente apagados após as sessões, para não deixar
vestígios a ser percebidos por quem passasse posteriormente por esses locais.
Mais tarde, os símbolos passaram a ser reais, quando os Maçons operários passaram a deixar suas ferramentas no piso. Com isso deixou de haver necessidade de se desenhar os símbolos.
Nessa época não existia o Livro
Sagrado, ou o Livro da Lei, pois como não havia imprensa os livros eram
manuscritos e estavam foram do alcance dos operários.
Supostamente acredita-se que deveria existir algum elemento sintetizando a figura do Sagrado onde eram prestados os juramentos.
Somente a tradição transmitida oralmente é que nos dá certeza da existência destas Lojas, pois não existe registro deste período da História da Maçonaria.
Lionel Vibert, autor da Antiguidade, em 1321 refere uma Loja como alpendre coberto de palha. Em 1277. Knoop e Jones informaram a construção de duas “Lojas” erigidas para que os operários realizassem seus trabalhos privativos durante a edificação da abadia de Vale Royal.
Em 1772, a Grande Loja da Inglaterra ordenou a construção do “Freemasons’s Hall”, concluída em 1776, onde foi erigida a primeira Loja com Templo fixo.
Em 1788, o Grande Oriente da França proibia a reunião de Lojas Maçônicas em tabernas.
Entre 1776 a 1820, as Lojas ainda mantiveram a tradição de desenhar os símbolos característicos da Maçonaria Operativa no piso da Loja.
John Harris compôs o primeiro Quadro fixo, que veio substituir os desenhos que eram feitos no piso. Era um quadro de pano simples, sem moldura e que era desenrolado diante do altar depois da abertura do Livro da Lei.
Mais tarde este quadro passou a
ter uma moldura e a ser chamado de Painel, tal como é conhecido atualmente por
nossas Lojas simbólicas, que apresenta aspectos diferentes de acordo com o grau
e o Rito praticado.
A Maçonaria Especulativa atual incorporou apenas o sentido figurativo que a Maçonaria Operativa possuía de seus ornamentos e instrumentos que ornamentam a Loja.
E para compreender melhor a Maçonaria, seus símbolos e seus ensinamentos
sempre é preciso voltar no tempo e procurar na história da formação da Ordem o
sentido literal de cada símbolo para então se compreender o sentido figurativo
e oculto de cada símbolo.
Paulo Sérgio Mathias Henrique
ARLS Sagrado Tibete Nº. 1898
Oriente do Lins, Rio de Janeiro
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