OS SEIS PASSOS PARA FAZER PARTE DA MAÇONARIA:



Antes de tudo, o postulante ao ingresso nos quadros da Ordem Maçônica, deve autoavaliar-se em busca de valores, costumes, atitudes (interiores), e  comportamentos sociais exteriorizados cotejando-os com algumas premissas a seguir apresentadas.

O Candidato deve, portanto,  identificar-se com os aspectos a seguir:

LEGAL:
- ser emancipado e ter completado 18 anos antes da cerimônia de Iniciação;
- ser dependente pecuniariamente, obter anuência dos tutores ou genitores;
- ser engajado em união estável, contar com a concordância da esposa;
- ser um homem íntegro, ligado e atualizado em relação ao seu tempo;
- ser empreendedor e capaz de assumir responsabilidades;
- ter emprego, residência e domicílio fixos, no Oriente (estado, município) pleiteado; suas atividades profissionais devem ser lícitas, não importando o metier;
- esperar encontrar na Loja pleiteada, homens livres, de bons costumes, capazes de realizar obras poderosas em benefício da Humanidade, da Pátria e da Família;

DOUTRINÁRIO:
- ter religiosidade, melhor do que religião;
- crer em Deus, acima de tudo;
- ter uma ideia clara da virtude e do vício, adotando aquela e rejeitando este;
- estar apto a apreender conhecimentos litúrgicos e filosóficos;
- distinguir entre religião e maçonaria;
- ser respeitado na Iniciação, não só pelas características esotéricas, exotéricas e metafísicas do evento, como pelo significado simbólico trazido pelas nossas tradições e regularidade;

PRÁTICO:
- apresentar bons costumes;
- ter boa família;
- seguir as leis;

METAFÍSICO:
- ser receptivo às ideias;
- estar ideologicamente alinhado com a idéia de Deus;

DA TRADIÇÃO:
- estar apto; ou pronto, disposto e capacitado, “sponte SUA”;

INICIÁTICO:
- creditar respeito ao processo;
- manter o espírito receptivo (“nada lhe será cobrado; tudo lhe será dado”);

A admissão à Maçonaria é restrita a pessoas adultas sem limitações quanto à raça, credo e nacionalidade, desde que gozem de reputação ilibada e que sejam homens íntegros.

Nenhum homem, por melhor que seja, poderá ser recebido na Maçonaria, sem o consentimento de todos os maçons. Se alguém fosse imposto à Maçonaria, poderia ali causar desarmonia, ou perturbar a liberdade dos demais, o que sempre deve ser evitado.

A aceitação do pedido de ingresso na Ordem depende bastante da declaração de motivos do candidato. A Ordem espera que o candidato seja sincero perante sua própria consciência, quando do preenchimento da proposta de admissão.

Quando alguém se candidata a ingressar na Maçonaria, é verificado em sindicância se dispõe de ganhos pecuniários que permitam cumprir os compromissos maçônicos, sem sacrificar a família.   Vale dizer que nenhum homem casado poderá entrar para a Maçonaria sem que a esposa esteja de acordo.

É óbvio que, ao se iniciar na Maçonaria, o indivíduo deverá assumir compromissos derivados de participação engajada e responsável nas lides maçônicas. Entre os compromissos e responsabilidades, encontram-se aqueles de estudar, com mente aberta, as instruções maçônicas, bem como, o de considerar denso sigilo sobre os ensinamentos recebidos e contribuir pecuniariamente para a manutenção de sua Loja e sua Obediência. Os compromissos e responsabilidades, a propósito, são do mesmo gênero daquelas encontradas em qualquer associação humana.

É fato inconteste que uma das finalidades da Ordem é a de implantar sistematicamente na sociedade humana uma efetiva fraternidade entre os homens.

Ao contrário do “folclore” que alimenta a crença de muita gente, a Maçonaria não é uma sociedade secreta e exerce suas atividades extensivamente, sob o pálio da legitimidade de sua natureza e da legalidade de seus atos e fatos administrativos, fiscais e tributários. Suas Propriedades, Constituições, Emendas, Regimentos e Estatutos são registrados em cartório de imóveis, títulos e documentos, e publicados em Diário Oficial.

Uma vez Iniciado, o neófito torna-se Maçom, e, como tal, estará, para todo o sempre,   sob constante vigilância de sua própria consciência e dos demais Maçons.

Isso posto, havendo seu interesse em “entrar” na Maçonaria, entre em contato com um Maçom de seu conhecimento ou com uma Loja Maçônica de sua cidade.

Daniel Martina.´.

OS INSTRUMENTOS E A OBRA MAÇÔNICA


Esse trabalho na pedra, que também historicamente é o primeiro trabalho humano requer para a sua perfeição três instrumentos característicos, que são o malho, o cinzel e o esquadro. Este último serve de medida a fim de assegurarmos que a obra mais especificamente ativa dos dois primeiros esteja de acordo com as normas ou critérios ideais universalmente reconhecidos e aceitos; aqueles são os meios complementares com os quais a perfeição concebida ou reconhecida fazer-­se-­á efetiva.

O esquadro representa fundamentalmente a faculdade do juízo que nos permite comprovar a retidão ou a sua falta, ou seja, a forma octogonal das seis faces que tratamos de lapidar, assim como a de suas arestas e dos oito ângulos triedros nos quais elas se unem, como o objetivo de fazer com que a pedra se torne retangular, como deve ser toda pedra destinada a formar parte de um edifício.

É por intermédio do esquadro que nossos esforços para realizar o ideal ao qual nos propusemos podem ser constantemente comprovados e retificados. Isto é feito de maneira que estejam realmente encaminhados na direção do ideal, conforme é demonstrado pela simbólica marcha do Aprendiz, que ensina a cuidadosa aplicação desse valioso instrumento sobre cada passo e em cada etapa de nossa existência diária.

Desta forma, o malho e o cinzel, como instrumentos propriamente ativos, representam exatamente os esforços que, por meio da Vontade e da Inteligência, temos de fazer para nos aproximarmos da realização efetiva desses Ideais, que representam e expressam a perfeição latente de nosso Ser Espiritual. O malho, que utiliza a força da gravidade de nossa natureza subconsciente, de nossos instintos, hábitos e tendências, é, pois, representativo da Vontade, que constitui a primeira condição de todo progresso e é ao mesmo tempo o meio indispensável para realizá-­lo.

Temos de querer antes de poder realizar, assim como para realizar e poder realizar, sendo a Vontade a força primeira da qual podem se considerar originárias todas as demais forças, e, portanto aquela que a todas pode dominar atrair e dirigir.

Devemos, entretanto, precaver-­nos dos excessos aos quais poderão nos conduzir o culto exagerado da faculdade volitiva, uma vez que os resultados desta Força soberana entre todas as forças cósmicas podem também ser destrutivos, quando essa força não for aplicada e dirigida construtivamente por meio do discernimento necessário à sua manifestação mais harmônica, de acordo com a Unidade de tudo o que existe. Pois assim, como o malho utilizado sem o auxílio do cinzel, instrumento que concentra e dirige a força daquele em harmonia com os propósitos da obra, poderá facilmente destruir a pedra em vez de aproximá-­la da forma ideal de sua finalidade assim igualmente a Vontade que não é acompanhada do claro discernimento da Verdade não pode nunca manifestar seus efeitos mais sutis, benéficos e duradouros.

O propósito inteligente que deve dirigir a ação da vontade é aquilo que é representado exatamente pelo cinzel, como instrumento que complementa o malho na Obra maçônica. Essa faculdade que determina a linha de ação de nosso potencial volitivo não é menos importante uma vez que de sua justa aplicação, iluminada pela Sabedoria que é manifestada como discernimento e visão geral, dependem inteiramente a qualidade e a bondade intrínsecas do resultado: ou uma formosa obra de arte sobre a qual se concentra a admiração dos séculos, ou então a obra tosca e mal formada que revela uma imaginação enferma e um discernimento ainda rudimentar.

Para que a ação combinada de ambos os instrumentos seja realmente maçônica, isto é, útil e benéfica para o propósito da evolução individual e cósmica, ela deve ser constantemente comprovada e dirigida pelo Esquadro da Lei ou norma de retidão, cujo ângulo reto representa a retidão de nossa visão, que nos coloca em harmonia com todos os nossos semelhantes fazendo-­nos progredir retamente na Senda do Bem.

Esta atividade eminentemente diretora do Esquadro, que representa e expressa a Sabedoria, faz dele o símbolo mais apropriado do Venerável. Mestre, assim como o malho, emblema da Força pode ser atribuído ao 1° Vigilante, e o cinzel, produtor da Beleza, ao Segundo. Assim como a atividade combinada dos três instrumentos é indispensável à obra maçônica, da mesma forma a cooperação mais completa das três luzes da Loja e indispensável para que esta possa desenvolver um trabalho realmente fecundo.

Texto extraído do livro Manual do Aprendiz, Maçom Livre


A CADEIRA

"Um velho maçom, um dia foi chamado para assistir a um irmão que se encontrava muito enfermo. Quando o idoso entrou no quarto, encontrou o pobre homem."

Estava me esperando, meu irmão? - disse o velho maçom. - Não, quem é você? - respondeu o homem enfermo, que já tinha dificuldade para reconhecer as pessoas. - Sou o Hospitaleiro de sua Loja que o nosso Venerável Mestre, atendendo a um apelo da sua filha, pediu para apoiá-lo neste momento difícil por que passa sua saúde; quando entrei e vi a cadeira vazia ao lado da sua cama, imaginei que você soubesse que eu viria visitá-lo. - Ah sim, a cadeira! Entre e feche a porta. 

Então o irmão enfermo lhe disse: - Seja bem-vindo, meu irmão. Nunca contei para ninguém, mas passei a maior parte da minha vida duvidando da minha crença no Grande Arquiteto do Universo e sem aprender a falar com ele. Não sabia direito como se deve orar. E nunca dei muita importância para a oração. Pensava que ÊLE estava muito distante de mim. 

Assim sendo, por muitas décadas me senti só, sem apoio espiritual. Até que um dia, há poucos anos atrás, um velho irmão e amigo me disse: - José, orar é muito simples. Orar é conversar com o GADU e isto eu sugiro que você nunca deixe de fazer... você se senta numa cadeira e coloca outra cadeira vazia na sua frente. Em seguida, com muita fé, você imagina que o Grande Arquiteto do Universo está sentado ali, bem diante de você.
Afinal ELE mesmo disse: - “Eu estarei sempre com vocês”. - Portanto, você pode falar com Ele e escutá-lo, da mesma maneira como está fazendo comigo agora. 

Pois assim eu procedi e me adaptei à ideia. Desde então, tenho conversado com ÊLE, a sós, durante bastante tempo, todos os dias. Sei que a cadeira à minha frente nunca está vazia, pois ELE está presente. -Tenho sempre muito cuidado para que a minha filha não me veja... pois me internaria num manicômio imediatamente.
O velho Hospitaleiro sentiu uma grande emoção ao ouvir aquilo, e disse a José que era muito bom o que estava fazendo e que não deixasse nunca de fazê-lo. Em seguida, chamou todas as pessoas da casa, pediu que se posicionassem em um círculo, dando-se as mãos, incluindo o enfermo em seu leito, fez uma inspiradora prece ao GADU e ouviu do Irmão enfermo palavras de sabedoria, de aquiescência aos planos do GADU, que tudo acontecesse conforme a SUA vontade, declarando-se entregue em SUAS divinas mãos. 

Dois dias mais tarde, o enfermo, quase agonizante, fez um pedido estranho, mas que foi imediatamente cumprido por seus familiares: Pediu que colocassem a cadeira vazia junto a sua cama, com um travesseiro, e que nesse travesseiro recostassem a sua cabeça. Assim, com a assistência plena dos Irmãos Maçons e da sua família o enfermo passou para o Oriente Eterno. 

A filha procurou o Irmão Hospitaleiro e perguntou se ele sabia por que o pai havia feito aquele estranho pedido. 

O Irmão Hospitaleiro, profundamente emocionado, enxugou as lágrimas e respondeu: - Ele partiu no colo e nos braços do seu melhor amigo... 

Meus Irmãos: Acreditem que o GADU está mais próximo de nós do que podemos imaginar. 

GRUPO APRENDIZES DA ARTE REAL Texto: Adaptação da Jura em prosa e Verso, de uma apresentação recebida de um colaborador. 
S.'.F.'.U.'.
André Daniel .'.


CELULAR NA MAÇONARIA?


O uso do celular nas Lojas Maçônicas  é sintoma, não problema. Vamos tratar o problema que o sintoma desaparece naturalmente. 

Já foi o tempo em que celulares serviam só para falar. Nesses pequenos aparelhos temos um acumulo impressionante de funções, capaz de satisfazer todas as nossas necessidades tecnológicas. A postura comum é que em eventos públicos como cinemas, teatros, audições musicais e palestras, os celulares devem ser desligados. O motivo? Não atrapalhar a concentração de quem está apresentando e de quem está ouvindo.

Na Loja Maçônica temos adotado essa posição e de forma veemente tem sido feita proibição ao uso do aparelho nos horários de reunião. O Mestre de Cerimônia pede educadamente para ser desligados os celulares ou que deixem no modo silencioso se for necessário.

Argumentos que apoiem a ideia do ‘não uso de celular’ na Loja Maçônica são bem conhecidos. Tenho como propósito, neste artigo, mostrar que o ‘problema’ do celular é muito mais abrangente do que apenas desligar um aparelho, e acaba trazendo a tona graves deficiências da Maçonaria em lidar com os Maçons na  juventude e as para-maçônicas, como a Ordem Demolay, RaibowGirls e Filhas de Jó.  Se deixar, eles ficam 100% focados nos Smartphones.

VIBRACALL

Celular toca na Sessão da Loja Maçônica. Faz aquele barulho e todo mundo se vira. Então um irmão começa a mexer nervosamente na sua bolsa até encontrar o bendito aparelho. Mas não basta ter o aparelho na mão, é preciso agora encontrar algum botão que desligue ou diminua o barulho. Geralmente a pessoa acaba apertando o celular no corpo, no intuito de abafar o som. Cena conhecida? E nem falar daquele irmãozinho que atende com estrondosos gritos de: Alô? Alô? Eu já vi isso.

Tenho reparado que 90% das vezes em que um celular toca na Loja Maçônica trata-se de um celular de uma pessoa adulta (mais de 40 anos). Jovens raramente tiram o celular da função vibracall, até porque o celular fica ‘colado’ ao jovem. Justiça seja feita; se celulares tem atrapalhado a reunião, não podemos culpar os jovens por isso. Eles estão habituados à tecnologia e sabem mesmo como lidar com isso.

Se a proibição do uso do celular na Loja Maçônica se dá porque o celular pode atrapalhar o andamento da reunião, podemos ficar tranquilos. Jovens, em sua grande maioria, não atrapalham a reunião com seus celulares.

FALTA DE ATENÇÃO

Você pode estar pensando neste momento: Tudo bem, não atrapalha os outros com o barulho, mas e a reverência? E a concentração do jovem na Sessão da Loja ou Capítulo? Se os jovens ficam mexendo no celular durante os trabalhos, isso ocasionará falta de atenção!

Sim! É verdade. O celular pode ser usado pelo jovem para jogar com um dos muitos joguinhos que o celular tem, para acessar as redes sociais e ficar batendo papo, para assistir pequenos vídeos, ver imagens, etc. Acredita que uma vez conheci um grupo de jovens que criou uma rede interna de jogo dentro da Loja? (sim, eles conseguem fazer isso e muito mais!) Precisamos concordar que, se o celular é usado com esse fim, atrapalha, e muito, a concentração na sessão e também a concentração de quem sentou ao lado e reparou o que o irmão está fazendo.

Mas a pergunta é: O problema é o celular? Não! O celular não é problema. É sintoma! Vou repetir isso porque é uma declaração forte. O USO DO CELULAR NA LOJA MAÇÔNICA, estão sendo distraindo pelo uso do celular é porque de alguma maneira seu coração não está nesse lugar. O corpo está presente na Loja, mas o coração (a mente) está desesperada por sair desse lugar. As programações da Loja não estão tocando o coração do irmão de maneira nenhuma. E você pode falar agora: Claro, como a programação vai tocar seu coração se ele fica mexendo no celular?

Tem uma coisa que você precisa aprender sobre os jovens irmãos desta geração. Os jovens conseguem se concentrar mais num assunto quando estão mexendo em algo com as mãos. Geralmente quando eles precisam pensar mexem no celular! (se não acredita em mim, pergunte a eles) Se você vê um jovem irmão mexendo no celular, acredite, ele está ouvindo o que está sendo falado na reunião. Só que ele decidiu que não é importante.

Qual o real problema? Falta de FOCO. O irmão precisa ter um encontro com a Egrégora da Loja.

Verdade seja dita, temos tentado resolver esse problema pedindo para desligar o celular. Resolveu o problema? Pode ser que não tenha mais distração na Loja, que o irmão fique igual uma estátua dentro da Sessão, mas o problema continua. Esse Irmão ainda precisa ser alcançado pela Egrégora da Sessão. Com celular ou não, logo esse Irmão sairá da Maçonaria. E não será por causa do celular...

Tenho reparado que as Lojas que são mais enfáticas e estritas quanto ao não uso do celular dentro da reunião são as Lojas que menos acolhida tem para com os jovens irmãos. Lojas onde os jovens irmãos não tem espaço para participar, que não os deixam participar da organização de atividades, não tem nenhum jovem irmão fazendo parte das comissões.

São Lojas em que os irmãos são reprimidos ao ponto deles nunca apresentarem trabalhos  por medo a serem criticados. O jovem irmão não se sente ‘parte’ daquilo que está acontecendo. Não foi envolvido nas atividades e por tanto não tem interesse em apenas sentar e ouvir e vai buscar refúgio no celular...

O CELULAR COMO FERRAMENTA DE TRABALHO MAÇÔNICO

Mas dá pra usar o celular na Maçonaria? Existe um campo muito grande para o uso do celular na Maçonaria. Se bem utilizado pode se tornar uma grande benção para os irmãos.

No celular é possível acessar a trabalhos, blogs, textos, sites e redes sociais ligadas ao assunto Maçonaria.

CONCLUSÃO

A Maçonaria está preparada para essa revolução que estou propondo? Acho que não. Ainda não. É provável que ainda precisemos aconselhar a não usar o celular. Para poder colocar na prática aquilo que estou propondo é preciso conscientizar, incentivar, educar. Isso leva tempo.

Eu imagino que de aqui a 5 ou 8 anos (se o mundo durar tudo isso) vamos ter postura diferente quanto ao uso do celular na Loja. De aqui a 5 anos você vai se lembrar desse artigo. 

Com amor fraternal, Ir.’ Denilson Forato.


A MAÇONARIA ADORMECIDA: BREVES INDAGAÇÕES


Muito me intrigou o trabalho apresentado no tempo de estudo na Loja no dia 2 de outubro de 2013. Tal trabalho foi apresentado pelo I.’. Silvio e em parca síntese tratava ele a evolução da humanidade, reconhecendo-nos como se fossemos “astronautas” em uma grande nave espacial chamada planeta terra. 

O trabalho do amado Ir.’. conseguiu inclusive definir a formação de raios, tal definição de forma descomplicada mostrou que com a precipitação das moléculas de água que estão no solo, somada a carga negativa ou positiva da atmosfera naquele momento faz com que ocorra uma descarga elétrica chamada de “raio”.

Essas interpretações faço do trabalho do querido Ir.: pelo o que ele apresentou em Loja, no tempo de estudos. Não tive contato com o trabalho, apenas são reflexões do que ouvi uma única vez do trabalho naquele momento, sendo que por isso peço desculpas ao referido Ir.: se deixei passar detalhes mais importantes de sua obra (isso deve ter ocorrido). Por conta disso penso que seria interessante os trabalhos dos aprendizes, após análise do Ir.’. 2º Vigilante, fossem encaminhados por e-mail para todos os Irmãos da Loja para, caso queiram, lê-los, do contrário eliminá-los.

Ao final do trabalho o Ir.: Silvio conseguiu unir a criação e evolução da humanidade com a Maçonaria e verificou que em tempos históricos a Ordem esteve muito presente na vida da sociedade, na formação da sociedade livre, igualitária e fraterna, combatendo os laços ditatoriais e despóticos dos Estados constituídos.

Após esta análise o amado Irmão concluiu trazendo uma indagação: por que hoje a Maçonaria não se faz presente nos acontecimentos históricos como se fazia presente em tempos passados? Se eu entendi o questionamento e se é que ele existiu, seria traduzido em: por que a Maçonaria está “adormecida”? Isso me fez pensar ao longo das semanas e fez-me buscar uma resposta, entre tantas possíveis, dos motivos de isso ocorrer hoje.

Recentemente recebemos por e-mail informações que lembrava datas importantes para a Maçonaria. Nesse e-mail tivemos a oportunidade de saber alguns acontecimentos históricos que envolveram a Ordem, como, por exemplo, que o ditador Gen. Francisco Franco passou por duas tentativas de ingressar na Ordem e seu ingresso foi negado na Maçonaria Espanhola, isso em 6 (seis) de outubro de 1932. Este ditador governou a Espanha de forma severa por 37 (trinta e sete) anos. 

Foi colocado no poder após a vitória do partido Nacional Socialista na guerra civil Espanhola, guerra essa que dizimou aproximadamente um milhão de pessoas.

O referido General apoiou por gratidão a Itália e a Alemanha na 2ª Guerra Mundial. 

Permaneceu no poder, mesmo após o final da 2ª Guerra Mundial, por conta da força opressora, é o que diz o site Infoescola, pois, “O regime era mantido por efeito da força radical e eliminadora de adversários que o governo desfrutava.

Podemos usar, para ilustrar o trabalho, que a época, no mesmo grupo do General Franco pertencia os Fascistas Italianos e os Nazistas Alemães, governos despóticos, autoritários e sanguinários. Fazia parte do mesmo pensamento em que pese ter na Alemanha o Nazismo assumido o poder de forma diferente do ditador Espanhol, pois o Führer foi aclamado no poder pelo “sufrágio universal”. Dominou Franco longos anos a Espanha, fazendo o povo amargar com a dor e com a opressão.

Com o término da 2ª Guerra Mundial o quadro político internacional mudou, passando as autoridades internacionais a aplicar políticas públicas internas para evitar que as atrocidades do Eixo Nazi-Facista se repetissem. Aqui começo a tentar de alguma forma responder o questionamento realizado pelo Ir.’. Silvio, para tanto necessário abordar o novo quadro político dessa nova ordem mundial pós 2ª Guerra.

Friso que 60 (sessenta) anos de história é um tempo pequeno na evolução da humanidade, por isso me refiro a “nova ordem mundial”. Surge nessa nova ordem mundial um novo direito, um direito internacional revigorado, desprendido do foco mercantilista das relações internacionais, passando a criação de normas internacionais para tutelar Estados e indivíduos no mundo inteiro. 

Cria-se a Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948, a Declaração Européia de Direitos do Homem de 1951 e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, essa mais tardia, de 1969.

O que podemos extrair desse quadro Irmãos é que estamos vivenciando um sistema novo na recente ordem mundial, uma ordem mundial que prima pelos Direitos Humanos e preocupada com a existência de Estados Democráticos de Direitos tratar o indivíduo não mais como um objeto do Estado, mas sim um ser humano detentor de direitos e motivo pelo qual existe o Estado.

Logo, a partir desse novo contexto de Estado, ou seja, o Estado Democrático de Direito é que começou a sociedade internacional vivenciar a proteção do indivíduo em relação ao Estado, deixando de ser ele, indivíduo, mero objeto do/desse Estado para ser detentor de direitos e garantias fundamentais, como, por exemplo, o que leciona Sarlet que o “direito (e garantia)” ao duplo grau de jurisdição que, em parca síntese, é o direito de ter uma (re)análise de toda matéria por outros juízes em outro grau de jurisdição, um espaço de recurso de demandas dos indivíduos.

Esse direito tem o fim de (re)verificar e (re)analisar aquela sentença prolatada pelo juízo de primeiro grau de jurisdição, a fim de minimizar as consequências da intervenção do Estado na vida da sociedade.

Direcionando-me para o fim do texto e com o fulcro em responder ao questionamento do Ir.: Silvio, com intuito de demonstrar por quais motivos a Maçonaria não se envolve mais nos acontecimentos sociais e políticos como se envolvia em tempos passados em toda a sua história. Isso, entendo, ocorre por que vivemos um momento democrático de direito que vai para além do próprio Estado de Direito, pois conforme Sarlet, vivemos em um Estado em sua essência Constitucional.

É nesta espécie de administração estatal que se deixou de lado o tratamento do indivíduo como objeto, pelo menos é como deveria ser (caso a parte é o tratamento do réu no processo penal pátrio, pois que ele ainda é um objeto nas mãos do Estado). Neste contexto de garantias do cidadão frente ao Estado que a Maçonaria vive e convive hoje.

Se vivemos em um quadro de normalidade e equilíbrio, em que pese os problemas sociais evidentes e as poucas políticas públicas de melhoria da vida da classe mais pobre. Vivemos em um Estado que garante direitos para as pessoas, que garante a liberdade ou pelo menos tenta garantir, que tenta garantir a equidade entre os seus componentes.

Logo, graças a Deus por isso, a Maçonaria não necessita hoje pegar em armas para defender seus princípios norteadores e tão pouco a liberdade, fraternidade e igualdade, elementos intrínsecos do Estado Democrático de Direito. Todavia, se o quadro político e social mudar, ou seja, se a Administração do Estado voltar a ser despótica e ditatorial, sem dúvida nenhuma, a nobre Ordem Maçônica sairá de sua mansidão e buscará a defesa da liberdade, fraternidade e igualdade novamente.

Tiago Oliveira de Castilhos
A.: M.: da A.:R.:L.:S.: Sir. Alexander Fleming 1773 do GOB

NOTAS:
Dados coletados do sítio Infoescola Navegando e Aprendendo. Disponível em: http://www.infoescola.com/história/franquismo (Acesso em: 9 out. 2013). Forma de governo Fascista reconhecido pelo nome de “Franquismo”, sendo sua principal característica a opressão aos opositores.

Citação colhida no mesmo site e mesma matéria sobre o Franquismo.
Führer significa “Chefe”, “Líder”, “Guia”, tradução disponível em: http://www.pt.bab.la/dicionario/alemaoportugues/fueher (Acesso em: 9 out. 2013).
Voto secreto por eleições democráticas.

SARLET, Ingo Wolfgang. Direitos Humanos e Direitos Fundamentais: alguns apontamentos sobre as relações entre tratados internacionais e a constituição, com ênfase no direito (e garantia) ao duplo grau de jurisdição em matéria criminal., p. 239. In: Criminologia e sistemas jurídico-penais contemporâneos II. Ruth Maria Chittó Gauer (Org); Aury Lopes Jr. ...(et. al.). Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010. Disponível na forma eletrônica. Nota de rodapé de n. 6. O autor faz a distinção entre Direitos Fundamentais e Direitos Humanos com o fim de exemplificar cada qual, pois cada qual tem a sua importância. Se for identificado tudo como de ordem de direitos humanos, como tudo é, logo, nada é. Por tal feita, importante delimitação do Prof. Dr. Ingo Wolfgang Sarlet.

SARLET, 2010, p. 58. São, portanto, alguns direitos fundamentais elementos que fundam o Estado.

BIBLIOGRAFIA:
Dados coletados do site Infoescola Navegando e Aprendendo. Disponível em: http://www.infoescola.com/história/franquismo (Acesso em: 9 out. 2013).
Bab.la Dicionário on-line. Disponível em: http://www.pt.bab.la/dicionario/alemao-portugues/fueher (Acesso em: 9 out. 2013).

SARLET, Ingo Wolfgang. Direitos Humanos e Direitos Fundamentais: alguns apontamentos sobre as relações entre tratados internacionais e a constituição, com ênfase no direito (e garantia) ao duplo grau de jurisdição em matéria criminal., p. 239. In: Criminologia e sistemas jurídico-penais contemporâneos II. Ruth Maria Chittó Gauer (Org); Aury Lopes Jr. ...(et. al.). Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010.


SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais: uma teoria geral dos direitos fundamentais na perspectiva Constitucional. 10. ed. rev., ampl. e atual. 2.ª tiragem. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010.

A MAÇONARIA NÃO É UMA REDE DE FAVORZINHOS CORROMPIDOS PELA CORRUPÇÃO


Vários mitos cercam a maçonaria e um dos maiores é o que é preciso ser rico para ser maçom. De fato a riqueza não interessa aos maçons, pois maçons não vivem a maçonaria para pedir ou emprestar dinheiro uns dos outros.

Pessoa alguma deixa de ingressar na maçonaria por não ter dinheiro, o que interessa aos maçons é a influência na sociedade. Os maçons não procuram pessoas ricas para ingressarem na maçonaria, eles procuram pessoas influentes na sociedade que possam lhes fazer favores pessoais em nome da “fraternidade”.

Pessoas não são indicadas para a maçonaria por sua afinidade com a espiritualidade, mas por suas posições na sociedade. Não interessa aos maçons terem em seu meio um mestre da Grande Fraternidade Branca encarnado no corpo de uma pessoa sem influência na sociedade e que em coisa alguma possa lhes favorecer, eles preferem ter uma pessoa que de fato sequer acredite em Deus, mas que possa fazer parte de sua rede de influências.

A temática da indicação dos membros tem como princípio indicar “pessoas melhores” que os próprios membros, quer dizer: pessoas hierarquicamente mais elevadas e que possam vir a lhes facilitar as coisas. Os maçons querem pessoas que possam vir a lhes ajudar.

A indicação para o ingresso na maçonaria é muito mais simples do que se imagina. A maçonaria em sua origem dizia respeito tão e somente aos Iniciados, às pessoas realmente ligadas à espiritualidade, mas atualmente a relação com a espiritualidade é irrelevante para o ingresso na maçonaria.

Pessoas ingressam na maçonaria pelos mais diversos motivos. Alguns entram na maçonaria para fazer companhia ao maçom que mora longe da Loja e precisa viajar para chegar até ela, outros porque a Loja precisa de membros para aumentar a arrecadação mensal através da mensalidade para poder pagar suas contas mensais de subsistência, uns meramente porque a Loja precisa de membros, outros ainda porque são amigos dos maçons no mundo profano em coisas profanas, outros porque exercem ofícios que são estrategicamente convenientes aos maçons da Loja e outros pelos mais diversos motivos que coisa alguma tem a ver com a espiritualidade.

Por isso aquele que deseja entrar para a maçonaria não precisa se preocupar em receber o convite para o ingresso basta se aproximar de um maçom e deixar claro no que aquele maçom poderia ser beneficiado tendo a sua amizade; a questão moral e ética será observada, mas a influência na sociedade é o que realmente mais irá contar.

Quando o maçom vê que tanto ele quanto os outros maçons poderão ser beneficiados com o convívio com alguém o convite é feito. Não há segredo.

A maçonaria surgiu como instrumento para realizar a Grande Obra no planeta Terra e os laços fraternos existiam meramente porque se tratavam de espíritos da mesma Egrégora que vieram para fazer o mesmo trabalho no planeta. Todos eram irmãos na Terra porque faziam parte da mesma Egrégora.

Os laços fraternais existiam na maçonaria não para que um maçom fosse favorecido pessoal, profissional e financeiramente, mas para que pudesse ser feito o trabalho de evolução da Terra. Não obstante os maçons desvirtuaram o ideal de fraternidade da maçonaria e transmutaram-no em uma rede de favorzinhos.

Há maçons que não possuem pudor algum de ser orgulhar de receber favorzinhos de outros maçons. Esses favorzinhos não dizem respeito ao trabalho de evolução do planeta Terra, mas a favorzinhos de favorecimento pessoal, profissional e financeiro.

Os maçons não se ajudam para trabalhar a espiritualidade na Terra, se ajudam para se darem bem na vida. Esse é o resultado de uma maçonaria que não dá a mínima para a espiritualidade, onde se chama de “iniciado” aquele que meramente tenha participado de uma sessão de iniciação.

Impera entre os maçons a ideia de que a maçonaria é uma rede de homens conectados que podem um favorecer ao outro pessoal, profissional e financeiramente. Isso não é nunca foi e nunca será maçonaria. Se os maçons querem criar redes de favorzinhos, que o façam, mas não digam que isso é maçonaria. 

Podem chamar tais redes de qualquer coisa, menos de maçonaria. Isso não é maçonaria, isso são pessoas que estão se aproveitando da maçonaria para obter favorecimento pessoal, profissional e financeiro e a Egrégora maçônica há de ajustar as coisas.

O ateísmo de fato e o desinteresse pela espiritualidade pode imperar entre os maçons, mas que pessoa alguma pense que a Egrégora espiritual da maçonaria está de braços cruzados apenas assistindo pessoas usarem a maçonaria para obterem favorzinhos e enriquecer. Os favorzinhos dentro da maçonaria têm limites e existe diferença entre haver favorzinhos entre irmãos que atuam na esfera privada e irmãos que atuam na esfera pública.

Se um maçom tem uma empresa privada e quiser colocar sua empresa, na observância da lei, à disposição de outro maçom, que o faça, mas os maçons não podem usar a coisa pública para favorecerem uns aos outros. Eis o limite que os maçons não podem ultrapassar.

O Estado não foi criado e não existe para favorecer pessoalmente quem quer que seja e não existe ideal deturpado algum de fraternidade que permita que os maçons usem o Estado para interesses pessoais. O caput do art. 5º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1.988 (CF/88) diz que todos são iguais perante a lei e os maçons não podem ter tratamento diferenciado perante a lei, ainda mais quando se trata da coisa pública. No mesmo sentido, o caput do art. 37 da CF/88 diz que a administração pública obedecerá aos princípios da impessoalidade e da moralidade.

Nisto, fica evidente que favorzinhos entre maçons que possam vir a envolver a administração pública e firam a impessoalidade e a moralidade é ilegal. O favor pessoal a alguém por ser maçom fere a impessoalidade e obter vantagem por ser maçom em detrimento dos que seguem outra norma por não serem maçons é imoral.

O maçom não tem o direito de obter qualquer vantagem indevida que tenha a ver com a coisa pública, mesmo que seja maçom. O ideal deturpado de fraternidade, onde um maçom deve favorecer ao outro, não tem o condão de justificar a ilegalidade e a conduta criminosa.

A maçonaria não foi criada para favorzinhos, ainda mais para favorzinhos corrompidos pela corrupção.

O brasileiro tem um fetiche patológico pela corrupção. O brasileiro odeia demais a corrupção que não lhe favorece. Se os maçons acham criminoso, demoníaco e monstruoso alguém obter vantagem indevida de um funcionário público apenas por fazer parte de um partido político ou por ter grau de parentesco com este também devem achar criminoso, demoníaco e monstruoso se um maçom vier a obter vantagem indevida de um funcionário público maçom apenas por ambos serem maçons.

Corrupção é corrupção e se o Brasil quiser começar a se livrar deste karma terá que deixar de achar que a corrupção só existe quando esta favorece aos outros. Os maçons não podem mentir para si escorando-se na justificativa de que se caso usassem a influência da maçonaria para solicitar ou receber vantagem indevida de um funcionário público apenas por ambos serem maçons isso seria a efetivação da “fraternidade”, pois se isso vier a configurar crime contra a administração pública será crime contra a administração pública e o estado de ser maçom não poderá excluir a culpabilidade na conduta.

Não existe isso de “para os outros é corrupção, para nós é fraternidade”. Se a maçonaria quer falar contra a corrupção no Brasil não poderá ter corrupção em seu meio, mesmo que com a desculpa da “fraternidade”.

O caput do art. 317 do Código Penal Brasileiro (CPB) dispõe sobre a corrupção passiva: “Art. 317 – Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes, de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:”.

O parágrafo 1º do art. 317 do CPB dispõe sobre a corrupção passiva qualificada: “§ 1º – A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.”.

Pois bem, esta “vantagem indevida” não precisa ser necessariamente uma vantagem financeira ou patrimonial. A vantagem indevida é toda aquela a que o funcionário público não faz jus em decorrência de sua função pública.

A função pública de um maçom não pode ser usada para ele adquirir prestígio dentro da maçonaria, “ser lembrado depois” ou ser visto como “o homem a quem eles, maçons, devem”. O parágrafo 2º do art. 317 do CPB fala ainda mais sobre a corrupção passiva: “§ 2º – Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:”, ficando aí clara a questão de ceder a pedido ou a influência de outrem neste sentido de corrupção.

O caput do art. 333 do CPB dispõe sobre a corrupção ativa: “Art. 333 – Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:”. O parágrafo único do art. 333 do CPB dispõe sobre a corrupção ativa qualificada: “Parágrafo único – A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.”.

A questão da vantagem indevida fica novamente em evidência. Se um maçom coloca à disposição ou apresenta a um funcionário público que ambos fazem parte da maçonaria e que tal funcionário ao praticar, omitir ou retardar ato de ofício será lembrado na maçonaria, ele está cometendo o crime de corrupção ativa, pois está oferecendo prestígio dentro da maçonaria a um funcionário público, sendo que tal vantagem é indevida, pois a função pública não existe para dar a um maçom prestígio dentro da maçonaria.

A retidão nas condutas dos funcionários públicos não faz acepção de pessoas e a conduta ilegal não se tornaria legal apenas por envolver maçons. De semelhante modo não existem situações onde uma pessoa pode deixar de ser reta. A retidão não é um estado de conveniência.

Pessoa alguma pode se dizer incorruptível se não lhe é dada a oportunidade de ser posta à prova em sua incorruptibilidade. É justamente quando a um homem é colocado o dilema entre corromper-se ou não que se verá o quão incorruptível ele é.

Os fins não justificam os meios e necessidade alguma justifica a corrupção. A corrupção não deixa de existir por tratar-se de um maçom ou por tratar-se de um caso de extrema necessidade. Os maçons podem orientar as indicações de membros para a maçonaria em razão de sua influência na sociedade e pelo quanto poderão ser favorecidos pelo poder de tais membros, mas não podem tocar na coisa pública.

A coisa pública é sagrada, o Estado é sagrado, o Estado é divino, o Estado é uma instituição da espiritualidade na Terra e não há de ser maculado por pessoas cujo único ou maior objetivo de vida seja enriquecer. A maçonaria não foi criada para as pessoas enriquecerem, pelo contrário: a maçonaria foi criada justamente por seres que não precisam viver na riqueza.

A maçonaria não se evidencia quando os maçons ganham uns favorzinhos dos outros. A maçonaria se evidencia quando os maçons trabalham objetivamente juntos pelo e para o Supremo Arquiteto do Universo para a evolução da humanidade nos planos físico, emocional, intelectual e espiritual.

Eu sou maçom e não quero favorecimento algum por ser maçom. Se por qualquer motivo eu tiver que encarar a fila de um hospital e tiver que morrer na fila de espera pela falta de atendimento eu assim morrerei. Eu prefiro morrer na fila de espera junto aos meus outros irmãos, os meus irmãos do Universo, do que ser salvo apenas porque sou maçom e porque a maçonaria tinha poder terreno decorrente de influências para me colocar indevidamente em local privilegiado ou me dar tratamento médico privilegiado em comparação àqueles que por não serem maçons tiveram que encarar a fila e o tratamento médico comum.

Quero ter as mesmas dificuldades, transtornos, dores e sofrimentos que os meus irmãos do Universo têm e não quero ser favorecido em coisa alguma na vida por ser maçom.

A maçonaria não está no plano material da Terra para criar uma rede de favorecimentos, mas para ajudar na evolução do planeta. O maçom não é aquele que se aproveita da fraternidade maçônica para não ter que encarar a fila de um hospital ou para receber um tratamento médico privilegiado, o maçom é aquele que veio a Terra para estar junto com aqueles que não possuem tais privilégios e não se está junto com alguém se não se passar junto com este o que este passa.


Rudy Rafael

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