VELHOS MAÇONS, NOVA MAÇONARIA


 

A maçonaria ainda é forte e respeitada pelo sigilo que a envolve tornando-a misteriosa para a sociedade profana, que vê nos maçons gente diferenciada e capaz de promover mudanças no meio em que atua.

 Nos últimos tempos sabemos que a Ordem perdeu espaço e deixou de trabalhar tão dedicadamente pelo engrandecimento do homem, da comunidade e da pátria, como fazia antigamente.

Sinto que em alguns aspectos Ela caminha lenta e não vai além dos limites de seus muros, o que contraria sua filosofia de avançar e levar a todos o conhecimento e a capacidade de mobilização que sempre teve, e que precisamos fazer ressurgir para não trairmos nossa vocação de sociedade moderna e progressista.

O desinteresse de alguns e a falta de disciplina de muitos de seus membros, tem nos levado a momentos de desânimo e falta de vontade para enfrentar a vida que pulsa fora dos templos.

Precisamos arregaçar as mangas dos balandraus e “meter a mão na massa”, erguer colunas firmes e ao mesmo tempo por abaixo os muros da apatia, da falta de vontade e laborar mais.

Como poderemos sair deste momento desfavorável e iniciar uma nova fase de progresso, se ainda se ouvem lamentos menores e sem sentido desde o oriente ao ocidente que ecoam em todas as latitudes dos templos?

Uns dizem “é um eterno bater de malhete” ou “o venerável não faz nada” ou ainda  “me desiludi com a ordem” e na hora do trabalho não participa no grupo minoritário que sempre leva a Loja “nas costas” segurando na corda de 81 nós, enlaçando os irmãos em união de pensamentos e de objetivos.

Aos desmotivados perguntemos: quando foi a última vez que você apresentou um trabalho em Loja, ou fez uma sindicância, ou ligou para o venerável para ao menos saudá-lo?

E a um irmão enfermo, quando fez uma visita?

E mais, tem ele motivos justificados para seu alto índice de absenteísmo?

Ouço dizer que precisamos escolher bem os profanos para Iniciar na maçonaria, mas, e nós, fomos boa escolha?

Devemos começar uma fase revigoradora pelo estudo da filosofia chamando todos à responsabilidade, exigindo que cada um cumpra seu papel.

A ordem maçônica não tem inimigos externos declarados, capazes de derrubá-la.

Sua fragilidade está dentro de seus próprios templos, com membros apáticos em estado quase letárgico, incapazes até de refutar ordens Superiores que insistem no retrocesso e semeiam desunião e ódio.

Aprender é fácil, basta uma leitura detalhada do ritual, um mínimo conhecimento de nossas leis, ou uma consulta a um mestre estudioso de nossa filosofia, e ler boas obras de maçons estudiosos (Spoladore, Xico Trolha, Castellani, Varoli Filho e outros) que nos ensinem como deve se comportar um maçom em sua Loja, e no seio da sociedade em que vive.

A Ordem é secular, mas seus objetivos são do 3º milênio, atualíssimos apesar de nós.

Ir Laurindo Roberto Gutierrez

Loja Maçônica Regeneração III - Londrina- PR - Maio/2009

 


ANO NOVO MAÇÔNICO


 

O calendário maçônico é a maneira particular utilizada pelos maçons para numerar os anos e designar os meses.

O ano um do calendário maçônico é o Ano da Verdadeira Luz – Anno Lucis em Latim. Ele marca o início da Era da Verdadeira Luz (VL). Antes que o Anno Lucis aparecesse a partir do século XVIIIe nos documentos ingleses, os temos Anno Masonry e depois  Anno Latomorum , Anno Lithotomoru ou Anno Laotomiae (Era dos Cortadores de Pedra)

1. A datação do Ano da Verdadeira Luz seria baseada nos cálculos de James Ussher, prelado anglicano nascido em 1580 em Dublin. Ele tinha desenvolvido uma cronologia começando com a criação do mundo segundo o Genesis que ele estimava em 4000 A.C. baseando-se no texto Massorético ao invés da Septuaginta 

2. O Pastor Anderson a defendeu em suas Constituições de 1723 para afirmar simbolicamente a universalidade da Maçonaria através da adoção de uma cronologia supostamente independente de particularidades religiosas, pelo menos no contexto britânico da época. A data escolhida para o início da Era maçônica é 4000 antes da Era Comum.

O ano maçônico tem a mesma duração do  ano gregoriano, mas começa em 1° de Março como o ano Juliano ainda em vigor na época da redação das Constituições de Anderson. Ela tomou o milésimo do ano gregoriano em andamento e aumentou 4000, os meses são designados apenas por seus números ordinais.

Exemplos:

 29 de Fevereiro de 2004 era o  29° dia do 12° mês do ano 6004 da Verdadeira Luz

O ano maçônico tem duas festas:  São João de Verão (João Batista, comemorado em 24 de junho) e São João de Inverno (João Evangelista, comemorado em 27 de Dezembro), coincidindo simbolicamente com os solstícios.

FONTE: BIBLIOT3CA FERNANDO PESSOA

E-Mail: revista.bibliot3ca@gmail.com – Bibliotecário- J. Filardo

 

O EDIFÍCIO SOCIAL E A MAÇONARIA


O edifício social é construído para que o cidadão possua o atributo humano para desenvolver a sua dignidade e desde era remota vem desenvolvendo a sua humanidade em sociedades cada vez mais organizadas e complexas.

Na Maçonaria o Maçom destaca a honra e nobreza já perseguidas desde sociedades mais antigas e combate os inimigos da dignidade humana: a falsa liberdade, aquela que transforma a vida para o mal em resultado de vida e procedimentos dissolutos como desregramento moral; promoção da falsa ordem que redunda em anarquia, a falsa humanidade como consequência do despotismo das massas.

Estas ideias de combate surgiram no iluminismo alemão e foram introduzidos nas leis e dispositivos legais hodiernos.

Com o crescimento da população e conspiração ideológica, o estabelecimento destas leis colocou fora do controle a sua aplicação. O progresso tecnológico deu lugar a guerras de dominação sem lutas armadas e onde passaram a figurar povos dominantes e dominados em larga escala.

Desapareceram as classes dos escravos e homens livres; hoje todos estão de alguma forma presos ao um nefasto sistema onde uma minoria explora a maioria nos seus próprios prejuízos, em detrimento do edifício social que vai desfalecendo. Presa de paixões e vícios a sociedade humana derruba constantemente a soberania da igualdade e da justiça.

Aquela dignidade que era respeitada de forma natural pelos antigos passou a ser aviltada e desrespeitada no edifício social hodierno que obriga aos miseráveis e oprimidos a se escravizarem de forma indigna para sobreviver.

Negam-se às pessoas os direitos mais rudimentares de liberdade, desviando-os do estado de direito e gerando homens desesperados que enveredam ao crime organizado, quebrando uma cultura natural que também tinha os seus defeitos, mas preservava valores hoje esvaziados e ridicularizados.

A instituição familiar está de tal forma arruinada que, para coibir o crescimento populacional os governos permitem, e até incentivam, a união conjugal de pessoas do mesmo sexo. A violência não é combatida de forma eficaz apenas para manter o terror e a submissão. A saúde é negligenciada para reduzir a sobrevida do cidadão e diminuir a população.

O Maçom estuda as diferenças entre orgulho, vaidade e egoísmo para esta época marcada pelo avilte da dignidade humana onde ele se levanta contra a tendência de desestruturação do edifício social, inspirado na lenda da Torre de Babel descrita na bíblia judaico-cristã e que representa a confusão e desestruturação da sociedade.

O mundo civilizado vive em permanente atividade para desconstruir a sociedade, gerando conflitos sociais e derrubando o edifício social na sarjeta; é do interesse das classes dominantes manter os mais fracos submissos ao seu sistema de domínio. Grandes humanistas como Joaquim Nabuco e Rousseau, no seu tempo, já apontavam para esta degradante situação e nos seus trabalhos filosóficos buscam resgatar a humanidade do retorno à barbárie.

O Maçom é inspirado a levar para a sua célula social a devida reação contra toda e qualquer injustiça promovida pelos grandes e poderosos.

Prove auxílio para os que sofrem alguma forma de tratamento desigual pela justiça, delatando juízes e políticos prevaricadores e corruptos. Auxilia aos que foram aviltados por extorsões, abusos e violências. É inspirado a estabelecer justiça humana condizente com as necessidades para estabelecer a dignidade humana e estabilizar as bases da sociedade ordeira e progressista.

Incentiva-se a integridade mantida a semelhança de Noé, quando este foi justo e modesto fugindo ao orgulho que vitimou o planejador do projeto da edificação que deveria alcançar as nuvens e ficou conhecida como torre de Babel, símbolo da confusão hoje representado pelo sistema que oprime e escraviza.

A dignidade humana com liberdade é o meio necessário para que o homem construa o edifício social assentado nos valores da natureza humana. O respeito pela liberdade faz o homem equilibrado constituir a sociedade organizada no humanismo, valorizando o homem.

Dignidade só aflora com liberdade. E isto só se conquista quando se reconhecem os valores internos do homem e não as suas posses materiais ou dotes intelectuais. A vaidade é a pior componente do avilte do homem por outro homem.

Descendente do sentimento social e do desejo de aprovação que condiciona os homens a se tornarem agradáveis como exercício de falsidade e hipocrisia; faz com que um homem queira ser mais importante que o outro, é quando o orgulho, a auto-estima em demasia o leva a promover a submissão de outros homens pela força. A consequência disto leva ao desmontar do edifício social.

A escravidão nos antigos moldes é rara nos dias de hoje. A subjugação do homem é parcial, mas tão repugnante como a antiga, onde um ser humano podia ser conduzido a uma condição de propriedade de outro.

O que avilta os alicerces do edifício da sociedade de hoje é a ultrajante desigualdade social que pode ser resolvida por vontade política. Existem recursos financeiros, humanos e tecnológicos suficientes para eliminar a mácula da servidão e miséria em questão de pouco tempo.

Mas como hoje as pessoas são dominadas pela economia, tecnologia e falta de acesso aos bens de consumo e oportunidades em virtude da presença de imensos e intransponíveis vales do desnível social, esta realidade parece querer perpetuar-se.

O edifício social humano melhorou em artificialidades e técnica, mas não em valores sociais; nisso a degradação e desmonte é visível – existe uma grande opressão à dignidade humana em virtude da dificuldade de acesso a melhores oportunidades e suporte de condições de vida em decorrência do manipulado descontrole econômico ao sabor dos interesses de uns poucos grupos de poder mundial.

Na Maçonaria busca-se a presença da premente necessidade do despertar da consciência individual, de consciência universal para obter liberdade necessária para nutrir a dignidade e construir uma sociedade liberta em sentido lato.

Não é o caso de nova ideologia político partidária, mas de marcha em sentido de restaurar valores e elevar o respeito à dignidade humana num pedestal onde o egoísmo humano não a possa tocar. Isto faz aflorar uma nova organização social.

É pela reorganização dos pilares que suportam a justiça social que o homem adquire a liberdade necessária para obter dignidade de vida e de onde obtém forças para construir um edifício social digno para si e seus descendentes. Com o aparecimento e desenvolvimento da liberdade individual despertará a consciência social e a vontade de servir às causas comuns da sociedade.

As palavras na constituição são lindas e poéticas, mas a sua consecução é um desastre em virtude da falta de força e do interesse alienígena de fazer do povo escravos para o sistema aviltante que escraviza. Tem a dignidade humana como fundamento, mas esta é apenas teoria. Fala-se em erradicação de pobreza, que poderia ser eliminada num soco só, bastaria, para tanto, apenas vontade política.

Ao invés disto criou-se uma geração de dependentes e indolentes sem vontade alguma de trabalhar para construir e manter os valores do edifício social. Inclusive contém nos seus artigos previsão que coíbe tratamento degradante e aviltante, mas a realidade dos corredores de hospitais, escolas e lares estão recheadas de péssimos exemplos de má gestão da coisa pública, quando não desvio de verbas e outros crimes de lesa-pátria.

Arrogam-se proteção aos desamparados e esta não passa de mero ensaio, de um faz de conta que não tem fim. Propala-se a base da ordem social e do bem estar e justiça social e isto não passa de teatro, encenação até bem pobre, pois é notória até ao mais simples cidadão.

Dispositivos legais existem em profusão, mas não protegem a dignidade humana, antes, degradam-na e aviltam de forma ultrajante. Leis existem, mas faltam força e vontade na sua aplicação.

Para o edifício social existir na sua plenitude, a ação conjunta da sociedade deve fortalecer os direitos fundamentais do homem com liberdade; só então este poderá conquistar vida digna. O que impede a aplicação do diversificado cabedal de boas leis é ganância, vaidade, orgulho e outros pecados.

Apenas o amor é capaz de tornar os homens mais modestos e livres.

Longe de paixões e desejos exagerados passarão a enobrecer a pratica de virtudes, obedecerão às leis, respeitarão os direitos dos outros e cumprirão os seus deveres de forma aceitável e natural.

A educação estará em primeiro plano no planejamento dos governantes. Liberdade de imprensa e da palavra possibilitará correção de rumos.

Assim que o Maçom acorda em si esta disposição ele fará a diferença no mundo em que vive. Se o fizer no seu lar já é bom. Se obtiver o privilégio de dirigir a política e chegar ao ponto de poder influenciar nas decisões de poder e com a sua atuação construir o edifício social, então dar-se-á glória ao Grande Arquiteto do Universo e o homem escravo recuperará naturalmente a sua dignidade.

Charles Evaldo Boller

Bibliografia

ANATALINO, João, Conhecendo a Arte Real, A Maçonaria e Suas Influências Históricas e Filosóficas, ISBN 978-85-370-0158-5, primeira edição, Madras Editora limitada., 320 páginas, São Paulo, 2007;

GREGÓRIO, Fernando César, Ética e Maçonaria, Opúsculos do Livre Pensamento, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha limitada., 190 páginas, Londrina, 2005;

ISRAEL, Jonathan I., Iluminismo Radical a Filosofia e a Construção da Modernidade 1650-1750, Radical Enlighttenment, Philosofy, Making of Modernity, 1650-1750, tradução: Cláudio Blanc, ISBN 978-85-370-0432-6, primeira edição, Madras Editora limitada., 878 páginas, São Paulo, 2009;

ROHDEN, Humberto, Educação do Homem Integral, primeira edição, Martin Claret Editores Limitada, 140 páginas, São Paulo, 2007;

ROUSSEAU, Jean-Jacques, A Origem da Desigualdade Entre os Homens, tradução: Ciro Mioranza, primeira edição, Editora Escala, 112 páginas, São Paulo, 2007;

SOFISTE, Joarez, A Problemática do Homem, ISBN 978-85-99396-09-04? Primeira edição, Quadrioffice Editora, 234 páginas, Curitiba, 2009.

 

NATAL E A MAÇONARIA 2


 À primeira vista, o Natal não tem conexão intrínseca com a fraternidade da Maçonaria. O que quero dizer com isto é em nenhum lugar nos graus que ela se vincula a qualquer feriado particular na sua prática, em particular a época de Natal.

Existem, porém, certas celebrações que se tornaram parte da fraternidade e que estão ligadas a um dos símbolos interessantes que está no cerne da prática. Sem qualquer referência específica, diz-se que os Maçons vêm de uma Loja do Santo João; o porquê e como, específicos desta ligação perdem-se nas areias do tempo metafórico, mas alguma conexão infere um equilíbrio para o equinócio celestial (do Verão até ao Inverno e vice-versa).

Através desta ligação, o Inverno seria representado por São João Evangelista, cuja festa cai no dia 27 de Dezembro.

Este Santo S. João tem um significado simbólico interessante, pois, como S. João Baptista (que representa o outro Santo S. João) foi o precursor da vinda de Cristo, João Evangelista é considerado o primeiro discípulo no Lago de Genesareth que reconheceu o Cristo e acreditou que ele tinha ressuscitado.

Sobre o Santo também se diz que ele foi o único discípulo de Cristo que não o abandonou na hora da sua Paixão aos pés da cruz. João Evangelista também é chamado de Apóstolo da Caridade, o que pode ser em parte, a sua ligação com a Maçonaria, além da sua determinação inabalável e pureza do seu amor pelo divino.

Ao estudar a construção original dos dois Santos de nome João, a conclusão a que cheguei foi que eles encontraram um equilíbrio entre zelo e conhecimento.

S. João Baptista que foi o precursor do Cristo vivendo no seu zelo pela vinda do filho de Deus e S. João Evangelista como a representação de saber que o Cristo era o filho de Deus. Somente ao decifrar o componente de saber ficou claro para mim que não se tratava do grau de conhecimento adquirido, mas do grau em que S. João Evangelista confiava na sua intuição, para saber o que estava diante dele. Um paralelo interessante vem no livro de Mateus, onde esta mesma lição é comunicada a Pedro pelo Cristo que diz em Mateus 16: 15-17

“Mas e tu?” perguntou. “Quem dizes que eu sou?”
Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.
Jesus respondeu: “Bendito és tu, Simão, filho de Jonas, porque isto não te foi revelado pelo homem, mas por meu Pai que está nos céus”.

Isto está um pouco fora do contexto original, mas ilustra o conhecimento revelado com base na experiência, na aprendizagem.

S. João Evangelista chegou a esse conhecimento pela sua experiência com o Cristo.

Outra maneira de encarar essa experiência é passar das trevas para a luz, um despertar e, se for mais além, o despertar da consciência. Esta consciência ajusta-se perfeitamente à ideia do Sol Invictus, ou o sol conquistador que supera o seu cativeiro noturno do Solstício de Verão e novamente começa a vencer a noite nos seus minutos cada vez maiores de luz do dia.

Olhando para algumas das outras ligações simbólicas, diz-se que S. João Evangelista se relaciona com o símbolo alquímico do triângulo apontado para cima que representa o fogo, onde novamente podemos ver uma ligação com a luz e o conhecimento. Quando combinamos o signo alquímico de S. João Baptista com o de D. João Evangelista, criamos a estrela de Salomão, e a dualidade de fogo e água; para, além disso, a dualidade de luz e escuridão e Verão e Inverno.

Outros trabalhos atribuídos a S. João Evangelista são as Epístolas de João e o livro do Apocalipse, embora a sua conexão com eles nos séculos posteriores tenha sido controversa, já que muito da sua vida de 2000 anos atrás se perdeu no tempo. Dentro da Igreja, o seu dia de festa é mencionado pela primeira vez no Sacramentário do Papa Adriano I, cerca de 770 d.C..

A mensagem da Igreja, e algo que cada um de nós pode tirar de S. João Evangelista, é “Aplica-te, portanto, à pureza de coração e serás como S. João, um discípulo amado de Jesus, e serás preenchido com sabedoria celestial”.

A festa de S. João Evangelista é pouco lembrada hoje, exceto dentro da Maçonaria onde é celebrada por algumas Lojas que ainda praticam o ritual da Loja da Mesa onde os Irmãos se reúnem para celebrá-la com brindes aos Irmãos presentes e ausentes.

No passado, era considerado um dia de festa de grande importância para a Maçonaria por causa da sua proximidade com os feriados e a presença de membros da Loja perto de casa. Por causa disto, deu a esses irmãos um festival para se reunirem para pontuar o encerramento do ano.

No entanto, reunir-se assim é algo menos conveniente nos dias modernos, já que a maioria das famílias viaja para o exterior para comemorar o feriado.

O fato de ser menos celebrado não diminui a importância do dia, nem do símbolo em si, pois no ritual moderno somos lembrados que viemos do Santo S. João em Jerusalém, e como tal devemos fazer uma pausa e refletir sobre o que significa.

S. João Evangelista dá-nos uma lição importante para buscar o conhecimento e despertar das trevas e renovar no osso compromisso com o despertar da luz do Sol Vitorioso. Mesmo retirando a metáfora cristã, podemos saudar com o Sol Invictus, ou o sol conquistador, à medida que o conhecimento é re-despertado da sua derrota fria e invernal.

Através das lentes do simbolismo, S. João Evangelista dá-nos uma forma de encontrar ressonância com o feriado da doação e da compaixão à fraternidade do amor fraterno, alívio e verdade – a Maçonaria.

Feliz Natal!

Greg Stewart

Tradução de António Jorge

Fonte: Freemason Information

 

O NATAL E O NASCIMENTO DOS DEUSES SOLARES


 

O Natal é um pensamento muito lindo e pensado pelas religiões como forma de reaproximar o homem de Deus.

Muitas tentativas foram feitas antes da vinda real do Cristo Salvador.

Em 3.000 Antes de Cristo, na mitologia egípcia, tivemos a figura de Hórus, onde o mesmo é filho de Osíris e Isis.

Osíris é morto por Set (deus do mal), é enterrado, e Isis sua Irmã e esposa, vai visitar o túmulo do irmão/marido na forma de uma pomba.

Ela se assenta sobre a tumba de Osíris e a mesma fica grávida desse seu irmão/marido numa forma mística, ainda virgem e dessa união nasce Hórus em 25 de dezembro.

Logo, temos Hórus, filho de Osíris e a Virgem Isis.

Hórus teve quatro seguidores e alguns ferreiros que lutaram com ele em suas batalhas, o mesmo torna-se o deus unificador do Egito unindo o alto e o baixo Egito.

A mitologia egípcia alega que Horus fazia milagres, o que é aceito por alguns autores, na medida em que milagres são várias manifestações aceitas como ações fora dos padrões normais de acontecimentos.

O mesmo acontece com outro deus solar: MITRA.

Mitra da Pérsia, (1200 anos a.C.) nasceu de uma virgem em 25 de dezembro, teve discípulos e alguns creditam que realizava milagres, como ressuscitar um morto.

Após sua morte foi enterrado e três dias depois, teoricamente ressuscitou, pois sua catacumba estava aberta e o corpo não foi encontrado.

Era também referido como "A Verdade", "A Luz" entre outros títulos.

Curiosamente o dia sagrado de adoração a Mitra era um domingo (Sun Day ou dia do Sol em inglês).

Mitra mostra em sua cabeça uma tiara representando os raios solares que alguns se esforçam por comparar à coroa de espinhos de Cristo o Salvador.

Alguns textos sensacionalistas da internet usam o nome de Mitra associando-os com a Mitra Diocesana Católica como lugar de sabedoria, ou lugar dos Bispos e Arcebispos, mas isso nada tem de científico ou comprovado, não passando de especulações fúteis.

Deus Attis da Frígia, nasceu da virgem Nana a 25 de Dezembro, foi morto e ressuscitado. (Grécia - 1.200 anos a.C.)

Krishna da Índia (900 anos a.C.) nasceu da virgem Devaki com uma estrela a leste a assinalar sua chegada, fez milagres com seus discípulos, e após sua morte ressuscita.

Dionísio da Grécia (500 anos - a.C.) nasce de uma virgem a 25 de Dezembro, foi um professor nômade, que praticou milagres como transformar a água em vinho.

É referido como o Reis dos Reis, Filho Pródigo de Deus, Alpha et Omega, entre muitos outros.

Após sua morte, ressuscitou.

Existem muitos outros deuses solares, que nem vou mencionar aqui, os nórdicos são outros que me lembro agora.

Vamos às explicações:

1) Em Dezembro temos o solstício de Verão (hemisfério sul) e de inverno, no hemisfério norte, onde os dias se tornam mais curtos.

2) O Sol se aproxima do pólo, perdendo sua força. Assim o sol “sumindo” a constelação que mais aparece (fica realçada) no céu é o cruzeiro do sul, logo se atribui a essa cruz (cruzeiro do sul) o “aprisionador” ou “matador” do deus-sol, dá-se assim a morte do sol

3) Passados os três dias de intensa proximidade do sol ao seu pólo o mesmo reaparece, como que ressuscitando, dando nova e vigorosa aparição que vai se intensificando nos dias seguintes;

A Virgem a quem são atribuídas todas as “mães” dos deuses solares, é nada mais que o signo zoodical de “Virgem” ou Virgo, como conhecida na antiguidade.

No hemisfério norte ela aparece no ressurgimento do sol, a partir de julho;

4) As tentativas de se criar uma religião antes do Cristianismo, foram diversas, porém nenhuma delas vingaram.

E por quê?

Acredita-se que essas tentativas foram falhas, principalmente pelos detalhes e pela não continuidade.

O que difere do Cristianismo?

O prolongamento das ações mesmo sem a presença de Cristo.

As primeiras tentativas talvez não tenham prosseguido depois da “ressurreição”.

Ressuscitava depois morria de novo e agora em definitivo.

O Cristianismo dá vida ao trazer a terceira pessoa da Santíssima Trindade: O Divino Espírito Santo.

Essa é a diferença dos deuses solares: A Continuidade da Obra Divina pela Ação do Divino Espírito Santo que foi introduzido como a parte da santíssima trindade responsável por dar continuidade à ligação entre o Homem e DEUS.

E assim se resume a especulação sobre os Avatares que se tornaram manifestos nos quatro cantos da Terra para trazerem ao ser humano sua consciência de que não está só neste universo.

... "A Fé se resume em crer naquilo que não se vê e é o firme fundamento daquilo que simplesmente se acredita"...

A/D

 

SALA DOS PASSOS PERDIDOS


 

Se perguntarmos a um profano o significado de tal expressão, poderemos receber a seguinte resposta: “E uma expressão estranha, a primeira vista sem significado, mas refletindo melhor, parece ser um local onde se caminha sem chegar a lugar algum”.

Isto nos faz crer que os fundadores do parlamento inglês, em 1296, foram felizes em escolher o nome da sala de espera, onde as pessoas aguardavam uma entrevista com os parlamentares, pois ali as mesmas circulavam sem rumo definido, sem destino exato, daí a denominação “Passos Perdidos”, ou seja, que leva a lugar nenhum.

Em 1776, a grande Loja de Londres inaugurou o primeiro templo maçônico e buscou no parlamento inglês a forma e até o nome da sala que antecede o átrio, como curiosidade também a mesa dos oficiais, a grande cadeira do V.’. M.’. e o lugar dos IIr.’. nas colunas tem a mesma origem, lembrando que o parlamento inglês é cerca de 500 anos mais antigo que o primeiro templo maçônico. Já no campo simbólico podemos concluir que, fora da disciplina maçônica, todos os passos são perdidos.

Mackey diz: o sentido desta denominação se origina no fato de que todo passo realizado antes do ingresso na maçonaria, ou que não respeite suas leis, deve ser considerado simbolicamente como perdido.

Nas lojas Maçônicas do Brasil como as de Paris, da Hungria e da Áustria, é assim denominada a ante-sala do Templo. Na Alemanha a expressão é completamente desconhecida, para concluir, no rito Schroder, em particular e na Alemanha, usa-se a expressão, “Ante-sala do Templo”.

Enfim a “Sala dos Passos Perdidos”, é o local onde a irmandade se reúne sem maiores preocupações, destinado a receber os visitantes, onde as pessoas possam andar livremente, como se fosse uma sala de espera, onde nos cumprimentamos brincamos, tratamos de negócios, assinamos o livro de presenças o tesoureiro faz as cobranças, enfim um local de socialização, o M.’. de Cer.’. distribui os colares e começa a preparação para o ingresso no templo, forma-se o ambiente adequado e que conduza a um bem-estar, um refugio, aonde os amigos irão se abraçar e uma vez devidamente paramentados são convidados pelo M.’. de Cer.’. a ingressarem no Átrio.

O ÁTRIO

Designam genericamente os três grandes recintos do templo de Salomão, o primeiro era o átrio dos gentios, onde era permitida a entrada de qualquer um que fosse orar, o segundo era o átrio de Israel, onde somente os hebreus podiam penetrar, (depois de haverem sido purificados) e o terceiro era o átrio dos sacerdotes, onde se erguia o local dos holocaustos e os sacerdotes exerciam seus mistérios.

Autor

Ir.’. Walter Luiz Pereira • M.’.M.’. • ARLS Darcy de Moraes n° 28

Fundada em 11/05/96 • Jurisdicionada a GLEMT • Alta Floresta • Mato Grosso

O VISITANTE E O RITUAL


Apesar de ser um tema um pouco polêmico, e por isso é certo que alguns Irmãos discordarão do aqui exposto, sua abordagem é importante para a promoção da reflexão e do debate entre os Irmãos.

Existem três forças que, apesar de distintas, estão relacionadas:

- a regra legal, que é imposta;

- a regra social, que é respeitada;

- e a educação, maçonicamente chamada de “bons costumes”, que leva o cidadão a respeitar a regra social e a obedecer à regra legal.

No Japão há uma antiga tradição de tirar os sapatos para entrar em casa.

Se você está no Japão e visita a casa de um japonês, é claro que você tira os sapatos.

Não é por você não ser japonês que desrespeitaria tal regra social.

Da mesma maneira, um japonês, ao visitar o Ocidente, não sai tirando os sapatos em todo lugar que entra, pois respeita as convenções sociais daqui.

Já na Inglaterra, as mãos do trânsito são invertidas: os carros trafegam pelo lado esquerdo da via, com o lado direito do carro voltado para o centro.

Quando você vai para a Inglaterra, é evidente que você não teima e dirige como se estivesse no Brasil.

Assim como um inglês no Brasil não dirige na contramão.

Ele segue nossas regras legais.

Existem também instituições cujos regimentos exigem do homem o uso de terno e gravata.

Poderia um pescador que nunca usou uma gravata exigir sua entrada de bermuda e chinelo?

E um índio que ingressa nas Forças Armadas, está dispensado do uso de uniforme por conta de sua cultura?

Seja numa casa no Japão, numa Rua de Londres, num Fórum de uma cidade, num quartel no meio da selva ou em qualquer outro lugar do mundo, as pessoas de bem respeitam as regras sociais e se sujeitam às regras legais do local onde estão.

Na Maçonaria, fraternidade de cidadãos exemplares, todos os homens livres e de bons costumes, isso não deve ser diferente.

Porém, muitas vezes assistimos simbologias e ritualísticas serem quebradas por visitantes crentes que devem seguir as regras de suas Lojas, e não da Loja que estão visitando.

Uns não respeitam o modo de circulação do rito adotado pela Loja visitada, talvez com receio de estarem ferindo o que aprenderam em suas próprias Lojas.

Outros Mestres Maçons insistem em utilizar todos os paramentos e acessórios maçônicos de um Mestre ao visitarem uma Loja no grau de Aprendiz de outros ritos, porque assim é feito no seu rito.

Esses últimos ignoram o fato de que na maioria dos ritos o uso do Chapéu numa Loja de Aprendiz é restrito ao Venerável Mestre, sendo representativo de sua autoridade e governo da Loja, simbolismo esse muito bem reforçado nas Instalações.

Quando, nesses casos, visitantes utilizam chapéu, estão anulando a representatividade da autoridade do Venerável Mestre anfitrião e, de certa forma, ferindo o simbolismo do rito visitado.

As regras, simbolismo e ritualística de seu rito alcançam somente as reuniões dele.

Ao visitar Lojas de outros ritos, respeite as regras sociais e siga as regras legais do mesmo.

Não importa se na sua Loja o certo é assim ou assado.

Os “bons costumes”, que todo maçom deve observar, ditam que, na casa dos outros, você tem que dançar conforme a música.

Como muito bem ensina o ditado:

“Quando em Roma, faça como os romanos”.

Kennyo Ismail MM

 

O PISO MOSAICO DO TEMPLO MAÇÔNICO - ENTENDA SEU SIMBOLISMO PARA A ORDEM


 Ao entrarmos em qualquer templo maçônico ao redor do mundo, uma das primeiras coisas que notaremos será o piso de madeira. Nossos olhos focarão imediatamente no detalhe distinto que ele carrega em seu centro: um mosaico, composto por quadrados pretos e brancos intercalados.

Este detalhe arquitetônico recebe diversas variações do mesmo nome, visto que, alguns o chamam de Piso de Mosaico, enquanto outros preferem usar a palavra Pavimento, e, devido ao seu layout que lembra o clássico jogo de tabuleiro, existem os Irmãos que o chamam simplesmente de Piso Xadrez.

Independentemente da denominação escolhida, todo maçom deve compreender a importância e o significado do piso. Portanto, neste artigo iremos analisar seu simbolismo na Ordem.

Em primeiro lugar, é preciso entender que, embora seja um piso, o mosaico não deve ser pisado. Seu propósito no templo é servir como um lembrete da diversidade humana, bem como o dualismo presente na essência da vida, onde habita as forças contrárias como, o bem e o mal, a verdade e a mentira, a luz e as trevas, o amor e o ódio, a sabedoria e a ignorância, e assim por diante.

Nele também encontramos o altar, com o Livro Sagrado da Lei, o esquadro e o compasso, aludindo às três luzes da Maçonaria.

Outro simbolismo atribuído a este ornamento, é a relação estabelecida entre os Irmãos, que, como sabemos, é alicerçada em fraternidade, igualdade, empatia e companheirismo acima de tudo.

O piso de mosaico une cores diferentes e opostas, representando a maneira como a Maçonaria reúne homens de diferentes culturas, religiões, classes, raças e origens gerais para compartilhar os mesmos valores filosóficos execuções, são similares no que se refere aos ensinamentos e fundamentos utilizados como guias para levá-los ao Oriente, onde se encontra a tão almejada plenitude Maçônica.

Assim, podemos entendê-lo como uma forma discreta, mas emblemática, de celebrar e homenagear a diversidade presente em nossas Lojas ou Orientes, assim como o convívio harmônico entre os Irmãos, que se estende além das oficinas e continua no mundo profano, refletindo esses laços fraternais em nossos círculos familiares, amigos e também na sociedade na qual estão inseridos.

Por fim, o piso mosaico é uma demonstração simbólica do paradoxo da vida, que nunca é apenas boa ou apenas má, nem mesmo apenas certa ou errada, mas sim um compilado de opostos que se repelem com a mesma intensidade que se atraem, e que no final se completam, contribuindo durante a jornada para a evolução de todos os seres humanos.

Fonte: Site GOSP

SOU REALMENTE MAÇOM?


 

Nenhum de nós, em plena faculdade moral, pode se dizer Maçom, simplesmente por ter sido iniciado na Sublime Ordem, estar frequentando uma Loja e estar quite com suas obrigações pecuniárias.

Embora seja o mais comum entre nós, é necessário esclarecer que a relação do Obreiro para com sua Loja é apenas 10% de tudo o que ele abraça na Maçonaria. Os outros 90% dizem respeito ao Maçom para consigo mesmo e junto à sociedade.

Não são propósitos precípuos da Maçonaria o conhecimento de nossas leis, nem a leitura de nossas instruções e nem a prática automatizada de nossos rituais.

Somos chamados a cumprir as leis, praticar as instruções e compreender como marchar, tocar e sinalizar na vida profana nossa condição de Maçons.

Mas como saber se somos realmente Maçons? Avalie-se dentro desses 12 itens e responda para si mesmo:

“1 – a retidão em nosso modo de viver e de agir;

2 – a força e cabimento do nosso espírito de tolerância;

3 – o cuidado e honestidade na condução de nossas atividades profissionais;

4 – o encaminhamento educacional que estamos dando aos nossos filhos;

5 – os bons exemplos que estamos oferecendo cotidianamente aos nossos familiares;

6 – a dedicação e sincera amizade que dispensamos aos nossos amigos;

7 – o modo pelo qual acatamos as leis;

8 – os ensinamentos e as luzes que poderemos levar aos ignorantes;

9 – a colaboração que prestamos aos serviços comunitários;

10 – o grau de nossa solidariedade e cooperação com as atividades de nossa Loja Maçônica;

11 – o que fazemos em favor do nosso próprio aperfeiçoamento;

12 – a forma pela qual aceitamos as críticas construtivas que nos façam.

QUE SUA CONSCIÊNCIA SEJA SEU JUIZ!

Por: Thiago Andrei Pereira.

 

O NATAL E A MAÇONARIA


 

O Natal de Jesus data de 25 de dezembro do ano 363 d. C., com celebração instituída pelo Papa Libério da Igreja Católica. Mas essa data não é real. O menino nasceu em 25 de Agosto do ano 7 a.C., em pleno “solstício” de verão. A Igreja entendeu que o Nascimento do Cristo deveria ocorrer durante as festividades pagãs (costumes ligados às festas solares e agrícolas), que vários povos realizavam no período do “solstício” de inverno no mês de dezembro, como meio de unificar a comemoração da natividade do “Mestre Salvador” de todas as nações e tribos. O calendário cristão assinalou o dia 25 de dezembro no sentido de comemorar a Natividade do Cristo, como o Sol da Justiça.

Na antiga Roma, as “Saturnálias” eram festas de confraternização. Enfeitavam-se as casas com luzes, ramos verdes e pequenas árvores, inclusive presentes eram oferecidos às crianças e aos pobres.

Como símbolo da sobrevivência da natureza, as árvores natalinas datam do Século VIII, quando o monge beneditino São Bonifácio cristianizou a Germânia (Alemanha) e introduziu a Árvore de Natal (o Pinheiro) substituindo o “Carvalho” Sagrado de Odin, adotado pelos povos germânicos. O Presépio (como é conhecido) é uma criação de São Francisco de Assis.

A partir do Século XIX, as festas natalinas no Ocidente se tornaram mais populares e comerciais. Atualmente, o Natal de Jesus, cujo patrono é São Nicolau (o Papai Noel), é a festa da família e das crianças, momento em que prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os seres humanos.

No conceito da Maçonaria, o Natal é mais do que isso. Entre os deveres do Maçom, destaca-se o socorro aos desprovidos. “Deve-se lembrar que a ajuda negada aos necessitados é um perjúrio” (juramento falso ou violação de juramento) para o Maçom, que integra uma Instituição que se proclama filosófica, filantrópica e progressiva.

Porém, no âmbito jurídico, o “perjúrio” não é um delito penal, mas “mentir” perante um juiz em Tribunal é crime de falso testemunho. Por outro lado, essa assistência aos carentes não pode ser restrita ao mínimo necessário. Ela deve ser extensiva à saúde, à educação, à moradia, defendendo os direitos do próximo no tocante à vida, à segurança, à liberdade, à igualdade e à fraternidade.

Aliás, nenhuma organização fraterna que se proclama Iniciática pode se furtar de defender o bem-estar da comunidade que lhes cerca. Para os maçons, independentemente de ser cristão, o ser humano é o objetivo principal.

É princípio da Ordem Maçônica é fundar e manter Escolas, Hospitais, Asilos e Creches. A Cultura Maçônica deve se voltar aos interesses da solidariedade humana e da defesa em favor dos animais indefesos. E tanto isso é verdade que nas reuniões maçônicas, os maçons são convocados a participar de um “Tronco da Solidariedade”, visando praticar a filantropia. Não se pode esquecer que, em sua origem, a Maçonaria era uma “confraria de auto-ajuda”. No ano de 1725, a Grande Loja de Londres criou o “Fundo Caritas” para socorrer e amparar os obreiros e às suas famílias.

No entanto, a maioria das Lojas Maçônicas arrecada um “Tronco de Solidariedade” irrisório que não atende à Bolsa da Beneficência. É pequeno o donativo da maioria dos maçons.

Mesmo assim, por negligência de alguns Veneráveis Mestres, esses valores são desviados para outras finalidades da Oficina, utilizando-se da “Bolsa da Beneficência” para o pagamento de despesas administrativas, em detrimento das pessoas necessitadas. Mas, essa atitude indigna deve ser afastada do convívio maçônico. Existem Lojas que deliberam no sentido de que cada irmão do Quadro Social deve doar o valor de R$ 5,00 (cinco reais) para o Tronco de solidariedade, no mínimo.

Mas, se o “obreiro” não tiver dinheiro naquele dia, deverá compensar sua obrigação na próxima reunião, depositando o crédito deste dia acrescido do valor que deveria ter oferecido na data anterior, para não perder o antigo costume. É claro que essa norma só exigida para os membros do Quadro Social. Os visitantes estão dispensados dessa exigência. Quanto ao dever da caridade, sabe-se que o Mestre dos Mestres, em sua prática de virtudes teológicas, tanto morais como espirituais, a Fraternidade coloca o ser humano acima das diferenças étnicas, sociais ou políticas.

Nessa época natalina é dever do Maçom refletir acerca dos compromissos assumidos para com a sociedade, para com o próximo e para com a Instituição Maçônica. Essa é a oportunidade para se materializar os propósitos de aperfeiçoamento físico e espiritual. Só assim, pode-se comemorar o verdadeiro Espírito de Natal, venerando a graça do Menino Jesus, alegre e consciente, em perfeita harmonia com o Grande Arquiteto do Universo, que nos dá força e sabedoria em todos os instantes das nossas vidas, tanto na terra quanto na eternidade...

Pensemos nisso!

Everaldo Damião

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