Não possui a Maçonaria
leis gerais nem livro santo que a definam ou obriguem todo o maçom através do
Mundo; não sendo uma religião, não tem dogmas.
Em cada país e ao longo dos séculos, estatutos
numerosos se promulgaram e fizeram fé para comunidades diferentes no tempo e
nos costumes. Mas isso não obsta a que a Maçonaria possua certo número de
princípios básicos, aceites por todos os irmãos em todas as partes do globo.
É essa aceitação, aliás, que torna possível a
fraternidade universal dos maçons e a sua condição de grande família no seio da
Humanidade, sem que, no entanto, exista uma potencia maçônica à escala mundial
nem um Grão-Mestre, tipo Papa, que centralize o pensamento e a ação da Ordem.
CONSTRUÇÃO
Vejamos o seu nome
Maçonaria vem provavelmente do Frances "Maçonnerie", que significa
uma construção qualquer, feita por um pedreiro, o "maçom". A
Maçonaria terá assim, como objetivo essencial, a edificação de qualquer coisa.
O maçom, o pedreiro-livre em vernáculo português, será, portanto o construtor,
o que trabalha para erguer um edifício.
JUSTIÇA SOCIAL
A Maçonaria admite,
portanto, que o homem e a sociedade são susceptíveis de melhoria, é passível de
aperfeiçoamento. Por outras palavras, aceita e promove a transformação do ser
humano e das sociedades em que vive.
Mas, para além da solidariedade e da
justiça, não define os meios rigorosos por que essa transformação se há de
fazer nem os modelos exatos em que ela possa desembocar. Nada há, por exemplo,
no seio da Maçonaria, que faça rejeitar uma sociedade de tipo socialista ou de
tipo liberal. O que lhe importa é um homem melhor dentro de uma sociedade
melhor.
ACLASSISMO
Dos ideais de justiça
e solidariedade humanas, levados até as últimas conseqüências, resulta
naturalmente o ser a Maçonaria uma instituição aclassista e anticlassista,
englobando representantes de todos os grupos sociais que, como maçons, devem
tentar esquecer a sua integração de classe e comportar-se como iguais. "A
Maçonaria honra igualmente o trabalho intelectual e o trabalho manual",
rezava o artigo 6s da Constituição de 1926.
E, nos requisitos para se ser
maçom, exige-se apenas, para além de diversas condições morais e intelectuais
que mais adiante serão mencionadas, o exercer-se uma profissão honesta que
assegure meios de subsistência.
É verdade que a
exigência de se possuir a instrução necessária para compreender os fins da Ordem
exclui, desde logo, os analfabetos e grande parte das massas populares (em
Portugal, entenda-se). E é verdade também que a maioria dos maçons proveio e
continua a provir dos grupos burgueses. Mas isso se deve apenas as condições
históricas em que todas as sociedades tem vivido nos últimos 200 anos.
A medida que as
classes trabalhadoras vão atingindo mais elevado nível social e cultural, assim
o número de maçons delas oriundo tende a aumentar paralelamente.
Em Maçonarias
de países como a Grã-Bretanha, a França ou a Holanda, o caráter aclassista da
Ordem Maçônica nota-se com muito maior intensidade do que em Portugal ou na
Espanha.
APERFEIÇOAMENTO
INTELECTUAL
O aperfeiçoamento do
homem e da sociedade não se traduz apenas, para o maçom, em termos de melhoria
economico-social. Traduz-se também, e, sobretudo, em termos de melhoria
intelectual, do afinamento das faculdades de pensar e de enriquecimento
adquiridos.
Livre pensamento, para começar. "A
Maçonaria é livre-pensadora", dizia o artigo 3s da Constituição de 1926.
Mas livre pensamento não coincide necessariamente com ateísmo. Já um texto
famoso e respeitado dos primórdios da instituição, as Constituições de
Anderson, de 1723, dizia que o maçom que entendesse bem de "Arte",
"nunca será um ateu estúpido ou um libertino irreligioso. Mas embora -
continuava o texto - nos tempos antigos os maçons fossem obrigados, em cada
país, a ser da religião, fosse ela qual fosse desse país ou dessa nação,
considera-se agora como mais a propósito obrigá-los apenas aquela religião na
qual todos os homens estão de acordo, deixando a cada um as suas convicções próprias
(...)".
Hoje, talvez a maioria
dos maçons professe um deísmo ou teísmo de conceitos vagos e alegóricos, embora
não faltem ateus nem crentes de variadas religiões, desde o cristão ao
muçulmano. O que todos rejeitam são dogmatismos e exclusivismos confessionais.
FRATERNIDADE
Levados às últimas
conseqüências, os princípios atrás mencionados teriam de implicar uma
fraternidade de tipo universal. Este é não só um principio teórico, mas uma
norma de prática quotidiana. "A Maçonaria é uma instituição universal
(...). Todos os maçons constituem uma e a mesma família e dão-se o tratamento
de irmãos, sendo iguais perante a lei", dizia o artigo 7º da Constituição
de 1926.
“A Maçonaria estende a
todos os homens os laços fraternais que unem os maçons sobre a superfície do
globo" (artigo 5º do mesmo texto). Através do ritual, que inclui
vocabulário próprio e sinais de reconhecimento específicos, um maçom português
pode contatar com um maçom japonês e receber dele ou transmitir-lhe ajuda e
apoio de qualquer gênero.
De fato, um dos deveres importantes do maçom,
inserto nas Constituições do mundo inteiro, consiste em reconhecer como irmãos
todos os maçons, tratá-los como tais e prestar-lhes auxílio e proteção, a suas
viúvas e filhos menores. A história da Maçonaria está cheia de casos que provam
o geral cumprimento deste dever.
DEMOCRACIA, IGUALDADE
Democracia e igualdade
encontram-se também entre os princípios básicos da instituição maçônica. Todo o
poder reside no povo, como o atestava o artigo 18s da Constituição de 1926, ao
dizer que "A Ordem Maçônica em Portugal só reconhece a soberania do povo
maçônico". Todos os maçons são iguais, independentemente do grau a que
pertençam. "Durante as sessões maçônicas - rezava o artigo 17º, § único -
todos os obreiros, qualquer que seja o seu grau ou o seu rito, estão sujeitos a
mais perfeita igualdade, prevalecendo à opinião da maioria, quando não seja contrárias
as leis e regulamentos".
Por sua vez, as células de organização e de
trabalho da Ordem, as chamadas Oficinas, "são todas iguais em direitos e
honras, e independentes entre si" (artigo 12s da Constituição). Nas
Maçonarias de todo o mundo, o Grão-Mestre e os Grão-Mestres adjuntos são
eleitos pela totalidade do povo maçônico, variando apenas a forma dessa eleição.
Em muitos países, qualquer maçom, aliás, desde que tenha atingido a condição de
Mestre (ou seja, maçom perfeito) pode, em teoria, ser eleito Grão-Mestre. Outro
tanto se verifica nas eleições para os múltiplos cargos de cada oficina.
OFICINAS [LOJAS]
Cada Maçonaria
nacional está estruturada em células autônomas, "todas iguais em direitos
e honras, e independentes entre si", designadas por oficinas. Existem dois
tipos de oficinas, chamados lojas e triângulos. A loja é composta por um mínimo
de sete maçons perfeitos, não conhecendo limite máximo de membros. O triângulo
é composto por três maçons perfeitos, pelo menos, e por seis, no máximo,
passando a loja quando um sétimo membro se lhe vem agregar.
Uma loja completa
possui sete funcionários, que são:
- Venerável ou
Presidente, que preside aos trabalhos e os orienta.
- Primeiro Vigilante, que dirige os trabalhos dos companheiros e vela pela disciplina geral.
- Segundo Vigilante, que tem por função a instrução dos aprendizes.
- Orador, encarregado de fazer a síntese dos trabalhos e deles extrair as conclusões; é ainda o representante da Lei maçônica.
- Secretário, que redige as atas das sessões e se ocupa das relações administrativas entre a loja e a Obediência.
- Mestre de Cerimônias, que introduz na loja e conduz aos seus lugares os visitantes, e ajuda o Experto nas cerimônias de iniciação.
- Tesoureiro, que recebe as quotizações e outros fundos da loja e vela pela sua organização financeira.
Os cargos, do Venerável ao Segundo Vigilante, são chamados as luzes da oficina.
- Primeiro Vigilante, que dirige os trabalhos dos companheiros e vela pela disciplina geral.
- Segundo Vigilante, que tem por função a instrução dos aprendizes.
- Orador, encarregado de fazer a síntese dos trabalhos e deles extrair as conclusões; é ainda o representante da Lei maçônica.
- Secretário, que redige as atas das sessões e se ocupa das relações administrativas entre a loja e a Obediência.
- Mestre de Cerimônias, que introduz na loja e conduz aos seus lugares os visitantes, e ajuda o Experto nas cerimônias de iniciação.
- Tesoureiro, que recebe as quotizações e outros fundos da loja e vela pela sua organização financeira.
Os cargos, do Venerável ao Segundo Vigilante, são chamados as luzes da oficina.
* Fonte: Grêmio Fênix
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