HUMILDADE: HONRAR A VERDADE




A Ordem Maçônica carrega em seus princípios verdadeiros tesouros de valores imensuráveis, na verdade, lenitivos suficientes para promover a luta contra as imperfeições da pedra bruta, e, alçar vôos para o trabalho da pedra polida em direção às perfeições da alma. Essas orientações sublimes são mostradas aos Maçons, que com seu livre arbítrio, sua determinação promova a sua caminhada ao mais alto degrau de evolução.

Confunde-se grau e/ou cargo adquiridos ou impostos, acrescidos de vaidade, orgulho e ambição, que devem alimentar o egocentrismo e sentir-se superior aos seus pares, como a condecoração material mais perfeita que um materialista pode almejar.

Ledo engano! O mais alto pedestal que pode almejar um maçom é: humildade.

A poetisa Maria Dolores em um de seus poemas elucida:

“O progresso exalta o mundo...
E no porão da grandeza,
Há pranto, angústia, tristeza,
Embates de chaga e dor!...
Só Jesus, vencendo as sombras,
Ergue a luz da Caridade,
Conduzindo a Humanidade
Para a vitória do Amor.”

O Divino Mestre quando há mais de 2.000 anos passou pela Terra, foi claro de que a vaidade e outras qualificações são apanágios dos tolos, dos incautos e dos perjúrios, onde se comprazem na pusilanimidade do materialismo que os distanciam do bom, do belo e do justo.

O tempo urge, o GADU clama a todos, pedindo nossa transformação pelo Amor, pela Caridade e pelo bem feito desinteressadamente. Chegamos muitas vezes a pensar que a nossa consciência está obnubilada, momentaneamente, pela ilusão do materialismo.

Somos Maçons, nós temos responsabilidades pelos que sofrem, pelos injustiçados, pelos órfãos, pelas viúvas, enfim, onde a dor fizer morada, devemos nos aproximar, encontrar solução para afastar o infortúnio. O sofrimento de qualquer ser humano é nosso sofrimento, caso contrário, seremos esquizofrênicos, pois, não nos sensibilizamos com o sofrimento alheio.

Aparência não é sinônimo de Maçom, aparentar ser bom, ser cargo, contudo, no dia a dia, seus atos denotam a pobreza espiritual: aprendemos a acreditar não naquilo que um irmão fala, mas, naquilo que o irmão faz, nos seus atos, na maneira como trata sua família, seus subordinados, seus amigos, seus desafetos, pois, atitudes sensatas e equilibradas representam mais do que palavras soltas de conhecimentos, mas sem amor.

Certa feita recebemos em nossa Instituição filantrópica um Pastor Evangélico a ministrar uma aula prática aos novos Pastores que iriam concluir o curso, quando em sua fala, assim disse: “Atender bem a um superior seu, representa um ato de obediência; atender bem a alguém no mesmo nível de hierarquia representa um ato de respeito; contudo, atender bem a alguém mais fragilizado e/ou empobrecido, que nada pode me oferecer em troca, isso representa um ato de humildade.” 

A Ordem Maçônica nos adverte, diuturnamente - existe uma Lei Divina chamando-nos a prestar contas de nossas atitudes, nossos pensamentos, qual caminho estamos percorrendo. Todos os instantes somos chamados à responsabilidade, tenho condições de permanecer a fugir os desmandos que cometo? Até quando continuarei enganando a mim mesmo. Da Lei do GADU, ninguém foge como dizem: “O corcunda para onde vai, leva à corcunda.”

Estamos matriculados numa sublime Escola, chamada Maçonaria, sejamos dignos dos seus ensinamentos. A estrada da vida é reta, não permite atalhos, conchavos e hipocrisia. O verdadeiro Maçom é fácil de identificar: é simples, humilde e serve a todos sem pensar em recompensa. Quando questionamos a um maçom o que se faz em sua Loja Maçônica? Ele prontamente responde: - Levantam-se templos à virtude e cavam-se masmorras aos vícios.  Esse, sim, o verdadeiro legado ou código do maçom, contudo, não devemos amaldiçoar e/ou maldizer o maçom equivocado, pois, não somos juízes. Da Lei Divina, ninguém foge.

A mão do GADU alcança a todos, e, em todas as épocas. Tivemos equívocos, é só examinar a História, desde a Ordem dos Templários (1118-1312), com Inácio de Loyola, passando pelos Maçons na Queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789, com Joseph Fouché, embora esse maçom fosse sinônimo de abrir mão de qualquer caráter, ou convicção a pretexto de ser leal ao mais forte, mais poderoso e mais rico em bens materiais e poder. Nos dias atuais, temos essas perigosas semelhanças de desvios de conduta, em pouquíssimos maçons, mesmo tento visto a Luz, preferem as trevas da ignorância, para permanecerem equivocados em alimentar o egoísmo, o orgulho e a vaidade.

A alma do verdadeiro Maçom não se compra com metais, nem com cargos, pois a honra não é moeda de comércio. O Maçom se curva às virtudes e bondade.

O momento é de Amar e servir, como verdadeiros filhos da Luz.

Saúde e paz sempre!

Wssf
Loja Maçônica Calixto Nóbrega nº 15
14.10.2019 - Oriente de Sousa – Paraíba.

BOOZ OU BOAZ? A RESPOSTA DEFINITIVA



INTRODUÇÃO
Boaz ou Booz: Qual o verdadeiro nome da coluna do Templo de Salomão, que é objeto também de boa parte das tradições maçônicas?
Este estudo tem por objetivo dar uma resposta definitiva à questão, analisando a palavra nas formas hebraica e grega.
A ORIGEM DO NOME
O nome Boaz deriva da seguinte passagem bíblica, que foi originalmente escrita no hebraico:
“Depois levantou as colunas no pórtico do templo; e levantando a coluna direita, pôs-lhe o nome de Jaquim; e levantando a coluna esquerda, pôs-lhe o nome de Boaz.” (1 Reis 7:21)

Há ainda uma passagem muito semelhante em 2 Crônicas 3:17. O termo também aparece, associado ao nome próprio de pessoas, nos livros de 1 Crônicas e Ruth.
ANÁLISE DO HEBRAICO
No total, Boaz, na forma original hebraica, aparece no texto bíblico 24 vezes. Elas se subdividem em duas grafias básicas:
Bho`az (בֹעַז) – aparece 8 vezes
Bo`az (בֹּעַז) – aparece 16 vezes
(Essa pequena variação na letra inicial, que pode ser lida de forma aspirada ou não, é comum no hebraico e não será objeto deste estudo, pois em nada impacta a questão da vogal.)
Em ambos os casos, a vogal que aparece é chamada Pata’h (também grafada Patach), que é representada por um traço horizontal ( – ) abaixo da consoante.
Entre dialetos e sistemas escritos, o hebraico tem hoje treze dialetos. A saber: Ashkenazi, Babilônio, Bíblico (Massorético), Medieval, Mishnaico, Moderno, Palestino, Samaritano e Sefaradita.
Entre eles, existem muitas diferenças fonéticas. Porém, naquilo que diz respeito ao Pata’h, acontece algo curioso: TODOS os sistemas que usam sinais massoréticos pronunciam-no da mesma maneira: /a/
O único sistema que não utiliza os sinais massoréticos e derivativos, o samaritano, também costuma pronunciar /a/ para palavras sílabas onde o pata’h é utilizado!
Ou seja, não se conhece no hebraico nenhuma outra tradição fonética que não seja pronunciar a segunda vogal do nome Boaz como /a/, isto é, de forma semelhante à letra A com acento agudo no português.

A VERSÃO GREGA
Existem essencialmente duas fontes para o texto que os cristãos conhecem como Antigo Testamento: O Texto Massorético, dos judeus, e a Septuaginta, da Igreja Católica, que deriva de outra família, hoje perdida, de manuscritos hebraicos.
Olhando para o grego, da Septuaginta, que poderia ser outra fonte fonética a considerar, mesmo que com ressalvas, encontramos no texto de 1 Reis 7:21 a grafia Βόαζ, que também seria pronunciada Boaz!

É na narrativa do livro de Ruth, encontramos finalmente a grafia Βοόζ, Boóz, que predomina na Septuaginta em todo o livro. Todavia, a conexão para com a Maçonaria se estabelece a partir de 1 Rs. 7:21 e não diretamente com o personagem do livro de Ruth!
Além disso, essas duas não são as únicas grafias existentes no grego. Nos manuscritos da Bíblia cristã, no Novo Testamento, aparece ainda, por duas vezes, a grafia Βοὲς, que seria pronunciada Boéz, em Mateus 1:5.
Grafias de outros nomes também mostram fenômenos semelhantes, indicando que o grego não é muito confiável para descobrir a pronúncia original das palavras hebraicas. E, ainda assim, no grego, o nome da coluna do Templo é Boaz e não Boóz!
A FONTE DO PROBLEMA
O problema ocorre porque a versão da Vulgata Latina, influenciada provavelmente pela grafia predominante Boóz na Septuaginta do livro de Ruth, utilizou Boóz para 1 Reis 7:21. O que é um erro, por dois motivos: Primeiro, porque não reflete a pronúncia correta do hebraico. E segundo, porque o mesmo a Septuaginta traz Boaz ao se referir à coluna do Templo!
Como durante muito tempo as traduções católicas tiveram por base Vulgata Latina, a forma Boóz, equivocada, se popularizou. Isso é compreensível, dado que as gerações anteriores à Era da Informação nem sempre tinham como verificar determinadas informações.
Todavia, considerando que atualmente temos acesso aos manuscritos mais antigos e a toda essa gama de informações, é injustificável persistir no erro simplesmente por apego ao mesmo.
CONCLUSÃO
Resumindo, temos o seguinte:

O nome Boaz aparece 24 vezes no hebraico, sempre com a mesma vogal (pata’h).


A vogal pata’h tem pronúncia /a/ em todos os dialetos conhecidos do hebraico.

Não há outra tradição fonética para o nome Boaz no hebraico.

O grego da Septuaginta também traz Boaz como nome para a coluna do Templo.

Existem ainda, no grego, as pronúncias Boóz e Boéz, para o mesmo nome, noutros trechos da Bíblia, mostrando que o grego não é muito confiável como fonte de pronúncia.

A Vulgata Latina optou por padronizar o nome como Booz. A partir daí, muitas bíblias ocidentais passaram a adotar essa grafia/pronúncia equivocada.

É compreensível que, no passado, não se tivesse acesso a tais informações. No presente, contudo, isso seria injustificável. 


BIBLIOGRAFIA
BROWN, Francis; DRIVER, S. R.; BRIGGS, Charles A.; A Hebrew and English Lexicon of the Old Testament. Oxford: Clarendon Press, 1906.
KHAN, Geoffrey. Encyclopedia of the Hebrew Language and Linguistics – Volume 1. Boston: Leiden, 2013.
THAYER, Joseph H. Thayer’s Greek Lexicon. Biblesoft: 2011.
STRONG, James. Strong’s Exhaustive Concordance of the Bible.  Peabody: Hendrickson Publishers, 2007.
Interlinear Greek English Septuagint Old Testament (LXX). Disponível em: <https://archive.org/details/InterlinearGreekEnglishSeptuagintOldTestamentPrint/page/n5>. Acesso em: <19/08/2019>
The Clementine Vulgata. Disponível em: <http://www.catholicbible.online>. Acesso em: <19/08/2019>
Sobre o Autor
Luis Felipe Moura é M M, em processo de filiação na ARLS Conde de Grasse-Tilly 301 (GOP/COMAB). É bacharel em Letras (inglês), mestre em Teologia e em Psicanálise, atualmente trabalha como psicanalista e professor de Bíblia Hebraica.


O MAL QUE NOS DESTRÓI




A Maçonaria foi instituída não para separar os homens, mas para uni-los, deixando a cada um a liberdade de pensamento.

 O MAÇOM

Se a Instituição Maçônica, em sua doutrina – assim como muitos sistemas religiosos e filosóficos – são perfeitos; os homens são apenas perfectíveis, ou seja, passíveis de aperfeiçoamento e é por isso que se tornam *Maçons:.* .

E aí está a grande meta, que é a beleza intrínseca da prática maçônica, aperfeiçoar o Homem, polir a sua mente, o seu intelecto, para que ele alcance a maturidade e a lucidez espiritual, que lhe permita vencer as paixões, amar o seu semelhante e fazer com que uma Lei Fundamental não se torne letra morta.

Se todos os homens fossem perfeitos, a Maçonaria perderia a sua finalidade.

A Maçonaria: vem praticando essa Lei desde a sua fundação por diversos meios, sendo o principal deles a imposição de uma fraternal convivência, a começar pelo tratamento de Irmão entre os seus membros.

A ÉTICA MAÇÔNICA

 A lei que regula a Ética Maçônica tem sido burlada, postergada, embora esteja claro que as atitudes maçônicas são designadas para as relações dentro da fraternidade, onde os Irmãos têm de tentar todos os remédios antes de procurar o socorro das Cortes.

Com Lojas e Obediências sendo arrastadas à Justiça profana, em questões onde a caridade fraternal está ausente e onde imperam as discussões, as discórdias, os propósitos caluniosos e as maledicências.

Há inúmeros casos em que a solidariedade maçônica foi esquecida e homens que deveriam ser Irmãos tornaram-se inimigos irreconciliáveis.

A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou as muralhas do ódio e nos tem feito andar em marcha lenta para a amargura.

Nas disputas pelo poder, os interesses particulares, muitas vezes, sobrepujam os gerais, a dano da coletividade maçônica e do princípio de fraternidade.

As vaidades pessoais, as paixões de momento, os melindres, têm cavado fossos quase intransponíveis entre homens que se deveriam amar como Irmãos.

Importante é a recomendação de não se recorrer  à justiça profana, para abordar os assuntos internos da Maçonaria.

Essa recomendação, como mostra a História, tem sido largamente desrespeitada, em todos os tempos, pois, quando entram em jogo interesses pessoais e de grupos, os homens  - falíveis e imperfeitos, embora a instituição seja doutrinariamente perfeita,  esquecem a lei, a moral e a ética.

É papel essencial  de a *Maçonaria* exigir esta Ética primeiro de seus membros, tanto dentro quanto fora da Ordem, e depois lutar para que a Ética se torne apanágio de todos os outros, principalmente daqueles que nos afetam com sua desonestidade  e falta de lisura.

A Maçonaria nos ensina a ser ético individualmente, através dos Rituais que nos treinam para o sistema maçônico de pensamento, para que possamos, depois de agir com correção a partir de nossa própria vontade, unir vontades de muitos Irmãos numa luta maior.

OS INIMIGOS DA MAÇONARIA

 Alguns ingressam na Ordem certos de poder contar, nas suas dificuldades, com proteção e amparo material. E, não encontrando, como de fato não poderiam, em nenhuma hipótese, favores dessa natureza, afastam-se.

E a cada afastamento, mais um inimigo da Ordem se forma, Inimigo que nós criamos. Inimigo de nossas ideias e de nossos propósitos. Inimigo que nós próprios fomos buscar no mundo profano. O grande inimigo da Maçonaria é aquele que jamais nela deveria ter ingressado. Nossa imperfeita seleção, escolha e sindicância devem ser revistas.

Os responsáveis pela cegueira e teimosia em pactuar pela omissão ou comodidade, acarretam prejuízos incalculáveis à Instituição.

O grande inimigo da*Maçonaria é aquele que se contenta com o hoje, os imediatistas, aqueles para os quais basta uma Maçonaria contemplativa, “de rótulo” ou “de fachada”, com suas “festas” e fotografias estampadas em dispendiosas revistas sem nenhum testemunho prático, sem nenhum estudo, realização ou participação, levaria, se fosse só, a Maçonaria de nossos tempos a simples sinais, batidas de malhetes, crachás, exibição de adereços, anéis, chaveiros, canetas, gravata, abotoaduras, distintivos, condecorações, sempre com o clássico conjunto de Esquadro, Compasso e letra G usados no peito ou na lapela, com fita ou com laço para alimentar vaidades.

Contudo, o grande inimigo da fraternidade é aquele que carrega a vaidade dentro de seu coração; que não conhece o seu próprio valor e o valor de seus Irmãos.

Aquele cujo espírito não admite que os outros sejam líderes porque, na mesquinhez de sua futilidade e ostentação, acredita ser melhor do que os demais e único capaz de poder empunhar a bandeira da liderança.

O QUE É PRECISO MUDAR

É lamentável constatar que, se a Independência do Brasil, a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República dependessem hoje, de propaganda feita à custa de cotização dos Obreiros, elas jamais seriam feitas.

Estas são constatações dolorosas, mas absolutamente verdadeiras, pois o que mais se vê, na atualidade, é inação e uma completa má vontade, com raras e honrosas exceções, que confirmam a regra.

Cotizações para a manutenção de obras assistenciais, de construção de Templos próprios para as Lojas, de se erigir sedes dignas para a Obediência, são sempre motivos de descontentamento e de consequente afastamento de Obreiros.

E com isso vem o inadimplemento, causando sérias consequências, com prejuízos para a Maçonaria, de maneira geral e, em particular, para os Obreiros que cumprem os seus compromissos financeiros e que acabam suportando uma carga que deveria ser dividida entre todos.

E o montante dessas obrigações é, geralmente, bem pequeno, numa quantia inferior a despendida na “sessão gastronômica” (ágape) de que muitos participam, depois da Sessão Maçônica, com mais gastos.

DAMIÃO ROCHA GONÇALVES:.33°:

DESMESTIFICANDO A FIGURA DO BODE NA MAÇONARIA




Dentro da nossa organização, muitos desconhecem o nosso apelido de bode. A origem desta denominação data do ano de 1808. Porém, para saber do seu significado temos necessidade de voltarmos no tempo.

Por volta do III ano d.C. vários Apóstolos saíram para o mundo a fim de divulgar o cristianismo. Alguns foram para o lado judaico da Palestina. E lá, curiosamente, notaram que era comum ver um judeu falando ao ouvido de um bode, animal muito comum naquela região.

Procurando saber o porquê daquele monologo foi difícil obter resposta. Ninguém dava informação, com isso aumentava ainda mais a curiosidade dos representantes cristãos, em relação aquele fato.

Até que Paulo, o Apóstolo, conversando com um Rabino de uma aldeia, foi informado que aquele ritual era usado para expiação dos erros.

Fazia parte da cultura daquele povo, contar alguém da sua confiança, quando cometia, mesmo escondido, as suas faltas, ficaria mais aliviado junto a sua consciência, pois estaria dividindo o sentimento ou problema. Mas por que bode? Quis saber Paulo.

É por ­que o bode é seu confidente. Como o bode nada fala o confesso fica ainda mais seguro de que seus segredos serão mantidos, respondeu-lhe o Rabino.

A Igreja, trinta e seis anos mais tarde, introduziu, no seu ritual, o confessionário, juntamente com o voto de silêncio por parte do padre confessor - nesse ponto a história não conta se foi o Apóstolo que levou a ideia aos seus superiores da Igreja, o certo é que ela faz bem à humanidade, aliado ao voto de silêncio, o povo passou a contar as suas faltas.

Voltemos em 1808, na França de Bonaparte, que após o golpe dos 18 Brumários, se apresentava como novo líder político daquele país. A Igreja, sempre oportunista, uniu-se a ele e começou a perseguir todas as instituições que não governo ou a Igreja.

Assim a Maçonaria que era um fator pensante, teve seus direitos suspensos e seus Templos fechados; proibida de se reunir. Porém, irmãos de fibra na clandestinidade, se reuniram, tentando modificar a situação do país.

Neste período, vários Maçons foram presos pela Igreja e submetidos a terríveis inquisições. Porém, ela nunca encontrou um covarde ou delator entre os Maçons.

Chegando a ponto de um dos inquisidores dizer a seguinte frase a seu superior: - “Senhor este pessoal (Maçons) parece BODE, por mais que eu flagele não consigo arrancar-lhes nenhuma palavra”.

Assim, a partir desta frase, todos os Maçons tinham, para os inquisidores, esta denominação: “BODE” - aquele que não fala, sabe guardar segredo.

José Castellani


COMO ENTENDER E ESTUDAR O SIMBOLISMO




Deve ser lembrado, antes de tudo, que o maçom deve ter um comportamento essencialmente prático em suas ações e idéias, principalmente quando à origem de certos objetos ligados à maçonaria.

Em outras palavras, uma explanação simples e obvia de um símbolo maçônico, é preferível a uma explanação fantástica, altamente imaginativa ou romântica.

Seis pontos devem ser considerados:
· A ordem (franco maçonaria) tem origem nas Guildas Maçônicas na fase Operativa, na idade média.

· As várias referencias Egípcias e Orientais nos rituais maçônicos representam acréscimos ou adições, feitas de tempos em tempos nos rituais originais, mais antigos.

· O simbolismo só se transformou em algo proeminente, notório, na maçonaria, em tempo passado, relativamente curto.

· A posse de nossos símbolos por outros corpos organizacionais, Sociedades e Ritos, e vice-versa, não indica, por si, nenhuma conexão entre essas organizações e a Maçonaria, ou, de nenhuma maneira, indica a origem da nossa Ordem Maçônica.

· A influencia que possa ter existido na maçonaria, de Rituais de antigos Ritos Iniciáticos, na certeza, não ocorreu antes da terceira década do século XVIII.

· Com respeito a alguns Maçons que acham que a Maçonaria é derivada dos “mistérios” do Antigo Egito e, que todos nossos símbolos são de origem egípcia, deve se ficar esclarecido que esses “mistérios” não são bem conhecidos e muitos deles estão totalmente perdidos.

Finalmente deve ser dito que alguns objetos encontrados na Maçonaria, que numa primeira visão parecem ser Símbolos Maçônicos, mas que, com uma análise mais rigorosa, veremos que não são.

É necessário o devido cuidado para distinguir entre genuínos Símbolos Maçônicos daquelas coisas chamadas “Símbolos”, devido uma fértil imaginação e/ou um super entusiasmo maçônico.

(livre tradução de livros ingleses e neozelandeses).


MAÇONARIA: UMA LUZ NA ESCURIDÃO



Lembro-me de que, há muitos anos, apanhar um voo noturno de Los Angeles para Atlanta – era um voo de seis ou sete horas no meio da noite.

Foi a primeira vez que voei à noite e dormi a maior parte do voo. De vez em quando, acordava e olhava pela janela. Eu pensei que era estranho que toda vez que eu acordava e olhava pela janela, nós estivéssemos a voar sobre uma cidade grande.

As luzes da cidade eram lindas na paisagem abaixo. A última vez que acordei, olhei pela janela e vi que mais uma vez estávamos a sobrevoar uma grande cidade. De repente, percebi que não era uma cidade abaixo de mim! Estávamos a voar por vastas áreas rurais, e aquelas luzes abaixo eram luzes dos celeiros de todas as pequenas fazendas espaçadas ao longo das milhas abaixo.

Nós estávamos voando tão alto que aquelas pequenas luzes pareciam muito próximas, mas na realidade poderiam estar um quilômetro ou mais separadas umas das outras.

Eu estava a pensar sobre isto novamente em Novembro, quando o presidente George H. W. Bush faleceu. Ele fez uma observação no seu discurso de nomeação em 1988 sobre milhares de pontos de luz que confundiam muitas pessoas. Ninguém parecia realmente entender de que é que ele estava a falar. Ele repetiu esse conceito de mil pontos de luz no seu discurso de posse em 1989.

O que tem sido esquecido é que ele estava a falar de organizações comunitárias como a nossa. Pequenos pontos de luz num mar de trevas fazendo boas obras – construindo homens, construindo comunidades mais fortes, servindo como pilares da comunidade, ajudando aqueles que são menos afortunados. Eu sabia do que o presidente estava falando, porque me lembrei daquele voo e de como todas aquelas pequenas luzes abaixo pareciam, vistas de muito acima.

É muito fácil sentirmo-nos por vezes desencorajados, como Maçons. Nós aspiramos a viver de acordo com um conjunto de regras muito diferente do que os outros homens, e isso pode fazer-nos sentir muito sozinhos às vezes.

Podemos sentir-nos como se estivéssemos vivendo a nossa vida por padrões que parecem ultrapassados para muitas pessoas na nossa sociedade moderna.

Nós olhamos para os problemas do mundo moderno, e perguntamo-nos se todos os nossos esforços para nos melhorar a nós mesmos e para tornar este mundo um lugar melhor não serão uma gigantesca perda de tempo.

Eu sinto-me assim de vez em quando, e quando eu começo a pensar assim, eu apenas olho para o mapa. Eu tenho um mapa na minha parede de casa, da Eastern Masonic Area of Illinois. Eu tenho todas as cem Lojas naquela área marcadas no meu mapa com um alfinete – de cima, o meu mapa parece-se muito com aquela vista da janela do avião há tantos anos – que o mapa é coberto por alfinetes.

E se eu fosse marcar as casas de todos os maçons que pertenciam a todas aquelas lojas? Adicione todas as igrejas, templos e sinagogas e as casas de todos os seus membros. Adicione o Odd Fellows Lodges e seus membros. O Lions Club. Rotary Club. American Legion. Boy and Girl Scouts. E há muitos mais grupos e indivíduos entre nós, não há? Por que sentir-se desanimado? Creio que se marcássemos todos aqueles grupos e indivíduos no nosso mapa, não seríamos capazes de ver todos os pinos!

Nós não estamos sozinhos neste esforço de tornar o mundo um lugar melhor – cada um de nós carrega uma luz e, como maçons, as nossas Lojas nos ajudam a focar essa luz. Estamos espalhados por todo o estado de Illinois, pelo país e pelo mundo. Mas dificilmente estamos sozinhos nesse esforço.

Milhões de pessoas estão conosco e temos uma tremenda vantagem como luzes no mundo – até mesmo uma luz muito pequena na escuridão pode ser vista por muitos e muitos quilômetros.

O Presidente George H. W. Bush fez outro comentário no seu discurso inaugural de 1989 que, em minha opinião, se aplica aos maçons em particular. Ele disse:
“As velhas ideias são novas de novo, porque elas não são velhas… são intemporais”.

Uma versão deste artigo foi originalmente escrita e publicada no Valley Echos Newsletter,  do Scottish Rite Valley of Danville (IL)
Todd E. Creason
Tradução de António Jorge


MAÇONARIA, UM MAR REVOLTO...



A Maçonaria para mim é como um mar bravio, caudaloso passando sem qualquer controle, levando tudo que estiver ao seu redor. Passa tão furiosamente levando inúmeros defeitos do ser humano que estão aglutinados em suas cercanias como a vaidade, a arrogância, a inveja, o desrespeito, a petulância, o orgulho, a destemperança, a prepotência, a insensatez, a discórdia e tantos males que assolam a natureza humana.

Com seus rodamoinhos inclementes os deixam nas profundezas mais longínquas, guardando na superfície somente virtudes como a bondade, a misericórdia, o amor ao próximo, o bom senso, e benevolência, a beneficência, a gratidão, a simplicidade, a harmonia e a fraternidade. 

Com a sua fúria inclemente determina que os maçons estendam e liberalizem os laços fraternais que os unem a todos os homens esparsos pela superfície da terra, combatendo, terminantemente, o recurso, à força e à violência para a consecução de quaisquer objetivos.

O oceano é, para nós, um símbolo do povo, a cujo serviço dedica-se os verdadeiros Maçons. Inerte na calmaria, ele é agitado e revolto pelo maior movimento que lhe dão os ventos. Açoitado pelas tempestades, as suas vastas ondas vêm atirar-se de encontro às praias.

A sua instabilidade e a sua fúria retratam bem os caprichos vários e as vinganças cruéis de um povo desgovernado. As suas correntes são como as da opinião popular, de que as nações são parte. Assim como o marinheiro se lança aos riscos dos naufrágios e de ser tragado pelas ondas, assim também o patriota, que quer servir ao povo, deve arriscar-se a tornar-se-lhe mesmo odioso e a ser esmagado pela sua fúria cega.

O mar na sua gigantesca e desmedida forma, não tem largura e nem profundidade possíveis de serem mensuradas e pode ser confundido com a quantidade de maçons espalhados mundo afora, que mesmo a estatística moderna teria inúmeras dificuldades para calcular.

O oceano com a sua desmedida força e perigos incalculáveis que fazem com que o marinheiro veleje o seu barco com coragem e perspicácia para não correr o risco do afundamento iminente é como a vida do maçom, repleta de armadilhas que ele terá que delas se desvencilhar com toda a prudência, sabedoria e também coragem, tantas serão as tentações que ele terá que enfrentar e ultrapassar para não correr o risco de ter a sua honra enlameada ou correr o risco de cair numa lixeira fétida e ser acometido de doenças terríveis...

Embora possamos encontrar abundância de água nos rios e no mar, podemos afirmar que não há nenhuma cisterna ou mina no mundo que possa produzir água tão pura e benfazeja como as gotas de lágrimas de um calejado e experiente ancião. 

Aqui cabe uma pergunta. Por que tendo uma gota d água, um lago, um rio, um mar ou um oceano, por que tantos ainda morrem de sede?

Fazendo um breve retrospecto, lembramo-nos que no dia da iniciação maçônica, no momento do seu juramento o recém iniciado assume, caso não cumpra o que está prometendo, que lhe seja arrancada a língua, tenha o pescoço cortado e seu corpo enterrado nas areias do mar, onde o fluxo e o refluxo das ondas o mergulhem em perpétuo esquecimento, sendo declarado sacrílego para com Deus, e desonrado para com os homens.

Já pensaram na profundidade e responsabilidade deste compromisso assumido, ainda que simbolicamente dentro de um Templo maçônico? A água doce de um rio pode representar o liquido da boa sorte, aquele que nos traz momentos de alegria, de enlevo e de satisfação, enquanto que a água salgada do mar, pode representar os momentos e instantes de tristeza, de preocupação, de angústia, de aflição e de sofrimento pelos quais todo ser humano um dia sorverá.

Embora tenhamos intitulado este trabalho chamando a atenção para a revolução do mar contra todo mal, temos Fé e Esperança que o Grande Arquiteto do Universo possa um dia fazer com que os maçons se tornem numa força uníssona fazendo com que todos se unam eternamente e que tenham os braços entrelaçados para valorizar cada vez mais o verdadeiro amor entre os maçons, homens livres e de bons costumes.

É bom lembrar ainda que o verdadeiro líder não é aquele que chega sempre na frente ou em primeiro lugar, mas sim, aquele que faz com que todos cheguem juntos e é importante descobrir não quem é o mestre, o santo, o líder, mas porque você o segue.

Ir.’.Adalberto Rigueira Viana
Or.’. de Viçosa - MG

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