SOLITUDE MAÇÔNICA


 

O termo “Solitude” é utilizado na Psicologia e na Psicanálise para expressar, de forma reduzida, o gostar de estar sozinho. Entretanto, deixa-se bem claro que Solitude não é Solidão!

Mas o que esse conceito tem a ver com Maçonaria?

Com a Maçonaria, pouco! Com os Maçons, muito!

Conceitualmente a Ordem Maçônica “é uma associação de homens sábios e virtuosos que se consideram Irmãos entre si e cujo fim é viver em perfeita igualdade, intimamente ligados por laços de recíproca estima, confiança e amizade, estimulando-se, uns aos outros, na prática das virtudes”.

Os grifos já colocariam por terra a possível aplicação do conceito de Solitude entre nós. Porém, permitam uma alegoria.

Imaginemos que, se a Maçonaria fosse uma floresta, o conceito seria: é uma associação de árvores frondosas e vigorosas que se consideram Irmãs entre si e cujo fim é viver em perfeita equidade, intimamente enraizadas na recíproca protetiva e na geração do microclima e da retroalimentação, favorecendo umas às outras na manutenção do ecossistema.

A estrutura da floresta protege as árvores dos ventos fortes e mantém a umidade, e cada folha caída ao chão transforma-se em alimento para as demais.

Apesar dessa perfeita igualdade de função, dessa intimidade de ação e reação e do estímulo que uma possa dar à outra, isso não garante o crescimento da árvore.

O que faz a árvore, de fato, crescer é sua determinação interna. Só ela, em seu âmago, produz a força necessária para romper os torrões de terra e aprofundar suas raízes à procura de seu VITRIOL. Só ela é capaz de avaliar onde lançar seus galhos em busca da LUZ que ilumina e não cega.

Nesta alegoria, espero que os Irmãos entendam que estarmos juntos é muito bom. Contudo, o Irmão deve primeiro se encontrar.

Solitude é gostar de estar consigo mesmo. É ser Maçom pelo progresso, e não pela Ordem. É a dicotomia de entender que, embora participemos de atividades em conjunto, precisamos de um isolamento voluntário para tranquilizarmos a mente à procura da essência da Maçonaria.

TORNAR FELIZ A HUMANIDADE NÃO DEVE SER VISTO COMO UMA MISSÃO DA MAÇONARIA, MAS SIM DOS MAÇONS, POIS O LAR E A FAMÍLIA SÃO AS CÉLULAS DE TODAS AS SOCIEDADES QUE COMPÕEM A HUMANIDADE.

Às vezes nos concentramos tanto em Sessões Magnas e reuniões que nos esquecemos de que, para mudarmos o mundo, precisamos mudar o homem.

A SOLITUDE MAÇÔNICA É O ENCONTRO CONSIGO MESMO! É RESERVADAMENTE ESTARMOS SEM EQUÍVOCOS, SOFISMAS OU RESERVAS MENTAIS DIANTE DE NOSSA CONSCIÊNCIA!

O VITRIOL É A ESPIRITUALIDADE QUE SE ENCONTRA DENTRO DE NÓS MESMOS!

Quando ela é encontrada, brota a fonte límpida e inesgotável do autoconhecimento e da autoconfiança e nos tornamos geradores de Luz.

Neste ­17o ano de compartilhamento de instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permanecemos no nosso propósito maior de disponibilizar uma curta reflexão a ser discutida em Loja. O Ritual não pode ser delapidado. A Ritualística deve ser seguida integralmente. O Quarto-de-hora-de-estudo é fundamental em uma sessão Justa e Perfeita.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente

Sérgio Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024

 

PLACET DE ETERNO RECOMEÇO


 

O que diria o Maçom ao seu eu, ou à sua própria pedra?

O que diria o filósofo a si de seu, ou ao tempo e à era?

O escultor a uma perfeita e polida esfera?

Não é estranho que todos, nobres, ricos, príncipes e Reis

E pessoas comuns como eu e vocês

Sejamos todos construtores, com diversos papéis, ou da vida talentosos atores

Para o ato da peça de agora, e ao do final desfecho

Cortinar da decisiva hora, o fecho!

E assim, com humildade, cada um recebe, terno e percebe, de trabalho, o real ofício

Um conjunto de instrumentos, uma tarefa mui árdua e difícil, e um livro de luzidas regras:

E a cada um, deve o fazer conforme virtuoso o nobre tento, e sem na obra haver fissuras ou quebras

E antes que a efémera vida feneça, calmamente, e ao longo vento em uivo se entristeça, despeça

E antes que reste, somente, da vida o pesado lamento e triste peça

Construamos, esculpimos, com a arte acrisolada a pedra

A cada cinzelar dilema, escolhe:

Ou uma polida escultura acácia etérea

Ou o horror de tropeço e disforme e impolida pedra

Ou o mais acurado e luzidio fulgor

Ou da mais profunda e trabalhada escultura interior

Pega do teu cinzel, a aprendizagem de livre talante

Escolhe, no sábio caminho real marcante

Decide avante – a dor ou edificante amor?

Da polidez retirada escuridão e dor

Placet de eterno recomeço amor…

Alexandre Fortes, 33º – CIM 285969 – ARLS Cícero Veloso n° 4543 – GOB-PI

 

COLMEIA – UM SÍMBOLO PERDIDO DA MAÇONARIA


 

Este importante símbolo maçônico foi ignorado (ou talvez seja desconhecido) por praticamente todos os escritores Maçons.

Até mesmo a literatura internacional versa pouco sobre este símbolo, presente desde a cultura egípcia, passando pelos romanos, usado pelos cristãos primitivos, e que, posteriormente, inspirou imperadores, como Napoleão.

Com exceção do ser humano, qual o outro ser vivo que trabalha muito e em equipa, vive em comunidade, produz diferentes tipos de materiais, constrói casa para milhares de iguais, e tem forte hierarquia e disciplina?

A abelha trabalha duro e sem descanso, não para ela, mas para a comunidade.

Ela produz e ela constrói. Ela vive em harmonia com a natureza. A colmeia é o grande emblema do resultado do trabalho da abelha, da sua capacidade de construir algo em prol de todos. A abelha é o ser construtor, assim como o Maçom o pretende ser.

A partir disto, é fácil compreender como a colmeia se tornou um símbolo maçônico presente em antigos estandartes e aventais, e no Grau de Mestre Maçom, dos Rituais mais antigos da nossa Ordem. Não se sabe a partir de quando a Colmeia passou a constar nos Rituais maçônicos, mas já estava presente na Maçonaria desde, pelo menos, o início do século XVIII, como evidencia um catecismo maçônico irlandês datado de 1724:

“Uma abelha tem sido, em todas as épocas e nações, o grande hieróglifo da Maçonaria, pois supera todas as outras criaturas vivas, na capacidade de criação e amplitude da sua habitação. Construir parece ser da própria essência ou natureza da abelha”.

Há vários registros de colmeias, como parte integrante e de destaque de Templos e Rituais maçônicos, em Inglaterra, Irlanda, Escócia e EUA, no século XVIII. Porém, com a renovação dos Rituais, em boa parte do Reino Unido, a partir de 1813, este importante símbolo foi de certa forma, ignorado, surgindo, uma vez ou outra, em Lojas de Pesquisa, com exceção da Maçonaria americana, que manteve a sua importância no Ritual.

Para se ter uma melhor compreensão do significado maçônico da Colmeia, segue pequeno trecho adaptado do Monitor de Webb:

“A Colmeia é um emblema de indústria e operatividade. Ela ensina a prática destas virtudes a todos os homens. Viemos ao mundo como seres racionais e inteligentes; como tais, devemos sempre ser trabalhadores, jamais nos entregando à preguiça, e quando os nossos companheiros necessitarem, se estiver ao nosso alcance, auxiliá-los… Aquele que não buscar trazer conhecimentos e entendimento ao todo merece ser tratado como um membro inútil da sociedade, indigno da nossa proteção como Maçons”.

Enfim, um dos símbolos maçônicos com significado e ensinamentos mais profundos, simplesmente perdido nas brumas do tempo e nas páginas das incontáveis “revisões” promovidas pelos “sábios” de outrora.

Este é um verdadeiro “símbolo perdido” da Maçonaria.

Bernard Emile Pels

 

A FORÇA DA UNIÃO


 

Meus IIr.’., usando da leitura, eu vou ler uma pequena prancha que escrevi, porque não tenho o dom da palavra, e através da leitura acredito eu que será mais fácil expressar meu verdadeiro sentimento. 

Eu pediria aos IIr.’. que prestassem muita atenção, e abrissem seus corações e após a leitura meditassem um pouquinho e depois fizessem um breve julgamento dentro de cada um deles, que poderíamos chamar, “um encontro com Deus, e conosco mesmo”.

SER MAÇOM:

É ser amante da Virtude, da Sabedoria, da Justiça e da Humanidade, sem falsos preconceitos; 

É ser amigo dos pobres e desgraçados, dos que sofrem, choram, têm fome e sede de justiça; 

É querer a harmonia familiar, a concórdia dos povos e a paz ao gênero humano; 

É espargir por onde passa os esplendores divinos da instrução e do conhecimento, educando a inteligência para o bem; 

É abrir os braços à humanidade, dentro do sublime preceito: “Amai-vos uns aos outros, formai uma única família e sede todos os irmãos”; 

É esquecer as ofensas recebidas; ser bondoso, inclusive para com os inimigos; não odiar ninguém; praticar a Virtude; pagar o mal com o bem; 

É amar a LUZ e aborrecer as TREVAS; ser amigo da CIÊNCIA e combater a IGNORÂNCIA; render culto à RAZÃO e à SABEDORIA; 

É praticar a TOLERÂNCIA e exercitar a CARIDADE sem distinção de raças, crenças ou opiniões; 

É lutar contra os falsos PRECONCEITOS, a HIPOCRISIA e o FANATISMO; 

É ser um eterno investigador da VERDADE. 

 Meus IIr.’. , ser maç.’. , é um compromisso muito sério, e como toda atitude séria, depende de uma boa concentração; nossa Oficina não poderia ser diferente, ela depende também de nossos esforços e de nossa união, de nossa lealdade, de empenho, e da capacidade de nos transportarmos do mundo profano, para a espiritualidade maçônica, em busca de luz e energia positiva. 

Para adentrarmos ao templo, abandonamos nossos pensamentos profanos, então damos início aqui a mais uma de nossas sessões. 

Aqui, farei uma pausa, e usarei uma máquina, para dela tirar um exemplo de sincronismo. 

Se a máquina tiver um motor perfeito, e seu dono achar que isto será suficiente para executar um bom trabalho, em pouco tempo ele, (o dono) vai perceber, que algo está errado. 

A máquina depende desde o menor parafuso, até seu magnífico motor, tudo, deverá estar trabalhando em perfeito sincronismo, em qualidade e perfeição. 

Mas essa máquina após feita sua manutenção, basta que o operador dê um comando, que ela executará os serviços. Ela não pensa, ela não tem sentimentos. Nem má, e nem bons, ela apenas executa o comando. 

Nós somos seres pensantes, temos sentimento, e almejamos um objetivo; e as vezes em busca desses objetivos, muitas vezes egoísta, atropelamos os sentimentos, ou até mesmo criamos problemas para o bom desempenho da nossa Sagrada Ordem. 

Portanto:

Ao procurar- a falha de alguém, devemos ensinar. 

Ao julgar – devemos procurar orientar. 

Ao, em vez de ser falso para nosso próprio coração; devemos ser puros e verdadeiros. 

Devemos ter um coração em harmonia como nós, com Deus, e com o próximo. 

Devemos Amar e praticar a liberdade, a igualdade, e a fraternidade, não na leitura e nas palavras, mas no coração de cada um de nós. 

Então meus IIr.’. muito em breve atingiremos nossos objetivo em busca, da luz emanada do G.’.A.’.D.’.U.’.; e só assim teremos nossos sonhos realizado; que é SER MAÇ.’.. 

Autor: Ir.’. Gilberto H. dos Santos • ARLS Mensageiro da Luz 60

 

RELIGIÃO É MORAL


 

Quando os homens pré-históricos procuravam respostas para os eventos calamitosos, que aconteciam no mundo caótico em que viviam, cheio de erupções vulcânicas, tornados, secas, enchentes, quedas de meteoros, frequentemente buscavam explicações sobrenaturais.

Assim, por exemplo, algumas tribos acreditavam em espíritos travessos ou mesmo maus. E que os humanos teriam que fazer sacrifícios e adorar esses maus espíritos, na esperança de que eles não fizessem coisas negativas, coisas ruins para eles, por exemplo, arruinar seus alimentos e caças ou atacá-los com uma doença horrível.

As primeiras sociedades começaram como famílias individuais e depois como grupos étnicos. Então, os nossos ancestrais usaram a crença em uma divindade ou divindades para construir um dos alicerces das sociedades humanas complexas.

Na busca por uma teoria para explicar as características da evolução humana, muitos antropólogos estabeleceram a “hipótese do deus moralizador”, argumentando que a crença em uma figura divina que tudo vê e sabe, que julga e castiga, foi criada com o desenvolvimento das sociedades complexas.

Ao longo da história humana, as práticas e os rituais de crenças religiosas surgiram de forma independente e espontânea em todo o mundo, e sua ascensão, na maioria das vezes, coincidiu com a transição de grupos desorganizados de caçadores-coletores para as sociedades complexas com regras, governos e costumes.

Então, quando os grupos e os reinos começaram a interagir, se fundir e crescer, os chefes e governantes precisavam de um único padrão moral para manter todos na linha, assim, a religião se tornou o elemento do controle do povo.

A religião era uma maneira poderosa e útil de forçar que as pessoas se comportassem de acordo com um padrão moral, elas tinham que cumprir esses preceitos morais porque, se não o fizessem, seriam punidas por deus. Um deus irado, censurador, um verdadeiro magistrado intrometido.

As religiões dependem da ideia de que os humanos podem ser punidos se não seguirem um código moral estabelecido por deus. Essa regra de cumprir um código moral, se aplica até mesmo a credos sem uma divindade, como o karma no budismo e no espiritismo.

Algumas pessoas acreditam que precisamos da religião para sermos morais, para nos dar um senso de certo e errado e nos ajudar a sermos 'bons'. Elas afirmam que a religião estabelece um padrão de moralidade, e que deus premia o bom comportamento e pune o mau. Outros dizem que é perfeitamente possível ser moral e feliz sem acreditar em deus ou deuses. Dezenas de estudos ofereceram suporte para essa hipótese.

Além disso, o resultado de estudos concluiu que, a desobediência as regras morais divinas, são um dos motivos dos humanos passarem de pensar “os deuses estão com raiva!” para os “deuses estão com raiva por minha culpa”, passando a responsabilidade da punição do grupo ser individual.

Foram identificados deuses moralizadores em 20 das 30 regiões que foram examinadas por um grupo formado por um antropólogo, um historiador e um biólogo evolutivo, que criaram o Seshat. Um banco de dados internacional da evolução cultural humana, com o nome da antiga deusa egípcia da sabedoria, conhecimento e escrita, Seshat.

O estudo abrangeu dos deuses celtas na França, aos hititas na Turquia e os espíritos ancestrais no Havaí. Com base nas análises os pesquisadores, concluíram que os deuses morais foram criados com o aumento da complexidade das sociedades, nasceram com o crescimento da maioria das construções sociais. Porém, os pesquisadores descobriram que no império inca do Peru, o povo acreditava em deuses moralistas vingativos, antes que hábitos sociais complexos, como a escrita, florescessem.

O filósofo alemão Immanuel Kant, um dos principais pensadores do Iluminismo, afirmou que não há nenhuma conexão entre religião e moralidade. A moralidade é muito mais antiga que a religião. Nós fomos seres morais por muitos anos antes de sermos religiosos. E, sem dúvida, algumas religiões não são morais de forma alguma.

Estamos acostumados com a ideia de deuses poderosos no céu cuidando de nós e nos dizendo como sermos bons. Essa é a base do cristianismo, islamismo e judaísmo. Mas essas são religiões relativamente recentes em termos da história do desenvolvimento humano.

E mesmo hoje nem todas as religiões seguem o modelo padrão de um deus bondoso cuidando de nós. O budismo, por exemplo, não segue esse modelo. Os humanos podem ter tido algumas crenças sobrenaturais, mas nem sempre foram, e não precisam ser, morais.

É uma suposição comum a muitas pessoas, que um país muito religioso é mais cumpridor da lei, moral e menos violento do que um que não é religioso. Mas este não é o caso. De acordo com a organização sem fins lucrativos Vision of Humanity, que publica anualmente o Índice “Paz Global”, as dez nações mais seguras e pacíficas do mundo são as que menos acreditam em deus, enquanto as nações menos seguras e pacíficas são as mais religiosas.

Isso significa que uma fraca crença religiosa pode causar mais bem-estar a sociedade, enquanto, uma crença religiosa muito forte, pode trazer mais problemas sociais. Isso pode significar que problemas sociais, falta de atendimento a necessidades básicas e ausência de instituições que garantam estado de direito, podem levar as pessoas a recorrerem à religião por desespero. Quando a situação social e econômica é boa, as pessoas não precisam colocar sua fé e esperança na religião.

Então, de acordo com índice “Paz Global”, está claro que países seculares e não religiosos, como o Reino Unido, não são afetados negativamente pela ausência da fé e da moral religiosa.

No início do século XXI, uma olhada casual nos conflitos mundiais mostra que a religião está no centro de grande parte dos conflitos ao redor do globo. Muitas vezes, a religião é a causa de conflitos por questões controversas.

Todas as religiões têm seus dogmas, tradições e crenças, que os seguidores devem aceitar sem questionar, isso pode levar à inflexibilidade e a intolerância diante da moralidade religiosa, contra outras crenças e ateus. Afinal, se é a palavra de Deus, como alguém pode transigir? Ao mesmo tempo, as escrituras sagradas e os dogmas religiosos costumam ser vagos e abertos à interpretação.

Portanto, podem surgir conflitos sobre qual interpretação é a correta, um conflito que, em última análise, não pode ser resolvido, porque não existem árbitros.

O que acho mais questionável sobre tudo isso, não é só um país querer construir valores e padrões morais fundamentados numa religião, mas, querer ignorar as consequências negativas, práticas e emocionais que acompanham essa imposição.

A visão contemporânea de mundo, tornou a moral intelectualmente isolada da fé religiosa, pois, a religião de certa forma contribuiu e contribui com os horrores do mundo.

Eduardo G. Souza

EGRÉGORA – ENERGIA CONCENTRADA


 

Egrégora – Energia concentrada da coletividade.

Todo agrupamento de seres, gera uma força de coesão que mantém o grupo unido, não importa se consciente ou não. Isso possibilita um poder, um vigor que pode ser usado para uma batalha ou trabalho grupal, incitando a participação individual na busca do objetivo. Observamos isso na natureza em todos os seres vivos, é uma ação instintiva e por vezes incontrolável, a não ser por um poder mais forte que iniba a ação.

A força criada pelo agrupamento sempre é estimulada e utilizada por um elemento que se destaca do grupo (um líder) direcionando essa energia para um objetivo que o grupo pode acatar seguindo-o ou dissolver-se lentamente.

Essa força é criada pelo nosso cérebro (tendo como causador nossa vontade, com boas intenções ou não, podendo ser dissimulada) que é um acumulador e gerador de energias que já estão identificadas e mapeadas pela ciência. O eletro encefalograma (como exemplo) mede essas forças nominando-as como ondas:

Ondas Épsilon, frequência abaixo de 0,5 Hz(1): favorece estágios profundos e avançados de meditação; estados de êxtase da consciência; inspiração e criação de alto nível; intuição espiritual e experiências místicas fora do corpo.

Ondas Delta, frequência entre 1/3,9 Hz: sono profundo sem sonhos; hormônio de crescimento liberado; perda de consciência corporal; relaxamento físico profundo; acesso à mente inconsciente coletiva.

Ondas Teta, frequência entre 4/7,9 Hz: consciência reduzida; sonhos; meditação profunda, intuição; favorece a aprendizagem e memória; alta criatividade, picos de intuição e inspiração; cura espontânea; ação da hipnose.

Ondas Alfa, frequência entre 8/13,9 Hz: atenção relaxada (calma) e boa saúde; coordenação mental; memória de longo prazo; criatividade e visualização; associado à meditação leve; relaxamento “acordado”.

Ondas Beta, frequência entre 14/30 Hz: linear, pensamento do hemisfério esquerdo; associada ao estresse, ansiedade e ao medo; ondas não sincronizadas; útil para memória de curto prazo e trabalhos de rotina; pensamento consciente, foco externo; sujeita a alterações emocionais, a mais instável e a que estamos funcionando no dia-a-dia.

Ondas Gama, frequência entre 30/100 Hz: hiperconcentração e foco; fundamental para a autoconsciência e discernimento; não é bem compreendida, mas ligadas à percepção e atenção.

Essa energia é cumulativa, quando estimulada com consciência produz resultados independentes de ações físicas; agem num plano além do físico atingindo as mentes que se identificam com interesses mais elevados, não importando tempo ou espaço, é uma “mobilização das reservas latentes do cérebro” estabelecendo um equilíbrio dessas frequências.

O termo que utilizamos em nossa Ordem é Egrégora (2) que corresponde ao estado de consciência dos integrantes da Loja, onde frequentamos e nos manifestamos; “é um conceito “espiritualista” moderno (3) segundo o qual a conjunção de pensamentos de um grupo forma uma espécie de entidade viva e invisível, capaz de auxiliar os membros de tal agrupamento”. Esse “estado de consciência” é estabelecido com a comunhão (4) (com o empenho, dedicação e auxílio) de todos que participam dos nossos trabalhos através de nossa Ordem, gerando uma força que pode ser utilizada fortalecendo a Instituição. É enfraquecida quando há um distanciamento dos Princípios Gerais que nos unem, dissociando seus fins – Liberdade, Igualdade, Fraternidade (5).

Essas frequências quando equilibradas na Loja, quando correspondem com o grau de consciência de cada um (mesmo propósito), se tornam um campo gerando um crescimento da Loja e dos IIr.’. (6) proporcionando a fixação dos princípios propostos pela Ordem e estimulando o grupo a promover ações que possam dignificar a coletividade, orientando-a e auxiliando em sua existência.

O trabalho formal exercido pela ritualística, promove em nossas mentes uma integração em nossa percepção e atenção, proporcionando uma sessão coerente e harmônica aumentando a eficiência do mecanismo cerebral através da regularidade da prática. É uma meditação. É preciso ter nossos princípios “incorporados” e ter disciplina na execução ritualística para fortalecimento dessa “energia”.

Cabe lembrar que toda frequência que se propaga pelo espaço normalmente não é percebida pela nossa consciência, mas atingem nossos órgãos receptores e podem ser percebidas em formas compreensíveis.

O que vindes aqui fazer? 

ADENDA:
“Nosso planeta tem um campo eletromagnético que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera, perto de 100 km acima de nós. Esse campo possui uma ressonância (ressonância Schumann) e recebeu este nome porque foi constatado pelo físico alemão Schumann (7) em 1952. É mais ou menos constante, da ordem de 7,83 pulsações por segundo. Não podemos ser saudáveis fora desta frequência biológica natural.

Por milhares de anos, a Terra permaneceu nesta vibração. A partir dos anos 80 e de forma mais acentuada a partir dos anos 90 essa frequência passou de 7,83 Hz para 11Hz e depois para 13 Hz. Com essa alteração, aumentaram as perturbações climáticas e atividades sismológicas, criando desequilíbrios no planeta e no comportamento das pessoas. ” 

José Eduardo Stamato, M.’.I.’.
ARLS Hórus 3811, REAA
Santo André – Grande Oriente de São Paulo, Brasil
 

NOTAS
(1) Hertz – unidade de frequência equivalente à frequência de um fenômeno periódico cujo período é de 1 segundo. Nome atribuído em homenagem ao Engenheiro Elétrico alemão Heinrich Hertz (1857/1894), que confirmou a tese de Maxwell que estabelecia a identidade de transmissão entre a eletricidade, a luz e o calor irradiante; descobriu também a ação exercida pela luz ultravioleta nas descargas elétricas.
 (2) Do grego egregorein significando «velar, vigiar».
 (3) As pesquisas atuais confirmam essas frequências cerebrais como alicerce no equilíbrio da mente e do corpo; o termo “espiritualista” pode confundir a verdade atrás dos fatos comprovados.
 (4) Participação em comum de crenças, ideias ou opiniões.
 (5) Não há Liberdade quando o I. ’. sobrepõe-se sobre os demais; não há Igualdade quando um ego está exaltado; não há Fraternidade quando um Ir.’. considera-se o centro.
 (6) Em nossos rituais é informado pelo Cobridor (um guardião) que o Templo está “protegido”, isto é, estima-se que todos os presentes estão “preparados”, isto é, em harmonia para os trabalhos. O Templo é interior, de cada um dos IIr.’.
 (7) Winfried Otto Schmann (1888/1974), demonstrou que a Terra é cercada por um campo eletromagnético pulsante com a frequência de 7,83 Hz, embora essa ressonância já havia sido detectada por Nikola Tesla (Austríaco de nascimento e naturalizado norte-americano – 1856/1943) 60 anos antes. Tesla criou (1893) a transmissão sem fio de energia para aparelhos eletrônicos com a criação do projeto Wardenclyffe Tower, mencionado hoje como inacabado.

BIBLIOGRAFIA
Wikipédia – A enciclopédia livre – WEB
Dicionário da Franco-Maçonaria – Alec Mellor – Ed. Martins Fontes
(Neste dicionário, a explicação foi de expor de uma maneira inteligível (para a época) o que se apresentava como obscuro sem uma base real.)

 

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