ARQUÉTIPOS DA
SIMBOLOGIA ASTROLÓGICA
A Astrologia* é o estudo das relações cósmicas de
todos os conhecimentos, especialmente os acontecimentos humanos sobre a
Terra, tomados como existência humana, juntamente com a história de sua
evolução, não somente no sentido geral, como no sentido da existência
particular do indivíduo, seus aspectos exteriores e os aspectos que lhe
conferem o conteúdo da vida subjetiva, isto é, a dor e o prazer, o medo e a
esperança, o amor e o ódio, o erro e a verdade, o nascimento, a doença e a
morte, e, para dizer numa só palavra, o seu destino como Ser Humano
Desta definição se concluí que uma ciência como a
Astrologia não poderá perseguir os métodos que adotam as ciências físicas de
nossa época. As ciências físicas adotam métodos diametralmente opostos à
ciência que acabamos de definir. Nossa missão é mostrar, em bases a
observações feitas através de pesquisas, o Edifício Doutrinário da
Astrologia, em cujo ponto central está o homem, o Ser Humano.
Não será da análise da natureza do consciente,
nem de alguma auto-observação orientada segundo a peculiaridade de sua
disposição física, psíquica, mental e moral, nem a partir de métodos de
análises modernas da alma e do caráter, que adquiriremos o conhecimento da
índole do homem. O método que a Astrologia segue, para interpretar o mistério
do Ser Humano, é quase o inverso daqueles métodos acima citados.
Para a Astrologia, sendo o Ser Humano uma espécie
de imagem projetada (como mônada) do Cosmos, seu objetivo é o de chegar muito
além, mais além do que possa captar sua consciência, de forma imediata, com Aut
(-Observação e Análise, até as profundezas do Universo. Sucede que a imagem
projetada, tal como se toma visível sobre a Terra, se assemelharia à sombra
que projetaria um objeto colocado no curso dos raios de luz sobre a superfície.
Assim como um objeto colocado no curso dos raios do "Todo
Universal", é que deve ser considerada a verdadeira natureza do Ser
Humano.
Como sombra deve- ser considerada sua forma
fenomênica projetada sobre a Terra, tal como se manifesta, não somente a si
próprio, como também aos seus semelhantes e tudo o que possui vida.
A constituição astrológica do homem.
A ciência astrológica na natureza humana trata,
contudo, de penetrar nas profundezas do Universo, para achar ali, não só
aquele objeto cuja sombra se projeta sobre a Terra e representa a natureza
humana, como também para descobrir as referências especiais que determinam
que esta. Sombra projetada haja, incidindo, para isto no momento do
nascimento de qualquer ser.
Não resta dúvida que esta imagem projetada
dependerá de diversos fatores, sendo alguns deles fundamentais: primeiro, a
intensidade da luz cósmica; segundo, a transparência do objeto e, terceiro, a
maior ou menor proximidade da Terra.
Quanto à intensidade da Luz Cósmica, podemos
considerá-la constante, porém a transparência do objeto será para nos um
significado de graduação para a evolução daquele objeto ao nível a posição
que haja chegado à Escala Astrológica.
A proximidade da Terra será um grau de combinação
com a massa hereditária terrestre, porém, o objeto será para nós aquele
verdadeiro ser individual, que situamos num ponto no sentido astrológico,
aquela natureza que nos dispusemos a conhecer astrologicamente. Por isto que
a comparação evidencia a diferença entre conhecimento psicológico do Ser
Humano e a Astrologia.
A Astrologia trata de entender o núcleo humano
que oscila livremente entre a Terra e o Mundo das Estrelas. Claro que, no
essencial, a constituição do Horóscopo se refere a muito mais elementos do
que aqueles que aqui colocamos, de caráter empírico e de caráter inteligível.
Recordemos que são três os fatores fundamentais
que participam do levantamento do horóscopo: 1) o Zodíaco; 2) o mundo
planetário; 3) a própria Terra, como superfície de projeção.
O caráter do homem se edifica, por sua vez, de
acordo com isto, nestes três elementos fundamentais, dos quais um está
fundamentado no Zodíaco, outro na função planetária e um terceiro na função
terráquea. E é só neste plano que a evolução se afirma no mundo denso,
inclusive nas próprias hierarquias criadoras.
A visão psicológica e a visão astrológica.
No Zodíaco se manifesta a idéia do Ser Humano, ou sua figura ideal, em doze aspectos enfeixados em um círculo dividido em doze regiões. A distribuição geocêntrica dos planetas nas regiões deste círculo, no momento do nascimento do Ser Humano, decide quais serão as cores básicas que influenciarão o recém nascido.
É assim que o zodíaco e os planetas formam a figura do homem, que a
partir deste momento (nascimento) tornará forma na Terra, sempre levando em
consideração os aspectos Kármicos e Reencarnatórios. Mas é a própria
superfície terráquea de projeção que brinda à figura humana irradiada dobre
ela, desde as vastidões celestes até dispô-la de acordo.
Antigos filósofos incluindo Sêneca são representados perfeitamente alinhados como poder cósmico de vários corpos celestes nesta Huminura de um manuscrito do século XIV.
Com seu Ser, em certo sentido e em uma escala de
doze graduações, determinando repartição e irradiação conjunta da figura
humana, ou seja, das esferas celestes em dois grupos de seis regiões cada
uma, seis regiões acima do horizonte e seis regiões abaixo do horizonte, a
que chamamos de casas terrestres, entre as quais se interpõe o maciço, do
globo terrestre como um imenso filtro. E desta segunda transformação da
irradiação cósmica em que estão incluídas as funções zodiacais e também a função
planetária, que emerge a figura do homem de todos os dias.
Do que acabamos de expor, resulta de imediato, as
diferenças entre si da análise psicológica e da análise astrológica do caráter
do Ser Humano. A Psicologia só trata da fase critica final de um processo
formativo e a Astrologia trata de captar toda a Universalidade do Ser, desde
seu princípio cósmico até sua formação mais densa, que é o físico. A
Astrologia acompanha a história evolutiva da sombra piruetada, observa o
principio cósmico e a manifestação dos elementos reunidos para caracterizar o
conjunto do Ser Humano, pois, o verdadeiro "Eu" do homem, como
dizia Buda, Está Muito Além de Maya.
Por isso, o resultado a que se pode chegar com a
análise astrológica do Ser Humano é o seguinte: O núcleo do homem, seu núcleo
divino (a mônada), está além do Horóscopo e é inacessível ao homem, pelo
menos nesta fase evolutiva sua manifestação (como embrião de Deus) e sua fase
evolutiva (caráter do homem) apresenta três características conhecidas, que
podem comparar-se a uma árvore cujas raízes estão no zodíaco, cujo tronco
forma o mundo planetário e cuja copa toca e se mistura com a Terra.
O céu (onde estão as raízes) é representado pelos
quatro elementos (triplicados) do zodíaco, o tronco pelos dez planetas (agora
também Quiron) e a copa a ramificação pela Terra, pelas doze correspondências
terrestres dos signos do zodíaco, chamadas Casas. Com isto o homem obtém aí
as forças ou as razões de conhecer-se a si próprio, que permitirá corrigir-se
e continuar na sua evolução.
Lembremos que "a alma humana é como a água,
do céu vem e ao céu torna, e novamente volta aterra, num ire vir
eterno". E, ainda, que "quando um homem se ilumina ria terra,
apaga-se uma estréia no céu".
O céu estrelado e a lei moral, uma coisa só.
As dores e os sofrimentos do indivíduo são
sintomas do seu despertar e quanto mais intensos os sofrimentos, mais rápido
será o seu despertar. Mas quando o homem desperta o seu dever moral,
reconhece também o sentido cósmico desta força do dever, ganhando com ela a
força de penetrar com poder transformador nas relações cósmicas, pois, as
forças que no cosmos vibram com poder, como expressão da mesma lei, é que, no
interior do Ser Humano, determinam a força moral deste. A Lei Moral é a lei
suprema da evolução universal (Esta não é uma lei moral dos homens, mas a
moral que faz com que o Ser Humano se descubra divino”.
Como dizia Santo
Agostinho: Deus fomos e nos temos esquecido”).
A participação moral do homem no envolvimento
cósmico, por menor que possa ser, coloca-o dentro do Todo Universal (ou
recoloca-o) como força motriz e a doutrina esotérica do emprego desta força é,
uma das três partes da doutrina oculta e se chama Magia. A Astrologia, a
Alquimia e a Magia configuram o patrimônio da doutrina oculta.
A Astrologia é a doutrina da inserção do homem na
totalidade do Universo. A Alquimia é a doutrina da transformação do inferior
em superior e a Magia é a doutrina do emprego e a direção das forças que
guiam a evolução, o que vale dizer que a Astrologia é a doutrina natural
oculta, a Alquimia a doutrina evolutiva oculta e a Magia é a Ética oculta.
Para o pensamento exotérico a lei natural e a
ética não têm nada a ver entre si. Representam duas formas de legitimidades
separadas, não unidas por nenhuma ponte e, entre ambas as formas, como um
elemento estranho (absurdo), se tem o calvário da evolução do Ser Humano, sem
ponto de partida e sem nenhuma meta.
Em sua obra "Crítica da razão pura", Kant
dizia: "O céu estrelado sobre mim é a Lei Moral dentro de mim. Ali estão
as estrelas e as vejo e as conecto imediatamente com a consciência de minha
existência". Kant compreendeu o sentido desta dualidade. O abismo que
separa o mundo exterior do mundo interior deve ser aproximado pelo
conhecimento esotérico. Só ao abrir-se as fontes do conhecimento esotérico,
das quais também Kant deve ter bebido, de forma sábia, se abre o caminho da
Astrologia; não de uma Astrologia meramente mercantil, para satisfazer
profanos e supersticiosos, mas uma Cosmovisão em que o céu estrelado e a Lei
Moral se unem ao Todo.
"A lei moral, dentro de
mim, guia o meu olhar ao céu e me permite intuir uma relação que se plasma em
saber, enquanto se reconhece, a duas coisas: O céu estrelado dentro de mim é
a Lei Moral sobre mim, sendo ambas uma só coisa".
Assim dizia Kant. |
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