MAÇONARIA E IGREJA: IRMÃS NA FÉ


 “Supliquei e o espírito da sabedoria veio a mim. Eu a preferi aos cetros e tronos (...), todo o ouro e prata diante dela serão tidos como lama. Eu a amei mais do que a saúde e a beleza.” (Livro da Sabedoria, 7,7-10)

 A Maçonaria e a Igreja Católica são, sem dúvida, as duas instituições mais antigas da história da humanidade. Ambas pregam a libertação dos vícios e a busca da virtude, além da crença inabalável num Pai Celestial, que nos guarda e protege, e nos auxilia pelas veredas da existência. Mas, as semelhanças entre elas não se resumem a isto.

 Não é por acaso que, a idade do aprendiz é o mesmo tempo usado no ministério de Jesus na Terra. E o último grau do Rito Escocês é a mesma idade de Cristo quando crucificado. 

Se olharmos com atenção, veremos inúmeros atos, gestos, ritos e cargos hierárquicos que são similares nas duas casas de perfeição. 

Estando numa Missa Solene, podemos observar que esta, se parece, e muito, na sua configuração, com uma Sessão Magna maçônica. Ambas usam velas, altares, incensos e orações. Vejamos mais alguns pontos: 

A começar pelos paramentos, a Estola é um objeto de uso litúrgico, sem o qual o sacerdote não pode celebrar o Santo Sacrifício. O avental é o símbolo do trabalho para o maçom, sem ele não podemos adentrar ao Templo. A túnica usada pelo padre também se assemelha com o nosso “balandrau”. 

A Sala dos Passos Perdidos tem a mesma função do pátio da Igreja, onde as conversas informais e diversas do cotidiano podem fluir. Já o Átrio do templo maçônico corresponde à sacristia da Catedral, local aonde os sacerdotes se vestem, e é considerado uma extensão do templo. 

Na formação do templo maçônico, o Oriente corresponde ao Presbitério católico. A nave central de uma catedral é similar ao Ocidente para os maçons. As passagens laterais, junto com as bancadas, representam as colunas do Norte e do Sul. 

Na Missa Solene, o Bispo tem o poder de um Grão-Mestre. Os padres seriam os vigilantes. Os seminaristas presentes, os acólitos e ministros são as dignidades e oficiais. 

A abertura dos trabalhos são os ritos iniciais, com o sinal da cruz. O Livro da Lei está posto nas duas oficinas. Nos altares, as primeiras orações são feitas pelos fiéis ou obreiros.

 Na Ordem do Dia e Tempo de Estudos, três leituras bíblicas, além do Salmo são minuciosamente explicados, para o engrandecimento da alma. 

O Tronco de Solidariedade, momento de partilha, recebe as doações no ofertório. O seu produto servirá para a manutenção das casas e para a beneficência. 

Na Palavra a Bem da Ordem, antes da benção final, o sacerdote dá as últimas comunicações. 

Entre um ato e outro o mestre de harmonia na Sessão ou o organista na Missa providencia as melodias apropriadas para a Egrégora perfeita. 

No Encerramento dos Trabalhos, tudo transcorrido justo e perfeito, retornamos às nossas casas com o espírito renovado, após o Venerável mestre dizer “retiremo-nos em paz”, ou o sacerdote: “vamos em paz e que o Senhor nos acompanhe” 

Aqui não se pretendeu igualar a Sessão Maçônica à Santa Missa, pois, seria no mínimo blasfêmia. A santa Eucaristia é insubstituível. O que se quis foi mostrar as claras semelhanças entre os dois tipos de culto. 

Nosso Ritual diz que: “O pavimento mosaico, simboliza a união de todos os maçons do globo; a imagem do bem e do mal de que está cheio o caminho da vida”. 

Na Bíblia Cristã está escrito: Olha que hoje ponho diante de ti a vida com o bem e a morte com o mal. (...) Escolhe, pois, a vida, para que vivas com a tua posteridade”. (Dt 30,15-19). 

Mesmo com certa desconfiança com que parte da Igreja Católica enxerga a Maçonaria ao longo dos séculos, nós caminhamos juntos com os mesmos objetivos: escolher o bem e a vida. E por serem instituições divinas, formadas por homens, elas sempre existirão enquanto o houver o gênero humano. 

Ir Wellington Lopes de Albuquerque MM

Oriente de Palmeira dos Índios-AL.



O GADU E A MAÇONARIA


 

A entrada para a Ordem Maçônica de pessoas que não eram obreiros da construção, a partir do séc. XVII deflagrou o processo de transformação da Maçonaria Operativa em Especulativa. Este processo viria desaguar na criação da Grande Loja de Londres, a primeira do sistema obediencial.

Até a promulgação da Constituição de 1723 a Maçonaria tinha sido essencialmente religiosa, influenciada pela Igreja Católica, à sombra e sob a proteção da qual ela vivera durante a histórica e muitas vezes centenária construção das grandes catedrais góticas da Idade Média.

A Constituição de 1723 confirmou a necessidade da crença num ser criador do Universo e numa vida posterior à morte física. A partir de então, o maçom não pode ser um “libertino irreligioso nem um ateu estúpido”, mas adquiriu o direito de adorar o Deus de sua escolha, e não mais, exclusivamente, o Deus cristão.

Daí a dissidência e consequente criação da Grande Loja dos Antigos, que acusava a Grande Loja de Londres – dos Modernos – de permitir excessiva liberdade religiosa aos seus membros. Felizmente, a Maçonaria inglesa selou a paz com a união de 1813 e com edição dos seus rituais em 1815, nos quais prevaleceram – e prevalecem até hoje – a liberdade de crença de cada um dos seus membros.

Deste modo, a História de nossa Instituição pode ser dividida em três períodos bem característicos. Mais precisamente, dois períodos, sendo o segundo subdividido em dois ouros períodos.

O primeiro período foi o Operativo, e o segundo é o Especulativo. Por sua vez, o período Especulativo se divide em antes e depois de 1877.

Como já dito, no período Operativo o conceito de Deus era Trinitário, e até Mariano. Todos os documentos da época, os assim chamados Old Charges – Antigos Deveres – registram esta influência: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. É o conceito da Igreja Católica.

O grande problema, que marcaria a fundação da Grande Loja dos Antigos começou exatamente pela liberdade de crença inserta na Constituição de 1723, que também passou a usar oficialmente o termo Grande Arquiteto do Universo.

Esta expressão não consta de nenhuma das Old Charges, mas era muito empregada pela Igreja, onde pode ser encontrada, por exemplo, nas catedrais medievais, também com a variante Grande Arquiteto da Igreja, além de ilustrações de bíblias do séc. XIV e seguintes.

Na mente de Anderson, de Desaguilliers e dos demais vinte e cinco legisladores de 1723, o G.A.D.U. é o conhecido Deus bíblico. Na primeira parte desta Constituição é dito que “Adão, nosso primeiro Pai, criado à imagem de Deus, o Grande Arquiteto do Universo…”. Toda esta primeira parte da Constituição de 1723 está impregnada do Antigo Testamento.

O exame do espírito e da letra desta Constituição mostra que a Maçonaria Obediencial nasceu teísta. Esta concepção tem sido confirmada inúmeras vezes pelas Grandes Lojas Mãe do Mundo – Inglaterra, Irlanda e Escócia.

A interpretação deísta, que se acentua depois de 1815, atinge o auge em 1877, com a eliminação pelo Grande Oriente de França, do art. 1º de sua Constituição, artigo este que exigia a crença em Deus e na imortalidade da alma, e com o posterior “expurgo”, de todos os rituais, da expressão G.A.D.U. e de todas as orações.

Com esta atitude, o GOF e demais Potências que o seguem, o provocam o grande cisma da maçonaria, a chamada “Summa Divisio”. A partir deste ponto a Maçonaria se divide em duas partes, após o rompimento de relações com as Grandes Lojas Mães – inglesa irlandesa e escocesa – e com todas as demais que a elas aderem, relações estas que permanecem rompidas até hoje.

O pretexto para a eliminação da exigência da crença em Deus era a defesa da Absoluta Liberdade de Pensamento. Na realidade, foi fruto de infiltrações em Lojas, do espírito anti-clerical, anti-religioso e por fim, anti-teísta dos iluminados da Baviera, dos filadelfoss, dos carbonários, em suma, de irreligiosos e ateus. Grupos minoritários, mas ativos, que conseguiram dividir a Instituição em duas correntes distintas, em duas Maçonarias.

Uma Regular, Ortodoxa e Tradicional, que tem espírito religioso (porque não aceita os irreligiosos) e é apolítica. Outra, Irregular, heterodoxa, que é irreligiosa e política.

A união das duas Grandes Lojas inglesas, com a reforma dos seus rituais em 1815, evitou que se interpretasse deísticamente o 2º parágrafo do 1ºartigo da Constituição de Anderson, como o fez o Grande Oriente de França. Este Grande Oriente não aceitou a reforma de 1815 e se apegou à Constituição de 1723, ignorando, no entanto, o 1ºparágrafo do seu 1ºartigo, que fala do estúpido ateu e do libertino irreligioso. Transcrevemos abaixo os textos pertinentes da Constituição de Anderson de 1723 e da mesma Constituição reformada em 1815.

Texto de 1723: – Posto que nos tempos antigos os maçons tivessem a obrigação de seguir a religião do próprio país ou nação, qualquer que ela fosse presentemente julgou-se mais conveniente obrigá-los a praticar a religião em que todos os homens estão de acordo, deixando-lhes plena liberdade às convicções particulares…

Texto de 1815: – De todos os homens, (o Maçom) deve ser o que melhor compreende que Deus enxerga de maneira diferente do homem; pois o homem vê a aparência externa ao passo que Deus vê o coração… Seja qual for a religião de um homem ou sua forma de adorar, ele não será excluído da Ordem se acreditar no glorioso Arquiteto do Céu e da Terra e praticar os sagrados deveres da moral…

Por conseguinte, o texto da reforma de 1815 deixa claro que já não se trata da ampla tolerância proclamada por Anderson. O perigo do deísmo se conjurou por um teísmo pessoal.

O objetivo principal desta mudança era evitar a formação de movimentos laicistas que pudessem levar como de fato acabaram levando, à ruptura de 1877 pelo Grande Oriente de França.

Daí se concluir que a reforma de 1815 foi a salvação da Maçonaria Regular. Foi a partir deste momento que começou o afastamento do Grande Oriente de França, que culminaria em 1877 com a eliminação da exigência da crença no G.A.D.U.

O Grande Oriente de França tentou, diversas vezes, a reconciliação com as Grande Loja Unida da Inglaterra e suas aderentes, sem nenhum sucesso até hoje.

Já o Grande Oriente da Itália (Palazzo Giustiniani), que abandonou em 1972 os conceitos adotados em 1877, foi reconhecido como Potência Regular pela UGLE.

Ir.'. Antonio Rocha Fadista
Or.'. Rio de Janeiro RJ

 

 

UMA REFLEXÃO SOBRE A PRESENÇA DOS IRMÃOS EM LOJA


 

Uma viajem com tempo e (des)interessante

Levo bastante tempo a refletir sobre a não presença de alguns Irmãos, quer em Loja, quer nas reuniões virtuais, meramente de caráter fraternal em tempo de adaptação a uma nova realidade em que vivemos… confinamento.

A pergunta que me faço é só uma: Porque é que o Irmão não vem tão assiduamente às sessões tendo ingressado com tanto interesse?

Todos sabemos que a participação nos trabalhos é contínua e as faltas poderão atrapalhar os ensinamentos na vida Maçônica. Penso que poderão ser vários os motivos, mas o maior deles poderá ser sem dúvida falta de motivação.

Se a Maçonaria, na sua essência, não conduzir os Neófitos ao que eles esperavam que fosse a essência maçônica antes de serem iniciados, poderá levar de forma legítima ao seu desinteresse na Ordem ou na Loja.

“Já eras Maçom antes de o ser”

É uma frase bonita e enche-nos a alma ouvi-la quer por um Companheiro, Mestre, até mesmo por um Venerável Mestre ou mesmo Grão-Mestre.

Na minha humilde opinião devemos fazer jus a esta frase, no sentido em que, se um homem não tem as qualidades mínimas para ser Maçom, não deveria ser apresentado a uma Loja Maçônica, evitando aglomerados em massa de iniciações, para um fim meramente estatístico de número de obreiros na Loja.

Maçonaria não é uma instituição de correção.

Ser educado, ter tolerância, ser estudioso e meticuloso nas suas ações, ter capacidade para a aprendizagem… Todas estas qualidades de nada servirão e não será um bom Maçom quem não tiver “anexado” o espírito Maçônico, a essência do que é a Maçonaria no seu todo.

Assim como o Silêncio é um ótimo condutor para a nossa reflexão interior, o Tempo é uma gestão muito pessoal e cada Irmão tem o seu “relógio biológico”. Como já referi, os trabalhos são contínuos, mas não têm um prazo de entrega, ou não seríamos homens Livres e de Bons Costumes.

O (des)interesse não deverá ser resultado de mais ou menos conhecimento do Rito ou de suas simbologias.

Maçonaria é uma viagem e o mais importante numa viagem não é o destino. O destino já sabemos qual é.

O mais importante numa viagem é o que vamos encontrando pelo caminho e cada um faz a viagem há seu tempo.

Tempo para assimilar o que de bom lhe traz o percurso, ou desfrutando das paisagens com tempo de podê-las contemplar, e de partilhá-las com quem se vai cruzando no seu percurso.

Pedro Carneiro

 

AOS PADRINHOS E PRETENSOS INICIANTES NA ORDEM MAÇÔNICA


 

Essas modestas colocações são dirigidas aos “Padrinhos” daqueles que pretendem entrar para a Ordem Maçônica. Irei aclarar e dar algumas interpretações ao que considero importantes aos “curiosos” cidadãos, a quem chamamos de “Profanos” e que pretendem a nós se unir.

Para ser Maçom é preciso ser indicado por um Mestre Maçom. Assim, aconselho que se indague ao pretenso iniciante se já leu alguma coisa sobre o tema “Maçonaria”. Caso não tenha lido nada é de bom alvitre que primeiro sugira para que leia e que não acredite em tudo que foi lido.

Que tome por base de que quem escreveu é um ser humano igual a ele ou você. Cheio de defeitos, mas, que presumivelmente já “lapidado” e sem as facetas inadmissíveis no meio maçônico.

Que esse Iniciante, após a leitura de alguns compêndios (que podem ser baixados até pelo Google), procure conversar com alguém que ele conheça como Maçom e a ele dirija suas perguntas e interrogações que ainda não foram respondidas ou entendidas pelas suas leituras e pelos seus conhecimentos.

Cumprida essa etapa, o Iniciante deve indagar, com mais profundidade, mais detalhes, quais as finalidades, quais os Regulamentos e Regimentos que o obrigarão quando for um Membro da Ordem Maçônica. Assim, terá conhecimento de como funciona a Irmandade, verdadeiramente.

O Iniciante poderá até conhecer muita história atribuída à Ordem, mas, algumas, que foram feitas ou construídas não pela Ordem, mas por seus Obreiros e suas Lojas*. (*Lojas- assim chamadas os locais onde se reúnem).

O Iniciante a Obreiro de uma Loja precisa saber o que o espera dentro de uma Loja e por que ele estará ali. Há que se mostrar a ele Iniciante que como todos os que ali adentraram passaram pela aprovação da Loja que o estará examinando e colocando em provas fazendo-se cumprir regra geral, quando será aceito ou não, e se aceito, entrará para o primeiro estágio de uma caminhada e que é chamada de Aprendiz de Maçom.

 Que nessa etapa, ou degrau, ou grau, irá aprender um dos fundamentos principais da Ordem Maçônica que é o da Simbologia, do significado daquilo que verá ao seu redor e durante toda a sua vida terrena. Deverá saber que nessa etapa como Aprendiz, sua acuidade, deve estar sempre muito ativa.

Deve estar atendo a tudo que se passa ao seu redor, Tudo é TUDO, mesmo! Que essa atenção é para todos os sentidos: Visão, Olfato, Paladar, Audição e o Tato.

Assim, o Profano à Iniciante saberá que, quando for um Aprendiz começará a Lapidar o seu interior, que junto com muitos Irmãos estará trabalhando na Pedra Bruta que é seu passado de Profano e se tornando um verdadeiro Maçom.

Saberá que desses primeiros passos dependerá toda sua caminhada para se tornar um autêntico MESTRE MAÇOM. Aos Padrinhos desses Pretensos Iniciantes, creio que essa modesta amostra seja suficiente para estimular ou dissuadir ao cidadão que deseje pertencer a nossa secular entidade.

Eles precisam saber que assim como em qualquer instituição humana, erros e acertos existem, e que sempre existirá um “Papa Negro” com seus seguidores nefastos, mas, a história nos demonstra que o Bem sempre vence o Mal, bastando para tal, se precaver da hipocrisia, da vaidade e da sordidez.

O justo sempre estará mais próximo da perfeição.

Fernando Silva de Palma Lima CIM- 115.552 – GOB (Ex-Ministro do STEM e seu Presidente; Deputado Federal e Constituinte, período 1993 à 2019 da Augusta e Benemérita Loja Simbólica Professor Hermínio Blacmann1761 do Oriente de Vila Velha - ES)

O TRIÂNGULO


 O Triangulo? Não é a definição de triângulo em termos geométricos que se pretenderá, mas, como ponto de partida, saiba-se que é um polígono que tem três lados e é o único polígono que não possui diagonais onde cada um dos seus ângulos externos é suplementar do ângulo interno adjacente.

Relativamente ao triângulo, para além de existirem vários tipos, cada um tem interpretações distintas, de várias áreas, Filosóficas, Religiosas ou Exotéricas, como por exemplo:

Triangulo Equilátero – Estável e neutro perfeito entre três aspectos da Divindade (criação- conservação-destruição);

Triangulo Isósceles – Positivo – Masculino, o anseio do espírito em libertar-se da matéria;

Triangulo Isósceles Negativo – Feminino faculdade geradora e reprodutora, a expansão visível de Deus no espaço e no tempo;

Luz, trevas, tempo

Passado, presente e futuro;

Sabedoria, força e beleza;

Nascimento, vida e morte;

Liberdade, igualdade e fraternidade.

Para a Maçonaria o triângulo encerra uma série de significados onde o número três de que é composto assume relevo.

Em quase todas as nações da antiguidade o triângulo foi adotado como um símbolo da divindade.

O Triângulo Positivo e Negativo, na Maçonaria e no judaísmo, formam a Estrela de Salomão.

O Triângulo Fulgurante representa na Maçonaria o Supremo Criador de todas as coisas, cujo olho luminoso é o Olho da Sabedoria e da Providência, que observa tudo que vê e provê. Ele simboliza também, os atributos da Divindade: Onipresença, Onividência e Onisciência, que o verdadeiro Maçom tem como lembrete divino de sua suprema relevância para a sua vida.

No Oriente de uma Loja do Retificado, por cima do Trono do Venerável Mestre, brilha o Delta Luminoso ou o Delta Sagrado, normalmente com o “Olho Divino” no centro. É o símbolo do Poder Supremo e também do primeiro princípio – ONISCIÊNCIA (a suprema realidade que nos seus três lados o definem). A Verdadeira Luz, a Luz da Realidade Transcendente, que simbolicamente representa a luz intelectual e a moral (Nicola Aslan).

Nos locais em que não haja possibilidade de que uma Loja Maçônica seja formada, pode ser constituído um Triângulo maçônico. O mesmo pode ser formado desde que exista um número mínimo de três Mestres Maçons, a trabalhar sob a égide de uma Loja Maçônica (uma Loja Maçônica tem que ser formada pelo mínimo de sete Mestres Maçons).

Os três Mestres Maçons significam que há três “luzes”, ou cargos que numa Loja Maçônica têm sempre que existir, o de Venerável Mestre e o de Primeiro e Segundo Vigilantes (estes obrigatoriamente têm que ser Mestres Maçons).

O Triângulo Maçônico revela-se assim como o embrião ou a célula base de formação de uma Loja Maçônica.

Na página Web e no Blogue “Partir Pedra” da muito Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues saliento um trabalho muito interessante “Da Simbologia do Triângulo” onde se pode realçar a importância e o relevo dado ao número três. 

As analogias, ou a associação ao número três, são várias e ricas onde destaco, entre outros, os passos do aprendiz (três passos que representam o zelo e a confiança que se deve mostrar ao caminhar para aquele que nos ilumina); Lei Sagrada, o Esquadro e o Compasso (3 grandes Luzes) e os graus simbólicos (Aprendiz, Companheiro e Mestre).

Existe também uma menção relativamente à arte da Geometria como fundamental ao Maçom onde se realça, relativamente à Maçonaria Operativa (construtores em pedra), que a palavra maçonaria tinha três significados: a associação de construtores em pedra, a ciência da Geometria e a arte da Arquitetura. 

E tudo baseado em noções geométricas aplicadas à arte e execução das obras (teorema de Pitágoras).

Nuno C.

Net grafia

LOJA S: PAULO 43 “Símbolos – Simbolismo – Simbologia” [em linha], 2013 http://www.lojasaopaulo43.com.br/simbolismo.php [consultado em 06-09-13].

com “Triangle” [em linha], 2013 http://www.masonicdictionary.com/triangle.html [consultado em 06-09-13].

oliveirapereira’s Blog “As Medidas do Triângulo Maçónico” [em linha], 2013 http://oliveirapereira.wordpress.com/textos-arte-real-para-reflexao/a-camara-de-instrucao/as-medidas-do-triangulo-maconico/ [consultado em 06-09-13].

O selo de Salomão [em linha], 2013 http://www.novaera-alvorecer.net/o_selo_salomao.htm [consultado em 09-10-13].

Os Símbolos Maçônicos [em linha], 2013 http://www.aminternacional.org/maconaria_simbolos_maconicos.html [consultado em 06-09-13].

Pílulas Maçônicas “O Delta Sagrado” [em linha], 2013 http://pilulasmaconicas.blogspot.fr/2011/11/n-122-o-delta-sagrado.html [consultado em 10-10-13].

Prof2000 “O Triângulo” [em linha], 2013 http://www.prof2000.pt/users/secjeste/modtri01/Index.htm [consultado em 09-09-13].

Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues “Da Simbologia do Triangulo” [em linha], 2013 http://www.rlmad.net/rlmad-main/mmenu-pranchas/277-simb-triang.html [consultado em 06-09-13].

Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues “A PARTIR PEDRA” [em linha], 2013 http://a-partir-pedra.blogspot.fr/2010/05/loja-mestre-affonso-domingues-o-sitio-e.html [consultado em 10-10-13].

Respeitável Loja Mestre Affonso Domingues “MAÇONARIA=GEOMETRIA=ARQUITECTURA” [em linha], 2013 http://a-partir-pedra.blogspot.fr/2009/07/maconaria-geometria-arquitetura.html [consultado em 10-10-13].

 

MULHER, JÓIA DA MAÇONARIA



É consagrado 08 de março como o “Dia Internacional da Mulher”, fazendo uma referência às lutas das operárias, numa fábrica têxtil em março de 1911, em Nova York, onde morreram mais de 130 mulheres carbonizadas.

 

Mas, a História nos diz que, mesmo no século XIX, as mulheres já pleiteavam melhores condições de trabalho, naquele período da Segunda Revolução Industrial, através de movimentos sindicais e protestos contra a exploração dos famigerados capitalistas, que chegavam a exigir até 14 horas de trabalho diário para essas guerreiras.

 

Na Rússia Czarista, em 08 de março de 1917, ano da Revolução Socialista, as mulheres reuniram-se aos outros trabalhadores e promoveram um protesto pacífico defronte ao palácio do Czar (imperador) Nicolau II, cujo slogan era “terra, paz e pão”. O ditador reagiu violentamente ordenando o fuzilamento sumário de todos que participaram daquele evento. O acontecimento ficou conhecido como “Domingo sangrento”.

 

Creio que estas são as motivações históricas para a criação do dia 08 de março como o “Dia da Mulher”. Mesmo sabendo que todos os dias são dedicados àquelas que tornam o nosso mundo mais belo.

 

A mulher tem um lugar de destaque na Maçonaria. Sem sua permissão, nenhum profano poderia tornar-se maçom. Tudo começa com a sábia decisão da “Rainha do Lar” em abraçar a senda maçônica e tornar-se uma “cunhada” da família universal de irmãos.

 

No momento da Iniciação, recebemos dois pares de luvas brancas. Um para nosso uso e outro para aquela a quem mais amamos: nossa esposa, a guardiã da família.

 

Os maçons espalhados pela Terra são chamados de “Filhos da Viúva”. Mais uma vez a figura feminina aparece em destaque.

 

Assim sendo, os maçons tributam às mulheres todo o seu respeito e carinho. Enquanto nos reunimos nos trabalhos da Loja, são elas que tomam conta do nosso lar e de nossos filhos. Além disso, cabe a mulher do maçom a tarefa de colaborar na edificação de um dos pilares maçônicos que é a fraternidade. As “Fraternas”, “Acácias” ou “Damas da Fraternidade” como são chamadas as Organizações Paramaçônicas Femininas, tem dado grande contribuição nas ações sociais e filantrópicas no mundo inteiro.

 

Que o GADU abençoe e proteja e todas as mulheres do universo, sobretudo nossas “caras-metades”, cunhadas e sobrinhas.      

 

Ir Wellington Lopes de Albuquerque MM

Obreiro da ARLS Princesa do Sertão Nº 8 - Oriente de Palmeira dos Índios-AL.



O SEXTO SENTIDO MAÇÔNICO


 

Uma das passagens mais exploradas pelos escritores e historiadores da Maçonaria é a de Henry Adamson (1581 – 1637), poeta e historiador escocês no seu poema The Muses Threnodie de 1638, em Perth, onde anota particularmente a possível ligação entre os Rosa-cruzes, a Maçonaria, citando a existência da Palavra do Maçom (Mason Word) e de um second sight.

Referindo-se à reconstrução de uma ponte sobre o Rio Tay, desmoronada em 1621, ele escreveu:

Thus Mr Gall assured it would be so
And my good genius doth surely know:
For what we do presage is not in grosse
For we be brethren of the Rosie Crosse;
We have the Mason word, and second sight,
Things for to come we can foretell aright.

Arriscamos uma tradução livre como sendo:

Então Mestre Gall assegurou que seria assim
E meu bom gênio assim certamente sabe:
Pelo que nós pressagiamos não é grosseiro
Pois nós da irmandade da Rosa Cruz;
Temos a Palavra do Maçom, e o sexto sentido,
Coisas que estão por vir e que nós podemos predizer com certeza.

A grande maioria dos escritores dedica-se a analisar as ligações do movimento Rosa-Cruz com as origens da Maçonaria Especulativa, assim como já foi amplamente explorado o tema da Palavra do Maçom. Porém quase nada encontramos sobre o SECOND SIGHT.

Se formos buscar um entendimento nos dicionários e enciclopédias encontraremos definições como sendo um poder sobre-humano com sentindo da sua imortalidade, a capacidade de ver a sua alma, o seu verdadeiro eu, alcançar maior percepção tocando as suas habilidades internas de clarividência, intuição e para perceber fenômenos e objetos independentemente dos seus órgãos sensoriais.

Outros ainda entendem que a verdadeira Maçonaria existe para colocar candidatos dignos no caminho da descoberta das nossas habilidades perdidas do Sexto Sentido; para encontrar o “Eu” superior e eterno que está no interior de cada um.

“É a abertura de um sexto sentido através do qual um homem realmente sente a sua imortalidade com a mesma certeza absoluta que sente outro objeto através do sentido do tacto. Este sexto sentido não pode ser comunicado de uma pessoa para outra; está adormecido em todos; deve ser desenvolvido através de exercícios espirituais…“.

David Stevenson, Professor Emérito de História Escocesa da Universidade de Saint Andrews, no seu livro The Origins of Freemasonry, 1988, é quem nos dá algumas informações adicionais sobre o tema.

Segundo Stevenson, o second sight que traduzido literalmente seria segundo olhar, mas que traduzimos como Sexto Sentido, era a habilidade literalmente de “ver” o futuro, através de imagens visuais de eventos futuros. Muitos ainda relacionavam tal Sexto Sentido com bruxaria.

A referência da Adamson ao sexto sentido está ligada à fraternidade Rosa-Cruz que era oculta e buscava o conhecimento hermético. A citação da Palavra do Maçom juntamente com o dom do sexto sentido sugere um sentido que capacitava o Maçom a “ver” o invisível por identificar homens que eram companheiros maçons pelos métodos que outros não poderiam entender.

Tanto a Palavra do Maçom, assim como o Sexto Sentido eram mistérios Escoceses que estavam a tornar-se mais conhecidos através do tempo.

Stevenson ainda relata passagens pitorescas ocorridas em 1689, onde Robert Kirk, ministro da Abadia em Perthshire tenta explicar ao inglês Dr. Edward Stillingfleet sobre o Sexto Sentido dizendo “o Dr. chamou a Palavra do Maçom de um mistério rabínico, quando descobri algo sobre isso”. Kirk tinha grande interesse no folclore Escocês e fenômenos super naturais, quando Stillingfleet inquiriu sobre o Sexto Sentido que tinha ouvido apenas nas altas terras da Escócia.

Desmentindo a suspeita sobre ser o Sexto Sentido uma habilidade ganha pelo mal, Kirk explica que “ela era parte das Ciências Naturais e Divinas, a qual o inquiridor deveria aprender antes de julgar” e adicionou que o Sexto Sentido era somente uma forma natural de olhar. Gatos e felinos enxergam melhor a noite do que homens, e telescópios ampliam a visão. Dessa forma as pessoas podem entender melhor o Sexto Sentido.

O Second Sight, ou Sexto Sentido pode muito bem estar relacionado aos modos de reconhecimento dos maçons das mais diversas épocas, assim como a Palavra do Maçom.

Tais modos de reconhecimento começam a aparecer em documentos conhecidos como Catecismos, sendo o primeiro deles o The Edinburgh Register House Manuscript (1696). Os catecismos compostos de perguntas e respostas eram a forma mais simples de memorizar os conhecimentos e conceitos da maçonaria, além de através deles ser verificado se um homem fazia parte da irmandade ou não pelas suas respostas.

Como sabemos, a grande maioria dos maçons dessa época (1600 -1700) eram analfabetos e a memorização era fundamental para sua efetiva participação na irmandade assim como para realizar as reuniões e cerimônias.

O Second Sight ou Sexto Sentido poderia também estar relacionado aqui como uma capacidade de poder averiguar a autenticidade e veracidade das respostas e postura de um homem que se apresentasse como maçom, assim como possuir a Palavra do Maçom.

Já no The Sloane No.3329 Manuscript (1700), são apresentados os diversos modos e sinais que um maçom pode fazer para se identificar com outro em lugares públicos. E aqui podemos interpretar novamente o Sexto Sentido como aquele olhar ou observação atenta para pequenos gestos e sinais que podem estar sendo feitos num ambiente para reconhecimento de um irmão maçom.

Considerando que o Second Sight é uma tradição antiga ainda da época da maçonaria operativa, podemos ainda interpretar que tal talento era o de ter a capacidade de visualizar na sua mente a construção toda nos seus detalhes para poder realizar a devida obra nas suas minúcias. Somente um Mestre Maçom dotado desse Sexto Sentido poderia realizar obras tão magníficas como as que testemunhamos até aos nossos dias nas catedrais, palácios, pontes e tantas outras obras desse período das grandes construções em pedra.

Atualmente os arquitetos e engenheiros utilizam-se de programas de computador sofisticados que lhe conferem a visão tridimensional dos projetos, mas essa capacidade era inerente dos Mestres Construtores que possuíam o Sexto Sentido.

O Second Sight ou Sexto Sentido considerado malévolo e bruxaria do passado, mal entendido e interpretado na idade média, ficou esquecido no passado da maçonaria mas podemos afirmar que hoje pode ser associado à intuição, sentido importante para todo maçom reconhecer antecipadamente aqueles que possam vir a constituir as futuras gerações de homens livres e de bons costumes.

Alberto Feliciano

Bibliografia

Stevenson, David – The Origins of Freemasonry 1988

Wikipédia no verbete Second Sight

Cambridge Dictionary no verbete Second sight

 

POR QUE SE VAI Á LOJA?


 

Provavelmente, a esta pergunta virão respostas, cujo cerne está no individualismo.

Por um lado, as ritualísticas (vencer minhas paixões);

por outro, as sociais (ágapes após as reuniões).

Há um imensurável equivoco quando acreditamos que o tamanho de uma Loja se dá pela estrutura física ou pelo número de Irmãos.

O que a torna “Grande” ou “Poderosa” é o comprometimento dos Obreiros.

Observe que há uma diferença sutil entre Irmãos e Obreiros.

Irmãos são todos os que, por condutas maçônicas, são reconhecidos como tal.

Obreiros são aqueles, que nos instruem e inspiram, por suas condutas maçônicas, a nos tornarmos Irmãos.

Sendo um trabalho coletivo, as sessões só alcançam a plenitude nas três esferas (física, mental, espiritual) se cada um dos presentes mudarem a atitude passiva de participante para a conduta ativa de partícipe.

A mudança está na troca do que “vou ganhar ao ir à Loja”, para o que “vou oferecer à Loja”.

Condutas simples, apenas o cumprimento da missão!

Exemplo: O Irmão Mestre de Harmonia deve ir com o propósito de colocar as músicas adequadas, no momento certo e correto volume.

O Mestre de Cerimônias deve organizar o cortejo, ficar atento a estruturação dos Cargos, conhecer suas falas, circular no Templo somente nos momentos necessários.

Os Diáconos devem ser realmente portadores da palavra com a devida ritualística.

O Chanceler deve receber e observar os Irmãos visitantes. Enfim, cada um deve incorporar seu cargo.

No caso das Luzes, a conduta é muito mais sutil.

Vigilantes devem estar atentos ao comportamento e principalmente, ao semblante de seus “comandados”.

Ocupar uma das vigilâncias é pré-requisito para ser o líder maior da Loja, portanto, é com esta preocupação que ele vai se formando e conhecendo os Irmãos e futuros colabores diretos.

Da mesma forma, ao se preparar para ir a Loja, o Venerável Mestre deve compreender que o mínimo, e provavelmente, com menor valor é o de dirigir os trabalhos, no sentido de ler o ritual.

Sentar-se na cadeira mais alta do Templo é a alegoria que a ele cabe ver tudo que se passa e exercer ações que resultem no sucesso do grupo.

Aos Ex-Veneráveis, a missão não acabou.

Possuem duas grandes obrigações de moral maçônica.

Primeira, se já dirigiram os trabalhos das Lojas, conhecem bem os Rituais e as demais funções, sendo assim, devem estar sempre à disposição do atual Venerável Mestre para ocuparem cargos, afinal, eles continuam sendo Obreiros da Oficina.

A segunda é trabalhar para a manutenção da harmonia dos trabalhos.

Eles devem ir para a Loja vibrando positivamente. Sendo o esteio do Venerável, devem aconselhar não intervirem, evitar comparações e, principalmente, auto-elogio, incompatíveis com princípios de humildade e do propósito de “vencer minhas paixões”.

Se todos nós, formos para a Loja com o propósito de servir, sairemos todos bem servidos.

O TODO É SEMPRE MAIOR
QUE A SOMA DAS PARTES.

Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônica.

ACML News n. 08 – Florianópolis (SC)

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