Um mestre instruía seus discípulos em um campo,
onde dentro a imensidão existia apenas duas árvores.
Primeiramente ele pediu que seus discípulos se
pusessem entre elas, e que meditassem sobre uma árvore centenária com 33 metros
de altura que se encontrava no oriente.
Depois de algum tempo, o mestre pede que todos se
voltem ao ocidente e passem a observar uma pequena árvore de aproximadamente 3
metros de altura.
Passado mais um tempo, pede a todos que meditem
sobre a terra.
Só então ele pede que todos fixem os olhos ao céu.
Pede então a um de seus discípulos que relate o que
teria observado, mas que o fizesse com o coração.
O discípulo ficou calado, como se nada tivesse
visto, mostrando sua insignificância.
Virou para outro discípulo e novamente indagou
sobre o que teria visto.
Este relatou que percebeu uma grande diferença
física, mostrando que a árvore maior era forte e dominadora enquanto a menor
era frágil, e que as duas árvores estavam sobre a terra e abaixo do céu.
O mestre então indaga seu derradeiro discípulo, que
prontamente responde:
-Não percebi nenhuma diferença entre as árvores,
pois a sombra da árvore grande projetava o frescor sobre sua cabeça e a árvore
pequena ignorando o sol, mostrando que a alma da maior era infinitamente maior
que a menor, ainda completou dizendo: - as duas árvores estão ajoelhadas a
terra e iluminadas pelo sol
Neste instante, todos respeitosamente indagam o
mestre como ele sabia que ali existiam duas árvores, uma vez que todos estavam
vendados.
Foi então que ele disse:
- Eu já estive aqui muitas vezes, mesmo vendado
percorro esse campo com o coração e arrasto junto a mim discípulos que pensam
enxergar, sei exatamente onde estão localizadas essas duas árvores, pois a
maior foi plantada por meu mestre, já a menor foi eu mesmo que há plantei
quando pouco enxergava.
- Toda vez que medito sobre a árvore maior, percebo
que os galhos dela cresceram para o oriente, e que as raízes vieram para
ocidente, em profundo equilíbrio, pois o som dos galhos assim malha encantados
pelo vento.
- Também percebo que ao meio dia a sombra da maior
protege a menor do sol escaldante, é assim que um mestre deve se comportar,
sempre instruindo e protegendo seus discípulos para que não se desviem do
caminho da verdade.
- Vejo ainda que as longas raízes da árvore grande suportem
as frágeis raízes da pequena, retrato da fraternidade entre irmãos.
- Quanto ao céu, lá está à luz que poucos podem ver
que alguns pensam vê-la, que muitos ignoram por não saberem de sua existência.
- Por derradeiro a Terra, é de onde eu nasci, de
onde aquela árvore que eu plantei brotou, é de onde vem uma alma bruta degrau
por degrau.
Para sucumbir seu ensinamento o mestre encerra:
- Hoje vocês viram vossas sementes germinarem do
subterrâneo, agora tirem suas vendas e recebam a luz, observem os detalhes das
árvores pequenas ou grandes, ocas ou maciças, verdes ou amarelas, pois todas
vivem sobre o principio da igualdade, adubem a terra entorno de vocês com muito
amor, reguem suas almas com sabedoria, aprofundem suas raízes de forma a
fraternalmente apoiarem outras árvores, desamarrem seu espírito por completo da
vaidade, cumpram sua função como árvore realizando a fotossíntese da essência,
transformando vícios em virtudes, sempre se comportem como se discípulos fossem,
por fim, roguem a Deus, pois ele é o supremo.
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