Maçonaria vem provavelmente
do francês "Maçonnerie", que significa uma construção qualquer, feita
por um pedreiro, o "maçom".
A Maçonaria terá, assim,
como objetivo essencial, a edificação de qualquer coisa. O maçom, o pedreiro-livre
em vernáculo português será, portanto, o construtor, o que trabalha para erguer
um edifício. Maçonaria é a arte da construção.
Na Idade Média
surgiram, na Europa, corporações de construtores, no interior das quais se
desenvolvia esse mister, com o objetivo de aperfeiçoar os templos dedicados à
glória do Criador. Em razão disso, edificaram-se grandes catedrais. Compunham
essas entidades de artífices e profissionais do setor, e nelas se ingressava
por iniciação e, uma vez iniciados, seus membros obedeciam a uma hierarquia dividida
em três graus: 1,2 e 3, ou aprendiz, companheiro e mestre.
O integrante do
primeiro ignorava os segredos do segundo e do terceiro, o do segundo, os
pertinentes ao último. Os mistérios se desvendavam pelo estudo. A maçonaria
simbólica substituiu o templo físico das catedrais pelo templo espiritual que
existe, potencialmente, no ser humano.
A maçonaria tem como
objetivo o aprimoramento das virtudes que o ser humano traz de berço,
procurando torna-lo um construtor social. Para tanto existe um rito–grau de
iniciação- onde os aprendizes têm condição de estudar e adquirir conhecimento
para trabalhar em benefício desta construção, onde o objetivo é um mundo
melhor, desprovido de vaidades.
Ela é assumida ao ser
revestido pelo primeiro avental. Os fundamentos e exemplos de homens que
acataram em seu coração o simbolismo do Avental transformaram suas
palavras em ações concretas. A palavra dada por letras, isto é, soletrada,
caracteriza o primeiro Grau de Iniciação que é o emblema do Homem ou da
Sociedade na fase da ignorância, quando o estudo e as artes, por deficiência
das faculdades intelectuais, ainda não lhe eram conhecidos. Assim o candidato,
agora Aprendiz, recebe primeiro para dar depois.
Quando o Aprendiz é
admitido, ele é recebido nem nu nem vestido para que possa após a Iniciação ser
vestido com o Avental. É obrigatório levar sempre o Avental para as reuniões
porque ele nos lembra que o Homem nasceu para o trabalho e que todo Maçom de
trabalhar incessantemente para a descoberta da Verdade e para o Aperfeiçoamento
da Humanidade.
O avental é um legado
que a maçonaria moderna recebeu da maçonaria operativa. Esta peça, que foi de
tanta utilidade para o Maçom operativo, já que lhe protegia a roupa, transformou-se
para o maçom moderno numa alfaia simbolizando o trabalho do Maçom. Até a sua
regulamentação pela Grande Loja Unida da Inglaterra, os aventais da maçonaria
inglesa assumiram os mais variados aspectos e formas. Simples peles
desalinhadas de cordeiro, no princípio, os aventais sofreram uma evolução
constante nos países que adotaram a instituição maçônica.
Em fins do século
XVIII era grande moda enfeitar os aventais com pinturas e bordados à mão que
reproduziam a riqueza emblemática da maçonaria. O avental é quadrado, o que
simboliza a base do cubo e também o número 4, a matéria.
A abeta é triangular,
simboliza o número 3, o espírito. A soma destes dois números é sete, o número
perfeito de Deus. O Grande Arquiteto abençoou o número7 mais do que todas as
coisas sob seu Trono: o que significa que o homem, o sétuplo ser, é a mais
dileta de suas obras.
No avental do
Aprendiz, a abeta levantada tem mais de um significado. O mais comum afirma que
é porque o Aprendiz não carrega ali suas ferramentas. Outro diz que era para
proteger o aprendiz quando carregava pedras junto ao seu peito. Ambos são
significados materiais. Há, no entanto, o significado místico, oculto e
esotérico, que diz que a abeta levantada, triangular, parte espiritual, ainda
não se afinou com o quadrado, parte material.
Por isso estão
separadas pelo cordão, que também divide o corpo de quem usa o avental. Da
cintura para baixo está a parte procriadora, material. Da cintura para cima
está a parte sensitiva, espiritual, que guarda os centros de forças ou Chakras,
Rodas ou Plexos, de acordo com o que ensina a anatomia e a fisiologia dos
hindus.
O esquadro, Nível e o
Prumo por serem instrumentos imprescindíveis as construções sólidas e duráveis,
nos recordam o papel de construtor social que o maçom tem. Seguindo as
metáforas da construção, a ordem indica a importância do comportamento
participativo, não se eximindo de sua função como construtor social,
sendo responsável e correto com seus deveres e obrigações.
No primeiro Grau
simbólico encontramos o Esquadro, a Régua, o Compasso, o Nível, o Prumo, o
Malho e o Cinzel, utensílios fundamentais ao Maçom no seu trabalho de lavrar, esquadrejar,
medir e polir a Pedra Bruta com a finalidade de transformá-la em Pedra Polida
ou Cúbica.
O Esquadro é o Símbolo
da Justiça e da Gratidão, seu ângulo reto simboliza a conduta irrepreensível
que o Maçom sempre deverá manter perante a sociedade, pautando todos os seus
atos e decisões dentro da mais absoluta retidão e equidade no trato de seus
semelhantes. Sendo o Esquadro o instrumento que se destina a dar forma regular
a todo material, serve simbolicamente, para indicar ao Maçom que sob o ponto de
vista moral, deve ser empregado para corrigir as falhas e as desigualdades do
caráter humano.
Como Símbolo da justeza
que conduz o homem à perfeição, o Esquadro torna-se o Emblema da Sabedoria e,
como tal, além de figurar sobre o Alt.’. dos JJur.’. figura também no Colar do V. M. para indicar
que ele deve ter como sentimentos os Estatutos da Ordem e agir de uma única
forma que é a retidão.
Na posição da Ordem do
Grau de Apr.’. a qual ostenta quatro
Esquadros e cuja interpretação é astronômica, porque nesta forma está contida
quatro vezes no ponto onde se cortam os diâmetros do círculo zodiacal, que os
dividem em quatro partes,correspondendo cada uma à estação do ano respectiva,
de conformidade com a inclinação do Sol em sua carreira.
O esquadro serve para
regular as nossas ações, este deve traçar os justos limites a conservar em
nossa conduta para com os nossos semelhantes.
O Compasso é um
instrumento de dois ramos de madeira ou metal, reunidos por uma de suas
extremidades de maneira a poder afastar-se ou aproximar-se uma da outra para
medir ângulos, traçar círculos de dimensões diferentes. Estes diversos círculos
nos dão a ideia do pensamento nos vários círculos de raciocínio que podem
atingir, ora largas e abundantes posições, ora a raras e estreitas conclusões,
mas todas elas sempre claras e positivas.
O Compasso da Justiça
é a própria razão que determina, não só a origem, mas ainda a legitimidade do
direito. Representa as radiações da inteligência e da consciência do homem. No
Grau de Apr.’. tem suas pontas voltadas para o Oc.’. e colocadas sob os ramos do Esquadro que são
voltados para o Or. simbolizando assim que o Apr.’. só trabalha na Pedra Bruta
e, então dela não poderá fazer uso enquanto não estiver perfeitamente polida e
esquadrejada.
Podendo-se abrir em
diversos ângulos ele passa a ser um instrumento valiosíssimo na simbologia
maçônica, assim, a 60° a espiritualidade vai dar no cosmos, a 9O Graus torna-se
o Esquadro indicando que, com esta abertura máxima os limites de espírito
humano não poderiam ser transpostos.
A Régua como
ferramenta usada para medir e delinear os trabalhos, assim como,para traçar
linhas retas, deve servir como utensílio de meditação, de consciência, de
inteligência e de cautela ao Maçom na execução de seus afazeres, ou na tomada
de decisões, que o permitam traçar na
Pedra Bruta, retas que a tornem Cúbica.
Antigo Símbolo da
retidão, do método e da lei, a Régua é considerada o emblema do aperfeiçoamento
e, como a reta não tem começo nem fim, ela também é vista como Símbolo do
Infinito. Significa ainda o meio de assegurar o cumprimento das normas do
comportamento humano sem as quais não pode haver ordem. Estas normas constituem
o equilíbrio de todas as ações, assim, elas consubstanciam uma medida que pode
ser avaliada pelos módulos da Régua.
O Nível, como Jóia do
1º Vig. é o emblema da igualdade entre os Maçons. Ele lembra aos OObr.’. da Ordem que todas as coisas devem ser
consideradas com serenidade iguale que o seu Símbolo tem como corolário noções
de medida, imparcialidade,tolerância, igualdade, além do correto emprego dos
conhecimentos. Prima pelo ideal de que ninguém entre nós deve procurar dominar
os outros.
Para Ragon é o símbolo de igualdade social,
base do Direito Natural, ao passo que para Plantagenet corresponde a igualdade
original, embora sem nivelamento de valores.
No simbolismo o Nível
é considerado como uma ferramenta passiva, é o Símbolo da nossa submissão à
Lei, que impôs a todos e perante a qual somos todos iguais
(NicoIa Aslan). O Prumo ou a Perpendicular é a insígnia do 2º Vig. e representa
a retidão da consciência e procedimento de um Irm.’. da Igualdade e da
profundeza na observação. Para os Antigos é o emblema do equilíbrio que
simboliza, ao mesmo tempo, a escada sobre a qual se encontram repartidos
desigualmente os seres da Natureza.
Para Frau Abrines o
Prumo é oSímbolo da estabilidade, da ordem, da justiça e da equidade. Mackey
analisa esta ferramenta do ponto de vista geométrico como aquilo que é vertical
e ereto, sem inclinação nem para um lado nem para outro, ou seja, em sentido figurado
significa:
Justiça - é a que não inclina para qualquer lado a não ser a
verdade. Fortaleza
- aquela que não cede ao desfavorável ataque. Prudência - aquela que segue sempre o
caminho da integridade. Temperança
- que não se desvia por apetites e paixões.
A militância maçônica
implica em direitos e deveres, porque assim é a vida social, e ao prédio onde desenvolvemos
nossos trabalhos denominamos de templo, sem ser igreja dos cristãos, nem pagode
dos budistas, nem sinagoga dos judeus, nem terreiro dos cultos africanos, nem
mesquita dos muçulmanos, mas universal, porque a humanidade é um mosaico de
crenças, de sonhos, de esperanças, de línguas e de costumes, e Deus nos fez
assim, heterogêneos num mundo heterogêneo para vivermos em paz uns com os
outros.
Os maçons procuram serem
edifícios sociais estruturados no amor às liberdades individuais e públicas, na
primazia da justiça, no aperfeiçoamento do direito.
Narciso Bastos PORTELA
– M.: I.: 33º
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