A METODOLOGIA NA NOVA ESCOLA DA MAÇONARIA OPERATIVA



Quando falamos na utilização da Metodologia na Nova Escola da Maçonaria Operativa, aquela vai passar pela própria estrutura da NEMO e a ela é dada a devida sequência, ou seja: quando começamos no primeiro Grau de Aprendiz do REAA é iniciado todo um processo relacionado com a Lenda de Hiram, sendo ensinado ao Aprendiz a vestir-se; a trabalhar a “pedra bruta” e a preparar os materiais que irão servir para a construção do Templo.

No segundo Grau – Companheiro daquele mesmo Rito surge à questão do conhecimento das Ciências e o conhecimento das novas ferramentas a utilizar pelo Companheiro, introduzindo-o nos novos mistérios, devendo o Companheiro cultivar os conhecimentos das Ciências, com as quais lhe será permitido dar o seu importante contributo para a construção do Templo de Salomão!

No 3º. Grau de Mestre do REAA chora-se a morte do Mestre Hiram. Era, pois, o Mestre Hiram, o Chefe e Orientador da Construção do Templo de Salomão. Hiram escolheu diversos trabalhadores que sob as suas ordens foram agrupados em três classes.

Os primeiros sob o título de Aprendizes ocupavam-se de abater árvores no Monte Líbano e prepará-las; arrancar pedras brutas e mármores e a desbastá-los. Os segundos sob o título de Companheiros ocupavam-se de terminar as peças esboçadas pelos aprendizes e a colocá-las nos respectivos lugares sob a orientação dos operários da terceira classe, que eram denominados de Mestres. Estes recebiam diretamente ordens de Hiram num lugar secreto que se chamava Câmara de Meio.

Hiram tinha conduzido felizmente os trabalhos quase até a perfeição e em breve o Templo estaria concluído, mas o espírito das trevas que via o seu reino ameaçado por causa deste Templo desencadeou todas as paixões para tentar arruinar esta bela obra antes da sua conclusão e assim instalou o veneno e a inveja entre três maus companheiros que vieram a assassinar o Mestre.

Nos primeiros Graus do REAA sucedem-se uma sucessão de acontecimentos que levam à Morte o Mestre Hiram que levou para o túmulo o conhecimento da “Palavra Perdida”.

E aqui e no RNP – Rito Nacional de Portugal, passa aos Altos Graus, deixando estes de serem fundamentados na Lenda de Hiram para passarem a constituir um novo tipo de Graus que poderiam ser designados por Graus Científicos e Científicos por quê?

Devido basicamente à existência de duas ciências - a Espiritologia e o Zoísmo – Educação Científica da Vontade estas duas ciências formam na verdade uma MACROCIÊNCIA!

Será na base destes mesmos pressupostos que iremos dar continuidade à metodologia que irá desenvolver os Altos Graus do Rito nacional de Portugal da NOVA ESCOLA DA MAÇONARIA OPERATIVA!

Jacinto Alves


O SISTEMA INICIÁTICO DA MAÇONARIA COMEÇA AQUI



O mito da caverna, descrito por Platão no Livro VII de "A República" (escrito no século IV antes de Cristo), relata simbolicamente a situação de prisioneiros que vivem, desde seus nascimentos, acorrentados numa caverna.

Eles passam a vida olhando para uma parede iluminada por reflexos de uma fogueira. Naquela parede vêem projetadas as sombras do que representam as plantas, pessoas, objetos e animais.

Esses prisioneiros imaginam nomes para cada sombra e inventam circunstâncias para julgarem todas as situações. De repente, um dos prisioneiros escapa das correntes. Explora o interior da caverna e alcança o mundo externo.

Descobre a realidade, vê a luz do sol e percebe que passou a vida envolto apenas em sombras projetadas. Volta então para a caverna e tenta compartilhar com seus amigos ainda presos o novo conhecimento adquirido na luz do dia. Mas passa a ser combatido e ridicularizado quando narra o que viu do lado de fora. Seus amigos só acreditam na realidade que enxergam na parede das sombras.

Em vez de tentarem experimentar o que lhes é transmitido por quem viu a luz, passam a chamá-lo de louco e ameaçam matá-lo por causa de “ideias absurdas”.

A maçonaria brasileira tem que ser colocada na perspectiva correta para retomar ou ampliar o crédito que ela teve no passado junto à sociedade.

Evitemos o sofisma, o rebuscamento e o rodeio de palavras dos que perguntam “quem é a maçonaria?”. Ora, estamos carecas de saber que a maçonaria somos nós todos: Aprendizes, Companheiros, Mestres, Grão-Mestres, Soberanos, Eminentes, Grandes isso, Grandes aquilo, Graus 33, Past Masters, Excelentes, Super Cavaleiros, Sumos Reais, Extraordinários e Excelsos.

Títulos, medalhas e comendas, paramentos e diplomas já temos muitos. Por que “tampar o sol com a peneira?” Por que se contentar com sombras projetadas numa parede? Talvez esteja faltando sabermos “o que não é maçonaria”. Não será minha tarefa dissecar a questão e doutrinar sobre “o que não é maçonaria”. Qualquer aprendiz com mais de três meses de iniciado já deverá ter percebido que:

1) A maçonaria não é uma religião; as religiões reverenciam dogmas fazem prosélitos, catequese e apostolado.

2) A maçonaria não é um partido político; os partidos políticos são semelhantes às religiões quando pregam de cima para baixo uma concepção política. Além disso, fomentam interesses políticos e se propõem a alcançar o poder.

3) A maçonaria não é um clube; os clubes recreativos têm caráter e seus esforços são dirigidos para dar prazer, diversão, distração, divertimento e realização de grandes festas anuais.

Ao maçom que ainda não percebeu isso, é porque ele está na instituição errada ‒ seja por falta de estudo, seja porque sua Oficina não lhe dá instruções corretas.

Se ele entrou na instituição errada ‒ independente do grau em que esteja ‒ meu conselho é que procure ESCAPAR: estude e pesquise por conta própria. Se isso não faz o “seu perfil”, procure outra ordem, uma religião, ou um clube.

Caso o problema esteja na Oficina, que não lhe dá instruções corretas procure outra Loja. Simples assim. No próximo artigo tentarei ampliar essas considerações que por enquanto resumi a título de introdução.

Abraço fraternalmente a todos.

 José Maurício Guimarães

(*) O Irmão José Maurício Guimarães é Venerável Mestre e fundador da Loja Maçônica de Pesquisas “Quatuor Corona, Pedro Campos de Miranda”, jurisdicionada à Grande Loja Maçônica de Minas Gerais.

A MAÇONARIA E A IGREJA DO MUNDO PERFEITO



Um grande amigo meu, maçom reconhecido nos quatro costados do mundo, com relevantes serviços prestados à Pátria e à Humanidade, brincou comigo depois de muito ler minhas reflexões sobre a maçonaria brasileira:

‒ Você será o vigário da igreja do Mundo perfeito.

Ele tem razão; no mesmo sentido raciocina outro grande maçom e amigo meu, com relevantes serviços prestados à Ordem:

‒ Irmão José Maurício... você é um cândido...

A palavra cândido significa inocente, pessoa incapaz de praticar ou planejar o mal, ingênuo e visionário: um vigário da igreja do mundo perfeito que almeja uma UTOPIA. Nesse sentido, sou cândido sim.

Candidato seria uma pessoa cândida, o que não acontece em lugar nenhum, pode crer: aqui no Brasil principalmente, se a pessoa é candidato significa que é espertalhão, nutre variadas intenções além do bem comum.

Cândido também era o nome do meu bisavô (vô Candico), este sim ‒ homem corretíssimo, franco, sincero, verdadeiro, lhano, singelo, despretensioso. Mascate (1) de profissão que nas horas vagas mantinha correspondência com o Imperador D. Pedro II. Ambos tinham barba.

Hoje ninguém tem o fio de bigode para atestar honradez.

Cândido é também o personagem das obras de Voltaire, o “Candide” que, de tanto acreditar na pureza dos outros se deu mal; muito mal!

Cândido ou não, hoje estou bem curtido e sovado ‒ apanhei e tenho apanhado muito dos “poderosos” que querem me calar. Aprendi a ler nos olhos deles... sofri calado com as barbaridades que vi. Mas também aprendi do Irmão Arnaldo Xavier:

“Pertencendo, não faça parte; fazendo parte, não pertença”.

Destarte, no sossego da minha biblioteca e do meu lugar sagrado, prossigo no meu posto, no alto daquela torre no bairro Sagrada Família.

E continuo candidato a vigário da igreja do mundo perfeito, aquele mundo que, nas palavras de São Voltaire, “é o melhor dos mundos possíveis”, desta que é a melhor das galáxias do melhor dos universos imagináveis.

Não obstante essas impertinentes divagações quero tranquilizar a todos os maçons e profanos do Universo: declaro que sou cândido, mas não sou CANDIDATO a nada. 

Não sou e jamais serei, pois quero me manter nessa candura, e observando... Podem escrever isso numa placa de bronze, afixar em todas as Potências do mundo.

E vamos aos fatos:

       I) Importante artigo recentemente divulgado pelo Irmão Quirino, alerta, com muita lucidez, para o substantivo EVASÃO que melhor expressa à saída de membros das Instituições Maçônicas. Evasão essa que, segundo ele, é mais do que pedir QP, pois evasão é fuga: o Irmão fujão desiste de tudo e não quer mais ouvir falar de maçonaria.

De fato encontramos centenas (talvez milhares) desses “desertores” por aí, mundo afora. Perdão! “desertores” NÃO! Na maioria, são pessoas coerentes com um ideal e decepcionadas com o que viram. Continuam amando a Maçonaria (com “M” maiúsculo), mas não querem ouvir falar desse “maçonaria” miúda de “m” minúsculo que vive de tantos aborrecimentos.

Permita-me o estimado Irmão Quirino ampliar a reflexão sobre o tema, magistralmente abordado em seus estudos e artigo.

Os conflitos gerados pela divergência de pontos de vista vão além do que acontece no dia-a-dia das Lojas e das Potências.

A candura (condição, estado ou qualidade do que é puro, límpido, que não tem mistura ou impurezas) esbarra na astúcia da ambição,  nas malícias do ofício, na manha dos interesseiros, na incontinência e impudicícia verbal de “maçons” que, pelo seu Grau, função ou cargo deveriam ser os primeiros a dar bons exemplos da postura e do falar maçônico. Quem acaba esbarrando na cerca de arame-farpado são os homens livres e de BONS COSTUMES, pois aqueles outros, cuja sindicância foi feita "inter femura” (2) nem se dão conta das contradições existentes na Augusta e Veneranda Ordem Maçônica.

E as lutas fratricidas existentes em nosso meio? Enquanto a sociedade espera dos homens livres uma luz no fim do túnel para a infelicitada República, as cisões que Morel & Souza definiram como “autofagia maçônica” provam isso (MOREL; SOUZA. O Estado de S. Paulo) Como não somos capazes de combater inimigos externos, voltamo-nos contra nós mesmos com um excesso de tribunais maçônicos (coisas inexistente na Maçonaria original e inimagináveis para Albert Mackey na lista dos Landmarks).

Se vocês pensam que ao neófito passam batidas tais monstruosidades, estão muito enganados. Os Aprendizes, principalmente, são os mais atentos e acabam se decepcionando com a Loja (ou a Potência) que exigiu tanto deles para serem iniciados e que, na sessão seguinte à da Iniciação abre o véu “do mistério” e lhes mostra a face cruel de algo insuspeitado.

       II) Liberdade para uns e submissão para outros; uns são “mais iguais” que outros; a fraternidade torna-se apenas formal, pois prevalecem grupinhos que cochicham antes das reuniões, “petits comités” que falam por dezenas de contribuintes; as votações são feitas de supetão “pelo sinal de costume”, ou no voto glúteo: “os que estiverem de acordo, permaneçam como estão” ‒ gritante afronta ao livre pensamento e aos postulados democráticos: dá mais trabalho e leva mais tempo para se levantar do que permanecer com a bunda na cadeira ‒ daí, voto glúteo (3), como ficou conhecido entre nós.

Outro fator de desânimo e decepção: as infindáveis perdas de tempo nas Lojas discutindo “sexo dos anjos” ou a festinha do dias das mães, dia do sobrinho, dia da sogra, dia do cunhado, dia da cunhada, etc. Até que cheguem à sapiente decisão sobre o refrigerante ‒ se vai ser coca-cola ou mate-couro. A paciência de quem foi buscar conhecimento nesse ponto já se esgotou. E o bom-senso acaba fazendo essa pergunta:

‒ O que eu estou fazendo aqui? Essas pequenezas não poderiam ser resolvidas pela comissão social, fora do Templo?

Na “palavra ao bem da Ordem e do Augusto quadro”, haja controle físico e emocional para a ladainha da pompa fácil, a distribuição de elogios e o trombetear de auto-elogios; e pelos termos que jamais deveria existir na Maçonaria como, por exemplo, a expressão “poderoso Irmão”; caso soubessem a origem dessa gaiatice, deixariam de usá-la pelo resto de suas vidas.

       III) Para encerrar tanta CANDURA e análise do que é ou não é cândido, vou falar sobre as eleições maçônicas.

Herdamos todos os vícios da República e nenhuma das virtudes que ajudamos a moldar para a formação do Brasil e de governos desejáveis para a Pátria.

Nossas eleições são meramente formais, estruturadas sobre o pensamento retrógrado que impede a alternância no poder. Nossas “eleições” ou acontecem com candidato único, ou resultam engessadas por chapas “da situação” ‒ não há real desincompatibilização de cargos para o registro de chapas, e desta forma a “máquina” sempre sai na dianteira. Abstenho de falar das “cartas marcadas”, das dinastias e das capitanias hereditárias.

Quanto aos projetos maçônicos, esses nunca saem do papel ‒ mesmo quando são colocados nos folder das candidaturas.

Prouvera Deus, O Grande Arquiteto do Universo, que houvesse muita divergência de pontos de vistas nas Lojas e nas Potências. Só assim poderíamos crescer como Instituição e como homens!

Se vocês pensam que ao neófito esclarecido passam batidas tais monstruosidades, estão enganados. Quando eles buscavam afiliação na Maçonaria, fizeram uma opção por esta Ordem e pelas instituições maçônicas que se apresentam como democráticas, libertárias, aberta ao contraditório e ao debate.

Eu acredito na Maçonaria e nos bons maçons, e tenho certeza de que temos excelentes Aprendizes, Companheiros e Mestres capazes de, em médio prazo, transformarem o atual panorama num verdadeiro projeto, em novas leis, novas constituições e métodos capazes de nos colocarem na mesma altura da Maçonaria de outros países.  

José Maurício Guimarães
(1) mascate: antigo mercador ambulante, viajando a pé ou no lombo de burro, que oferecia mercadorias de porta-em-porta.
(2) peço perdão pelo uso da grosseira fórmula na expressão latina, “inter femura”, que significa “nas coxas”.
(3) cada um dos três músculos das nádegas que executam movimentos de abdução e extensão da coxa na articulação do quadril: o mesmo que bunda.


ERGON MAÇÔNICO




Ergon Maçônico é um termo que se perdeu no tempo e nas traduções literais das palavras. E, assim, também, se perdeu o conteúdo simbólico.

Ergon vem do grego “ação” e/ou “reação”, que passa a mensagem de trabalho, de resultado. Porém, ergon nada tem haver com “apresentação de trabalho” (prancha e arquitetura) ou "desenvolvimento dos trabalhos" (ritualística) ou ainda "trabalhos em Loja" (Ordem do Dia).

O Ergon Maçônico é o trabalho individual e interno ao qual o Maçom deve se predispor.

Comumente, vemos a figura de um homem com o malho e o cinzel se esculpindo e compreendemos esta ação como a formação do Maçom.

Porém, este processo de lapidação se dá, para que ele se torne útil à comunidade. Pedra Cúbica (Pedra lavrada).

Mas, assim também é o seu interior? Do que nos serve, bonito por fora, mas oco por dentro?

Esta fragilidade é pouco útil na construção de uma sociedade mais justa e perfeita.

O Ergon Maçônico é a aplicação simbólica dos valores e dos elementos da Alquimia.

Certamente, alguns Irmãos podem não acreditar em ligações da Maçonaria com a Alquimia e relatam que, apesar de cargos e graus conquistados, nunca viram alguma coisa que as relacionam.

É hora de voltar ao começo. Em uma câmara escura, onde nos restava apenas aguardar e refletir, sendo nossos únicos companheiros internos eram o pensamento, o desejo e os sentimentos. Por isto, lá estavam o sal, o mercúrio e o enxofre.

Tanto os elementos internos, quantos os externos, tiveram a única função de provocar uma ação ou reação para que houvesse a morte do "passado", a transformação do carvão em diamante, da prata em ouro, do profano em sagrado.

Além de todos os trabalhos ritualísticos, das ações de filantropia e a procura do crescimento pelo estudo, o Maçom também deve ter seu laboratório interno e dentro dele procurar conhecer e transformar seus pensamentos, desejos, sentimentos e tudo que passa em sua mente e coração.

“VÓS PRÓPRIOS SOIS A PEDRA FILOSOFAL, O VOSSO PRÓPRIO CORAÇÃO É A MATÉRIA-PRIMA QUE DEVE SER TRANSMUTADA EM OURO PURO” 
(Histoire des Rose-Croix)
Fraternalmente
Sérgio Quirino - Grande Segundo Vigilante da GLMMG.



O MAÇOM E OS SEUS INSTRUMENTOS DE TRABALHO



Cansado, o velho mestre maçom, carregava um pesado alforge, contendo os instrumentos maçônicos que lhe permitiriam fundar uma nova Oficina de Trabalho.

O caminho irregular, eivado de empecilhos, obstáculos, tanto para os seus pés machucados, feridos nos espinhos e pedregulhos esparsos, tal qual a ignorância o orgulho e a vaidade humana que, lhe dificultavam sobremaneira a  sua caminhada; também para o seu velho coração que ameaçando parar, lhe interrogava, no interior do seu espírito, valerá à pena, começar tudo de novo?

Parando um pouco, pensou ele, existem homens maçons que estão cobertos, protegidos, pela solidez, pela união fraterna, pela beleza, pela paz, pela harmonia e pela segurança dos seus Templos consagrados ao Grande Arquiteto do Universo.
Eu, porém, recebi a missão de recomeçar, reiniciar, tantas vezes, - tudo novamente!

E, se assim é, assim será!

Lembrou de um dos textos contidos no Livro da Lei, no Livro de Eclesiastes, Capítulo 12, Versículos 1 a 14:

Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;

Antes que se escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir às nuvens depois da chuva;

No dia em que tremerem os guardas da casa, e se encurvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas;

E as portas da rua se fecharem por causa do baixo ruído da moedura, e se levantar à voz das aves, e todas as filhas da música se abaterem.

Como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça;

Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço.

E o pó volte a terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.
Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade.

E, quanto mais sábio foi o pregador, tanto mais ensinou ao povo sabedoria; e atentando, e esquadrinhando, compôs muitos provérbios.

Procurou o pregador achar palavras agradáveis; e escreveu-as com retidão, palavras de verdade.

As palavras dos sábios são como aguilhões, e como pregos, bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo único Pastor.

E, demais disto, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne.

De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem.

Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.

Na verdade, pensou ele, envelheci no meu corpo físico, porém, o meu corpo mental espiritual é jovem, confiante no futuro, confiante em Deus, O Supremo Arbitro de todos os mundos e de todas as coisas!

Tenho o Poder de Dar um Passo Adiante, tenho o Poder de Construir um Novo Templo, tenho o Poder da Persistência, tenho o Poder da Minha Própria Vontade que está Sempre Bem Sintonizada com todos os meus Irmãos Maçons que, presentes em todos os Continentes do Mundo, me transmitem as Energias da Egrégora que se forma semanalmente em suas Oficinas de Trabalho, quando todos juntos, desbastam e dão polimento às suas Próprias Pedras Brutas, me incentivando, me renovando com novas energias, para que eu cumpra fielmente os meus propósitos, os meus ideais!

Lá adiante, no raiar de um novo dia, encontrarei um local apropriado, aplanarei e nivelarei um novo terreno!

Comigo estarão certamente, bem poucos obreiros.

Porque, é bem mais fácil se aproximarem irmãos maçons dispersos, quando a Obra estiver concluída, pronta, para o reinicio dos Augustos Trabalhos.

Há, mas isto não importa! Pensou Ele.

Venho aprendendo pacientemente que, as palavras podem até convencer, porém, - o exemplo dignificante, a atitude altruísta, o dar sem esperar nada em troca, sempre serão as luzes que nortearão os neófitos, e, os irmãos maçons que, ainda, - não compreenderam toda a grandiosidade e a magnificência da Maçonaria Universal, pois, - conduz aos que se dedicam a Ela, prodigalizando-lhes o conhecimento capaz de conduzi-los ao Trono da Sabedoria!

O momento é agora!

O passado serve a todos nós irmãos maçons, - como a alavanca que firma o presente e nos impulsiona em direção do futuro!

E, o mestre, após estas conclusões, reiniciou a sua caminhada!


Ir.'. Orlei Figueiredo Caldas 33 º

COMO ENCONTRAR DEUS!



Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos.  Salmo 19,1

A 4ª Instrução do 1º grau é aberta com a interrogação: “O QUE É A MAÇONARIA”?

A resposta: “Uma associação íntima, de homens escolhidos, cuja doutrina tem por base o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus; como regra: a Lei Natural; por causa: a Verdade, a Liberdade e a Lei Moral; por princípio: a Igualdade, a Fraternidade e a Caridade; por frutos: a Virtude, a Sociabilidade e o Progresso; por fim, a felicidade dos povos que, incessantemente, ela procura reunir sob a bandeira da paz. Assim, a Maçonaria nunca deixará de existir, enquanto houver o gênero humano”.

O objetivo deste trabalho é fornecer subsídios nessa direção, proporcionando ao recém-iniciado elementos de reflexão através dos quais possa, de forma consciente, trabalhar os seus sentimentos e a sua razão, seja racionalizando sentimentos por intermédio do bom senso e da lógica, seja iluminando a inteligência e os pensamentos com as luzes dos bons sentimentos.  

Lapidar os próprios sentimentos é tarefa árdua, mormente para os Aprendizes. 

Restringido a três páginas, nestas tentaremos mostrar o que de mais importante representa a base de nossa doutrina, embora sabendo que ninguém pode definir o Grande Arquiteto do Universo. Entre todos os landmarks anglo-saxão existe um de extrema importância pelas discussões que provocou. É a crença na existência de Deus, considerado como o Grande Arquiteto do Universo.

Wirth comenta esse Landmark nos seguintes termos: “Que esta crença esteja implicada pelo caráter religioso fundamental da Franco-Maçonaria é algo que não contestaremos. 

O Iniciado que compreende a Arte jamais será um ateu estúpido ou um libertino irreligioso. (“Libertino” tem aqui o sentido antigo: “Livre da disciplina da fé religiosa”).

Essa certeza deve levar-nos a confiar em quem procura a luz com sinceridade. Não temos de exigir dele um credo determinado, que o Há dois mil anos um homem veio ao mundo para pregar uma doutrina de amor, obrigue a aceitar uma concepção teológica necessariamente discutível.

Não erigimos o Grande Arquiteto do Universo como um objeto de crença, mas vemos Nele o símbolo mais importante da Maçonaria, símbolo que deve ser estudado como os demais, a fim de que se compreenda a Maçonaria e se construa cada um por si, num desafio ao egoísmo, o santuário de suas convicções pessoais.

A noção do Grande Arquiteto do Universo, na Maçonaria, é ao mesmo tempo mais ampla e mais limitada que a das diferentes religiões. (Note-se que não suprimimos a palavra “Deus”, mas que lhe acrescentamos o epíteto de “Grande Arquiteto do Universo”).

BONDADE E HUMILDADE DO ESPÍRITO
A Franco-Maçonaria desde sua origem adotou a expressão “O Grande Arquiteto do Universo”, mostrando assim a sua concepção da divindade em suas relações com o mundo e com o homem. 

Sendo Deus o Ser Supremo admitido em todas as religiões, é a existência Suprema, Superior, Criadora e Indefinível, cujo estudo constitui uma das bases da Maçonaria.  

O Cristianismo prega o amor, pedindo que seja feito ao próximo o mesmo que se almeja para si; Jesus de Nazareth, aquele que deu sua vida pela salvação dos homens, respondeu aos Fariseus: “Amar a Deus com todas as forças e a seu próximo como a si mesmo, é da lei e dos profetas; não há maior mandamento”.

Aos que perguntaram qual o caminho para o Reino dos Céus, declarou: “Procurai em primeiro lugar a Justiça e o resto vos será dado em abundância”.

O Judaísmo quer que o nocivo não seja feito aos outros. Moisés tirou da escravidão os filhos de Israel, ditou: “Tu venerarás somente o DEUS único e não talharás imagens a sua semelhança; respeitarás o dia de descanso; não jurarás em vão; honrarás Pai e Mãe; não cometerás adultério; não roubarás os bens de outrem; não levantarás falso testemunho; não cobiçarás a mulher, nem os bens do próximo”.

O Islamismo ensina que, para ser um crente, é preciso desejar ao próximo o que se quer para si mesmo; Maomé, o Profeta por excelência, do Islã dita: “Deus é Deus e não há outro Deus”. “Ninguém pode ser chamado verdadeiro crente se não desejar a seu irmão o que para si deseja”;

O Confucionismo dirige o pensamento para não fazer aos outros o que não se quer para si mesmo. Sua doutrina consiste, inteiramente, em ensinar a retidão do coração e o amor ao próximo.

Há uma regra universal de conduta que se contém na palavra RECIPROCIDADE. “Tu que não és capaz de servir aos homens, como poderás servir, aos deuses? Não conheces a vida, como poderás conhecer a morte”?

O Budismo quer que não seja feito ao semelhante aquilo que lhe pudesse magoar. 

Gautama, o Buda renunciou os direitos de nascimento e de fortuna. Sua lei é a lei do perdão para todos.  

Crenças e religiões de toda ordem existem e devem ser respeitadas. É admitido pelo Alto que cada um busque o Criador em sua própria concepção teológica.

O homem está ligado a Deus pela alma, que é sua essência e seu universo maior de compreensão, raciocínio e sentimento. Não necessita de representantes e intermediários para tanto.

Tantas outras seitas existem, tantos outros mandamentos escritos de diversas outras formas permanecem, mas, acima de tudo, se há vínculos com a essência do Amor, da Bondade, da Justiça e da Sabedoria, ligados a Deus, apesar da variedade de suas revelações falam a mesma linguagem, porque ela corresponde às necessidades universais e aspirações permanentes da Natureza humana.  

Jamais utilizar a religião e a fé para o embrutecimento dos bons sentimentos, o cultivo da riqueza material ou o fanatismo que pode levar até a exaltação que impele o fanático a praticar atos criminosos em nome da religião.  

Hoje se fala muito de espiritualidade e, com frequência, o que se quer dizer é: “Não pertenço a nenhuma religião organizada”. A religião em si, não consegue eliminar completamente o lado mais tenebroso da humanidade.

Não pode acabar com as guerras, a crueldade, a ganância e o sofrimento dos pobres, mas alivia tudo isso e dá uma visão perene de nosso eu melhor e mais puro, e do mundo melhor que a Maçonaria almeja criar, oferecendo um antídoto ao medo que a morte desperta em nós e que nos transporta com fé e esperança há dias melhores para a Humanidade.

O Maçom tem como dever honrar e venerar o Grande Arquiteto do Universo e cumprirá todos esses deveres porque tem a Fé, que lhe dá coragem; a Perseverança, que vence os obstáculos; o Devotamento que o leva a fazer o Bem e a Justiça, mesmo com risco de sua vida, sem esperar outra recompensa, que a tranqüilidade de consciência.  

Precisamos estar mais presentes em nossas Lojas, porque lá os Irmãos, pela união e pelo pensamento se aproximam de Deus, buscando a esperança.

Lá nos reeducamos para superar o individualismo e, diante de Deus, abrir o coração para aprendermos que o Grande Arquiteto do Universo é a autoridade final, e, que nós, Seus filhos temos o dever de seguir pelos caminhos que nos levam a Ele, que são sempre os mesmos que nos levam uns aos outros.

BIBLIOGRAFIA
Ir.’. Valdemar Sansão
Fontes de Consulta:
- Rituais Maçônicos;
- “O Despertar para a Vida Maçônica”
Valdemar Sansão (aguardando publicação)


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