VOCÊ NÃO TEM TEMPO PARA NADA?


 

Então ache um minuto para ler isto

Queridos Irmãos!!!

Revendo uns arquivos, encontrei um artigo publicado no informativo de nosso escritório que resolvi transcrever.

Trata da questão do tempo, ou melhor, da falta de tempo para realizar as diversas tarefas.

Se você é daqueles que esquece o aniversário do filho, o telefone não para de tocar, sua secretária está pedindo um documento e um cliente espera, há horas, sentando na sua frente. Seu dia precisava de 72 horas?

Então seja bem-vindo ao imenso grupo dos que não sabem administrar seu tempo.

Meus Irmãos, o tempo é igual para todos, o que precisamos aprender é administrá-lo, e tudo começa com o planejamento do seu dia, semana, mês.

Encaixe suas tarefas e encontre o momento exato para realizá-las.

Parece óbvio, mas pouca gente sabe priorizar atividades. Não dá para fazer tudo?

Priorize, administre. Umas das vilãs do desperdício de tempo é a procrastinação – o velho e mau hábito de empurrar com a barriga. A equipe da Employer (employer.com.br) fez um estudo e isolou alguns vírus da procrastinação.

Veja se alguns destes sintomas lhe são familiares e anote alguns antídotos que podem acabar com esse mal a tempo.

Perfeccionista: A vontade de fazer um trabalho sempre excepcionalmente bem feito é tamanha que ele perde o tempo em estudos e preparações e acaba fazendo tudo na utilíssima hora. 

Antídoto: Estabeleça dois prazos finais e use o espaço de temo entre os dois para “aquele” acabamento.

Fantasioso: Este é um sujeito sensacional para ter ideias, mas um fiasco na hora de concretizá-las. Pode funcionar ao lado de outros mais ativos, mas sozinho é um problema. 

Antídoto: Fale menos sobre suas ideias aos outros do que si mesmo e antecipe o prazo de finalização de maneira há usar este tempo extra para tornar o trabalho ainda maior e mais criativo.

Medroso: Quando uma tarefa ou projeto pousa na mesa dele; o mundo cai. O medo de tomar o caminho errado ou de chocar alguém com sua decisão o transforma numa estátua. 

Antídoto: Use recursos simples da neurolinguística, como dizer a si mesmo “vai, vai” diante da primeira e de todas as outras sensações de medo que sentir no trabalho.

Criador de Crises: Todo mundo já viu um: ele só funciona no último minuto e sob pressão, quando o prazo está estourando e os colegas de equipe já estão arrancando os cabelos. Não move uma palha enquanto não ouvir o alarme. Pode até alcançar alguma genialidade, mesmo a 1 minuto do tempo regulamentar. Mas, a essa altura, já está precipitando todo mundo numa loucura que deveria ser só dele. 

Antídoto: Crie um plano pessoal de recompensa regado a adrenalina – como aventuras de moutain biking ou rafting – para forçar-se a terminar tudo rápido e daí cair na estrada

Raivoso: Mistura as obrigações do trabalho com os sentimentos que tem em relação a outras pessoas envolvidas no processo. Então, ou não faz o trabalho a tempo, ou faz, mas tudo errado, transbordando de raiva. 

Antídoto: Tente encontrar algo de muito recompensador no trabalho, foque nisso e, ao final, deixe claro aos seus superiores que ficou bastante satisfeito enquanto realizava.

 Faz tudo: Também conhecidíssimo, este pega várias coisas para fazer e depois, claro, não consegue dar conta de quase nada. A desculpa é sempre a mesma: “não deu, sabe, estou meio atolado. Conhecido como “mangueira solta”. 

Antídoto: Priorize tarefas e aprenda a dizer não. Melhor ainda. N-Ã-O.

Caça-prazeres: O nome diz tudo. Ele não termina o trabalho porque acredita, francamente, que há outras coisas mais prazerosas para fazer. Entre escolher um enrosco daqueles e uma delícia logo ali, ele não titubeia, fica só na mamata. 

Antídoto: Troque o que você entende como “sofrimento” por “inconveniência temporária”. 

Depois pense o quão satisfeito e feliz você vai ficar quando a tarefa estiver resolvida.

Saudações Fraternais!!!

Valdir Massucatti Eminente Grão Mestre Adjunto da Grande Loja Maçônica do Estado do Espírito Santo

AS ORDENS ARQUITETÔNICAS


Em nossa Ordem, e nos mais variados ritos, são consideradas cinco ordens de arquitetura, sendo três de origem grega e duas de origem romana, sendo no REAA, as que prevalecem são as de origem grega, que são originais, sendo que as demais são derivadas destas.

As Ordens de arquitetura são uma combinação peculiar de três elementos arquitetônicos: base, coluna e entablamento.

Na nossa Ordem, esses estilos arquitetônicos clássicos, são utilizados em vários dos Graus maçônicos, e valem por seu simbolismo.

São cinco as ordens conhecidas:

a) De origem grega: Ordens Jônica. Dórica e a Coríntia, sendo esta última uma variação da Ordem Jônica

b) De Origem romana: Ordens Toscana e Compósita. Apesar de não serem de origem grega, eles, os gregos a remodelaram e a tornaram a que são hoje.

Assim, faremos um pequeno resumo das ordens de arquitetura e seu simbolismo, lembrando que pelo ritual, as colunas ficam próxima ao altar da três luzes e as colunetas miniatura das mesmas, ficam no altar dessas mesmas luzes. 

- Ordem Jônica: A Ordem Jônica também é conhecida como a Ordem de Atenas, sendo de origem Assíria, sendo seu lugar no Oriente próximo ao Venerável Mestre.

Dai ela representar a Sabedoria. Ela é posterior a Ordem Dórica. Nota-se que a coluneta no trono fica sempre de pé, indicando que a Sabedoria deve estar sempre alerta, seja no trabalho ou no descanso. Ela vem dos Jônios que era um povo vindo da Ásia, e que fundaram várias cidades na Grécia antiga, inclusive a cidade de Atenas, de onde se originou os grandes pensadores gregos, como Sócrates, Platão e Aristóteles.

A lenda nos conta que Íon, um líder grego dos Jônios, foi enviado à Ásia, onde construiu templos em Éfeso, dedicados a deuses gregos. Íon então observou que as folhas de cortiça, colocadas sobre os pilares para evitar infiltração de água e amortecer o peso das traves, com o tempo, cedendo à pressão, contorciam-se em forma de ornamento em espiral, que imitavam os fios de cabelo de mulher, sendo essa a principal característica da Ordem Jônica. 

Um dos exemplos da arquitetura Jônica encontra-se na Acrópole de Atenas. Representa ainda em nossa ordem o Rei Salomão. 

- Ordem Dórica: Ela é a mais rústica das três gregas, e a mais antiga, priorizando a robustez, em confronto com a beleza, sendo que na Grécia antiga, ela ornamentava os deuses masculinos, sendo que sua origem é do Egito. Daí estar relacionada a FORÇA (Hercules), estando na Coluna do Norte que é governada pelo Primeiro Vigilante.

Suas colunas não possuem base e seus capitéis são simples, lisos e sem qualquer ornamento. A coluneta é erguida durante os trabalhos, quando é necessária força para a execução dos mesmos (do meio dia à meia noite). Seu nome vem de Dorus, filho de Heleno, rei da Acaia e do Peloponeso.

Os Templos mais importantes da Grécia antiga tinham colunas da desta ordem. Dos Dóricos, originaram-se os Espartanos, grandes guerreiros e combatentes. Como símbolo da força, nos anima e sustenta perante as nossas dificuldades, lembrando que nunca estamos sozinhos. Representa Hiram Rei de Tiro.

- Ordem Coríntia: É a mais bela de todas, daí representar a Beleza (Afrodite ou Vênus), estando próxima ao Segundo Vigilante. Ela é uma evolução da Ordem Dórica.

Ela é esbelta e graciosa. Sua denominação refere-se a cidade de Corinto; Quando do início dos trabalho em loja, a coluneta é abaixada. O templo de Zeus é melhor exemplo desta arquitetura.

A lenda nos conta que uma ama levou uma cesta, contendo brinquedos à sepultura da criança que cuidava, cobrindo-a com uma velha telha, por causa das chuvas. Ao iniciar-se a primavera, um pé de acanto germinou e cresceu, transformando- se em formosa árvore.

Folhas de acanto, cesta e telha teriam produzido um belíssimo efeito ao crescer a planta. Essa cena foi capturada pelo escultor Calímaco, que talhou um pilar de rara beleza, com o capitel copiado daquela cena. Representa Hiram Abiff.

Às essas três Ordens de Arquitetura, acrescentam-se às vezes a ordem Compósita, e a ordem Toscana, que não devem ser levadas em conta no simbolismo maçônico.

Conclusão

Nosso edifício espiritual repousa sobre estas Ordens e colunas simbólicas, sendo que a Sabedoria organiza o caos, criando a ordem. A Força executa o projeto, seguindo instruções da Sabedoria, e a Beleza ornamenta nossa vida.

Assim, sendo Sábio temos a Força, para lutar e combater as vicissitudes da vida e temos a Beleza permanente na construção de nosso edifício humano

DERMMIVALDO COLLINETT – Mestre Maçom –

ARLS Rui Barbosa – GLMG – Or. de São Lourenço - MG

Bibliografia

As Ordens Arquitetônicas na Maçonaria - Kennyo Ismail – Revista: No esquadro

WWW.MACONARIA.NET – As três colunas, Eduardo Silva Mineiro, A.’. M.’. ARLS

Acácia Castelense, nº 4 – Castelo do Piauí – Piauí – Brasil

Decálogos do grau de aprendiz – Reinaldo Assis Pellizzaro – 1ª Ed. 1986.

A Simbólica Maçônica – Jules Boucher - 1979

O TEMPLO INTERNO


 

Filosofia maçônica através do nosso ritual

O estudo da filosofia maçônica através do nosso ritual é uma busca exaustiva para uma melhor compreensão da divindade, a natureza do nosso mundo, a existência humana, e a relação entre todas as coisas.

Portanto, o objetivo dos nossos rituais é reforçar a sabedoria antiga que gira em torno da paternidade do Arquiteto do Universo, a irmandade do homem e a busca pela verdade.

Nossa fraternidade durante séculos proporcionou maçons com um conjunto de valores, moral e ética que contribui para uma mentalidade única que moldou a nossa visão do mundo e trouxe consigo mudanças importantes no mundo em que vivemos existem várias razões pelas quais memorizações e desempenhos dos nossos rituais são importantes, mas nós nos concentraremos em três.

1. Oferece oportunidades para crescimento e auto realização. Nossos rituais não se desenvolveram apenas para aprofundar as lendas antigas, mas para ensinar a nossa filosofia e transformar o caráter daqueles que as praticam.

Enquanto o ritual comunica princípios e ideais em consonância com as principais religiões espirituais, também requer que os nossos membros ultrapassem a mera resposta filosófica à integração ativa dos princípios antes que eles possam ter um impacto na vida de cada um.

Portanto, o valor dos rituais não só descansar na leitura e na compreensão da palavra escrita, mas deve passar da cabeça para o coração para cumprir o propósito para o qual foi verdadeiramente destinado.

2. Reforce nossas crenças e valor da nossa instituição. Nosso ritual proporciona um equilíbrio para o maçom, e dá uma ideia dos desafios, reveses e provas que cada um deve enfrentar como um subproduto da condição humana.

As respostas são retiradas do estudo dos ensinamentos espirituais dos líderes religiosos e dos filósofos do passado. A integração dos conceitos ensina a pensar analiticamente e espera-se, para entender melhor a relação da criatura com o seu criador. “Como cada parte da circunferência de um círculo está igualmente perto e também distante do centro, então cada criatura do Arquiteto do Mundo foi criada igualmente perto e também distante dele” O que você sabe?

3. Forneça uma compreensão do impacto da nossa filosofia. O ritual nos tenta facilitar a compreensão da pessoa, caráter, mente e vontade do Supremo Arquiteto do Universo. Através da auto exploração podemos ver abaixo das aparências e obter uma visão de algumas das motivações internas do homem e planos através do seu estudo.

Ao ler, memorizar e entender torna-se um espelho que mostra o nosso verdadeiro caráter, expõe áreas de autoengano, e nos exorta a mudar.

O conhecimento prático dos graus, os ensinamentos e os princípios básicos da nossa fraternidade nos proporcionam sabedoria e guia nas decisões que afetam o curso da nossa própria existência e uma perspectiva filosófica que nos permita responder corretamente às nossas circunstancias e elevar-se acima deles.

Nosso ritual sempre teve a intenção de ensinar nossa filosofia. Entende-se melhor como um esforço valioso projetado para nos libertar das forças alimentadas com as hipóteses do mundo. Ideias preconcebidas e para nos ensinar a pensar analiticamente e independente.

Para aqueles que se tornam verdadeiramente e participam no ritual, memorização e prática são mais do que um simples hobby ou passatempo, em parte de todos os aspectos da vida.

Sócrates disse: “A vida não examinada não vale a pena vivê-la”. Para alguns, isso pode soar muito arrogante. Mas lembre-se que ao formular esta afirmação estava falando como um filósofo, expressando uma descoberta que cada pessoa deve fazer por si mesmo uma vez que começaram a abraçar seriamente o estudo de qualquer filosofia.

Se a vida parece mais problemática para o filósofo, então a vida sem filosofia se torna simplesmente impensável.

“Todos os homens por natureza desejam saber por que se deve às suas próprias interrogações que os homens agora começam e inicialmente começaram a filosofar”.

- Aristóteles

Jorge Do Carpio Rodriguez

 

A MAÇONARIA NO SÉCULO XXI- GRANDES DESAFIOS PEDEM SOLUÇÕES EFICAZES E URGENTES. PARTE 1


 

Amados irmãos, esse assunto é tratado com muita preocupação por aqueles que realmente vivenciam e amam a nossa Sublime Instituição.

Perspectivas sombrias se arvoram bruxuleastes nos horizontes.

As estatísticas mostram que a Maçonaria vem definhando, notadamente na Europa, na América do Norte, na Ásia, na Oceania, na África, na América do Sul, e o Brasil é o único País onde os números ainda permanecem favoráveis, mas estamos vendo um desvirtuamento da Doutrina sob múltiplos aspectos, com disputas de Potências, vaidades pessoais, globalização canibalesca com perversão dos bons costumes, Falta de compromisso com a Ordem, Ritualística prostituida, também a situação econômica e de segurança estão impactando negativamente nessa análise.

Vamos ter que encarar também a necessidade de avaliação sobre a participação feminina: quanto tempo ainda irá prevalecer o Landmark que proíbe a participação delas na Ordem?

A Globalização e a divulgação maciça de nossa doutrina, sessões ritualísticas, trabalhos maçônicos etc.

O Perjurismo grassa a velocidade meteórica.

Assim cabe lembrar que, apesar de todo o seu passado glorioso e ainda figurar no rol das organizações que se destacam no cenário mundial, a Maçonaria, tal como várias outras instituições tradicionais, tem pela frente o desafio de conviver com as turbulências trazidas com o advento da pós-modernidade.

De que forma uma organização tão rica em tradições e alicerçada sobre sólidos princípios morais, dará conta de singrar os mares tormentosos destes tempos pós-modernos, nos quais tudo é posto em xeque, das instituições às crenças?

Como lidar como o novo, sem abrir mão de seus princípios e propósitos?

Desafios enormes se avizinham.

O Que Fazer?

Como evitar o desmoronamento das colunas de nossa Ordem?

O que nos reserva o Futuro?

Há perspectivas de virarmos o jogo?

Essas questões tiram o sono daqueles que realmente são maçons em verdade é essência.

"E para nossa tristeza: SÃO UMA MINORIA NOS DIAS DE HOJE”.

O maior Patrimônio da Maçonaria sempre foi e sempre será o “VERDADEIRO IRMÃO” e não as vaidades pessoais, a portentosidade do edifício EXTERIOR, As medalhas ufanescamente exibidas por Autoridades, Dirigentes e outros Pavões de Avental, que vão de encontro à simplicidade e humildade que habitam nos corações daqueles que verdadeiramente receberam a luz do macrocosmo e persistem com ela, iluminando suas mentes e seus corações.

Mas, como “a Ordem é seus membros”, perguntamos: Estamos qualificados para operarmos competentemente nesse quadro avassalador que se apresenta ao homem da sociedade contemporânea?

Refletir para reconstruir talvez seja o lema a ser adotado pela atual geração de maçons, a fim de reestruturar a Ordem maçônica nesse limiar do Terceiro Milênio.

Em muitas situações, convivemos com os outros e com o mundo afastando-nos, desconfiando, destruindo.

Isto é, não acolhemos, e, é claro, recebemos o mesmo em troca, tanto em termos de violência entre pessoas quanto em relação às catástrofes naturais: enchentes, secas e outras consequências da agressão ao meio ambiente.

Ou seja, vivemos em conflito com a ordem natural das coisas e em desacordo com nossa biologia.

Esse ânimo de não acolher, não compartilhar, dividir, separar, manifesta-se em todas as dimensões do cotidiano.

O que propomos é apenas uma reflexão: “Revolução muda tudo, menos o coração do homem.”

Nós, seres humanos, por natureza temos necessidade de explicações.

Precisamos entender a nós mesmos, compreender os outros e o mundo em que vivemos.

Dessa necessidade nasceu a ciência, e das aplicações dela originou-se a tecnologia.

Entretanto, há outros domínios de nossa existência que não podem ser explicados pela ciência.

Neles a tecnologia não atua, ou não age do modo objetivo, concreto e eficaz com que opera no lado mecânico e concreto do nosso viver.

Esse imenso âmbito inclui os sentimentos, emoções, intuição e a subjetividade.

Luiz Muzi

Membro da AMCLA - Academia Maçônica de Ciências, Letras e Artes da COMAB

 

 

A MAÇONARIA NO SÉCULO XXI- GRANDES DESAFIOS PEDEM SOLUÇÕES EFICAZES E URGENTES. PARTE 2

 


Tivemos em Nova Viçosa, BA, o III ENCONTRO DE GESTORES DE LOJAS MAÇÔNICAS DAS TRÊS FRONTEIRAS.

A Evasão da Maçonaria no mundo e no Brasil, foi retratada com um brilhantismo ímpar, pelo Amado Ir e Past. Soberano do Grande Oriente da Bahia (GOBA-COMAB) Gilberto Lima da Silva, que abordou com grande lucidez.

E com sua contumaz competência e dedicação, assunto tão preocupante, apresentando estatísticas dos últimos 100 anos da História da Maçonaria universal.

Projeta números preocupantes para o futuro da Ordem no Mundo, mas ressalva que no Brasil, as projeções são mais alviçaneiras, e mostra razões de que estamos começando a trabalhar sobre o futuro da Maçonaria: o NEÓFITO.

A reflexão de mudarmos paradigmas, de investimento pesado nas sindicâncias, deixando de inflar nossas oficinas com pessoas que são dignas de serem nossos amigos, mas não de serem nossos irmãos, trabalhar a verdadeira liturgia Ritualística, sem achismos, sem enxertos de outros ritos, com Padronização por Potências, evitando os verdadeiros disparates e heresias que presenciamos em oficinas de mesma Potência, onde Pavões se alardeiam em donos de lojas e fazem a sua vontade prevalecer até mesmo sobre nossas Leis.

Esse assunto é pulsante, controverso, até mesmo um pouco cabuloso, mas tem que ser levado a baila, para que possamos refletir no futuro que nos aguarda.

O Amado Ir Fenelon Barbosa dizia: Somos todos egoístas em maior ou menor grau.

Por outro lado, e também em
maior ou menor grau, também somos todos altruístas, com exceção é claro, das patologias sociais.

Mas o fato é que em determinados momentos da vida a balança pode oscilar mais para um lado ou para o outro, a depender de um conjunto complexo de circunstâncias entrelaçadas.

O egoísmo nos leva ao isolamento, à não-participação, ao individualismo.

Estreita e obscurece nosso horizonte mental.

Conduz à competitividade, ao privilégio do valor econômico sobre os valores humanos, ao autoritarismo, ao nacionalismo xenófobo e à exclusão.

O altruísmo nos conduz à socialização, à participação e à individualidade.

Amplia e torna claro o nosso horizonte mental.

Leva à competência do conviver, ao diálogo entre o valor econômico e os valores humanos, à democracia, à nacionalidade e à inclusão.

No egoísmo, a tendência é participar negativamente.

No altruísmo, tendemos a participar de modo positivo.

Seu pensamento no leva a meditar sobre o início de nossa explanação: “O futuro da Maçonaria está dentro de Nós mesmos, do Verdadeiro Irmão, e não dentro de Potências, Obediências e outras divisões que a vaidade nos infringiu ao longo da História da Maçonaria Universal.

Tudo passa pelo próprio ser Unitário Maçom e se complementa no coletivo.

Eis aqui um ponto da maior importância.

Para viver a Maçonaria é preciso, antes de tudo, evitar o mais possível as armadilhas do auto-engano.

É ter em mente que, de um lado, nenhum de nós é totalmente favorecido pelo bom senso.

E que, de outra parte, todos tendemos a resistir às mudanças, em maior ou menor grau.

Assim, para aprender a lidar com o auto-engano, é necessário o conhecimento perfeito e vivenciar o V.I.T.R.I.O.L. E neste ponto nos vemos diante de uma das formas mais comuns de auto-engano: imaginamos, ingenuamente, que podemos nos conhecer
sem a ajuda dos outros.

E, ainda de modo mais ingênuo, imaginamos que é possível o autoconhecimento de pessoas isoladas do mundo.

Para viver Maçônicamente é preciso ter consciência do auto-engano e do Auto Conhecimento.

O autoconhecimento implica conhecer o outro (e deixar-se conhecer por ele) e conhecer o mundo (e deixar-se conhecer por ele).

Viver Maçônicamente é, portanto, ampliar ao máximo as ideias de diálogo e a vida é um processo de conhecimento; logo, se quisermos conhecê-la é preciso saber como os seres vivos conhecem.

Após tudo isso dito, podemos agora concluir que a essência da atividade Maçônica é a inclusão do outro.

Todos os caminhos a ela conduzem e dela retomam.

Mas o modo de encontrá-los e as maneiras de trilhá-los requerem energia e persistência, num grau que desafia a todos nós.

As "sociedades totalmente administradas" resultaram em sociedades quase que totalmente mercantilizadas.

No mundo atual, caminha-se para a divinização do "mercado", do dinheiro, do “vil metal”, que a tudo permeia e condiciona.

Admitamos ou não esses fatos fazem parte do nosso cotidiano.

A Maçonaria trabalha justamente em meio a essa cultura.

Nossa tarefa é questioná-la, analisá-la, transformá-la.

O sucesso de nosso empenho constitui a diferença entre o desencanto e a esperança, não apenas a abstrata e poética, mas aquela à qual se somam a vontade e a
ação.

“Não quero dizer, porém, que, porque esperançoso, atribuo à minha esperança o poder de transformar a realidade e, assim convencido, parto para o embate sem levar em consideração dados concretos, materiais, afirmando que a minha esperança basta.

Minha esperança é necessária, mas não é suficiente.

Ela só, não ganha a luta, mas sem ela a luta fraqueja e titubeia.

Precisamos da esperança crítica como o peixe necessita da água despoluída”.

Voltamos a afirmar que por mais que sejam escuras e sombrias as nuvens que se avizinham para a Maçonaria, por mais que tenhamos pombos e outros Pavões de aventais ditando normas e mandando em lojas, por mais que sejamos expostos de maneira perjurada e prostituida em redes sociais, mídia, livros, publicações outras, por mais que ainda estava faltando compromisso dos ditos irmãos com nossos usos e costumes, existe uma chama que teima de maneira titubeante em persistir mesmo contra todas as perspectivas contrárias, A CHAMA DA VERDADEIRA LUZ.

Essa não se apagará nunca e será sempre avivada, sempre que forem iniciados homens verdadeiramente livres e de bons costumes, de corações sensíveis ao bem e que sejam lapidados em sua caminhada pelo maço e cinzel, esquadrinhados pelo Esquadro e o Compasso, e tenham na Singeleza do Nível e do Prumo, na força da alavanca do amor fraternal, a construção de seu Templo da Verdade: O templo Interior de seu VITRIOL, das Verdades eternas, onde a Construção seja diária e que a cada dia, sejamos melhores que o dia anterior.

Quem viver Viverá!!!

A Maior Riqueza, A Maior Beleza, A Maior Força e a Maior Sabedoria da Maçonaria, existe dentro do Verdadeiro Irmão.

O HOMEM MAÇOM! E isso será sempre Eterno!

Luiz Muzi

Membro da AMCLA - Academia Maçônica de Ciências, Letras e Artes da COMAB

 

 


OS VERDADEIROS SEGREDOS DA MAÇONARIA

 

Imagino que não seria um choque para si se eu dissesse que uma percentagem significativa da população profana acredita que nós governamos, ou a certa altura, governamos o mundo.

 Foi sugerido por aqueles sem filiação maçônica que mantivemos e mantemos um vasto conhecimento secreto necessário para dirigir e governar a cega população da nação.

Por mais que me doa dizer-lhe, não estou sentado na minha propriedade palaciana, vendo o meu leal escriba registrar estas anotações. Nós não dominamos o mundo.

Francamente, eu nem domino em minha casa; é o meu recém-nascido que o faz. Isto, no entanto, não significa que não haja segredos poderosos mantidos entre os Irmãos na Maçonaria.

Num artigo anterior, escrevi sobre as intenções por detrás do nosso segredo. Discuti a minha crença de que, em parte, mantemos segredos para ensinar lições codificadas num formato específico.

Também reconheci que alguns segredos são mantidos quanto aos modos de reconhecimento, para que possamos conhecer um Maçom quando nos deparamos com um.

Mas, além disto, ainda sinto que existem segredos cada vez mais críticos que mantemos que nos tornam quem somos, não apenas como Maçons, mas como Irmãos.

Eu pergunto, quais são os segredos da Maçonaria?

Recentemente, numa discussão on-line entre Irmãos, tive a oportunidade de exibir o novo autocolante com o Esquadro e o Compasso, que tenho no meu jipe.

Comentei como era reconfortante poder mostrar aos Irmãos, uma foto de toda a traseira do jipe sem ter de desfocar a minha placa de matrícula. Da mesma forma, sei que poderia mostrar uma foto da minha recém-nascida sem a submeter à lascívia.

Neste mundo cada vez mais profano, a confiança que se mantém entre os Irmãos nunca foi tão crítica – tão valiosa. Esta confiança é o salário real que recebemos pelos nossos trabalhos.

Os meus Irmãos conhecem e continuarão a conhecer as minhas maiores forças e as minhas maiores fraquezas, porque me sinto capaz de ser aberto e honesto com eles.

Não tenho gosto por maus-tratos. Eu nunca poderia ser tão genuíno com um grupo de indivíduos que poderia monetizar ou utilizar essas falhas para os seus propósitos. Somos obrigados a dar e receber conselhos sábios.

Ainda assim, sem a capacidade de nos apresentarmos como somos facilitados pelo sigilo entre nós, nunca teríamos a oportunidade de fazê-lo.

Um último exemplo: conheço um Irmão cujo chefe é membro da Loja. Imagine a turbulência que isso poderia impor se você não dependesse do sigilo; se você tivesse que temer a revelação!

Se o meu chefe pede para aderir à Loja, e eu sei que ele é doentio, sinto-me seguro ao apresentar uma recomendação desfavorável. Sei também que posso falar sobre os meus defeitos entre meus Irmãos sem ter de ouvi-los repetidos ao tomar café, no escritório, na manhã seguinte.

Onde mais nesta Terra nos poderíamos comportar de forma semelhante?

Este sigilo gera confiança e entendimento. Você conhece-me melhor para meu conforto. Sei que, se posso confiar a si as minhas inseguranças, posso confiar a si os meus pertences.

Fora do Templo da Lodge, você pode encontrar o meu laptop, a minha carteira e as chaves do meu carro. Eu não os deixaria sem vigilância em qualquer outro lugar.

Tudo isto é para ilustrar um fato bastante direto: os maiores segredos que mantemos não são os que ocultamos do mundo; são os que mantemos, uns sobre os outros.

Matthew Taheri

Tradução de António Jorge

Fonte

Midnight Freemasons

 

A PENEIRA, A FERRAMENTA MAÇÔNICA DESCONHECIDA


 

Todos eles se referem ao mundo da construção, àquele mundo que recriamos simbolicamente dentro de nós mesmos para sua melhoria.

Trabalhamos com eles constantemente e eles estão presentes o tempo todo em nossas referências pessoais em como falamos, pensamos ou agimos. Nós os conhecemos e eles fazem parte do imaginário não apenas maçônico, mas também popular.

Os mais conhecidos são esquadro e compasso: ícones autênticos da Maçonaria. É muito comum entre nós falar sobre o quanto ainda temos que nos polir, quanto trabalho com o malho e o cinzel ainda temos pela frente, quanta regra devemos aplicar, o cuidado que deve ser cortado com o quadrado no que fazemos ou na verticalidade da nossa opinião.

Malho, cinzel, régua, são expressões frequentes em nossas conversas e pratos. O convite para continuar trabalhando com essas ferramentas, para aperfeiçoar-se em seu uso, é constante na vida maçônica.

Mas existem outras ferramentas que eu nunca ouvi falar e as considero tão úteis, pelo menos, como as mencionadas. E eles são a espátula e a peneira.

Talvez seja que eles não tenham aquela aparência que uma bússola ou uma régua parece ter em seu design e uso, especialmente em mãos experientes, e, no entanto, até que ponto elas são úteis para nós.

Especialmente a peneira. A peneira, da qual não ouvi falar na Maçonaria, como uma ferramenta com a qual temos que trabalhar me parece especialmente útil naquela construção em que cada um de nós aspira ser uma pedra do todo.

Bem, se é importante se encaixar bem no trabalho, para ter as medidas apropriadas, as arestas arqueadas não são menos como você consegue que essa pedra seja polida e bem presa ao resto.

E aí a peneira é a ferramenta que permite filtrar aquelas experiências humanamente ricas que deixam um resíduo útil e descartar o rude, o grosso que pesa e dificulta o trabalho de fixação do cimento interior.

Sem estar ciente de como usar a peneira, daremos importância às coisas que não a possuem, permitiremos que eventos ou pessoas que não contribuam com nada ocupem nosso tempo em detrimento daqueles que a possuem.

Vamos prestar atenção a fatos que não nos ajudarão a avançar. Se filtrarmos cuidadosamente o que nos faz crescer, se tirarmos proveito dessa palavra amável, o amor daqueles que chegam até você em um momento ruim e descartamos o resto, estaremos nos fortalecendo e, portanto, mais úteis para trabalhar com o restante dos Irmãos.

 Texto: Ricardo Fonte: Alvenaria Mista

MAÇONARIA SEM EGRÉGORA?


 

Tem-se ouvido falar, com alguma frequência, em ambiente maçônico, do termo egrégora. Mas, afinal, do que é que estamos a falar? Qual é o seu significado e o que é que representa na Ordem Maçônica?

A ideia com que tinha ficado – na verdade ouvira este termo, pela primeira vez, numa sessão de Loja – era a de qualquer situação que tinha a ver com um tipo de ambiente, ou de expressão, em união, ou em comunhão, vivido pelos obreiros… Enfim, qualquer coisa de modo agregadora.

Com dúvidas sobre o assunto, recorri, em primeiro lugar, ao Grande Dicionário da Língua Portuguesa. E, para meu espanto, tal nome não constava. O mais próximo era egrégoro, o espírito viajante, termo utilizado pelos espiritistas.

Mais à frente, haviam as designações de egregorse, cujo significado é o de vigília; e a de egressão, para designar o ato de sair, de se afastar e, mesmo, o de uma saída repentina e violenta. Mais adiante, deparamo-nos com egro, que significa doente; e egrotante, equivalente a temperamento enfermiço.

Pesquisando em sentido contrário, a anteceder egrégoro, surgiu o termo adjectivante – egrégio – que significa distinto, insigne, nobre, admirável.

Como nenhuma destas designações correspondia ao que tinha ideado, recorri a outro dicionário – o Priberam da Língua Portuguesa – onde encontrei outro significado, mais consentâneo, é certo, com o que pensara, mas também mais estranho, para o termo egrégora – entidade formada pelas energias dos elementos de uma assembleia.

Ou seja, a egrégora surgia, neste significado, como se tratasse da existência de um campo de forças conjunto, resultante da emissão ou emanação radiante de cada um dos membros de uma dada Assembleia.

Ainda que, à “primeira vista”, possa soar a estranho, o fato é que todo o ser vivo gera um campo magnético, fruto das múltiplas reações entre partículas, carregadas eletricamente, bem como da sua passagem através do organismo.

Por outro lado, é graças à captação destes fenômenos elétricos, por aparelhos como o ECG, o EEG e o EMG, de entre outros, que podemos “espreitar” o modo de funcionamento de um dado organismo.

Quando o mesmo morre, os aparelhos ao já não terem capacidade para detectar quaisquer fenômenos elétricos, subjacentes à atividade metabólica, visto eles serem de intensidade muito fraca, ainda que existentes, traduzem este estado por linhas isoelétricas.

Todos nós já experienciamos apanhar um choque, sobretudo no Inverno, devido à existência de uma diferença de potencial de eletricidade estática, quando tocamos, ao de leve, numa pessoa, ou num objeto metálico, caso da porta do carro (o atrito do carro com o ar, faz com que a carga elétrica fique na sua superfície). Esta diferença de potencial, ao produzir uma corrente elétrica, pode levar, inclusivamente, à formação de uma pequena faísca visível.

Como a Física confirma, as partículas são dotadas de capacidade vibrátil, ou seja, elas oscilam na sua propagação que, longe de ser em linha reta, descrevem uma linha sinusóide, cuja frequência, amplitude e altura, estão dependentes do modo como a fonte emissora as produz.

O pensamento, que expressa um dado tipo de atividade cerebral, emite partículas/ondas, cujas características apresentam um determinado padrão de vibração, que pode ser captado por aparelhos eletrônicos e, inclusivamente, interferir com eles, tal como tem sido divulgado através de trabalhos experimentais efetuados em vários laboratórios de neurociências.

Ou seja, ainda que a investigação esteja no início, a designada energia mental, resultante da atividade cerebral, já deixou a vertente especulativa ou de “bruxaria”, para se tornar uma realidade. Por outras palavras, o poder da mente existe, e pode interferir para além do seu órgão corporal.

Deste modo, melhor se compreende agora, que o termo seja aplicado a um campo de forças extra corporal, gerado pelos pensamentos de pessoas que se juntam para prosseguir um objetivo comum.

Assim dito, e sob o ponto de vista teosofista, a egrégora surge-nos como uma entidade criada pelo somatório vibracional dos pensamentos das pessoas, cuja energia excede, naturalmente, o campo de cada pessoa incluída no grupo.

Já no século passado, o psiquiatra suíço Carl Jung, fundador da psicologia analítica, defendia que – o subconsciente de cada membro do grupo, ao entrar em contato com os demais subconscientes dos indivíduos desse grupo, iria criar, no local, um pequeno Inconsciente Coletivo ou Inconsciente Grupal.

Ou seja, para Jung, os nossos pensamentos individuais seriam como que unificados num só pensamento coletivo, daí advindo um estado de consciência tido como sendo maior do que os pensamentos individuais. É como se existissem várias ondas de extravasamento do pensamento de cada um de nós, interagindo entre si, levando ao resultado de uma onda final, com uma frequência e amplitude de vibração, que representa o somatório dessas vibrações positivas e negativas existentes, por parte de cada um de nós.

Visto de outro prisma, quanto mais assertivas forem as vibrações pessoais, as mesmas chegam a influenciar, para melhor, o resultado final desse inconsciente coletivo, ou dessa egrégora, não só física como psiquicamente.

Os teosofistas igualmente defendem que todos estamos ligados a uma Mente Universal ou Princípio Criador de todos os Universos, onde passado presente e futuro coexistem.

Deste ponto de vista, as nossas mentes incorporariam uma egrégora, não minimamente local, mas universal, que poderia estar na subjacência de muitos fenômenos que experienciamos e que não conseguimos explicar, nem o seu por que, nem o seu modo de ocorrer – porque é que gostamos disto?… ou o que é que nos levou a agir?… ou porque nos silenciamos?

A este propósito, MM:. II:., não é necessário sermos ruidosos nem espalhafatosos para mostrarmos o nosso modo de ser e de fazer. A egrégora, que também é harmonia, prima essencialmente pelo silêncio.

Não queria terminar sem vos questionar, igualmente, acerca do que é que nos leva a ter uma Ordem tão Universal, do termo construído esta diáspora? Tal fato, não será a prova da existência de uma verdadeira sintonia vibrátil, de uma Egrégora Maçônica?

Que cada um, por si, e com o pensamento na Sublime Egrégora do Universo, possa chegar a este discernimento.

Um Mestre Maçom

 

MAÇONS QUE LEEM E MAÇONS QUE NÃO LEEM


 

Eu acredito que existam muitos maçons que são desconhecedores dos princípios da maçonaria, assim como há homens de todas as classes que estão sujeitos a ignorância na sua própria profissão.

Não existe um relojoeiro que não saiba sobre os elementos de relojoaria, nem um ferreiro que não esteja totalmente familiarizado com as propriedades do ferro em brasa.

Subindo para os mais altos caminhos da ciência, eu ficaria muito surpreendido se encontrasse um advogado que fosse ignorante nos elementos da jurisprudência, ou um médico que nunca tenha lido um tratado sobre uma patologia, ou um clérigo que não saiba absolutamente nada de teologia.

Entretanto, nada é tão comum como encontrarmos maçons que estão na mais completa escuridão a respeito de tudo o que se refere à Maçonaria.

Eles são ignorantes acerca da sua história, não sabem se algo é de origem recente ou se vem de eras remotas, da sua origem. Eles não compreendem o significado esotérico dos seus símbolos ou cerimônias e dificilmente entendem os modos de reconhecimento.

No entanto é muito comum encontrar esses “sociais” na posse de graus elevados e, por vezes, sendo homenageados por altos membros da Ordem, estando presentes nas reuniões de lojas e capítulos, intrometendo-se nos procedimentos, tomando parte ativa em todas as discussões e persistindo na manutenção de opiniões heterodoxas em oposição ao julgamento de irmãos com muito maior conhecimento.

Por que razão acontece tais coisas? Por que motivo deva existir na maçonaria tanta ignorância e tanta presunção? Se eu pedir a um sapateiro para me fazer um par de botas, ele diz-me que só corrige e remenda, e que não aprendeu os ramos mais altos do seu ofício, e então honestamente nega o trabalho oferecido.

Se eu pedir um relojoeiro para construir um motor para o meu cronometro, ele responde que não pode fazê-lo porque nunca aprendeu a fazer motores e que isso pertence a um nível mais elevado do ofício, mas que se eu trouxer uma mola pronta, ele pode inseri-la no meu relógio, porque sabe como o fazer.

Se eu for a um artista para me pintar um quadro histórico, ele irá dizer-me que está para além da sua capacidade, já que nunca estudou ou praticou este tipo de detalhes, limitando-se à pintura de retratos. Se ele fosse desonesto ou presunçoso, iria aceitar a minha encomenda, mas em vez de uma imagem, dar-me-ia uma pintura tosca.

É exclusivo do maçom esta falta de modéstia. Ele está muito apto a pensar que o compromisso não só faz dele um maçom, mas também um maçom sábio, ao mesmo tempo. Ele também imagina muitas vezes que as cerimônias místicas que ocorrem na ordem são todo o que é necessário para torná-lo conhecedor dos seus princípios.

Há algumas seitas cristãs que acreditam que a água do batismo lava de uma só vez todos os pecados, do passado e do futuro. Portanto, há alguns maçons que pensam que o simples ato de iniciação é de uma só vez seguido por um fluxo de todo o conhecimento maçônico; não precisam de mais estudo ou pesquisa. Tudo o que eles possam querer conhecer, é recebido por um tipo de processo intuitivo e pouco trabalhoso.

A grande sociedade dos maçons pode ser dividida em três classes:

A primeira é composta por aqueles que não aderiram com um desejo de conhecimento, mas por algum outro motivo acidental, nem sempre honrado.

Tais homens são levados a procurar a admissão ou porque provavelmente, em sua opinião, isso irá facilitar os seus negócios, ou fazer avançar as suas perspectivas políticas, ou de qualquer outra forma, beneficiá-los pessoalmente.

No início de uma guerra, centenas migram para as lojas na esperança de obter o “sinal místico”, que irá ajudá-los na hora do perigo. Tendo o seu objetivo sido alcançado ou não, estes homens tornam-se indiferentes e, com o tempo, enquadram-se na categoria de irregulares.

Não há esperança para esses maçons; são árvores mortas com nenhuma promessa de frutos. Deixe que eles passem como totalmente inútil e incapaz de melhoria.

Há uma segunda classe que consiste de homens que são a moral maçônica e totalmente opostos dos da primeira classe. Estes fazem o seu pedido de admissão, acompanhado, como o ritual requer, “de um parecer favorável da Instituição e um desejo de conhecimento”. Assim que são iniciados, veem nas cerimônias pelo qual passam um significado filosófico digno de trabalho de pesquisa.

Elas dedicam-se a essa pesquisa. Obtêm livros maçônicos, leem jornais maçônicos e conversam com irmãos bem informados. Procuram familiarizar-se com a história da maçonaria; investigam a sua origem e o seu formato atual, exploram o sentido oculto dos seus símbolos e absorvem a respectiva interpretação. Tais maçons são sempre membros úteis e honrados da Ordem e frequentemente tornam-se as suas luzes mais brilhantes.

A sua lâmpada queima para a iluminação dos outros e para eles, estão em dívida com a Instituição por qualquer que seja a posição elevada que tenham alcançado. Não é para eles que este artigo é escrito.

Mas entre estas duas classes que acabamos de descrever existe um nível intermediário, não tão mau como o primeiro, mas muito abaixo do segundo, que infelizmente, está incluído no conjunto da Fraternidade.

Esta terceira classe consiste de maçons que se juntaram à maçonaria sem objetivos e talvez com a melhor das intenções. Mas eles não conseguiram realizar essas intenções. Eles cometeram um erro grave: supõe que a iniciação é tudo o que é necessário para torná-los maçons e que estudo adicional é totalmente desnecessário; assim sendo, nunca leem um livro maçônico.

Fale-lhes sobre as publicações dos autores maçônicos mais famosos e a sua resposta será que “não têm tempo para ler”. Mostre-lhes uma revista maçônica de reputação reconhecida e peça-lhe para a subscreverem. Responderão que não podem pagar que os tempos são difíceis e o dinheiro escasso.

E, no entanto, o que não falta é ambição maçônica a muitos destes homens. Mas a sua ambição não é na direção certa. Eles não têm sede de conhecimento, mas sim uma grande sede de cargos e graus. Eles não podem gastar dinheiro ou tempo para a compra ou leitura de livros maçônicos, mas têm o suficiente de ambos para gastar na aquisição de graus maçônicos.

É surpreendente como alguns maçons que não entendem as mais simples noções da arte, e que falharam na compreensão do alcance e significado da Maçonaria simbólica, se agarram às honras vazias dos altos graus.

O Mestre Maçom que sabe muito pouco do grau de aprendiz maçom, deseja ser um Cavaleiro Templário. Ele não sabe nada e não pretende saber qualquer coisa sobre a história dos templários ou como e por que estes cruzados foram incorporados na irmandade maçônica.

A sua ambição é usar a cruz templária sobre o peito. Se entrou no Rito Escocês, a Loja de Perfeição não lhe vai dar conteúdo, embora este grau forneça material para meses de estudo. Ele sobe com prazer, cada vez mais alto na escala de classificação e por esforços perseverantes, pode chegar a alcançar o topo do rito e ser investido com o grau 33, mas pouco absorveu de qualquer conhecimento da organização do Rito ou das lições sublimes que ele ensina. Ele atingiu o máximo da sua ambição e está autorizado a usar a águia de duas cabeças.

Tais maçons não se distinguem pela quantidade de conhecimento que possuem, mas pelo número das joias que usam. Eles dão cinquenta dólares por uma condecoração, mas não dão cinquenta centavos para um livro.

Estes homens causam prejuízo à Maçonaria. Eles podem ser chamados de meros “zumbidos”, mas na prática, são mais do que isso. Eles são as vespas, o inimigo mortal de abelhas laboriosas. Eles dão um mau exemplo para os maçons mais jovens, desencorajam o crescimento da literatura maçônica, afastam homens intelectuais que estariam dispostos a disseminar a ciência maçônica, para outros campos, deprimem as energias dos nossos escritores, e rebaixam o caráter da Maçonaria especulativa como um ramo da filosofia mental e moral.

Quando profanos veem homens que possuem altos graus e cargos na Ordem, que são quase tão ignorantes como eles mesmos sobre os princípios da Maçonaria e que, se solicitado, diriam que eles a encaram apenas como uma instituição social, esses profanos naturalmente concluem que há não qualquer coisa de grande valor num sistema cujas posições mais altas são ocupadas por homens que professam não ter conhecimento do seu desenvolvimento.

Não se deve concluir que todos os maçons devam ser maçons instruídos ou que a todo homem que é iniciado, seja obrigatório dedicar-se ao estudo da ciência e literatura maçônica. Tal expectativa seria insensata e irracional. Os homens não são igualmente competentes para captar e reter a mesma quantidade de conhecimento. Ordem, diz o Papa, a Ordem é a primeira lei do paraíso e alguns são, e devem ser maiores do que os restantes, mais ricos e mais sábios.

Tudo o que eu afirmo é que, quando um candidato entra na Maçonaria, deve sentir que há algo melhor do que meros toques e sinais, e que deve esforçar-se com toda a sua capacidade para atingir algum conhecimento. É este o seu melhor objetivo.

Ele não deve procurar avançar para graus mais elevados até que saiba alguma coisa dos inferiores, nem se agarrar a cargos, a menos que já tenha adquirido com reputação algum conhecimento maçônico, no desempenho de um cargo inferior. Certa vez conheci um irmão cuja ganância para cargos levou-o a ocupar os cargos de direção da sua loja, depois foi Grão-Mestre da jurisdição e durante todo esse período nunca leu um livro maçônico nem tentou compreender o significado de um único símbolo.

 No ano em que foi presidente da sua loja, achou sempre oportuno ter uma desculpa para a sua ausência da loja nas sessões que eram para conferir graus. No entanto, pelas suas influências pessoais e sociais, ele tinha conseguido se elevar na hierarquia, acima daqueles que estavam acima dele em conhecimento maçônico.

Eles estavam realmente muito acima dele, porque todos sabiam alguma coisa, e ele não sabia nada. Se tivesse permanecido na retaguarda, ninguém se teria queixado. Mas, onde estava, e valendo-se da sua posição, ele não tinha o direito de ser ignorante. A sua presunção constituía uma ofensa.

Um exemplo mais marcante é o seguinte: Alguns anos atrás, durante a edição de uma revista maçônica, recebi uma carta de um assinante que era o Grande Orador de certa Grande Loja, e que desejava interromper a sua assinatura. Ao mencionar uma razão, ele referiu

“embora o trabalho contenha muita informação valiosa, não tenho tempo para ler, pois dedicarei todo o presente ano ao ensino”

Não posso deixar de imaginar o que um professor como este homem deve ensinar e que alunos deve instruir.

Este artigo é maior do que eu pretendia que fosse. Mas eu sinto a importância do assunto. Existem nos Estados Unidos mais de quatrocentos mil maçons ativos. Quantos deles são leitores ativos? Metade ou um décimo?

Se apenas um quarto dos membros que estão na Ordem lessem um pouco e não dependessem somente das visitas às suas lojas para obter conhecimento, teriam certamente noções mais elevadas. Através deles, simpáticos estudiosos sentir-se-iam encorajados a discutir os seus conhecimentos e a dar ao público os resultados dos seus pensamentos e boas revistas maçônicas desfrutariam de uma existência próspera.

Na atualidade, pelo motivo de existirem tão poucos maçons que leem os livros maçônicos dificilmente fazem mais do que pagar às editoras as despesas de impressão, enquanto que os autores não recebem nada e as revistas maçônicas estão sendo ano após ano, levadas para o Museu literário, onde os cadáveres de publicações defuntas são depositados, e pior de tudo, a Maçonaria resiste a golpes deprimentes.

Um Maçom que lê, mesmo que pouco, mesmo que sejam apenas as páginas da revista mensal de que é assinante, irá obter perspectivas mais altas da Instituição e desfrutar de novos prazeres na posse desses pontos de vista.

Os maçons que não leem, nunca vão saber nada da beleza interior da Maçonaria especulativa, e ficarão contentes por supor que seja algo como “Odd Fellowship”, ou a Ordem dos Cavaleiros de Phytias, mas mais antiga. Tal maçom é um indiferente. Ele não tem paixão estabelecida.

Se essa indiferença, em vez de ser refreada, vier a ser mais amplamente difundida, o resultado é muito evidente. A Maçonaria deixará de ter uma posição mais elevada, como tem duramente tentado manter, através dos esforços de seus estudiosos, e as nossas lojas, ao invés de serem fontes de pensamento especulativo e filosófico, transformar-se-ão em clubes sociais ou sociedades com fins lucrativos. Com tantos rivais nesses campos, a sua luta por uma vida próspera será muito dura.

O sucesso final da Maçonaria depende da inteligência dos seus membros.

Escrito por Albert G. Mackey  
Publicado em 1875 e reimpresso no “The Master Mason” em Outubro de 1924

 

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