ELEIÇÃO DE VENERÁVEL MESTRE

 

Quando da escolha do Venerável Mestre, os irmãos têm por hábito escolher o mais carismático, ou o mais assíduo, ou o mais antigo, ou etc., o que constitui um equívoco muito grande.

 Faz parte dos nossos costumes às lojas elegerem as suas respectivas administrações; nesse momento, às vezes a vaidade, a cobiça e o egoísmo de uma minoria se sobrepõem à razão, quando, por outro lado, deveríamos estar em perfeita sintonia e com um único sentimento, o do bem-estar da Loja, o nosso pequeno mundo, do qual o Venerável é o Sol.

Todos os Maçons devem conceber que, como em toda organização social, a natureza de nossa Instituição e a constituição de nossas lojas são feitas de modo que, enquanto uns governam e ensinam, os outros aprendem e obedecem voltados para a ordem, a hierarquia e o progresso, sendo a modéstia e a tolerância, para uns e outros, requisitos essenciais a boa marcha dos trabalhos. 

Assim sendo, torna-se necessário que os irmãos, periodicamente, façam uma reflexão para que melhor possam compreender a responsabilidade atribuída ao Venerável Mestre e auxiliá-lo, como Chefe de uma Loja Maçônica, eis que dele depende a honra e a reputação da oficina. 

Venerável Mestre não é simplesmente o título conferido ao Presidente de uma Loja Maçônica, como possam pensar alguns irmãos, porque, em tese, é aquele que, pela sabedoria, pode dirigir orientar e decidir, com absoluta razão aos preceitos legais e aos rituais. 

E que pela sua importância, há que ser escolhido e eleito para o cargo um irmão conhecedor da sistemática maçônica, além do preenchimento dos pressupostos explícitos de elegibilidade harmonizados na legislação competente. 

O Venerável Mestre deve ser dotado de boa oratória, sem retórica vã, e de fácil discernimento. 

O Venerável Mestre deve, pela retidão de conduta, servir de exemplo para os Obreiros da Loja. Deve ser líder; o verdadeiro líder não faz comandados, faz seguidores. Deve tratar os irmãos de forma imparcial, com delicadeza e brandura, sem precisar fazer uso da força de sua autoridade para demonstrar que ela é sagrada e inviolável. 

São todos estes e outros requisitos que podem determinar a escolha do Venerável Mestre, a qual não deve recair sobre aquele que deseja veementemente e de forma imoderada a posse do cargo, ou até mesmo pela imposição de uma suposta dinastia e sim, sobre aquele Irmão cujo nome emerge espontaneamente do seio da Loja, por vontade desinteressada e fraterna. 

O cargo de Venerável Mestre tem que ser digno de veneração, e o seu ocupante merecedor de grande consideração, respeito e acatamento. 

 (Desconheço o autor)

 

 

 

AS TRÊS GRANDES LUZES DA MAÇONARIA, A MORAL E A ÉTICA


 

As três grandes luzes da Maçonaria são o Compasso, o Esquadro e o Livro da Lei Sagrada.

Talvez o mais conhecido dos símbolos da Maçonaria seja o que é constituído por um esquadro, com as pontas viradas para cima, e um compasso, com as pontas viradas para baixo.

Como normalmente sucede, várias são as interpretações possíveis para estes símbolos.

É corrente afirmar-se que o esquadro simboliza a retidão de caráter que deve ser apanágio do maçom. Retidão porque com os corpos do esquadro se podem traçar facilmente segmentos de reta e porque reto se denomina o ângulo de 90 º que facilmente se tira com tal ferramenta.

Da retidão geométrica assim facilmente obtida se extrapola para a retidão moral, de caráter, a caraterística daqueles que não se “cosem por linhas tortas” e que, pelo contrário, pautam a sua vida e as suas ações pelas linhas direitas da Moral e da Ética.

Esta caraterística deve ser apanágio do maçom, não especialmente por o ser, mas porque só deve ser admitido maçom quem seja homem livre e de bons costumes.

É também corrente referir-se que o compasso simboliza a vida correta, pautada pelos limites da Ética e da Moral. Ou ainda o equilíbrio. Ou a também a Justiça. Porque o compasso serve para traçar circunferência, delimitando um espaço interior de tudo o que fica do exterior dela, assim se transpõe para a noção de que a vida correta é a que se processa dentro do limite fixado pela Ética e pela Moral.

Porque é imprescindível que o compasso seja manuseado com equilíbrio, a ponta de um braço bem fixada no ponto central da circunferência a traçar, mas permitindo o movimento giratório do outro braço do instrumento, o qual deve ser, porém, firmemente seguro para que não aumente ou diminua o seu ângulo em relação ao braço fixo, sob pena de transformar a pretendida circunferência numa curva de variada dimensão, torta ou oblonga, assim se transpõe para a noção de equilíbrio, equilíbrio entre apoio e movimento, entre fixação e flexibilidade, equilíbrio na adequada força a utilizar com o instrumento.

Porque o círculo contido pela circunferência traçada pelo instrumento se separa de tudo o que é exterior a ela, assim se transpõe para a Justiça, que separa o certo do errado, o aceitável do censurável, enfim, o justo do injusto.

Também é muito comum a referência de que o esquadro simboliza a Matéria e o compasso o Espírito, aquele porque, traçando linhas direitas e mostrando ângulos retos, nos coloca perante o facilmente perceptível e entendível, o plano, o que, sendo direito, traçando a linha reta, dita o percurso mais curto entre dois pontos, é mais claro, mais evidente, mais apreensível pelos nossos sentidos – portanto o que existe materialmente.

Por outro lado, o compasso traça as curvas, desde a simples circunferência ao inacabado (será?) arco de círculo, mas também compondo formas curvas complexas, como a oval ou a elipse. É, portanto, o instrumento da subtileza, da complexidade construída, do mistério em desvendamento.

Daí a sua associação ao Espírito, algo que permanece para muitos ainda misterioso, inefável, obscuro, complexo, mas simultaneamente essencial, belo, etéreo. A matéria vê-se e associa-se assim à linha direita e ao ângulo reto do esquadro. O espírito sente-se, intui-se, descobre-se e associa-se, portanto, ao instrumento mais complexo, ao que gera e marca as curvas, tantas vezes obscuras e escondendo o que está para além delas – o compasso.

Cada um pode – deve! – especular livremente sobre o significado que ele próprio vê nestes símbolos. O esquadro, que traça linhas direitas, paralelas ou secantes, ângulos retos e perpendiculares, pode por este ser associado à franqueza de tudo o que é direito e previsível e por aquele à determinação, ao caminho de linhas direitas, claro, visível, sem desvios.

O compasso, instrumento das curvas, pode por este ser associado à subtileza, ao tato, à diplomacia, que tantas vezes ligam, compõem e harmonizam pontos de vista à primeira vista inconciliáveis, nas suas linhas direitas que se afastam ou correm paralelas, oportunamente ligadas por inesperadas curvas, oportunos círculos de ligação, improváveis ovais de conciliação; enquanto aquele, é mais sensível à separação entre o círculo interior da circunferência traçada e tudo o que lhe está exterior, prefere atentar na noção de discernimento entre um e outro dos espaços.

E não há, por definição, entendimentos corretos! Cada um adota o entendimento que ele considera, naquele momento, o mais ajustado e, por definição, é esse o correto, naquele momento, para aquela pessoa. Tanto basta!

O conjunto do esquadro e do compasso simboliza a Maçonaria, ou seja, o equilíbrio e a harmonia entre a Matéria e o Espírito, entre o estudo da ciência e a atenção às vias espirituais, entre o evidente, o científico, o que está à vista, o que é reto e claro e o que está ainda oculto ou obscuro.

O esquadro é sempre figurado com os braços apontando para cima e o compasso com as pontas para baixo. Ambas as figuras se opõem, se confrontam: mas ambas as figuras oferecem à outra a maior abertura dos seus componentes e o interior do seu espaço. A oposição e o confronto não são assim um campo de batalha, mas um espaço de cooperação, de harmonização, cada um disponibilizando o seu interior à influência do outro instrumento.

Assim também cada maçom se abre à influência de seus Irmãos, enquanto que ele próprio, em simultâneo, potencia, com as suas capacidades, os seus saberes, as suas descobertas, os seus ceticismos, as suas respostas, mas também as suas perguntas (quiçá mais importantes estas do que aquelas…) a modificação, a melhoria, de todos os demais.

Quanto ao Volume da Lei Sagrada, este pode ser qualquer dos Livros de qualquer das religiões que acreditem na existência de um Criador, qualquer que seja a conceção que Dele se tenha, mais ou menos interventor no Universo ou mero Princípio Criador catalisador e definidor do Universo.

O Livro da Lei Sagrada contém em si as normas básicas da atuação e convivência humanas, referencial para a conduta do homem de bem. Em suma, simboliza o conjunto de regras que a Sociedade determina aceitáveis para que a sã convivência entre todos seja possível, ou seja, A Moral inerente à Sociedade e que todos os que a integram devem respeitar e seguir.

Nas sessões de Loja, o Compasso e o Esquadro são colocados SOBRE o Volume da Lei Sagrada. Não porque se entenda que são mais importantes aqueles do que este, mas, pelo contrário, porque o Volume da Lei Sagrada simboliza a base Moral sobre a qual assenta a Ética de cada um.

Esta, a Ética, defini-a já como o conjunto de princípios que norteiam a determinação e utilização dos meios à nossa disposição para atingirmos os fins que nos propomos (cfr. texto in ÉTICA? ÉTICA… ÉTICA!).

O Esquadro traça, sobre o pano de fundo da Moral, as linhas éticas que o Homem deve definir para a sua atuação. O Compasso define os limites que essas linhas devem respeitar.

O conjunto de ambos simboliza, assim, também a Ética que, tal como eles assentam no Volume da Lei Sagrada, assenta na Moral sobre que a esta se constrói.

Porque a ética sem Moral pode usar esse nome, mas não é verdadeiramente ética – ou então teríamos que aceitar como tal a “honra dos ladrões”, a dita “ética dos criminosos”.

A Ética tem que necessariamente ser individualmente construída respeitando e assentando na Moral da Sociedade em que nos inserimos, pois nenhum homem é uma ilha podendo arrogar-se o direito de definir o seu conjunto de princípios fora da Moral da Sociedade em que se insere.

As Três Grandes Luzes da Maçonaria são, assim, o conjunto de símbolos que deve guiar a atividade de aperfeiçoamento do maçom, homem livre de escolher e determinar os Princípios que o norteiam, mas sempre harmoniosamente integrado na Sociedade em que se insere.

Rui Bandeira

Publicado no Blog “A partir pedra”.

 

O MAL QUE NOS DESTRÓI


 

A Maçonaria foi instituída não para separar os homens, mas para uni-los, deixando a cada um a liberdade de pensamento.

O MAÇOM:

Se a Instituição Maçônica, em sua doutrina – assim como muitos sistemas religiosos e filosóficos – são perfeitos; os homens são apenas perfectíveis, ou seja, passíveis de aperfeiçoamento e é por isso que se tornam Maçons.

E aí está a grande meta, que é a beleza intrínseca da prática maçônica, aperfeiçoar o Homem, polir a sua mente, o seu intelecto, para que ele alcance a maturidade e a lucidez espiritual, que lhe permita vencer as paixões, amar o seu semelhante e fazer com que uma Lei Fundamental não se torne letra morta.

Se todos os homens fossem perfeitos, a Maçonaria perderia a sua finalidade.

A Maçonaria vem praticando essa Lei desde a sua fundação por diversos meios, sendo o principal deles a imposição de uma fraternal convivência, a começar pelo tratamento de “Irmão” entre os seus membros.

A ÉTICA MAÇÔNICA:

A lei que regula a Ética Maçônica tem sido burlada, postergada, embora esteja claro que as atitudes maçônicas são designadas para as relações dentro da fraternidade, onde os Irmãos têm de tentar todos os remédios antes de procurar o socorro das Cortes.

Com Lojas e Obediências sendo arrastadas à Justiça profana, em questões onde a caridade fraternal está ausente e onde imperam as discussões, as discórdias, os propósitos caluniosos e as maledicências.

Há inúmeros casos em que a solidariedade maçônica foi esquecida e homens que deveriam ser Irmãos tornaram-se inimigos irreconciliáveis.

A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou as muralhas do ódio e nos tem feito andar em marcha lenta para a amargura.

Nas disputas pelo poder, os interesses particulares, muitas vezes, sobrepujam os gerais, há dano da coletividade maçônica e do princípio de fraternidade.

As vaidades pessoais, as paixões de momento, os melindres, têm cavado fossos quase instransponíveis entre homens que se deveriam amar como Irmãos.

Importante é a recomendação de não se recorrer à justiça profana, para abordar os assuntos internos da Maçonaria.

Essa recomendação, como mostra a História, tem sido largamente desrespeitada, em todos os tempos, pois, quando entram em jogo interesses pessoais e de grupos, os homens - falíveis e imperfeitos, embora a instituição seja doutrinariamente perfeita - esquecem a lei, a moral e a ética.

É papel essencial de a Maçonaria exigir esta Ética primeiro de seus membros, tanto dentro quanto fora da Ordem, e depois lutar para que a Ética se torne apanágio de todos os outros, principalmente daqueles que nos afetam com sua desonestidade e falta de lisura.

A Maçonaria nos ensina a ser ético individualmente, através dos Rituais que nos treinam para o sistema maçônico de pensamento, para que possamos, depois de agir com correção a partir de nossa própria vontade, unir vontades de muitos Irmãos numa luta maior.

OS INIMIGOS DA MAÇONARIA:

Alguns ingressam na Ordem certos de poder contar, nas suas dificuldades, com proteção e amparo material.

E, não encontrando, como de fato não poderiam, em nenhuma hipótese, favores dessa natureza, afastam-se.

E a cada afastamento, mais um inimigo da Ordem se forma.

Inimigo que nós criamos.

Inimigo de nossas ideias e de nossos propósitos.

Inimigo que nós próprios fomos buscar no mundo profano.

O grande inimigo da Maçonaria é aquele que jamais nela deveria ter ingressado.

Nossa imperfeita seleção, escolha e sindicância devem ser revistas.

Os responsáveis pela cegueira e teimosia em pactuar pela omissão ou comodidade, acarretam prejuízos incalculáveis à Instituição.

O grande inimigo da Maçonaria é aquele que se contenta com o hoje, os imediatistas, aqueles para os quais basta uma Maçonaria contemplativa, “de rótulo” ou “de fachada”, com suas “festas” e fotografias estampadas em dispendiosas revistas sem nenhum testemunho prático, sem nenhum estudo, realização ou participação, levaria, se fosse só, a Maçonaria de nossos tempos a simples sinais, batidas de malhetes, crachás, exibição de adereços, anéis, chaveiros, canetas, gravata, abotoaduras, distintivos, condecorações, sempre com o clássico conjunto de Esquadro, Compasso e letra G usados no peito ou na lapela, com fita ou com laço para alimentar vaidades.

Contudo, o grande inimigo da fraternidade é aquele que carrega a vaidade dentro de seu coração; que não conhece o seu próprio valor e o valor de seus Irmãos.

Aquele cujo espírito não admite que os outros sejam líderes porque, na mesquinhez de sua futilidade e ostentação acredita ser melhor do que os demais e único capaz de poder empunhar a bandeira da liderança.

O QUE É PRECISO MUDAR:

É lamentável constatar que, se a Independência do Brasil, a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República dependessem, hoje, de propaganda feita à custa de cotização dos Obreiros, elas jamais seriam feitas.

Estas são constatações dolorosas, mas absolutamente verdadeiras, pois o que mais se vê, na atualidade, é inação e uma completa má vontade, com raras e honrosas exceções, que confirmam a regra.

Autor: Valdemar Sansão

 

O ESPÍRITO DA MAÇONARIA


 Pode ser aconselhável definir as duas palavras "Loja" e "Constituição", de forma a que o seu significado verdadeiro possa estar corretamente nas nossas mentes.

Uma Loja é, em primeira instância, um lugar onde os maçons se reúnem e aí desenvolvem o trabalho do Ofício, continuam com o trabalho de construção do Templo do senhor, entram, passam e erguem-se maçons. É proeminentemente um lugar para trabalho, para a assunção de responsabilidades e para as atividades conjuntas dos maçons reunidos, a trabalhar na forma devida e sob o comando correto.

Uma Loja é também um símbolo, ou forma exterior e visível, de uma realidade interior e espiritual. Isto é frequentemente esquecido pelo maçom mediano que recusa reconhecer a sua base espiritual, estando ocupado inteiramente com as suas implicações éticas.

Esta definição leva o conceito para dentro e traz-nos perante o verdadeiro trabalho da Maçonaria, apresentando-nos o seu aspecto subjetivo, ligando assim a realidade exterior e interior.

Por estas palavras é definida a maior tarefa da Maçonaria, quando avança, na Nova Era que se avizinha, para ligar "aquilo que está dentro com aquilo que está fora" e para abarcar o mundo do tangível e conhecer com isso as realidades tangíveis e intangíveis. Este é o problema com que os maçons se defrontam hoje.

Devem ver se aquilo que está por baixo e visível é verdadeiro e alinhado exatamente com o projeto que está foi colocado sobre a prancha de desenho pelo Grande Arquiteto do Universo. É por essa razão que o projeto sobre a prancha de desenho é chamado uma Loja por alguns grupos de Maçons, em seu grau específico.

A definição de uma Loja como um lugar de encontro de maçons é uma das implicações menos importantes. Predominantemente, é uma representação de uma condição, atividade ou padrão invisível; é um símbolo de algo que pode ser conhecido, mas para qual é necessário fazer alguns preparativos devidos.

Os maçons não devem ser admitidos com ligeireza aos Mistérios do Ofício. É a sua representação pictórica ou materialização dos planos de Deus para a Humanidade, revelados claramente ao Homem, assim os possa interpretar, por intermédio dos símbolos tão ricamente manifestados no Templo, nos rituais e nos planos simbólicos colocados na prancha de desenho.

Assim deve ser encarada como uma assembleia de irmãos que se encontram, na forma devida, para estudar as verdades interiores ou mistérios, que, quando compreendidas, permitirão ao Homem cooperar mais vital e utilmente com o propósito divino.

A construção de uma Loja deve assim estar conforme com estes requerimentos e estar alinhada com o propósito interior. Este fato está a surgir lentamente nas mentes dos maçons de hoje que pensam e o interesse mais novo está a mudar para um mundo interno de significado e de valores. Isto é indicado pela nova literatura maçônica.

Os homens não se satisfazem com reuniões numa sala adornada por símbolos, participações em rituais curiosos e invulgares e dedicações de tempo, pensamento e dinheiro a algo sem qualquer significado vital e que os conduza a nenhuma compreensão ou recompensa real, exceto o inculcar dessa moralidade, caridade, conhecimento, benevolência e relacionamento fraternal que permita a um homem passar, livre e aceite, para a Loja no Alto.

Estas recompensas têm o seu valor inestimável, mas não únicas, pois são também os atributos e objetivos de todos os homens bons e o caráter fundamental de todo o ensinamento religioso no mundo.

Alguma coisa mais deve ser garantida e provada sobre a Maçonaria, se pretender manter a sua direção sobre os corações e mentes dos homens por muito mais tempo.

Hoje existem cerca de cinco milhões de maçons no mundo a trabalhar sob os Ritos de Iorque ou Escocês e a sua inteligência não estará satisfeita para sempre com uma representação ritual sem significado de verdades não reconhecidas.

A sua compreensão está a atrair muita da literatura especulativa dos nossos dias, estando hoje a levar os verdadeiros maçons por outras linhas de pensamento e mais profundamente dentro do mundo das ideias e significado interior do que jamais tinha acontecido antes.

A palavra "Constituição" traz consigo duas inferências vitais. Procede de duas palavras latinas: "statuere", aquilo que está e é estabelecido, fixo ou determinado e "con", significando "juntos", o que está estabelecido, fixado e em uníssono com outros. Os maçons devem ligar este pensamento com o nome de um dos Pilares encontrados no Pórtico do Templo do Rei Salomão.

O seu significado é "Ele estabelecerá". A ideia surge de uma predeterminação na mente do Altíssimo do que deve ser estabelecido pela constituição de uma Loja; este propósito divino, ou plano, apela à cooperação (o estabelecimento com) entre o Grande Arquiteto do Universo e os Seus construtores, o Ofício reunido para trabalhar numa Loja. Apela à cooperação entre todos os membros de uma Loja para essa formação conjunta que é necessária de forma a estabelecer, fixar e materializar o plano.

Uma Loja é também uma Loja devidamente constituída quando é "levantada" corretamente, para usar a expressão corrente. Ligação com este trabalho de uma Loja, enquanto devidamente constituída e enquanto a trabalhar constantemente para uma certa ideia, pode ser útil dar aqui alguns pensamentos chave.

Estes devem lançar luz sobre todo o assunto e trazer iluminação ao maçom que está devidamente orientado para o Oriente. As afirmações antigas seguintes, dadas por ordem do seu significado, podem revelar-se de utilidade real. Todavia, não são dadas na ordem normalmente indicada.

Que o que está em baixo seja como o que está em cima;

Existe um padrão, traçado no Céu, com qual a Humanidade se deve conformar eventualmente;

Três Mestres Maçons dirigem uma Loja;

Cinco Mestres Maçons dão forma a uma Loja;

Sete Mestres Maçons constituem uma Loja de maçons;

Sete Mestres Maçons tornam-na perfeita;

Entremos na luz, passemos do irreal ao real e sejamos erguidos para a vida;

Estes são os setes aforismos mais importantes da Maçonaria. Mas, por tanto tempo que a forma exterior da Maçonaria atraiu a atenção dos irmãos, que é difícil para muitos reconhecer que tudo o que possuímos hoje é uma forma simbólica que atualmente encarna verdades espirituais interiores não reconhecidas.

O tempo deve chegar em que esse CENTRO de onde saiu a PALAVRA – essa PALAVRA que foi cometida aos três Grão-Mestres, o Rei Salomão, Hiram, Rei de Tiro, e Hiram Abiff – deva ser o Centro em que todos os Mestres Maçons ocupem a sua posição e trabalhem a partir daí. Só então poderá ser recuperada a Palavra Perdida e o trabalho da Trindade de MESTRES concretizado na Terra. Só então pode o Plano ser visto na sua pureza e só então pode a divina Prancha de Desenho ser compreendida com o "olho da visão".

Este é o "simples olho" a que se referiu o grande Carpinteiro de Nazaré, o qual, quando ativo, habilitará o seu possuidor a reconhecer que "todo o corpo está cheio de luz". O significado, considerado maçonicamente, destas palavras de Cristo é frequentemente esquecido. Podemos aqui lançar alguma luz sobre o símbolo do "OLHO" tão bem conhecido no Ofício.

Desde tempos imemoriais e em ligação com os Mistérios antigos, as palavras, "assim em cima como em baixo" foram proclamadas e indicaram o propósito de todo o trabalho maçônico. No céu, existe um Templo "eterno, não feito com mãos". A este Templo preside a Deidade Triuna. Constitui o modelo do que aparece na Terra, ou "em baixo".

Sob o domínio desta Trindade de Pessoas, existem os Construtores do templo celeste e são – simbolicamente falando – sete em número. Os "Sete, dirigidos pelo UM e os Três". É por essa razão que "três dirigem uma Loja e sete constituem uma Loja e tornam-na perfeita". Isto foi-nos narrado com beleza nas estrofes seguintes, tiradas de um escrito muito antigo, que precede em muito a Bíblia Cristã. Foi redigido na forma modernizada seguinte.

"Que o Templo do Senhor seja construído", gritou o sétimo grande anjo. Então, para os Seus lugares no Norte, no Sul, no Ocidente e no Oriente, sete grandes Filhos de Deus moveram-se com passo medido e ocuparam os Seus assentos. O trabalho de construção era começado.

As portas foram fechadas e vigiadas. As luzes brilhavam esbatidas. As paredes do Templo não podiam ser vistas. Os Sete estavam silenciosos e as Suas formas estavam veladas. O tempo não tinha chegado para a irrupção da LUZ. A PALAVRA não podia ser pronunciada. Só um silêncio reinava. Entre as sete Formas, o trabalho prosseguia. Uma chamada silenciosa partiu de cada um para o outro.

Todavia, a porta do Templo permanecia fechada... À medida que o tempo passava, fora das portas do Templo, os sons da vida eram ouvidos. A porta era aberta e a porta era fechada. Cada vez que abria, um Filho de Deus menor era admitido e o poder no interior do Templo crescia. Cada vez, a luz crescia com mais força.

Assim, um por um, os filhos dos homens entravam no Templo. Passavam de Norte para Sul, de Ocidente para Oriente e, no centro, no coração, encontraram luz, encontraram compreensão e o poder para trabalhar. Entraram pela porta. Passaram perante os Sete. Ergueram o véu do Templo e entraram na luz.

O Templo crescia em beleza. As suas linhas, as suas paredes, decorações e a sua largura, profundidade e altura emergiram lentamente à luz do dia.

Vinda do Oriente, uma palavra partiu: "Abri a porta a todos os filhos dos homens, que vêm de todos os vales obscurecidos da terra e deixai-os procurar o Templo do Senhor. Dai-lhes a luz. Desvelai o santuário interior e, pelo trabalho de todos os Obreiros do Senhor, estendei o Templo do Senhor, e assim irradiai os mundos. Fazei soar a Palavra criativa e levantai os mortos para a vida".

Assim será o Templo da Luz levado do céu para a terra. Assim serão as suas paredes erguidas sobre as planícies da Terra. Assim a luz revelará e alimentará todos os sonhos dos homens.

Então o mestre do oriente despertará todos que estão adormecidos. Então, o Vigilante do Ocidente experimentará e provará todos os verdadeiros buscadores da Luz. Então, o Vigilante do Sul instruirá e auxiliará os cegos. Então, o Portão para o Norte ficará completamente aberto, pois ai, o Mestre invisível com a mão acolhedora e coração compreensivo para conduzir o candidato para o Oriente, onde a Verdadeira Luz continua a Brilhar . . .

"Mas porque esta abertura das portas do Templo? "interrogam os maiores dos sete, os Três sentados. "Porque chegou a hora; os Obreiros estão preparados Deus criou na Luz. Os seus Filhos podem agora criar. Não existe mais nada por fazer ".

"Faça-se assim", veio a resposta dos maiores do sete, os Três sentados.

"O Trabalho pode agora começar. Que todos os Filhos da Terra comecem a Trabalhar "

Adaptado do Livro "O Espírito da Maçonaria ", de Foster Bailey

MAÇONS "MASTERIZADOS"


 

“Para os outros, a vida é ora injusta ora justa. Para nós, maçons, a vida é o que é, além de justiça e injustiça, além de nossos gostos pessoais, ela é crua, ela exige nossa presença livre e quando não a tem, faz surgir confusão, aflição e dor.” 

Esse é o primeiro texto de uma serie baseado no livro “O caminho do Homem Superior” do escritor David Deida ainda sem tradução para o português. 

No título original, há a palavra “mastering” que aqui vamos usar no entendimento de “Superação”, não é exatamente a melhor tradução, mas não temos correspondente em português. Seria “masterizar” mesmo, se tornar um mestre. 

A primeira lição que o livro nos traz é de demasiadamente impactante: 

“Pare de Esperar pelo Sucesso de Qualquer Coisa na Vida”. 

A maioria dos homens comete o erro de achar que um dia, tudo estará feito. Eles pensam: “Se eu trabalhar o suficiente, então, um dia, eu poderei descansar.” Ou: “Um dia, minha mulher vai entender alguma coisa e então ela vai parar de reclamar.” Ou: “Eu só estou fazendo isso agora para, mais tarde, eu poder fazer o que quero da minha vida”. 

O erro masculino é achar que, um dia, as coisas serão diferentes de alguma forma fundamental. Não serão. Nunca termina. Enquanto a vida continua, o desafio criativo é lutar, brincar e fazer amor com o momento presente ao mesmo tempo em que você oferece a sua dádiva* única. 

“Nunca vai terminar, então pare de esperar pelas coisas boas. Desde já, passe no mínimo uma hora por dia fazendo o que você gostaria de fazer quando você tivesse mais dinheiro, ou quando seus filhos crescessem e saíssem de casa, ou quando você tivesse terminado suas obrigações e se sentisse livre para fazer o que você tem vontade. 

Não espere nem mais um minuto. Não acredite no mito de que “um dia, tudo será diferente”. Faça o que você ama fazer, o que você está esperando para fazer, o que você nasceu para fazer. 

Agora. Passe no mínimo uma hora por dia fazendo simplesmente o que você ama fazer, o que você sente no fundo do seu coração que você precisa fazer apesar dos deveres diários que parecem “prender” você. Mas esteja avisado: você pode descobrir que você não pode ou não consegue fazer isso; e que, na verdade, sua fantasia de futuro é apenas isso: uma fantasia. 

Ou você está vivendo plenamente, oferecendo sua dádiva em meio a esses desafios, mesmo hoje, ou você está esperando por um futuro imaginário que nunca chegará. Homens que tem vidas significativas são homens que nunca esperam: nem por dinheiro, nem por segurança, nem por uma vida fácil, nem por mulheres. 

Sinta o que você pode melhor oferecer como dádiva, para sua mulher e para o mundo e faça o que você puder para oferecêla hoje. Cada momento que se espera é um momento perdido e cada momento perdido diminui a clareza do seu propósito. 

Essa lição com certeza traz novas perspectivas para o uso de nossa conhecida ferramenta, a Régua de 24 polegadas. Que convenhamos, nós sabemos o significado de sua simbologia, mas é muito pouco aplicada na vida da maioria dos maçons que conheço. 

E vamos além, ainda vemos em conversas às vezes citações de versículos sobre a temporalidade das coisas como justificativa para não aplicarmos o tempo de estudo ou lazer, e estamos sempre na “correria”, resposta corriqueira da maioria dos irmãos quando pergunta-se como vão as coisas da sua vida. 

Mais que dar a solução esse texto, nos traz uma profunda reflexão. 

O escritor Gustavo Gitti, diz que da psicanálise, aprendemos que sempre que não agimos sobre algo (uma emoção, uma situação, um pensamento, uma pessoa), ele age sobre nós. Sempre que não somos ativos, sofremos. Por isso que o processo terapêutico foi descrito por Freud como “Wo Es war, soll Ich werden”, “Where id was, there ego shall be” ou “Onde estava o inconsciente, ali estará o ego”. 

Agimos sobre as coisas para que elas não ajam sobre nós. Vale lembra da associação dessa ação com a ferramenta do Maço, ao não agirmos sobre a pedra bruta, essa agirá contra nós com sua brutalidade sobre a beleza que poderia ser alcançada. Colocamos luz na cara dos monstros que nos assustam. 

“Queremos liberar os condicionamentos que nos arrastam.”

IrBruno Oliveira 

Fonte: http://ritoserituais.com.br

 

Postagem em destaque

O TRABALHO NA MAÇONARIA

  Quem nunca ouviu a máxima de que “o trabalho dignifica o homem” a qual foi tão bem defendida por Voltaire, Adam Smith, dentre outros? Volt...