Para se falar na Origem
Documentada da Maçonaria, foi preciso fazer esse giro pelos arraiais da
Maçonaria Mística. E depois demonstrar que até o ano 1000, o que servia de
proteção, como Casa e Lar do homem – era a Madeira. E que a profissão que
predominava e sobressaia, era a de Carpinteiro e Marceneiro. Tanto era verdade,
que as primitivas Organizações – as Guildas – eram compostas de homens que
praticavam essas duas Antigas Profissões.
Com o advento das
Construções de Pedras e Alvenarias, começa a florescer e destacar-se outra
profissão – a dos Canteiros, Entalhadores. Isso começou a acontecer a partir do
século XII. Grandes quantidades de guerreiros, seguiram na Primeira Cruzada,
rumo à Cidade Santa de Jerusalém, que estavam nas mãos dos Sarracenos, dos Infiéis.
Nas Estradas precárias da Europa, grupos de Salteadores e Bandoleiros cresciam
em número e em audácia.
As Propriedades do
começo do 1º século do 2º milênio, eram atacadas por hordas de famintos e
estrangeiros. Daí a necessidade de se erguerem muralhas, fortalezas para
proteger os Burgos e seus proprietários, famílias e servos.
O Cristianismo estava em
pleno progresso. Povos e mais povos eram catequizados pelos Soldados de Cristo
– isto é, Bispo de grandes capacidades de catequeses. E a Igreja ao receber
Reis e a Nobreza, em suas fileiras, passou a contar, também, com uma ajuda
financeira muito grande de seus novos Fiéis. E com dinheiro se faz muitas
coisas. Então aqueles feios amontoados de madeira sujeito ao fogo e aos raios e
outros fenômenos da natureza, começavam a dar lugar às Grandes Catedrais de
Pedras, como mostramos logo no início deste trabalho.
Entre os anos de 1100 e
1300, milhares de Igrejas, Catedrais, Mosteiros, conventos, etc, foram erguidos
na Europa. E para dar conta de tanto Trabalho, uma leva de homens foi se
especializando na arte de Construir. Uma Arte Antiga, mas pouco divulgada. E
essa leva de Profissionais de Pedra, precisava se organizar. Precisavam de um
Estatuto. Precisavam de um espaço só seu.
Foi então que Doze
Freemasons (Pedreiro especializados em trabalhar na Pedra Franca), liderados
por Henry Yevele, é bom guardar bem esse nome – Henry Yevele, nasceu em 1320 e
morreu no ano de 1400 – foram até à Prefeitura de Londres, levando um esboço de
um Estatuto do Trabalhador da Pedra e, numa audiência com o Alderman (Prefeito)
e os Edis, apresentaram seu esboço de Estatuto, onde previa, além da Obediência
às autoridades locais, também previa uma fidelidade (quase canina), ao Rei e à
Religião Vigente, e, ainda, um pedido para que suas reuniões fossem fechadas,
sem a presença de pessoas que não estivessem ligadas a ela.
Esses 12 homens saíram
daqui, do local onde está Igreja, Antiga Guilda – desta Guildhall, no dia 2 de
fevereiro de 1356. É bom repetir – dois de fevereiro de 1356.
Aqui está o Berço, o
Dia, o Mês e o Ano do Nascimento da Maçonaria documentada. Enquanto não
apresentarem outro documento, confiável, mais antigo. Este Documento que se
encontra ainda hoje, na Biblioteca da Prefeitura de Londres, levará a glória e
terá o privilégio de ser o Documento Maçônico mais Antigo.
Mas para que não surja
ou permaneça nenhuma dúvida, segundo o pesquisador da Quatuor Coronati, o Irmão
G. H. T. French:
“O Primeiro Código ou
Regulamento dos Maçons da Inglaterra, é datada de 2 de fevereiro de 1356,
quando, como resultado da disputa entre Carvoeiros e Maçons, Pintores, Doze
Mestres de uma Obra, representando aquele ramo da Arte de Construir, foram até
ao Prefeito e Edis de Londres, na sede da Prefeitura e eles obtiveram uma
Autorização Oficial, para que fizessem um Código e um Regulamento Interno, para
a Instalação de uma Sociedade e, acabar, de vez, com a disputa e, também, para
que de uma forma geral, ajudasse nos Trabalhos.
O Preâmbulo do Código,
confirma que aqueles homens, foram lá, realmente juntos; porque o seu Ofício,
até então, não havia sido regulamentado, de nenhuma forma pelo Governo do Povo,
como já acontecia com outras Profissões.”
Essa Sociedade dos
Maçons (The Fellowship of Masons), durou, ou prevaleceu sozinha durante 20 anos
– até 1376, quando foi fundada a Companhia dos Maçons de Londres.
Incidentemente, a
primeira Regra desse Regulamento, regido naquela ocasião, como objetivo, do
“Delimitação em Disputa”, quando estabelecida “que, muitos homens da profissão,
podiam trabalhar em qualquer serviço relacionado com a sua profissão, desde que
ele fosse perfeitamente hábil e conhecesse muito bem a profissão.”
Daí por diante, eles
passaram a trabalhar segundo esse Código. E muitos outros foram surgindo,
formando o que chamamos de Old Charges, ou Constituições Góticas.
Fonte: Ir:. Renato
Burity Oliveira
Contribuição do Ir:.
Jaime Balbino