O DIREITO DE VISITAÇÃO


O direito de visitação é uma antiquíssima prática maçônica, desde os tempos da Maçonaria Operativa, e previsto tanto na Constituição de Anderson, quanto em diversas compilações dos Landmarks.

Na compilação de Mackey, a mais considerada no Brasil, consta: 14º - O direito de todo Maçom de visitar e tomar assento em qualquer Loja é inquestionável.

É o consagrado direito de visitar, que sempre foi reconhecido como um direito inerente a todo Irmão quando viaja pelo Universo.

É a consequência de encarar as Lojas como meras divisões da Família Maçônica Universal; 15º - Nenhum visitante, desconhecido dos Irmãos de uma Loja, pode ser admitido à visita sem que, antes de tudo, seja examinado, conforme os antigos costumes.

 Esse exame só pode ser dispensado se o Maçom for conhecido de algum Irmão do Quadro, que por ele se responsabilizará.

Observa-se na prática que geralmente o trolhamento previsto no Ritual não é realizado, por cortesia ao Irm.’. visitante e para não causar eventuais constrangimentos a ele por não conhecer todas as respostas.

Por outro lado, o Irm.’. visitante deve ter em mente que em respeito à Loja visitada e aos IIrm.’. do quadro, em tempo algum deve se intrometer em assuntos internos, nem externar o seu pensamento, contrário ou não, das matéria em debate ou votação, salvo quando se tratar do Escrutínio Secreto.

 Além disso, o Irm.’. visitante fica sujeito às Leis e Regulamentos da jurisdição maçônica que visita.

Deve se sujeitar, também, à disciplina dos trabalhos da Loja visitada, se abstendo de tratar de questões inoportunas ou inconvenientes, nem interromper a boa ordem dos trabalhos.

Em suma, o Direito de Visitação não confere ao visitante direito de ingerência.


Simbologia Maçônica dos Painéis

A PALAVRA PASSE NO GRAU DE COMPANHEIRO


INTRODUÇÃO

A palavra foi a forma com a qual a sociedade conseguiu encontrar a melhor forma de se comunicar. Articulando as mesmas transformamos nossos pensamentos em palavras que podem virar ações. Toda palavra tem poder, para o bem ou para o mal. Já dizia o provérbio chinês: “Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.”.

A Maçonaria por sua vez utiliza-se da Palavra em inúmeras ocasiões: encontramos a Palavra Semestral, a de Reconhecimento, a de Ordem, a Misteriosa, e muitas outras. Neste trabalho falarei sobre a Palavra de Passe do grau de companheiro, a PALAVRA DE PASSE é a Senha de reconhecimento entre os maçons, para que estes sejam reconhecidos dentro dos seus graus.

DESENVOLVIMENTO

A Palavra de Passe do Grau de Companheiro foi retirada das Sagradas Escrituras, mais propriamente do Velho Testamento, Livro dos Juízes – Cap. 12 e foi adotada pela maçonaria tanto pela sua origem quanto pelo seu significado simbólico.

Nas Escrituras Sagradas, a versão brasileira vem escrita como “chibolete”, originariamente escrito SCHIBBOLETH, havendo outras formas, shibbolet, chibolett, cibolet, mas o valor da palavra esta em sua pronuncia e não na forma escrita, pois em italiano, por exemplo, o ch tem o som de q e seria então quibolete, o que acabaria com sua função.

Aqui está o excerto relevante do livro de Juízes. O relato completo está no capítulo 12, versículos 1-15.

                        4 -  Depois ajuntou Jefté todos os homens de Gileade, e combateu contra Efraim, e os homens de Gileade feriram a Efraim, porque estes disseram-lhe: vós gileaditas sois fugitivos de Efraim no meio dos efraimitas, e entre os manassitas.

                        5 -  E tomaram os gileaditas as passagens do rio Jordão diante dos efraimitas: e assim foi que, quando qualquer um daqueles que eram efraimitas escapava e dizia: Deixa-me passar! Os homens de Gileade, diziam-lhe: 

És tu efraimita ? E dizendo ele: Não;

                        6 - Então lhe diziam: Dize agora Shibboleth, porem eles respodiam: Sibbolet: por que não poderia moldura para pronunciá-lo direito. Então eles o levavam e assim os matavam as passagens do Jordão, e caíram, naquele tempo quarenta e dois mil efraimitas.

O motivo desta desavença teria surgido do fato de não serem convidados os Efraimitas, de participarem do conflito contra os filhos de Amon, lembrando que os vencedores, nesta época, costumavam levar os ricos despojos de guerra dos vencidos.

Jefté, vitorioso no combate resolveu para garantir a total derrota dos Efraimitas, guardar as passagens do rio Jordão, por onde tentariam os fugitivos retornarem a suas terras.

A semelhança entre os povos daquela região dificultava esta vigilância, foi então que, Jefté utilizando-se da variação linguística, armou um meio de acabar de uma vez por todas com o exército de Efraim. Assim sendo, todos que por ali passavam eram imediatamente indagados a repetirem uma palavra.

A palavra escolhida foi SCHIBOLETH, pois os Efraimitas pronunciavam a consoante S, num som mais sibilado, saindo então SIBOLET, dessa feita, os Efraimitas prejudicados por sua diferença de pronúncia, ao repetirem a palavra, eram então rapidamente identificados e degolados.

Como a palavra SHIBOLETH resultou em uma senha segura, o rei Salomão a utilizou posteriormente com palavra de passe aos Companheiros.

O significado da palavra assim como sua grafia possui variações conforme as fontes pesquisadas, a tradução, Espiga de Trigo ou também “corrente das águas”. Conforme  outras interpretações, o significado passa a ser “A Senda” ou “O Caminho”.

De acordo com Jorge Adoum, “Um caminho, do qual não pode e nem deve afastar-se, porque é o Caminho do Serviço e da Superação”.

Rizzardo da Camino fundamenta suas teorias também na relação da Palavra com a Espiga de Trigo, fazendo ainda uma correlação com “Corrente de Água”.

Onde o Trigo, que sempre foi tido como um grão sagrado representa desde a fecundidade até seu crescimento, onde o Aprendiz vence e se transforma em Companheiro, quando se encontra e estabelece no plano elevado, para amadurecer e, por sua vez, frutificar.

O Trigo tem a faculdade de permanecer indefinidamente íntegro, como existem exemplos de grãos encontrados em túmulos de faraós, que depois cinco ou seis milênios, apos serem plantados e umedecidos, germinaram e produziram fruto.

Já a “Corrente de Água”, seu simbolismo está relacionado em ser a água um dos principais elementos da Natureza, indispensável à vida, uma função da maçonaria a sociedade.

CONCLUSÃO

Devemos saber falar a palavra certa no momento certo e do modo certo. Às vezes a palavra mais forte é o silêncio. Muitas vezes falamos demais, falamos o que não sabemos, falamos para a pessoa errada, no momento errado e da forma errada.

Na condição de maçom escutar e silenciar são artes que precisamos aprender e exercitar para podermos evoluir no aprendizado Maçônico, afinal o silêncio vem sendo praticado á vários séculos na Maçonaria.


ARLS Cedros do Líbano N° 1688 – Oriente de Miguel Pereira/RJ
Companheiro: Fernando Britto Barboza


BIBLIOGRAFIA

ADOUM, Jorge – GRAU DO COMPANHEIRO E SEUS MISTÉRIOS –
Esta é a Maçonaria. Ed. PENSAMENTO, 15.ª Edição, São Paulo, 1998.
CAMINO, Rizzardo de – SIMBOLISMO DO SEGUNDO GRAU –
Companheiro. Ed. MADRAS – São Paulo, 1998.
BÍBLIA SAGRADA – VELHO TESTAMENTO


O SIGILO MAÇÔNICO



A definição de Maçonaria é bastante clara, tanto quanto o é seu sistema administrativo e a respeito disso nunca houve sigilo algum. Além do mais a localização das sedes dos grandes orientes e das grandes lojas, bem como dos templos e das sedes das lojas, sempre foram publicamente conhecidos e inclusive identificados por símbolos em suas fachadas.

A maioria tem na atualidade seus nomes e endereços nas listas telefônicas oficiais, que são também reproduzidos nos envelopes e nos papéis de correspondência. Os estatutos das lojas e as constituições dos grãos-mestrado são publicados nos diários oficiais e constam dos registros públicos.

Em época alguma, mesmo nos tempos dos maçons operativos, foi à realização de reuniões maçônicas ocultada ao público, pois a todos os interessados sempre foi fácil saber onde e quando os maçons se reuniam e, na maior parte das vezes, souber quem eram os que se reuniam. Sob este aspecto ficaria melhor se a chamássemos de sociedade discreta, e não sociedade secreta.

Vemos que o "segredo maçônico" em época alguma teve a intenção de encobrir tramas cavilosas ou atividades ilegais. O segredo é mantido na Maçonaria Moderna como elemento de união entre os irmãos, pois se sabe quando pessoas compartilham um segredo, qualquer que seja a sua natureza, cria-se entre elas um forte vínculo.

Manter sigilo a respeito de atividades institucionais não parece ser algo abominável. A eleição do papa da Igreja Católica, por exemplo, é feita sob o sigilo tão rigoroso que as próprias portas do recinto eleitoral são lacradas pela parte externa, para que nenhum participante possa comunicar-se com alguém do exterior, e vice-versa.

Há também o inviolável sigilo da confissão. A opção pelo sigilo, desde que não se preste à ocultação de ilegalidades, é um direito de cada instituição.

Criticar os segredos de outras instituições sem demonstrar que eles ocultam ilegalidades é, de qualquer forma, uma intromissão indevida e antiética.

O Sigilo é, senão o mais importante, pelo menos um dos conceitos mais atacados pelos opositores da Maçonaria. 

Assim é que a adjetivação usada pelos inimigos da Maçonaria, rotulando-a de religião ou organização secreta, objetiva impactar os sentimentos, as emoções do grande público incauto, transmitindo-lhe sempre o sentido "negro" do ocultismo.

Ao contrario de nossa Sublime Ordem, as organizações secretas operam na clandestinidade, na ilegalidade, sem paradeiros, sem endereços, em locais "subterrâneos", desconhecidos e não sabidos. E mais, reúnem-se com fins escusos.

Dizer-se que a Maçonaria é uma organização secreta, dentro desse conceito ocultista usado pelos seus detratores que sofismam na sua argumentação é realmente mera especulação.

Como pode ser secreta uma organização que promove solenidades "brancas", trazendo para os seus templos autoridades dos três poderes do governo, como convidados ou como palestrantes e, até mesmo, como homenageados?

Como pode ser secreta uma organização que não tem um poder central, como as praticadas por àquelas marginais e herméticas e por muitas organizações religiosas, inclusive as suas inimigas?

A Maçonaria tem sim os seus segredos, não há o que negar. Mas longe está de ser uma organização secreta.

Não seria demais citarmos que o próprio Jesus Cristo, o nosso amantíssimo Redentor, no seu ministério aqui na terra usava nos seus ensinamentos ao povo e aos discípulos, respectivamente. Quando falava aos discípulos, pedia-lhes sigilo daquilo que ensinava.

Entre tantas citações que se encontram na Bíblia a esse respeito, vale mencionar pelo menos a que se encontra em MT. 17: 9, a qual registra as palavras de Jesus a Pedro, Tiago e João, depois da transfiguração: 9 Enquanto desciam do monte, Jesus lhes ordenou: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dentre os mortos.

O cuidado de preservar os nossos segredos, o nosso sigilo, é muito importante e deve merecer de todos os Irmãos uma grande e firme atenção, para assegurar à nossa Sublime Ordem uma eficiente, tranquilizadora e cada vez maior segurança. Isso é parte indispensável do comportamento maçônico.


Como no caso da oração, devemos estar sempre alertas, para preservar o "sigilo maçônico".

Por Ir.•.  Leandro Alves Coelho 

M.•. M.•. da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Areópago Itabunense.

O APRENDIZ E O SILÊNCIO



Peço data venia aos que pensam em contrário, mas por entendermos que o Aprendiz Maçom está adentrando a um “mundo novo”, necessário se faz o silêncio do mesmo em Loja nos seus primeiros momentos, que é importante por, pelos menos, duas razões: para a compreensão da simbologia que o circunda e para a demarcação de prioridades no seu processo de aperfeiçoamento.

Sem sombra de dúvida que fazemos esta defesa sem querer que o silêncio seja na forma convencional que a Maçonaria defendia em tempos pretéritos, mesmo porque vivemos novos tempos, o que requer novas práticas.

O Aprendiz Maçom passa por um processo de integração num grupo novo, com regras específicas, com uma ligação interpessoal forte. Desejaria, porventura, ter uma atitude proativa de se dar a conhecer, de intervir, de mostrar o seu valor. Mas precisa ser prudente e moderado, porque tem o seu valor, e todo o grupo é sabedor - por isso o aceitou no seu seio -, o conhecimento advirá, nos dois sentidos, com o tempo e a naturalidade dos contatos entre todos.

Além disso, o Aprendiz Maçom está num processo de mudança de paradigma quanto à forma de estar social. Os valores apreciados nos meios profanos não serão os mesmos que são proferidos entre os maçons.

Na Maçonaria não se busca eficiência, produtividade, riqueza, estatuto, etc..

Na Maçonaria valoriza-se a força de caráter, o reconhecimento das próprias imperfeições, o desejo de melhorar, a ponderação, o respeito pelo outro, a tolerância, a paciência, etc..

Seria injusto para o Aprendiz Maçom que, vindo das realidades do mundo profano, está ainda em processo de adaptação aos objetivos do método maçônico de aperfeiçoamento, deixá-lo expressar opiniões, sem as devidas orientações, que cabe a todos os irmãos maçônicos, especialmente ao 1º Vigilante e ao Venerável.

Entendemos que a aprendizagem na Maçonaria é um processo de tentativa-erro-correção e o aperfeiçoamento pessoal é um processo, também, com estas vicissitudes. Além disso, errar é normal. Será, porventura, até necessário.

Os maçons experientes sabem-no. Mas quem está a soletrar as primeiras letras do novo alfabeto de valores e símbolos só com o tempo o verificará. E se após as básicas e necessárias orientações, por ventura errar publicamente, não deverá arrefecer seus ânimos e sentir-se diminuído com isso. Muito pelo contrário, deverá ser um elemento motivacional de crescimento e aperfeiçoamento humano-maçônico.
   
Entendemos, portanto que o silêncio inicial do Aprendiz lhe proporcionará a curto e médio prazo, o pensar, o refletir e o meditar que são “ferramentas” imprescindíveis para a comunicação com moderação e sensatez. Além disso, pensar, refletir, meditar e falar são atribuições também inerentes aos iniciados maçonicamente.


Por Ir.•. Vercil Rodrigues

Editor-fundador do jornal e site Maçônico “O Compasso” www.jornalocompasso.blogspot.com.br  e Membro da A.•. R.•.  L.•. S.•. Areópago Itabunense. Itabuna – Bahia.

O QUE HAVERÁ APÓS A CURVA


Companheiros, no grau de MEM. Poderemos explorar sobre a morte física e a transição posterior, conforme nos é ensinado, quando encontramos o trono do segundo vigilante vazio e em luto, devido a morte física do nosso Grão Mestre Hiram, pois conforme nos é ensinado no grau II, “estamos sempre viajando sobre o nível do tempo, com destino àquela terra não descoberta de cujos limites, viajante jamais retorna.''

Heráclito afirmou que homem algum irá se banhar duas vezes no mesmo rio, portanto o viajante aportado em terras desconhecidas, jamais irá retornar do mesmo modo quando chegou.

‘’Você está falando uma língua que não compreende, usando um dinheiro que não sabe o valor, caminhando por ruas que nunca passou antes.

Você sabe que seu eu antigo, como tudo que apreendeu é absolutamente inútil diante destes novos desafios – e começa a descobrir que, enterrado lá no fundo do eu inconsciente, existe alguém muito mais interessante, aventureiro, aberto para o mundo e para experiências novas. Viajar é a experiência de deixar de ser quem você se esforça para ser e se transformar naquilo que você é.’’

Fernando Pessoa disse que "Morrer é apenas não ser visto. Morrer é a curva da estrada. "Partindo dessa ótica, concluímos que a matéria não será mais visível, pois fora devolvida a terra a sua mãe, mas o que haverá após a curva?

Plotino disse que “Morrer é mudar de corpo como os atores mudam de roupa." "Quando morremos, deixamos atrás de nós tudo o que possuímos e levamos tudo o que somos."

Interessante citar a definição de Hermes no que consiste a morte do corpo: “A alma do Homem se faz veicular da seguinte maneira: o intelecto situa-se na razão discursiva; a razão na alma, a alma no sopro; o sopro, enfim, circulando através das veias e artérias pelo sangue, coloca em movimento o Ser Vivente, e de certa forma podemos dizer que o conduz.

Esta é a razão pela qual, alguns pensam que a alma é o sangue, embora se enganem sobre sua natureza. Não sabem que é preciso que o sopro se retire do corpo, e a seguir para que o sangue se coagule, e então que as veias e artérias tenham ficado vazias, para que o Ser Vivente pereça. É nisto que consiste a morte do corpo.

Pessoas que viveram EQM (experiência quase morte) relataram a visão de um túnel, a alma pairando sobre o corpo, uma luz brilhante, encontro com familiares e paz total. 

Como leigo e um aprendiz nos estudos e entendimentos judaicos, faço uso dos ensinamentos da Tora, para uma abrangência maior aos nossos estudos:

"Durante três dias após o falecimento, a alma paira por cima do corpo, pensando que irá retornar a ele." (Talmud Yerushalmi Moed Catan 3:5, Yevamot 16:3)

"Durante os sete dias a alma vai e vem entre a casa e a sepultura." (Zôhar Vaychi 218b, 226a)

"Quando a alma parte deste mundo, ela sobe pela Caverna da Machpelá, já que lá é o portal do paraíso." (Zôhar Vayechi 219 - 250)

"Rabi Dossa diz: está escrito (Shemot 33:20) ‘... pois não poderá ver-Me o homem, e viver', na vida eles não enxergam, porém na morte sim." (Midrash Bamidbar Rabá Nasso)

"A alma tem uma grande dificuldade em se separar do corpo, e o ser humano não falece até que enxergue a Luz Divida, e em razão da ânsia por esta visão, a alma sai para receber a face.”
 
"Quando um justo falece... D'us fala para eles: 'Venham justos para recepcioná-lo', e eles falam para o falecido: 'Venha com paz. '" (Talmud Ketuvot 104)

"Quando um ser humano falece, ele recebe permissão de enxergar, e ele vê seus colegas e parentes do Mundo Acima e os reconhece; eles estão com a mesma aparência que estavam neste mundo. E se tiver o mérito, todos se mostram felizes perante ele... e o acompanham." (Zôhar Vaychi 218b)

O Talmud (Berachot 28) relata que quando Rabi Yochanan estava falecendo disse: "Preparem uma cadeira para Chizkiyahu, rei de Yehudá, que veio me acompanhar".

"Quando o homem falece, todos seus atos são detalhados perante ele, e lhe falam: 'Assim fizeste no dia tal, e certamente você poderá conferir.' Ele responde: 'Certamente.'" (Sifri Haazinu)

"Reconheça o que existe acima de você: um Olho que vê, um Ouvido que escuta, e todos seus atos estão registrados em um Livro." (Ética dos Pais, 2:1)

"Tudo que é dito perante o defunto, ele sabe, até tamparem a cova." (Talmud Shabat 152b)

"Disse Rav para Rabi Shemuel bar Shilat: 'Capriche no meu elogio fúnebre, já que estarei presente lá ouvindo suas palavras." (Talmud Shabat 153a)

"Para Deus tudo é belo e bom e justo; os homens, contudo, julgam umas coisas injustas e outras justas."

Ven.'. I.'. Paulo Santos
 


Supremo Conselho do Grau 33 do R.E.A.A., ARLS Verdadeiros Amigos 3902, GOSP/GOB, Brasil


BIBLIOGRAFIA:

REVISTA DIARIO DEZ DE 12 A 18 DE DEZEMBRO DE 2010
LIVRO SAGRADO – TORA
RITUAL DO LEGITIMO RY

A MORTE FÍSICA E O SIMBOLISMO DE HIRAM





Em todas as sessões onde ouvimos a leitura dos irmãos que se foram para o Oriente Eterno percebemos, apesar de nosso conhecimento maçônico, o desconforto principalmente dos irmãos que já estão com os cabelos brancos. Chegam a movimentar-se nas cadeiras, demonstrando real preocupação com o seu futuro e de suas famílias.
Momento de reflexão necessária para todos nós, independente da idade ou cor dos cabelos, afinal, o que realizamos nas lojas se não obtivermos um tempo para reflexão em nossa própria existência?
A maçonaria é eclética e incorpora várias crenças e culturas, assim sendo acabamos por absorver e compreender uma série de ideias e conceitos sobre a morte.
Existe uma corrente filosófica que crê na morte diária do ser humano. O leitor mais ansioso deve estar pensando:  “claro…morremos todos os dias um pouco, todos os dias perdemos milhares de células que morrem e temos um dia a menos para viver”. Todavia não é esse o enfoque dessa corrente.
Essa linha de pensamento destaca que quando dormimos ficamos inconscientes em total escuridão e de nada lembramos, nada sentimos a não ser em nossos sonhos. Quando dormimos e não sonhamos é como se estivéssemos em um estado de coma, morremos para o mundo concreto, adentramos na escuridão do estado de inconsciência.
Nos dias atuais onde as relações humanas são efêmeras e descartáveis, nós literalmente morremos para a memória de muitas pessoas de nosso passado.
Alguns irmãos deixam de ir à loja por tanto tempo e trabalham tão pouco para a ordem que são esquecidos, adormecidos, morrem para a maçonaria, caem no berço da escuridão.
Platão dizia que devemos observar como os pares de opostos se manifestam na natureza: o alto e o baixo; o positivo e o negativo; o masculino e o feminino; o dia e a noite; o sono e a vigília. Durante o dia estamos em estado de vigília e à noite dormindo. Esse é o processo natural. Ninguém pode ficar eternamente acordado ou eternamente dormindo. Isso vale para a vida e a morte.
Nossa ignorância é a morte da inteligência, nosso ego é a morte da humildade. Quando estamos alegres enchemos a loja de boas energias e matamos a tristeza a angústia e as desilusões que nos assolam.
Nosso Mestre de Harmonia cria a morte do silêncio o Venerável Mestre nos remete a luz e a sabedoria de Salomão. As luzes matam as trevas e os nós nos fazem refletir o quanto temos que aprender para nos desprendermos das amarras que a vida ilusória nos traz.
Hiram e a Acássia nos fizeram entender que a morte é apenas um ciclo entre o acordar e o dormir. Que em todos os momentos a maçonaria está em pé e a ordem para acolher o irmão ferido, abatido, combalido ou morto.
Hiram com sua morte terrena nos faz compreender que o mundo profano e seu cotidiano mercenário, apenas nos denigrem e apequenam.
A simbologia de nosso mestre Abiff nos faz avaliar que por mais que alguns irmãos estejam mal intencionados, querendo apenas a evolução do grau e a acumulação de cargos para nutrir seus egos, ainda existem muitos irmãos valorosos que efetivamente guardam carinhosamente em seus corações cada gota de sabedoria que a maçonaria oferece.
O ciclo da vida, esse maravilhoso percurso que trilhamos é o que nos dá força para continuar.
As doutrinas religiosas que falam na reencarnação do ponto de vista da crença pode ter esbarrado na genética formando assim não só uma elucubração filosófica sobre a morte, mas obtendo uma real circunstancia de vida após a morte.
Quando nascemos obtemos 50% da genética de nossa mãe e 50% de nosso pai. Quando eles morrem metade deles reside conosco. Eles morreram? Ou ressuscitaram em nossos corpos para uma nova vida?
Agora com a manipulação genética o corpo físico poderá nascer por quantas vezes o geneticista quiser. Podemos pensar nisso como morte ou ressurreição? Um clone quando morre e renasce por manipulação genética ressuscita? Onde fica a alma nesses casos?
Esses debates de vida e morte nesse milênio vão evoluir o pensamento filosóficos dos pensadores que estudamos. Quem sabe seremos nós os maçons parte desse novo pensamento que vai não só estudar esse modelo de vida e morte, mas também de refletir sobre as questões éticas, morais e espirituais dos casos.
Se a morte fosse à dissolução total do homem, isso seria de grande vantagem para os maus, que após a morte estariam livres, ao mesmo tempo, de seus corpos, de suas almas e de seus vícios. Aquele que adornou sua alma, não com enfeites estranhos, mas com os que lhes são próprios, ele somente poderá esperar com tranquilidade a hora de sua partida para o outro mundo. [1]

Experiência de Quase Morte – EQM
 As pessoas que viveram o fenômeno relatam, geralmente, uma série de experiências comuns, descritas nos estudos de Elizabeth Kubler-Ross (1967)[2], tais como:
  • um sentimento de paz interior;
  • a sensação de flutuar acima do seu corpo físico;
  • a impressão de estar em um segundo corpo, distinto do corpo físico;
  • a percepção da presença de pessoas à sua volta;
  • a visão de seres espirituais;
  • visão de 360º;
  • sensação de que o tempo passa mais rápido ou mais devagar;
  • ampliação de vários sentidos;
  • a sensação de viajar através de um túnel intensamente iluminado no fundo (“experiência do túnel”).
Nesse espaço, a pessoa que vive a EQM percebe a presença do que a maioria descreve como um “ser de luz”, embora seu significado possa variar conforme os arquétipos culturais e a religião pessoal. O portal entre essas duas dimensões é também descrito como a fronteira entre a vida e a morte. Por vezes, alguns pacientes que viveram essa experiência relatam que tiveram de decidir se queriam ou não regressar à vida física. Muitas vezes falam de um campo, uma porta ou um lago, como uma espécie de barreira que, se atravessada, implicaria não regressarem ao seu corpo físico.[3]
A comunidade médica passou a olhar para a morte e a sobrevivência da consciência sob uma nova perspectiva, como ocorre, por exemplo, na Associação Internacional de Estudos de Quase Morte, no Departamento de Psiquiatria e Ciências Neurocomportamentais da Universidade da Virginia e na Associação Brasileira de Medicina Psicossomática. Enquanto existem observadores que atribuem esse fenômeno a experiências espirituais, outros recorrem a teorias como alucinação, memória genética ou a simbolização do nascimento biológico.
Nesse caso a sensação de morrer pode mudar drasticamente a vida, quando a morte física não se conclui.
A simbologia de Hiram em síntese dá ao iniciado  nos mistérios a dimensão do que é a transição entre o mundo físico e o espiritual.
O fato é que a preparação para a morte nos é desde a iniciação colocada em forma de instruções e símbolos. O tema ainda é tabu inclusive entre maçons. Não deveríamos temer a morte, entretanto ainda temos muito o que caminhar para entendermos todo o ciclo e de vida e morte como algo natural.
A humanidade somente estará pronta no dia em que comemorar a morte de um ente querido da mesma forma que se exalta felicidade ao ver o chorar de um recém-nascido no ato de seu nascimento.
Ir .`. M .`. M.`. Fabiano Bellati
Augusta e Respeitável Loja Trabalho e Silêncio 121  - Oriente de Campinas-SP.


Bibliografia:
  • O Mistério da Morte – A experiência de quase-morte, Marisa St Clair. Editorial Estampa. Lisboa. 1999
  • Experiências Fora do Corpo, Susan Blackmore. São Paulo. Pensamento. 1991
  • Sobre a Morte e o Morrer, Elizabeth Kubler-Ross. Martins Fontes. SP. 2001
  • Vida Depois da Vida, Raymond Moody. Nórdica. SP. 1979
  • The Encyclopedia of Claims, Frauds and Hoaxes, James Randi. St Martin Press. N.York. 1997
                                               


[1] http://evangelhoespirita.wordpress.com/introducao/resumo-da-doutrina-de-socrates-e-platao/
[2] http://psicologianicsaude.files.wordpress.com/2012/11/kc3bcbler-ross-elisabeth-sobre-a-morte-e-o-morrer.pdf
[3] wikipedia


A ESTRELA FLAMEJANTE


Estrela-símbolo tem sua origem entre os sumerianos, na antiga Mesopotâmia, onde três estrelas, disposta em triângulo, representavam a trindade divina: Shamash, Sin e Ichtar (Sol, Lua e Vênus). Entre os antigos hebreus, toda estrela pressupõe um anjo guardião; e, segundo a concepção chinesa, cada ser humano possui uma estrela no céu.

Quem deu o nome de Estrela Flamejante ao pentagrama foi o teólogo e médico Enrique Cornélio Agrippa de Netesheim, que também se dedicava à magia, à alquimia e à filosofia cabalística e que era natural da cidade de Colônia, Alemanha, nascido no final do século XV. Na maçonaria, entretanto, a Estrela Flamejante só foi introduzida nos meados do século XVIII, na França, pelo barão de Tschoudy, criador do Rito Adonhiramita.

A Estrela Flamejante, por simbolizar o poder do fogo simboliza a magia, negra ou branca, podendo invocar o bem (se tiver sua ponta para cima) ou o mal (se a ponta estiver direcionada para baixo). Era o símbolo dos alquimistas e ainda hoje é utilizada nos rituais de bruxaria e esoterismo.

Ela pode ser tanto de cinco, quanto de seis pontas. Também conhecido como Flamante, ou rutilante, pode ser, em Maçonaria, Pentagonal ou Hexagonal. A Pentagonal, ou Pentagrama, ou pentalfa, ou Estrela de Cinco Pontas está presente na maior parte dos ritos (A de Seis Pontas está presente no Rito de York).

Como Símbolo Maçônico, A Estrela Flamejante de origem Pitagórica, pelo menos quanto ao seu formato e significado, é muito mais antigo do que aqueles que lhe deram alquimia, a magia e o ocultismo, durante a idade média. O seu sentido mágico alquímico e cabalístico e o seu aspecto flamejante foram imaginados ou copiados por Cornélio Agrippa de Nettesheim (1486-1533), jurista, médico e teólogo, professor em diversas cidades européias. A magia, dizia ele, permite a comunicação com o superior para dominar o plano inferior. Para conquistá-la seria necessário morrer para o mundo (iniciação para os maçons).

Dentro do Pentagrama, é colocado o homem com os braços e pernas abertas, dentro da Estrela Flamejante, o “homem” material é consumido pelas chamas e já não é mais visível. A sua posição passa a ser, exclusivamente no plano espiritual, pois seu corpo foi “consumido” pelas “chamas” purificadoras.

Seu aparecimento na Maçonaria, a partir de 1737, não encontrou guarida em todos os Ritos, pois o certo é que os construtores medievais conheciam a figura estelar apenas como desenho geométrico e não com interpretações ocultas que se introduziram na Maçonaria especulativa. A Estrela Flamejante corresponde ao Pentagramaton ou Tríplice Triângulo cruzado dos pitagóricos.
           
A estrela, por ser um corpo celeste com luz própria, sempre foi a “quintessência” do mistério. Hoje, já temos uma visão mais palpável sobre a vida das estrelas, assim como dos demais astros, colhidas através da astronomia e de outras ciências, onde obtivemos conhecimento aprofundado sobre as suas possíveis origens e funções.

A Estrela Flamejante que ilumina a Loja representa o Sol que clareia o mundo físico, a ciência que resplandece sobre o mundo intelectual e a Filosofia Maçônica que ilumina o mundo moral.

Para o Maçom, constitui o emblema do gênio que eleva a alma para a realização das supremas tarefas, ela também simboliza a “Estrada Luminosa” da Maçonaria, a luz que ilumina os discípulos, o símbolo dos livres pensadores, a eterna vigilância e a proteção objetiva do G\A\D\U\.

No rito praticado em nossa loja, ela fica disposta em cima do Ir. 2º Vigilante, com a Letra G no seu centro.

CONCLUSÃO

O conteúdo falando sobre a Estrela Flamejante é muito extenso e variado, sendo necessário não um trabalho, mas provavelmente uma monografia ou artigo científico para falar sobre todas as suas vertentes.

O que fica de ensinamento deste trabalho é que na escada do aprendizado maçônico, não devemos ter a certeza do significado de algum símbolo, mas sim tirar proveito do que melhor nos enobreça a mente e a alma.



ARLS Cedros do Líbano N° 1688 – Oriente de Miguel Pereira/RJ
Companheiro: Fernando Britto Barboza




                                 Bibliografia


·CAMINO, Rizzardo da. Introdução à Maçonaria.

·CASTELLANI, Jose. Liturgia e ritualística do grau de C\M\.

·CASTELLANI,José. Dicionário Etimológico Maçônico. Ed. A Trolha.

·CAMINO, Rizzardo da. Simbolismo do Segundo Grau.

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