A
grande força da Maçonaria sempre esteve no fato de ser uma sociedade secreta.
Embora não se possa falar, rigorosamente, em sociedade secreta quando o seu
endereço está nas listas telefônicas, ela deve se primar, pelo menos, pela
discrição.
Tal
fato, no entanto, não se dá. Hoje, os símbolos maçônicos já estão de tal forma
vulgarizada que somente o fato do maçom ter uma necessidade premente de se
declarar como tal perante à sociedade é que justifica o seu uso.
A
Maçonaria têm formas de identificação para os maçons. Essas formas que nós
maçons bem sabemos quais são, já não se justificam, exceto em raras ocasiões.
Os
símbolos maçons estão nos pára-brisas dos carros, estão na lapela do paletó ou
da camisa, na caneta, no anel, no cordão, em toda parte e das mais variadas
formas.
Até mesmo a tradicional identificação através
da assinatura, já está por demais vulgarizada. Tão logo você coloca três
pontinhos na assinatura, alguém lhe pergunta se você é maçom. Como dizer que
não o é, se você é um bazar ambulante com todos os símbolos maçônicos.
Os
maçons do passado, aqueles que introduziram tais coisas na Maçonaria, sabiam o
que estavam fazendo, mas hoje, tudo isso vulgarizou e é utilizado porque o
maçom tem uma necessidade premente de ostentar a sua condição de maçom, não
para os maçons, como deveria, mas para os profanos, para a sociedade.
Numa
cidade do interior, todos sabem quem é maçom e quem não é. Mas não deveria ser
assim.
É
preciso que o Maçom saiba que se deseja status social, o local não é a
Maçonaria; o trabalho maçom tem que primar pela discrição e não pela
ostentação.
É
fácil notar que muitas lojas têm uma grande preocupação em sair no noticiário,
dizer que a Loja fez e aconteceu em tal evento. Isso, no meu modesto entender,
revela um total desconhecimento dos objetivos da Maçonaria e, o que é pior,
revela também o desconhecimento do maçom sobre o seu papel.
Digamos
que o maçom esteja precisando dos préstimos de outro maçom, mas se esse atende,
logo surgirá a contestação daqueles que foram preteridos que irão gritar aos
quatro ventos que aquilo se deu porque ambos são maçons. Então, até por uma
questão de bom senso, o maçom não poderá atendê-lo. E se ele não o atende, esse
ficará contrariado e decepcionado.
Portanto, essa vulgarização ou “profanidade”
da Ordem está abortando seus princípios e tornando-a inoperante. É preciso que
nos conscientizemos disso e passemos a abolir a ostentação dos símbolos
maçônicos, nós temos que nos identificar é para os nossos irmãos, mas hoje em
dia nos identificamos muito mais para os profanos.
Antônio
Amâncio de Oliveira
M.:M.:
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