O TRABALHO NA MAÇONARIA


 

Quem nunca ouviu a máxima de que “o trabalho dignifica o homem” a qual foi tão bem defendida por Voltaire, Adam Smith, dentre outros? Voltaire, maçom, registrou que “o trabalho nos afasta de três grandes males: o ócio, o vício e a pobreza”. Já na visão de Adam Smith, “onde predomina o capital, o trabalho prevalece”.

Essa relação entre homem e trabalho não é apenas suportada pelas Ciências Sociais, mas também pelos ensinamentos judaicos, cristãos e islâmicos: “também, que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus.” (Eclesiastes 3:13); “Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho.” (I Coríntios 3:8); “Que trabalhem por isso, os que aspiram lográ-lo!” (Alcorão, 37:61).

Este é um assunto sobre o qual as diferentes vertentes – socialistas ou capitalistas, ateus e crentes – concordam: o homem nasceu para trabalhar e viver dos frutos de seu trabalho. Na Maçonaria não é diferente: uma vez feito maçom, o Aprendiz já é chamado ao trabalho, sendo apresentado a ele suas ferramentas de trabalho.

Porém, um erro que muitos podem cometer ao promover uma abordagem simplista sobre o assunto é pensar que o trabalho dignifica o homem, pois através dele pode-se proporcionar uma vida decente para si e sua família.

Tal raciocínio está equivocado, pois, nesse sentido, não seria o trabalho que dignifica o homem, mas o seu resultado: o salário. Cometer esse erro seria desonroso, negligenciando e zombando tanto o homem quanto o seu trabalho, por julgar que o trabalho só tem valor porque gera um salário e que o homem só trabalha para ganhar o seu próprio pagamento.

O trabalho produz mais do que simplesmente o salário do trabalhador. O trabalho gera um produto ou serviço que é demandado por outra pessoa ou pela sociedade. O trabalho gera habilidade e experiência para aquele que o executa. O trabalho cria não apenas relações comerciais, mas também sociais. Trabalho resulta em aprendizagem e conhecimento. Trabalho proporciona prazer quando bem-feito. Trabalho estabelece parcerias.

Desse modo, o trabalho mostra que todos nós dependemos uns dos outros, porque um alfaiate não pode fazer um terno sem o agricultor que planta e colhe o algodão, o caminhoneiro que transporta o algodão para a fábrica, o operário da indústria Textil que o transforma em tecido, o motorista da transportadora que entrega o tecido para o atacadista, e, finalmente, o atacadista que o fornece para o alfaiate. Apenas pelo trabalho de muitos trabalhadores, o alfaiate pôde realizar seu próprio trabalho.

E o ciclo de trabalho não para por aí, visto que o terno produzido pelo alfaiate vestirá outro profissional, o qual depende não apenas do alfaiate, mas de muitos outros profissionais para sobreviver e poder desempenhar seu trabalho, do qual outros trabalhadores podem depender, incluindo o alfaiate.

Assim sendo, como pode o salário chamar a atenção quando o trabalho significa algo muito maior e muito mais relevante para a vida de todos os homens de boa vontade? Quando o trabalho cria uma riqueza muito mais valiosa, imensurável em comparação com o salário?

Pensando assim, pode-se afirmar que o salário é, talvez, o resultado menos importante do trabalho, servindo apenas como moeda de troca para os produtos e serviços dos trabalhadores – algo necessário entre os homens para tornar o fruto de seus trabalhos mais acessível a todos.

Olhe para si mesmo e veja a imensidão que lhe rodeia. Veja cada objeto, parte e acessório que você está usando. Olhe para o ambiente ao seu redor e tente imaginar quantos trabalhadores de todo o mundo estiveram envolvidos na produção desses utensílios.

Olhe para o celular que provavelmente está contigo agora. Imagine a energia que talvez mantenha sua lâmpada ou computador ligado. Agora pense nas vastas redes de produção e de transporte e os milhares de trabalhadores envolvidos nelas para permitir que este livro estivesse em suas mãos neste exato momento, sem mencionar as paredes em que talvez se encontre e serviços de água, internet, telefone, etc.

Sem dúvida, podemos dizer que milhões de trabalhadores de sua cidade, estado, país e inclusive de outros países estiveram e estão envolvidos na produção dos produtos e serviços que neste momento circundam você.

Às vezes, a pressa da vida diária não nos permite parar por alguns minutos e fazer essa reflexão. Simplesmente olhar ao redor e entender como todos nós somos dependentes do trabalho de inúmeros trabalhadores desconhecidos e sermos gratos a cada um deles.

Um dos principais ensinamentos maçônicos é o de que, para fazer qualquer trabalho, deve-se equilibrar três conceitos arquetípicos diferentes que são potenciais em cada um de nós: sabedoria, força e beleza.

Somos ensinados que estes são pré-requisitos para qualquer grande e importante empreitada. Fugir disso pode levar à infeliz tendência de sacrificar um planejamento adequado, o refinamento estético ou a mão de obra adequada em uma tentativa equivocada de ser “prático”.

Quando cometemos essa imprudência e erguemos uma estrutura sem a devida força ou beleza, não estamos conservando qualquer coisa de valor, senão sendo contrários às melhores lições da tradição maçônica.

Pensando em termos individuais, não seria útil ter a vontade e a força para realizar um trabalho se o trabalhador não tem a sabedoria ou as habilidades necessárias para completá-lo. Da mesma forma, se tem a inteligência e a força para trabalhar, mas falta a vontade, significa que nada será feito.

E do mesmo modo, é impossível para um trabalhador produzir apenas com a vontade e a inteligência, mas sem a força exigida. Ou seja, é necessário empregar todas essas três qualidades para que um trabalho seja feito de uma forma justa e perfeita. Este é o segredo da perfeição: não está no trabalhador, mas em seu trabalho.

Isso nos leva a uma característica essencial da Ordem Maçônica. Nossa tradição valoriza todas as classes socioeconômicas e recusa-se a levar em conta a posição profana de um homem, a não ser em termos de seu caráter moral. É fácil de entender a partir desse ensinamento que nossa Ordem ensina a dignidade de todo o trabalho. Em seu clássico trabalho, Moral & Dogma, o célebre filósofo maçônico norte-americano Albert Pike ensina-nos:

Que nenhum companheiro imagine que o trabalho dos humildes e sem influência não vale o feito. Não há limite legal para as possíveis influências de uma boa ação ou uma palavra sábia ou um esforço generoso.

Nada é muito pequeno. Quem está aberto para a penetração profunda da natureza sabe disso. Embora, na verdade, nenhuma satisfação absoluta poderá ser concedida à filosofia, mais em circunscrever a causa do que em limitar o efeito, o homem de pensamento e de contemplação cai em êxtases insondáveis​​, tendo em vista todas as decomposições de forças resultantes na unidade.

Todos trabalham para todos. (DE HOYOS, Arthuro. Ed. Albert Pike’s Morals and Dogma of the Ancient e Accepted Scottish Rite of Freemasonry: Annotated Edition. Washington, DC: Supreme Council, 2011.)

Não é apenas o seu trabalho que o dignifica, mas o trabalho de todos os homens em todo o mundo que contribui para que você, um indivíduo, possa viver com dignidade.

O maçom deve procurar compreender que o que o conecta a todos os homens de boa vontade do mundo é o trabalho digno que cada um realiza. Trabalho esse que, direta ou indiretamente, afeta todos os outros. Além da fé no Grande Arquiteto do Universo, o trabalho é um dos grandes laços que nos une em um vínculo que, mitologicamente, nós, como maçons identificamos como o mesmo vínculo compartilhado por aqueles que trabalhavam no Templo de Salomão.

Portanto, durante a execução de um trabalho perfeito, o trabalhador está aprendendo, desenvolvendo-se, evoluindo, interagindo com fornecedores e clientes, em parcerias, atendendo a uma demanda de um indivíduo, um grupo ou sociedade, gerando empregos, proporcionando felicidade para si e para os outros, contribuindo com o seu trabalho para a humanidade, e é isso que conecta todos os homens de bem no mundo. Há algo mais digno do que isso?

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IRMÃOS: PENSEM NISSO!


 

Aos IIr.·. que gostam de usar anel, boton, adesivos e outra coisas que tem o símbolo da MAÇONARIA!!!

Vale apena ler.

Há vários anos, a história é contada sobre um maçom que sempre usava o seu anel maçônico e alfinete de lapela quando em público. Em algumas ocasiões, ele foi de ônibus de sua casa para o centro da cidade.

Em uma viagem, quando ele se sentou, descobriu que o motorista lhe tinha dado R$ 0.25 a mais de troco. Ele pensou em o que fazer: "É melhor dar a moeda de volta. Seria errado mantê-lo." "Oh, esqueça, é apenas uma moeda; quem se preocuparia com essa pequena quantidade.

De qualquer maneira, a companhia de ônibus recebe muito dinheiro; eles nunca vão perder - Sim. Aceita-o como um ‘presente de Deus’ e mantém-te calado.” Quando o seu ponto chegou, ele parou momentaneamente na porta, depois entregou a moeda ao motorista e disse: "Aqui, você me deu a mais."

O motorista com um sorriso respondeu: "Reparei no teu anel maçônico e no alfinete de lapela. Tenho pensado em pedir a um maçom como ser um. Eu só queria ver o que você faria se eu te desse a mais. Passaste no teste. Podes dizer-me como se tornar um maçom?”

Quando o maçom saiu do ônibus, ele disse uma oração silenciosa.

"Oh Deus, G.·. A.·. D.·. U.·., quase te vendi a ti e aos meus amados irmãos por uma moeda. As nossas ações são o único credo maçônico que alguns vão ver.”

Este é um exemplo quase assustador de como as pessoas nos veem como maçons e podem nos colocar em teste mesmo sem que nós percebamos!

Seja sempre diligente, seja no teatro, no restaurante, na mercearia, na estação ou apenas no trânsito.

Lembra-te, quer seja um alfinete de lapela, um anel, ou um emblema no carro, tu tens o nome da nossa grande fraternidade nos teus ombros, sempre que te chamas de Maçom.

Nunca se sabe quem pode estar a ver!

Bons homens procuram a maçonaria; a maçonaria os torna melhores.

Há muitos ótimos “maçons” sem serem iniciados. E muitos “profanos de avental”.

(Autor desconhecido)

CAVALEIRO ELEITO DOS NOVE


 

Boa Noite meus irmãos! É com muita alegria e satisfação que elaboro e compartilho as minhas interpretações de mais uma importante etapa do conhecimento Maçônico, no intuito e visando sempre o aproveitamento de todo o misticismo e de toda a espiritualidade nela contidos.

A escalada é árdua, morosa e na sua grande maioria inacessível, todavia, seguimos...

“No vazio tabuleiro de sua existência, milhares de peças disformes e que lhe foi dado pelo Mestre dos Mundos, estão agrupadas e misturadas em um canto qualquer, onde cada uma destas peças representa as diversas oportunidades a serem vividas, sendo estas boas ou más, virtuosas ou viciosas, assim como todos os estimulantes as virtudes e antídotos para os vícios, que liderados pelo livre arbítrio, determinam se as deves e como podem ser usadas ou evitadas. Muitas destas já foram agrupadas neste tabuleiro, certamente, porém com mais facilidades e clareza após o brilho visto em sua iniciação Maçônica, visto que agora possuis as habilidades e as ferramentas próprias par este ajuntamento constante e lógico”

Sê corajoso contra as tuas próprias fraquezas; sê corajoso para defender a Verdade.

Deixo as informações, tais como: ornamentos, paramentos e suas simbologias ritualísticas inerentes a este grau aos mais criteriosos estudantes e foco apenas no que essa lenda pode nos proporcionar de aprendizado.

A lenda deste grau trata-se da exigência do Rei da cidade de Tiro, amigo de Salomão, sobre a captura e julgamento do assassino pela morte de seu artífice, Hiran Abif. Revelada a localização destes infames companheiros, POR UM HOMEM COMPLETAMENTE DESCONHECIDO, o Rei sábio, Salomão, elege Nove Mestres para esta tarefa e chefiados por Stolkin. Joabem e Zerbal também os acompanha, para que tragam o assassino para julgamento. Partem os mestres.

Localizado o local, com a ajuda do informante, viu-se uma caverna a caminho de Joppa (atual Jaffa, banhada pelo mar Mediterrâneo e importante porto comercial) Ao adentrarem a caverna, perceberam um homem deitado adormecido e ao seu lado, um punhal, tendo ainda uma lamparina acesa e próximo a uma fonte de água límpida.

Joabem, aproveitando a luz que a lamparina lhe trazia, na sua impulsividade e fortemente emocionado, usa o punhal encontrado e desfere um golpe fatal no assassino, decapitando-o logo em seguida.

Antes de retornarem ao Rei Salomão, o sábio e sedentos saciam-se da água de um arroio e a recolhem para o enfrentamento da longa viagem.

Já na presença do Grande Rei, Joabem mostra a cabeça decapitada do assassino do Respeitável Mestre Hiran, orgulhoso pelo feito, todavia, o sábio Rei, apesar de reconhecer o rosto do artífice companheiro morto, indigna-se e o censura exemplarmente pois havia determinado que um julgamento deveria ser realizado antes de qualquer atitude e que cabia somente a ele, Reis dos Reis dar a sentença final.

Seus companheiros de viagem intercedem pelo Mestre Joabem e imploram pelo Real perdão, o qual é concedido em caráter de total exceção e os eleva a uma superior condição hierárquica e honrosa, nomeando-os Mestre Eleito dos Nove.

Interpretações, conclusões e ensinamentos filosóficos deste grau:

O Assassino morto por Joabem e nomeado de várias formas em nossos rituais, sejam eles: Abiran, que nominalmente significa “Assassino por excelência”, também é Jubelas que representa toda a ignorância, o crime, a corrupção.

As dificuldades de acesso a caverna, que representa a consciência humana, com pouca luz, espinhos e onde o cão a guarda, demonstra a dificuldade e os riscos de adentrarmos a nós mesmos, objetivando descobrir e extirpar os vícios que ali coabitam. Sendo estes, julgados (Como fez o Grande Rei), venhamos a sentir a verdadeira liberdade e purificação.

É primordial que a Luz penetre nesta caverna para que encontremos os assassinos e nos saciemos na fonte cristalina. Esta fonte nos deve saciar de conhecimento, razão, justiça, o perdão, etc.

Devemos querer sempre a ela recorrer para buscar os subsídios necessários para o bom viver.

Nossas espadas devem estar constantemente desembainhadas e prontas para ferir a ignorância, na defesa de todos aqueles que permanecem nas trevas e pela civilização contra a barbárie.

GRAUS NÃO INICIÁTICOS – APENAS COMUNICADOS – PRINCIPAL ENSINAMENTO

10º GRAU – ILUSTRE ELEITO DOS QUINZE

Deve-se exercer a justiça sem fraqueza, com um coração purificado de todo temor

11º GRAU O – SUBLIME CAVALEIRO ELEITO

Execução das sentenças do Capítulo, lhe proporcionando a satisfação do dever cumprido. Deve-se também dar o encargo de governar os homens àqueles que o merecem. O reinado será próspero se são sábios e pacífico se são fortes.

12º GRAU – GRÃO MESTRE ARQUITETO

Conheça e exerça o que contém seu estojo de Matemática (O Esquadro, um compasso simples, um de proporções, um com 4 pontas, uma régua, um prumo e um semicírculo). Que representam A retidão, a sinceridade, o trabalho é o estímulo.

Washington Teixeira da Silva – CIM 22960 - CIF 10149 – COMAB – GOMG

A.’. R.’. L.’. M.’. Paz, Harmonia e Concórdia, 297 – Or.’. de Guaranésia

Vale de Guaxupé aos Onze dias do mês de abril, da E.’. V.’. de 2.024

Supremo Conselho do Grau 33 para a Rep. Fed. do Brasil - R.: E.: A.: A.:

Estudo sumarizado para Elevação ao Grau 13 – Considerações Filosóficas do 9 em diante Grau

 

UMA HISTÓRIA MAÇÔNICA


A história que vos vou contar aconteceu há muito tempo. Tinha-se acabado de criar a primeira Loja Maçônica. Era agora necessário encontrar um local seguro para esconder de forma duradoura o grande segredo da Maçonaria. Os oficiais, então, reuniram-se em loja para decidir sobre o local. 

*O primeiro a pedir a palavra foi o Secretário, que disse: “Eu sou a Lua, eu reflito o Sol, eu simbolizo o lado feminino, a memória, o escutar. Podem confiar-me o segredo; eu serei digno disso”. 

*O segundo a pedir a palavra foi o Mestre de Cerimônias. Disse: “Eu sou Mercúrio, símbolo do movimento, da comunicação e do saber. Podem confiar-me o segredo; eu serei digno disso”. 

*O terceiro a pedir a palavra foi o Experto. Afirmou: “Eu sou Saturno, símbolo do conhecimento, do trabalho e dos Antigos. Podem confiar-me o segredo; eu serei digno disso”. 

*O quarto a pedir a palavra foi o Segundo Vigilante, que disse: “Eu sou Vénus, símbolo da harmonia, do relacionamento e do equilíbrio. Podem confiar-me o segredo; eu serei digno disso”. 

*O quinto a pedir a palavra foi o Primeiro Vigilante. Disse: “Eu sou Marte, símbolo da força, mas também da ação e do compromisso. Podem confiar-me o segredo; eu serei digno disso”. 

*O sexto a pedir a palavra foi o Orador. Afirmou: “Eu sou o Sol, símbolo do espírito, do esplendor, da força vital e da energia. Podem confiar-me o segredo; eu serei digno disso”.

 *O sétimo e último a falar foi o Venerável Mestre. Cheio de sabedoria e humildade, disse “Embora eu esteja associado a Júpiter, o maior planeta do sistema solar, um símbolo de prosperidade, não estou certo de ser o melhor refúgio para o nosso segredo. Voltarei em 3 dias, para vos dizer onde é o melhor esconderijo”. 

.. Os trabalhos foram suspensos; o Venerável Mestre fechou-se 3 dias e 3 noites na Câmara de Reflexão que o viu nascer. Saiu iluminado e sereno. Os trabalhos puderam então ser retomados. 

Todos os olhos dos oficiais da loja estavam fixos nos lábios do Venerável Mestre. Este, olhando com amor e benevolência para cada um dos seus Irmãos disse: “Usei a sabedoria do Grande Arquiteto do Universo para responder à nossa pergunta. Proponho esconder este segredo no fundo do coração de cada profano que bater à porta do nosso Templo. Este será, sem dúvida, o último lugar em que irão procurar”.   

Esta proposta foi aceita por unanimidade.

Esta tradição parece ter-se perpetuado por séculos. Infelizmente, nem todos os Maçons foram informados e alguns continuam a procurar fora de si. 

Rafael P. Centena

 

 

QUATRO HÁBITOS DOS LÍDERES MAÇÔNICOS DE SUCESSO


 

O Venerável Mestre de uma Loja Maçônica é um condutor crítico do sucesso, vitalidade e progresso da sua Loja. São-lhe atribuídos deveres, responsabilidades e poderes específicos, tal como estão delineados no Livro de Constituição e Estatutos de sua Potência, juntamente com os derivados dos Antigos Usos e Costumes da Maçonaria.

Dentro do contexto de governar a sua Loja, o Venerável Mestre é equivalente a ser um Monarca. A sua consciência, humildade e desejo de servir fielmente os seus Irmãos e a Maçonaria são os contrapesos ao abuso dessa autoridade significativa colocada ao seu cuidado, uma vez eleito e empossado como Venerável Mestre.

Um Venerável Mestre deve ser um exemplo de um Mestre Maçom que é digno e merecedor de elevado respeito por parte dos Irmãos da sua Loja.”

Tenha em mente que a palavra “Venerável” tem um significado antigo. Era um título atribuído a indivíduos altamente considerados na sociedade que eram considerados “dignos e merecedores de elevado respeito”.

Portanto, um Venerável Mestre deve ser um exemplo de um Mestre Maçom que é digno e merecedor de grande respeito por parte dos Irmãos da sua Loja.

Além disso, ele é o representante do “Pilar da Sabedoria” e espera-se que seja conhecedor, bem treinado, sábio e suficientemente capaz de ensinar e dirigir os Irmãos para o sucesso coletivo da sua Loja. Dito de outra forma, o Venerável Mestre deve ser capaz de “pôr os Irmãos a trabalhar e dar-lhes a instrução adequada”.

Adquirir o conhecimento, a capacidade e a experiência para se tornar um “Líder Servo” eficaz como um Venerável Mestre leva anos de estudo focado, desenvolvimento pessoal e orientação em várias disciplinas e tópicos maçónicos.

Os Veneráveis Mestres mais bem sucedidos implementam quatro Hábitos para liderar eficazmente os seus Irmãos e obter resultados positivos para as suas Lojas. Vamos rever um de cada vez.

O Hábito nº 1 é fornecer aos Irmãos da Loja uma Cadência Previsível de Comunicação. Quer seja semanalmente, de duas em duas semanas ou mensalmente, estes Veneráveis Mestres distribuem comunicações à Irmandade sobre como desfrutar de uma experiência de qualidade de Membro Maçónico e como os indivíduos podem participar como membros valiosos de uma Loja Ativa.

Estes líderes não mantêm a Irmandade na dúvida sobre o que é importante ou sobre as principais prioridades da Loja, os eventos importantes no Calendário Maçônico a que deve assistir, os pontos da

Agenda para a próxima reunião da Loja e o valor da sua participação, e quais são as competências, talentos e compromissos de tempo dos voluntários necessários para ajudar a tornar os próximos eventos da Loja, cerimônias de graduação e outras atividades um sucesso.

Os Irmãos da Loja estão atentos a estas comunicações para lhes dar uma orientação clara e ajudar a resolver questões importantes.

O Hábito nº 2 é o planeamento e a definição de prioridades. Uma vez que a “esperança” não é uma estratégia eficaz, estes Veneráveis Mestres bem-sucedidos sabem que o planeamento e a concentração da Irmandade num pequeno número de prioridades chave conduzem aos melhores resultados positivos para a Loja.

Em particular, estes Veneráveis Mestres coordenam a criação de um Plano da Loja por escrito para o ano, que pertence a todos os Irmãos da Loja. É o seu Quadro de Loja partilhado ou roteiro comum para as prioridades e atividades importantes para os Irmãos compreenderem e implementarem em conjunto.

Com um Plano de Loja sólido em vigor, as actualizações sobre o progresso coletivo da Irmandade e as atividades futuras são componentes chave das comunicações regulares do Venerável Mestre mencionadas no Hábito nº 1.

O Hábito nº 3 é Monitorizar os Resultados e Celebrar o Sucesso. As atividades mensais de uma Loja Ativa são dinâmicas. Estes Veneráveis Mestres bem-sucedidos acompanham proativamente o progresso dos projetos da Loja, eventos, saúde financeira, entre outros itens importantes.

Fazem um esforço intencional para identificar e celebrar as ações positivas que estão a ser realizadas pelos Irmãos para fazer avançar o trabalho da Loja. Estes líderes reconhecem oficialmente os Irmãos que estão a trabalhar diligentemente para a Loja e partilham simples agradecimentos que são a principal forma de “pagar o salário aos Artesãos”.

Através destas ações impactantes, estes Veneráveis Mestres promovem um trabalho de equipa harmonioso e implementam formas de se divertirem, socializarem e construírem relações mais profundas entre os Irmãos.

O Hábito nº 4 é Promover a Melhoria Contínua e uma Cultura de Aprendizagem. Estes sábios e bem-sucedidos Veneráveis Mestres sabem que a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal e o ensino são elementos vitais de uma Loja vibrante e ativa.

A Educação Maçônica e o Esclarecimento são partes valiosas de uma Experiência de Qualidade de Membro Maçônico para os Irmãos, especialmente para os Oficiais da Loja.

Estes líderes sabem que a Maçonaria oferece oportunidades únicas de autoaperfeiçoamento e melhoria contínua para cada Irmão, independentemente da sua formação profissional, laboral ou educacional.

Estes Veneráveis Mestres demonstram exteriormente um profundo respeito e reverência pelo estudo, pela aquisição de proficiência e pela partilha de conhecimentos, que são os principais facilitadores da nossa jornada maçônica individual de autoaperfeiçoamento.

Por exemplo, dedicam regularmente tempo durante as Reuniões das Lojas para palestras informativas, apresentações e discussões para alargar a compreensão da Irmandade sobre a Maçonaria e o significado das suas lições intemporais que podem ter um impacto positivo nas suas vidas.

Fundamentalmente, estes Veneráveis Mestres inspiram a Irmandade a aprender continuamente como estudantes humildes e partilham os seus valiosos conhecimentos com outros membros da Loja como professores apaixonados e valiosos.

Ao combinarem estes atributos, constroem em conjunto a base para serem verdadeiros “Mestres” Maçons.

Estes Quatro Hábitos dos Líderes Maçônicos de Sucesso são simples, mas não são fáceis! Para obter os resultados positivos associados aos hábitos acima descritos, é necessária uma disciplina pessoal. Como uma definição de trabalho,” Disciplina é uma série de ações e comportamentos repetitivos que conduzem a um nível consistente de resultados de alto desempenho.”

Estes Veneráveis Mestres de sucesso causam um impacto favorável na Irmandade e na Maçonaria através da diligência e execução consistentes dos Hábitos acima referidos. Esta consistência é um dos principais impulsionadores de resultados positivos e sucesso contínuos!

Por último, para todos os Veneráveis Mestres atuais e aspirantes, mantenham estes quatro Hábitos em constante observação e implementem-nos de forma consistente para o melhoramento da vossa Loja e da nossa antiga e honrosa fraternidade. Olhem bem para o Oriente!

Wayne Spooner – Presidente do Comitê de Membros da Grande Loja

Fonte

Illinois Freemasonry Magazine – Winter 2024 | Volume 35 | nº 1 ilmason.org

O SIGNIFICADO DA PALAVRA SAGRADA


 

Qual é o significado da Palavra Sagrada no Rito Escocês Antigo e Aceito nos seus Graus Simbólicos?

Considerações

Antes das considerações propriamente ditas deixo aqui a seguinte recomendação. Nas Lojas Simbólicas os apontamentos concernentes a este tema resumem-se apenas e tão somente ao simbolismo.

Devido à pluralidade de ritos praticados pela Maçonaria, muitos destes possuem graus de aperfeiçoamento, ou os ditos altos graus, muito comuns no Rito Escocês Antigo e Aceito, por exemplo.

Assuntos inerentes aos graus que não dizem respeito ao simbolismo, dentre eles, a Palavra Sagrada, não devem ser tratados nas Lojas Simbólicas – no simbolismo trata-se apenas dos graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre.

Dadas estas considerações, também cabe aqui outro esclarecimento. O termo “sagrado” em alusão ao complemento da Palavra tem o significado de “dignidade” e “consagração”, daí se faz cogente a compreensão que o vocábulo não possui em Maçonaria qualquer conotação religiosa.

Quanto ao significado da Palavra Sagrada. Primeiro no sentido de reconhecimento ela é parte integrante dos verdadeiros segredos da Ordem (Sinais, Toques e Palavras). Assim é o importante método do telhamento que averigua a qualidade do Maçom conforme os três graus do franco maçônico básico.

Segundo – quanto ao seu formato de transmissão, alude no Rito em questão, a etapa iniciática – Intuição (o Aprendiz soletra), análise (o Companheiro dá por sílabas) e a síntese (o Mestre a dá por pronúncia direta).

Esta questão é tão importante que revela a etapa iniciática do Obreiro. Nenhum Irmão será verdadeiramente iniciado, elevado e exaltado caso não conheça os segredos do Grau que, em linhas gerais, compreendem os Sinais, Toques e Palavras.

Terceiro – de maneira doutrinária a palavra, ou palavras, conforme o Grau elabora uma lição de sociabilidade e progresso, cujo emblema é o principal artifício de igualdade e o despojamento de títulos profanos no Canteiro da Maçonaria.

Isto significa que só detém a Palavra àquele que estiver realmente apto para a possuir – um Aprendiz só tem a Palavra se tiver passado regularmente pela cerimônia de Iniciação. Um Companheiro só será um Companheiro se tiver sido antes um Aprendiz. Por fim o Mestre que para chegar à plenitude só o será se antes tiver sido um Aprendiz e um Companheiro.

A Maçonaria rechaça qualquer distinção profana nas suas lides. Assim, a Palavra é um rótulo emblemático da etapa de aperfeiçoamento na Moderna Maçonaria.

No caso do simbolismo do Rito Escocês Antigo e Aceito há ainda o uso da transmissão da Palavra Sagrada para a abertura e encerramento dos trabalhos. Esta prática remonta a um passado distante, desde o Operativo, e a conferência da demarcação da obra para o início da construção e o confronto ao seu término para despedir os obreiros contentes e satisfeitos.

É por esta razão que há a referida transmissão que tem o sentido figurado de verificação. Como hoje não usamos literalmente o nível e o prumo para marcar e conferir a obra dado que a matéria prima não é mais a pedra e sim o Homem, o artifício especulativo é o uso correto da Palavra na sua transmissão.

Isto significa que se a Palavra estiver correta, tudo estará Justo e Perfeito para se iniciar o labor, assim como que ao seu término o objetivo fora qualificadamente conseguido – note que no ritual isso acontece tanto para abrir a Loja quanto para fechá-la, inclusive os protagonistas que pronunciam o termo “justo e perfeito” têm com joias o nível e o prumo (Primeiro e Segundo Vigilantes).

Finalizando este breve comentário, a Palavra Sagrada está presente na Maçonaria desde os canteiros medievais e pode ser acuradamente observada nos “fragmentos” e “antigas obrigações” da Sublime Instituição que possui aproximadamente oitocentos anos de História.

No princípio eram apenas duas Palavras, pois a Maçonaria era composta por duas classes. Posteriormente, já na Moderna Maçonaria e com o aparecimento do Grau de Mestre (1.724) seria incluída a Palavra do Terceiro Grau embasada na Lenda de Hiram.

Pedro Juk, M. M. – Secretário Geral de Orientação Ritualística do Grande Oriente do Brasil

Fonte: JB News – Informativo nº 595, Florianópolis (SC) 14 de abril de 2012.

A ALEGORIA DA CAVERNA


 Compartilharei agora com os meus amados e queridos irmãos uma metáfora escrita e descrita por Platão em seu Sétimo livro de: A República.

Nesta alegoria Platão pretende exemplificar como o ser humano pode se libertar da condição de escuridão, que o aprisiona, por meio da luz da verdade, em que o filósofo discute sobre teoria do conhecimento, linguagem, educação e sobre um estado hipotético.

A alegoria é apresentada após a analogia do sol (508b a 509c),
Seguindo uma linha historiográfica, o filósofo inicia:

Pessoas acorrentadas, sem se poderem mover, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, sem poder ver uns aos outros ou a si próprios.

Atrás dos prisioneiros há uma fogueira, separada deles por uma parede baixa, por detrás da qual passam pessoas carregando objetos que representam *homens e outras coisas viventes*.

As pessoas caminham por detrás da parede de modo que os seus corpos não projetam sombras, mas sim os objetos que carregam. Os prisioneiros não podem ver o que se passa atrás deles e veem apenas as sombras que são projetadas na parede em frente a eles.

Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os prisioneiros, associando-os, com certa razão, às sombras, pensam ser eles as falam das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade.

Imagine que um dos prisioneiros seja libertado e forçado a olhar o fogo e os objetos que faziam as sombras (uma nova realidade, um conhecimento novo). A luz iria ferir os seus olhos e ele não poderia ver bem.

Se lhe disserem que o presente era real e que as imagens que anteriormente via não o eram, ele não acreditaria. Na sua confusão, o prisioneiro tentaria voltar para a caverna, para aquilo a que estava acostumado e podia ver.

Caso ele decida voltar à caverna para revelar aos seus antigos companheiros a situação extremamente enganosa em que se encontram, os seus olhos, agora acostumados à luz, ficariam cegos devido à escuridão, assim como tinham ficado cegos com a luz.

Os outros prisioneiros, ao ver isto, concluiriam que sair da caverna tinha causado graves danos ao companheiro e, por isso, não deveriam sair dali nunca. Se o pudessem fazer, matariam quem tentasse tirá-los da caverna.

Platão não buscava as verdadeiras essências na simples Phýsis, como buscavam Demócrito e seus seguidores. Sob a influência de Sócrates, ele buscava a essência das coisas para além do mundo sensível.

E o personagem da caverna, que por acaso se liberte, corre como Sócrates, o risco de ser morto por expressar seu pensamento e querer mostrar um mundo totalmente diferente. Transpondo para a nossa realidade, é como se você acreditasse, desde que nasceu, que o mundo é de determinado modo e, então. vem alguém e diz que quase tudo aquilo é falso, é parcial, e tenta lhe mostrar novos conceitos, totalmente diferentes.

Foi justamente por razões como essa que Sócrates foi morto pelos cidadãos de Atenas, inspirando Platão à escrita da Alegoria da Caverna pela qual Platão nos convida a imaginar que as coisas se passassem, na existência humana, comparavelmente à situação da caverna:

Ilusoriamente, com os homens acorrentados a falsas crenças, preconceitos, ideias enganosas e, por isso tudo, inertes em suas poucas possibilidades.

Em *A República* no livro 7, folhas 517c, Platão escreve:
"Quando vista, esta alegoria deve nos levar à conclusão de que esta é de fato a causa de todas as coisas, de tudo que tem de correto (orthós) e belo (kálos), dando à luz no mundo visível para a luz, e mestra da luz, a si mesma no mundo inteligível fonte autêntica da verdade (aletheia) e razão (nous), e qualquer um que agir sabiamente em particular ou público deve tomar vista disso".

A interpretação desta Alegoria:

O mito da caverna é uma metáfora da condição humana perante o mundo, no que diz respeito à importância do conhecimento filosófico e à educação como forma de superação da ignorância, isto é, a passagem gradativa do senso comum enquanto visão de mundo e explicação da realidade para o conhecimento filosófico, que é racional, sistemático e organizado, que busca as respostas não no acaso, mas na causalidade.

Segundo a metáfora de Platão, o processo para a obtenção da consciência, isto é, o conhecimento abrange dois domínios:
• O domínio das coisas sensíveis (eikasia e pístis) e...
• O domínio das ideias (diánoia e nóesis).

Para o filósofo, a realidade está no mundo das ideias, um mundo real e verdadeiro e a maioria da humanidade vive na condição da ignorância, no mundo das coisas sensíveis, este mundo, no grau da apreensão de imagens (eikasia), as quais são mutáveis, não são perfeitas como as coisas no mundo das ideias e, por isso, não são objetos suficientemente bons para gerar conhecimento perfeitos.

Inclusive, em 2016, Neurocientistas chegaram a mesma conclusão de Platão relativo a percepção humana.

Quem aprende convosco é:
REINALDO DE FREITAS LOPES - MM
Obreiro da maçonaria universal e especulativa, zelador de meus direitos e senhor de minhas ideias e se reconhecido ou não por algum irmão, ainda assim não sou ele, sou eu e a ele estou sempre:
Em Pé e a Ordem.
Todos recebam o meu TFA.

AS LUZES, AS JOIAS E OUTROS SÍMBOLOS


 

Na organização maçônica são chamados de “luzes” aqueles que dirigem a Loja e nela exercem funções de relevo. São cinco as principais “luzes”: Venerável Mestre, 1° e 2° Vigilantes, Orador e Secretário. Como o próprio nome o indica, devem iluminar da Loja, concorrendo sempre com a sua sabedoria, espírito de tolerância e firmeza.

Destas cinco luzes, sobressaem-se o Venerável Mestre e os dois Vigilantes, que formam as três luzes vitais que iluminam a Loja, conjuntamente com as três luzes astrais, o Sol, a Lua e a Estrela Flamejante.

O Venerável Mestre que ocupa a cadeira do rei Salomão, encarna a Sabedoria. O 1° Vigilante é a Força para realizar, e o 2° Vigilante é a Beleza que adorna. Toda a grande obra reúne estas três qualidades.

O Venerável Mestre é também chamado “hierofante”, ou seja, o sacerdote que nos mistérios egípcios era encarregado de iniciar os neófitos e de interpretar os mistérios. Os Vigilantes por sua vez, são os “epíscopos”, isto é, aqueles que veem com segurança.

O Venerável Mestre e os Vigilantes empunham malhetes, emblema do poder e da autoridade. É o símbolo do comando. Assim como os reis e soberanos usam o cetro, o Venerável Mestre empunha o malhete.

Outro símbolo maçônico, de grande valor, é o Avental, interpretado como o emblema do trabalho e da inocência. De uso obrigatório, o Avental não pode ser dispensado sob pretexto algum. Constitui, na linguagem maçônica, o “vestido” do obreiro, sem o qual ele está nu.

“No princípio do século dezoito os aventais eram idênticos àqueles usados pelos pedreiros operativos. Eram grandes, chegando até o peito e descendo até os joelhos, de couro irregular, ficando a parte da cabeça do boi sobre o peito e o restante apenas com as pernas cortadas.

Contudo, já naquela época alguns irmãos costumavam decorar os seus aventais com desenhos de arcos, colunas etc. Não havia o cuidado de um modelo único, agindo cada um como melhor lhe parecia.

Com o tempo, alguns desenhos tornaram-se populares e foram copiados por outros maçons. Em fins do século dezoito pintavam-se cenas da legenda maçônica ou detalhes das cerimônias. Logo depois do Ato da União, em 1813, foi estabelecida a forma atual”.

O Avental deve ser feito de pele branca, com um friso de pano azul nas bordas, tendo uma abeta, também frisada de modo idêntico, que é usada abaixada nos graus de mestre e companheiro. Os aprendizes apresentam-se com a abeta levantada, sendo que o seu avental não possui friso algum. Dissemos friso azul, pois essa é a cor do simbolismo maçônico, sendo um erro generalizado o uso da cor vermelha.

Os Oficiais usam em volta do pescoço uma faixa ou colar de pano azul, caindo em ângulo sobre o peito. Na extremidade da faixa, deve pender a Joia do seu cargo. Algumas lojas costumam inscrever o seu título distintivo ou número, na faixa. Ao contrário do Avental, a faixa é de uso facultativo para os obreiros, excetuados, é claro, os que exercem cargos.

Do colar do Venerável Mestre pende um Esquadro aberto, apoiado sobre uma meia circunferência graduada, tendo ao centro o Sol. Isto no rito Escocês Antigo e Aceito. No rito de York, o Venerável Mestre usa simplesmente um Esquadro, símbolo da verdade. O Esquadro apoiado pelo Malhete significa a verdade apoiada pela autoridade.

As Joias do primeiro e segundo Vigilantes são respectivamente, o Nível, emblema da igualdade e o Prumo, emblema da equidade.

O Orador ou Capelão, ostenta o Livro da Lei Sagrada, sobreposto aos raios de um Sol cujo centro não se vê.

Os Cobridores carregam na faixa uma pequena Espada, emblema da luta franca, do combate leal.

Os Diáconos usam como joia uma Pomba, em lembrança da pomba mensageira que Noé soltou da Arca. Este símbolo, porém, é de uso mais recente, pois os maçons primitivos preferiam a figura de Mercúrio, com o caduceu, figura clássica da mitologia, onde Mercúrio era considerado o mensageiro dos deuses e o condutor dos mortos pelos mundos subterrâneos. Este símbolo persiste ainda em algumas lojas inglesas.

O Secretário, usa duas Penas cruzadas e o Tesoureiro, duas Chaves, também cruzadas.

O Hospitaleiro é simbolizado por uma Bolsa, e o Chanceler tem o timbre da Loja, dentro de um triângulo.

O Mestre de Banquetes traz como joia uma Cornucópia da qual se derramam frutos variados e outros alimentos e o Mestre de Harmonia, uma Lira.

O Mestre de Cerimônias usa um Laço de fita ou um Triângulo simples, devendo também trazer em uma das mãos, um bastão. O Arquiteto carrega uma pequena Trolha.

As joias do Venerável Mestre e dos Vigilantes são chamadas joias móveis porque são transmitidas aos seus sucessores na noite de posse da nova administração.

Assim como há três joias móveis, existem também três joias imóveis, que são a Tábua de Delinear, a Pedra Bruta e a Pedra Polida, já descritas por nós. São chamadas joias imóveis porque permanecem expostas e imóveis na Loja para os irmãos nelas estudarem a moral.

João Nery Guimarães

 

 

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