Proposição para trabalho de análise sobre a 2° Instrução do Grau I
Trabalho louvado no resultado da Tese aprovada em julho de 1992, pela Grande
Loja Maçônica do Estado de São Paulo à XXI Assembléia Geral da Confederação da
Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB) realizada em Salvador, Bahia e
transformada em manual (Manual de Paramentos e Jóias – GLESP).
Uma jóia maçônica é, em seu caráter estrito, um pequeno adorno de
metal destinado para uso dos iniciados, porém de valor figurado, onde se
distingue o grau ou o cargo.
Na Grande Loja, as jóias dos cargos são presas aos colares, os bastões do Mestre de Cerimônias e dos Diáconos, são encimados com as jóias dos respectivos cargos. As cores das jóias são as seguintes: metal branco para as Lojas e metal amarelo-ouro para as Grandes Lojas, os Altos Corpos e a Alta Administração. Na análise das jóias aprovadas e adotadas pela Ordem correspondem aos cargos administrativos da Oficina, visa-se apresentar o que elas traduzem para os maçons. AS JÓIAS DOS CARGOS EM LOJA Venerável Mestre – Uma esquadria como emblema da equidade e regularidade rigorosas, suspenso no Colar; significa que um chefe deve ter, unicamente, um sentimento - o dos Estatutos da Ordem -, e que deve agir de uma única forma: com retidão. Não se admite qualquer outra jóia para o cargo.
1° Vigilante – Um nível simboliza a presteza e a igualdade social,
base do Direito Natural. O NÍVEL sem PRUMO nada vale, do mesmo modo que este
sem aquele em qualquer construção. Devido a isso, os dois se completam para
mostrar que o Maçom tem o Culto da Igualdade, assim, nivelando todos os
homens e cultuando a retidão. Não se deixará pender ou pela amizade ou pelo
interesse, para qualquer dos lados.
2° Vigilante – Um prumo representando a vertical diretora do espírito nas coisas profundas. Significa que o Maçom deve ser reto no julgamento, sem se deixar dominar pelo interesse e afeição. Orador – Um livro aberto ou um sol significando o esclarecimento da lógica pura. Na Loja ele é o representante do Ministério Público Maçônico, cabendo-lhe defender e aplicar a Legislação Maçônica em todas as oportunidades, sendo denominado “Guarda da Lei”. Secretário – Duas penas cruzadas (essas penas são imitações de penas de aves usadas para escrita na antiguidade) como emblema do ardor e zelo pela fidelidade, uma das cinco Dignidades da Loja. Tem a seu cargo a redação das atas e correspondências da Oficina. Pede diretamente a palavra ao Venerável que lhe pode conceder com a preferência sobre outro. É um dos cargos que mais requer atividade. Tesoureiro – Uma chave que simboliza ter o controle do cofre da Loja, sendo assim, símbolo de segurança e confiança tácitas. Tem a seu cargo a cobrança e a guarda dos fundos da Loja, efetuando ou verificando os pagamentos. O Tesoureiro deve cumprir fielmente os deveres indicados nos Regulamentos Gerais da Potência que sua Loja pertence e no Regulamento Interno da Oficina. Expertos – Um punhal representando a prudência e a vigilância. O segundo experto pode usar também uma clepsidra (relógio antigo d’água), indicando a preciosidade do tempo. A clepsidra, posteriormente transformada na ampulheta, classifica o irmão que encaminha os postulantes para a Câmara de Reflexão, como instrumento marcador do tempo ela limita o prazo que é dado ao profano para responder o questionário filosófico. Colocada sobre o Altar do Venerável, deixa transparecer a ideia da necessidade de pronta ação no desempenho de todas as missões confiadas pela Ordem ou pela Loja. Diáconos – Uma pombinha com as asas abertas, inscrita em um triângulo. Destinada ao Primeiro Diácono e livre (sem o triângulo); destinada ao 2° Diácono emitindo a ideia da comunicação como base para os bons entendimentos. As pombinhas dão um encanto às jóias dos Diáconos, indicam a natureza litúrgica da função desses oficiais da Loja. Na antiguidade, os pombos eram usados como mensageiros para longa distância dada à inexistência de outros meios de comunicação. A alfaia do cargo, além de estar pendente da faixa, deverá estar presente, também, no topo dos bastões dos Diáconos. Na abertura e no encerramento dos trabalhos em Loja, os Diáconos têm a função de receber e transmitir a Palavra Sagrada. No REAA, cabe ao 1° Diácono transmitir as ordens do Venerável Mestre ao 1° Vigilante e a todas as Dignidades e Oficiais, de modo que os trabalhos se executem com ordem e perfeição; já, ao 2° Diácono cabe, também, ser o executor e transmissor das ordens do 1° Vigilante e velar para que todos os Irmãos se conservem nas Colunas com o devido respeito, disciplina e ordem. Hospitaleiro - Uma bolsa fechada simbolizando a benesse da caridade, esta última é mão que se abre para a esmola, que arranca da miséria, é a mão que protege e se desfaz numa constelação de benefícios, mas segundo a preceituação maçônica, deve ser sempre oculta para não exaltar a quem dá nem humilhar a quem recebe, para tanto, a bolsa do Hospitaleiro apresenta-se sempre fechada para os olhares perscrutadores.
Chanceler (ou Guarda dos selos da Oficina) – Um sinete cilíndrico.
Sinete é um utensílio que serve para gravar em lacre, papel etc. Com ele o
Chanceler grava o timbre da Oficina nas documentações, sintetizando garantia
e autenticidade. Tem a seu cargo a guarda dos selos e timbres e os põe nos
documentos principais, registrando-os em livro especial por ordem cronológica
em índice de assunto. A ordem, exatidão, zelo, critério e assiduidade aos
trabalhos são requisitos indispensáveis para chegar-se a este honroso cargo
confiado ao Mestre mais antigo ou ao decano em idade.
Mestre de Cerimônias – Uma régua demonstrando o gênio do conhecimento perfeito e completo do formalismo. Além de estar pendente da faixa, deve estar no topo do seu bastão. No REAA, é o Oficial que tem a prerrogativa, sem necessariamente ser determinado ou ordenado de se locomover livremente no interior do Templo durante os trabalhos em Loja. Por este motivo, fica sob sua responsabilidade tudo o que está previsto no Ritual do REAA em vigor na GLESP.
Mestre de Banquetes – Uma cornucópia com dois bastões cruzados significando
a moderação diante da fartura. A cornucópia, na sua forma de chavelho cheio
de frutos e flores, nos tempos de antanho, era o símbolo mitológico da
abundância e elemento da felicidade. A Maçonaria apanhou-a como símbolo da
fatura adquirida pelo trabalho honesto, indicando aos Mestres de Banquetes os
irmãos que dirigem a mesa para supri-los convenientemente.
Porta-Estandarte – Um estandarte de metal, insígnia que engrandece, enobrece e honra a Loja. Os Estandartes aparecem desde os primeiros tempos da Maçonaria especulativa como uma continuação da tradição das antigas confrarias e corporações profissionais medievais, que tinham por seu estandarte a maior veneração e respeito.
Porta-Espada – Uma espada militar, seu emblema refere-se à força e o
direito conjugados, símbolo do poder em todas as solenidades e cerimônias da
Ordem. Com um simbolismo vastíssimo, a espada é um dos acessórios mais usados
nas cerimônias maçônicas. No seu aspecto mais vulgar, é a arma da vigilância
por meio do qual o iniciado procura defender os nossos augustos mistérios de
toda intromissão violenta do mundo profano.
Porta-Bandeira – Uma bandeira em metal. A Bandeira é a ultima a entrar no templo como a mais alta autoridade presente. É conduzida pelo Porta Bandeira verticalmente. Ao entrar, a Bandeira ficará entre CCol.·., enquanto é feita a execução do Hino Nacional. Cobridor Externo - Um alfanje caracterizando a constância e o cuidado, reforçando o conceito de segurança, que, no caso, tem que ser a mais rígida e mais abrangente. O alfanje do Cobridor simboliza a pronta vigilância posta ao serviço de defesa do Templo.
Arquiteto – Um maço e um cinzel alegoria da arte estrutural. A trolha
de pedreiro como jóia do Arquiteto distingue o obreiro encarregado da
conservação do edifício, da decoração do Templo propriamente dito, da limpeza
dos móveis, das alfaias e demais utensílios da Loja. Não tem interpretação
esotérica, mas simboliza, contudo, a tolerância e a indulgência que os
iniciados devem abraçar para enobrecerem seus sentimentos.
Mestre de Harmonia - Uma lira, símbolo dos sentimentos apurados, símbolo da música. A arte de Orfeu leva efetivamente aos maçons a convicção tranquila de que a contemplação, o arrebatamento e a emoção causados pelos acordes musicais, provocam as melhores disposições de espírito, prodigalizando aos iniciados os mais puros pensamentos de fraternidade e de elevação da alma. Guarda do Templo - Duas espadas cruzadas mostram que o titular do cargo zela pela segurança interna dos trabalhos; sua alegoria mostra a inviolabilidade e o respeito, já que a ele compete velar para que o Templo fique coberto a olhares profanos.
Bibliotecário – Uma pena sobre um livro aberto relativo ao oficial que
superintende e é responsável pelos livros e documentos, organizados, ordenados
e guardados em estantes para estudo, leitura e fontes de consulta para
trabalhos dos Obreiros da Loja.
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LINGUAGEM SIMBÓLICA DAS JÓIAS
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