Muitas vezes vemos irmãos se manifestarem intra e extra templo sobre que o
irmão “X “ não tem um bom caráter, o Irmão “Y” é mau caráter e o irmão “Z” é de
caráter duvidoso, dúbio.
Tais ponderações me levaram a estudar esse assunto, dentro de nossas
Oficinas dentro de uma visão Médica, Psicológica, Sociológica e de relações
humanas, à luz da Doutrina Maçônica.
Muito difícil formar opinião a uma simples visão.
O Universo do relacionamento humano é vastíssimo, complicado, com Nuances
diversificadas dentro das normas sociológicas da boa ou má “vizinhança”.
Assim, definiríamos genericamente o Caráter como:” Conjunto de traços
morais, psicológicos etc., que distinguem um indivíduo, grupo ou povo; índole;
temperamento; qualidade; firmeza de atitudes.”
Mau caráter: “Quem demonstra maldade ou qualidades negativas de caráter;
pessoa sem escrúpulo; que engana as pessoas sem o menor constrangimento; desvio
de caráter (para o mal); diz-se daquele ou daquela que age sem decência, sem
pudor, sem sensibilidade humana.”
Nesse sentido podemos compreender o caráter como algo que se forma para
manter uma estrutura necessária ao desenvolvimento do indivíduo.
Porém, quanto mais rígida e inflexível for a estrutura do caráter, mais
esse caráter se transformará em uma resistência que tenta manter o material
inconsciente fora de alcance, fazendo com que o indivíduo passe a reagir de
modo automático como um mecanismo de defesa.
Ou seja, o caráter não é uma escolha deliberada, ele se forma devido a
necessidade do indivíduo se proteger do meio externo.
O caráter é uma reação àquilo que foi experimentado na infância.
Cada caráter é único porque cada experiência é única.
Caráter é a maneira a qual a pessoa se apresenta e se comporta em suas
relações.
É a atitude psíquica particular em direção ao mundo externo, específica a
um dado indivíduo.
É determinado pela disposição e pela experiência de vida, assim, podemos
considerar tipos de caráteres onde se apresentam comportamentos mais ou menos
ajustados à realidade e ao contexto social.
Na Maçonaria, deveríamos ser todos, pessoas de BOM CARÁTER.
Mas, infelizmente, temos muitos membros, que não poderiam ser definidos dentro
dessa premissa.
Cada dia que passa fica mais escasso encontrarmos alguém de caráter
totalmente ilibado, mesmo na Seara Maçônica.
As virtudes, que são evidências do caráter, hoje, ao invés de serem
regras, têm sido raríssimas exceções!
Parece que é mais fácil nivelar todos por baixo, pelo que se deixa de ser
ou fazer, e abandonar de vez qualquer sentimento de “excelência”, “hombridade”
e “obrigação”.
Estamos sendo varridos violentamente por uma ideia de niilismo moral, onde
tudo se reduz a um nada comportamental!
A sensação que se tem é que não tem valido mais a pena prezar pelo nobre e
pelo ético.
Este contexto de relativização e banalização de valores tem contribuído
para uma fragmentação conceitual e, consequentemente, prática do que significa
caráter.
Assim, meus amados irmãos, temos que ter em mente que a formação do
caráter leva em consideração não apenas o meio em que o ser humano vive, mas
também a sua história.
Falar de caráter é lidar com a história do indivíduo: o que ele foi no
passado, o que ele é no presente e o que ele será no futuro.
Certamente, o seu caráter no presente agora é determinado pelas
experiências acumuladas no passado anterior e por suas expectativas projetadas
para o futuro posterior.
É simplesmente impossível dissociar nossa história de nossa estrutura;
divorciar nossa identidade de nossos sonhos!
Dentro de nossa vida privativa, coletiva, familiar e, também dentro de
nossa Sublime Instituição.
Noutras palavras, tudo o que priorizamos como essencial, ou não damos
tanta importância; as escolhas que fazemos, as decisões que tomamos e os rumos
que seguimos estão intimamente ligados e giram em torno do caráter que temos e
construímos.
Acredito que devemos nos preocupar mais com o que somos de verdade e não
vivermos tanto em função do que aparentamos ser.
Devemos retomar o caminho do caráter.
O caminho do coração.
Vai parecer meio retrógrado e anacrônico ser honesto, onde se cultua a
hipocrisia; ser diligente, onde se louva a indolência; ser humilde, onde se
prega a arrogância.
CONCLUINDO:
“Precisamos voltar ao tempo em que nossas palavras eram a assinatura de nosso
coração e as marcas de nossas mãos calejadas eram a prova de um “caráter
aprovado".
Quando semeamos um pensamento, colhemos um ato;
Quando semeamos um ato, colhemos um hábito;
Quando semeamos um hábito, colhemos caráter;
Quando semeamos caráter, colhemos um destino.
Que o GADU, nos ilumine e guarde hoje e sempre e nos moldes na fornalha
onde o Caráter seja elemento da argamassa que nos une juntamente com a Paz, a
Harmonia e a Concórdia, que são Basilares na Essência doutrinária de nossa
Sublime Ordem.
Dario Baggieri
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